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Feitas as considerações sobre atividade física e seus benefícios para a saúde fisiológica, consideraremos agora como as práticas corporais presentes nas PICS contribuem de modo geral para saúde do indivíduo e da comunidade.

No livro Saúde e educação, organizado pelo professor Victor Vicent Valla, que reuniu um conjunto de artigos acerca de experiências bem-sucedidas em processos educacionais para saúde, um dos textos relata como foi o processo de produção de saúde de uma favela em Chicago no Estados Unidos da América. Embora culturalmente existem diferenças significativas, vale a citação pelo proposto nas ações em saúde, que caberia em qualquer lugar do mundo.

Em uma tentativa de reduzir a medicalização dos moradores da comunidade e a entrada nos dois hospitais da região, os pesquisadores, juntamente com a associação de moradores, foram buscar identificar quais as principais razões que levavam a população a acessar os atendimentos de saúde.

Para tal, foram investigados os registros de atendimento de emergências dos hospitais e, após uma análise, chegaram à conclusão de que as sete principais razões eram: 1) acidente de carro; 2) ataques interpessoais; 3) acidentes (outros); 4) problemas brônquicos; 5) alcoolismo; 6) problemas relacionados às drogas (administradas por médicos ou não); e 7) mordidas de cachorros.

Identificados esses pontos, passou-se ao processo de elaboração, junto da comunidade, de um conjunto de ações que pudesse intervir na tentativa de redução desses acessos e consequentemente contribuísse na melhoria das condições e dos gastos com saúde.

Dito isso, iremos nos apropriar dos problemas brônquicos, devido à sua intervenção relevante para o texto. Sabendo que um dos principais motivos relacionados ao problema em questão é a má alimentação, que necessitaria introduzir frutas e verduras no cardápio daquelas pessoas, foi proposta a construção de estufas nos telhados das casas

Em um primeiro olhar, parecia impossível desenvolver tal ação, já que se tratava de uma cidade grande e os locais possíveis para essa ação eram bastante reduzidos. Então, foi feito um projeto piloto em uma das casas e obtiveram os seguintes resultados:

No começo, a estufa foi construída por causa de um problema de saúde – nutrição adequada. A estufa era uma ferramenta, integrada ao meio ambiente, da qual as pessoas iam fazer uso para melhorar suas condições de saúde. Rapidamente, no entanto, começaram a perceber que a estufa também era um meio de crescimento econômico. Isto aumentou o seu orçamento porque, agora, não mais produziam apenas para seu próprio consumo, mas também para vender [...] (VALLA et al, 2000, p. 112).

Nota-se que uma simples ação em saúde foi capaz de mudar toda uma comunidade. Um olhar despercebido poderia não identificar que a ação se trata, antes de mais nada, de uma prática corporal, afinal o processo de cultivar plantas, frutas e verduras se compõe, dentre outras coisas, de um conjunto de movimentos corporais e da história da humanidade.

Nessa ação, estiveram envolvidas atividades como o caminhar, agachar, capinar, o plantar e o colher. Embora não houvesse uma sistematização das

atividades físicas, constituiu-se no movimentar-se e em processos educacionais que buscaram fazer com que aqueles indivíduos compreendessem que era possível intervir na produção de sua saúde. Na continuidade do relato presente no livro, deparamo-nos com um outro benefício da ação:

Outro aproveitamento da estufa surgiu por acaso. A associação possuía um lar de idosos, e um dia, alguém da casa descobriu a estufa. De volta ao lar, contou aos outros idosos, que passaram a ir todos os dias ao local para ajudar a cuidar das plantas. Então, o administrador do lar notou que seus hóspedes haviam mudado, estavam eufóricos, pois estavam se sentido úteis. A estufa tornara-se um instrumento para potencializar as pessoas de mais idade - antes postas de lado, tornaram-se produtivas (VALLA et al, 2000, p. 112).

Então, além de todos os outros benefícios, a ação em questão ainda foi suficiente para reinserir socialmente idosos na comunidade, proporcionando um novo propósito de vida e um sentimento de utilidade e pertencimento à sociedade, além de permitir que aqueles idosos realizassem ou saíssem do sedentarismo, através de uma prática corporal em saúde.

Uma ação tecnológica de baixo custo foi capaz de mobilizar todo um cenário de saúde de uma localidade, trazendo o foco da saúde para uma discussão política, e capaz de se intervir socialmente.

Nessa linha, segundo Valla e colaboradores,

temos que acabar com a dependência de aparatos profissionais e técnicas, e caminharmos na direção da construção comunitária e da ação cidadã. Ação efetiva deve converter um problema técnico-profissional numa questão política comunal (2000, p. 114).

Uma outra análise, agora sobre a yoga, prática corporal ou, melhor, estilo de vida presente na cultura indiana já há mais ou menos 5 mil anos, que desde a sua essência e na concepção da palavra tem como objetivo unir corpo e mente em exercícios físicos, de respiração e de meditação.

No documentário produzido pela Catalisadora Audiovisual, Eu maior, foram entrevistadas 30 personalidades, incluindo líderes espirituais, intelectuais, artistas e esportistas, buscando diversos olhares sobre a existência humana e sua correlação com o autoconhecimento e a busca da felicidade. Na obra, chamou-nos atenção a entrevista com o professor Hermógenes, que proferiu as seguintes palavras sobre a prática corporal em questão:

O ser humano não é um corpo. Ele possuiu o corpo, manobra com o corpo, cuida do corpo, mas ele não é o corpo. Então o Yoga, é um estilo de vida sim,

você falou bem. É um estilo de vida, que cultiva o corpo, mas que cultiva também a mente, trabalha com as energias. Os grandes iogues não trabalharam o corpo. Você viu alguma fotografia do grande iogue Jesus Cristo de cabeça para baixo? Ninguém viu. Ninguém viu os ‘asanas10’ da devota

Santa Terezinha. Ninguém viu. São realidades. Você não deixa de praticar yoga quando já não tem o corpo. Envelhecido 89 anos, eu continuo praticando yoga, mas sem trabalhar o corpo. É muito pobre a concepção do Yoga como ginastica física.

Esse pequeno trecho do documentário relata bem como funciona a maioria das práticas corporais presentes nas PICS. Por mais que existam elementos da atividade física corporal e que seus benefícios sejam indiscutíveis para saúde daquele corpo, essas práticas não buscam a atividade física pura e simples, elas procuram transcender a concepção de vida, de viver, do ser humano.

Nas PICS, as atividades buscam ressignificar o olhar sobre a saúde. Trata-se de autoconhecimento, reencontro com o corpo, com movimentos instintivos, com a respiração que muitas vezes se torna algo automático e burocrático; reencontra o espírito presente em cada ser e busca reconhecer a alma e a essência da sua existência no mundo para, no fim, tentar promover saúde.

Retornando ao que preconiza o caderno de atenção básica (número 27), que considera as Práticas Corporais e Atividade Física (PCAF), para além do gasto energético, transita em uma lógica ampliada sobre o tema como no parágrafo a seguir:

Se é correta a noção de que atividade física equivale a movimento, por outro lado, o foco do conhecimento a ser propagado é o da percepção para além do que é apenas um corpo correndo, pulando ou sendo biometricamente avaliado. O corpo com o qual se irá necessariamente interagir nas PCAF é o corpo cultural, repleto de símbolos e signos, que o torna único ao mesmo tempo em que lhe inclui na identidade de um determinado grupo ou coletivo social, como muito bem define a Antropologia, que afirma não existir natureza humana independentemente da cultura (BRASIL, 2009, p. 143).

Portanto, mesmo que a inserção da Educação Física se dê em uma perspectiva de saúde fisiológica, a atuação profissional em si está mais próxima de práticas didático-pedagógicas educacionais e de autocuidado do que de fato da oferta de uma prática corporal no território.

É da interação com a cultura que advém a importância de se construir conceitos e compreensões de saúde, promoção da saúde e PCAF a partir das experiências apresentadas e/ou construídas pela população referenciada a um território. Nesse sentido recomenda-se que o profissional de Educação Física favoreça em seu trabalho a abordagem da diversidade das manifestações da cultura corporal presentes localmente e as que são difundidas nacionalmente, procurando fugir do aprisionamento técnico pedagógico dos conteúdos clássicos da Educação Física, seja no campo do

esporte, das ginásticas e danças, bem como na ênfase à prática de exercícios físicos atrelados à avaliação antropométrica e à performance humana (BRASIL, 2009, p. 144).

A todo momento, em qualquer que seja a fonte buscada, as premissas sobre a prática corporal na saúde são muito próximas. Seja no âmbito das PICS, seja na área da Educação Física, ambas parecem falar a mesma língua quando dizem respeito ao objetivo e à compressão de corpo e de saúde. A sabedoria milenar oriental sobre o cuidado à saúde parece ter encontrado um outro significado para vida que nenhuma supertecnologia do ocidente encontrou ainda, mesmo com os tomógrafos, raios-x, microscópios, aparelhos de ultrassonografia e de ressonância magnética. Toda essa tecnologia e a busca incessante pelo diagnóstico parece ter substituído a humanidade e limitado ou reduzido a prática médica a somente isso. A professora Made resgata, em sua obra, uma citação do Organon da arte de curar que é bastante polêmica, porém pertinente ao atual contexto de saúde do Brasil, mesmo tendo sido escrita em 1810:

A primeira, a única vocação do médico é restabelecer a saúde dos enfermos: é o que se chama de curar. Sua missão não é forjar sistemas, combinando ideias ocas com hipóteses sobre a essência intima da vida e a produção das moléstias no interior invisível do corpo, ou procurar incessantemente explicar os fenômenos mórbidos e sua causa próxima, que permanecerá sempre oculta para nós, submergindo o todo numa mixórdia de abstrações ininteligíveis, cuja pompa dogmática embasbaca os ignorantes, enquanto os doentes suspiram em não por socorros. Já estamos, fartos destes sonhos sábios que se chamam medicina teórica; é tempo de todos aqueles que se dizem médicos cessarem, enfim, de enganar os pobres humanos com lavras ocas de sentido, e de começarem a agir, isto é, a aliviar e a curar realmente os doentes (HAHNEMANN, 1819 apud LUZ, 1988, p. 173.)

Assim, apresentamos aqui noções, características e conceitos de corpo e atividade física e saúde nas PICS, tentando apresentar o diálogo entre a lógica reinante, que é a da medicalização, com a que é preconizada nas PICS, que pretende um atendimento do ser, em sua plenitude, envolvendo-o nesse processo.

Adiante, nossa intenção será apresentar e analisar as interpretações que os profissionais que atuam nas PICS, no espaço já demonstrado, têm da presença e do papel das práticas corporais no espaço de ação sobre e com o sujeito, na lógica de resgatar, promover e preservar a saúde.

5 AS PICS SOB A PERSPECTIVA DE QUEM ATUA

Durante o percurso da pesquisa, foram entrevistadas profissionais da área de saúde que atuam na perspectiva das PICS, tanto na atenção básica quanto na atenção especializada do município de Camaçari-BA, região metropolitana de Salvador. No total, foram entrevistadas dez profissionais11, com uma diversidade

significativa nas especialidades, as quais foram: quatro médicas, duas psicólogas, duas enfermeiras, uma professora de Educação Física e uma nutricionista.

Ao longo da busca pelas entrevistadas, inicialmente apenas uma pessoa se recusou a participar, mudando de ideia posteriormente. As demais atenderam prontamente ao pedido e se colocaram a total disposição. As entrevistas foram realizadas nos próprios postos de saúde de trabalho das pessoas, em horários opostos ao do expediente.

Como dito, o instrumento utilizado foi a entrevista semiestruturada, composta de oito perguntas, que abordavam temas como formação, última titulação, avaliação da formação profissional em relação à atuação, análise sobre as PICS e a relação destas com saúde ampliada, com educação em saúde, uma leitura dos impactos das PICS nos sujeitos e, por fim, uma compreensão aberta sobre o Programa. No processo da pesquisa, as entrevistadas puderam falar livremente em cada pergunta e, para registro foi utilizado, um gravador digital para coleta das respostas, que posteriormente foram transcritas seguidas pelo tratamento dos dados.

Para análise dos dados e continuação da pesquisa, apresentaremos as informações no texto, na sequência das perguntas apresentadas, tanto descrevendo as informações quanto tratando-as em relação à base teórica central e à questão do estudo. Por vezes, serão apresentadas falas diretas dos entrevistados, como citação, com o cuidado de omitir dados pessoais, como acordado no TCLE.

Inicialmente, no processo da pesquisa, identificamos que as PICS com as quais lidam os pesquisados, são: auriculoterapia12, Lian Gong, terapia comunitária13,

11 Não houve a preocupação de identificar por gênero ou idade os participantes.

12 Técnica da Acupuntura que utiliza sementes de mostarda ou cousa para estimulação de pontos a

serem tratados na orelha.

13 Instrumento para construção de redes solidárias de promoção de vida valorizando o saber produzido

acupuntura14, Shantala,15 fitoterapia16, naturopia17, aromoteperapia18, dança

circular19.

Quando perguntadas sobre a formação inicial, apenas uma pessoa relatou ter tido aproximação com o tema na graduação. As demais expressaram um distanciamento da academia com as PICS, sendo que três destas relataram uma aproximação insipiente em atividades de extensão, mas só de observar, na verdade, informaram que não sabiam se tratar de uma das PICS.

Em relação à última formação, duas das entrevistadas relataram pós- graduação (especialização) em alguma das áreas e as demais fizeram capacitação através de cursos ofertados pelo Ministério da Saúde.

Com relação aos conhecimentos anteriores das PICS, uma pessoa relatou que:

Só que teve um dos ambulatórios que a gente fez, na realidade não foi nem ambulatório, uma das disciplinas que eu peguei, que era com um grupo de idosos, e tinha uma residente de medicina da Família de Belo Horizonte, que fez lian gong e tal, aí assim, foi a primeira vez que eu ouvi falar, mas tipo, não como prática integrativa (ENTREVISTA 3)20.

Chama atenção uma das falas que diretamente diz:

Su tinha muitos professores que falavam mal, que achavam que era coisa ruim e tal, que faziam um certo terrorismo até, como se fosse enfim, usar planta era envenenar o paciente, que os pacientes morriam por causa daquilo, existia um discurso na verdade muito forte contrário (ENTREVISTA 1)21.

Essa fala revela algo que foi comum, um aparente distanciamento dos currículos das graduações em saúde para com as PICS e sua prática de saúde, algo já apontado por Luz (2007): “acreditamos, ao finalizar este artigo, que modificações no ensino da graduação da área biomédica serão necessárias para a melhor integração [...]” (p. 17).

14 Ramo da medicina tradicional chinesa que consiste em introduzir agulhas metálicas em pontos

precisos do corpo de um paciente

15 Técnica de massagem utilizadas em crianças geralmente pelas mães com o objetivo de fortalecer

vínculo e trazer a calma.

16 Utilização de plantas medicinais para a terapêutica em saúde.

17 Utilização de meios naturais para o tratamento, por exemplo: luz, ar, água, fogo etc. 18 Terapia holística que utiliza óleos essenciais como terapêutica

19 Dança artística ancestral

20 Entrevista concedida em 19 de setembro de 2018. 21 Entrevista concedida em 19 de setembro de 2018.

Quando perguntadas sobre a relação das PICS com o conceito de saúde ampliada, todas as entrevistadas apontaram existir uma grande aproximação, seja na ausência de doença em si, seja nos aspectos socioeconômicos que direcionam para autocuidado, empoderamento do sujeito, autonomia e coparticipação.

Como exemplo a essa interpretação, trazemos a fala a seguir:

Na verdade, a pratica integrativa ela vem muito nessa perspectiva, né? Pelo menos eu entendo assim, chega um ponto que a história da Medicina caminha para uma coisa muito técnica e muito objetiva, que não é suficiente hoje para o cuidado que a gente precisa oferecer, e a própria população começa a perceber isso, e a cobrar, e a não ver resposta nessas coisas. Acho que as práticas integrativas dão uma visão um pouco mais ampliada, a partir de que a gente tira um pouco a doença do foco e passa a olhar mais para o sujeito, então é mais, o que o sujeito pensa, o quanto o sujeito consegue lhe dar com aquela pratica, né? Coloca ele no centro do cuidado, como principal responsável pelo seu próprio cuidado (ENTREVISTA 1).

As entrevistadas também apontam para a integralidade do sujeito, como algo indivisível, e que a terapêutica não se mostra como algo fragmentado, tratam o todo.

Vejo que as PICS buscam compreender o sujeito de uma maneira integral/ holística. Por tanto, se uma parte não está bem, o todo do sujeito será afetado e por isso, busca-se trabalhar o todo e não a soma das partes, como acontece na medicina tradicional. Observo também que a saúde para o oriente vai muito além do corpo físico - o psíquico, o social e o espiritual também integram o todo do sujeito. A medicina ocidental começou a olhar para o bem- estar biopsicossocial e espiritual do sujeito a pouco tempo, pois, acredito eu, eles passaram a enxergar que não é só tratando uma parte do problema (o sintoma) que melhorarão a saúde do sujeito (ENTREVISTA 2)22.

Os relatos, de maneira geral, vão de encontro a tudo que foi discutido no decorrer do texto. A compreensão desses profissionais de saúde amplia ainda mais o conceito de saúde, colocando o indivíduo no centro do cuidado e nas decisões sobre a sua própria saúde, tornando-os ativos no seu processo de saúde doença. Nesse sentido, apontam para aquilo que Luz (2007) afirma, quando alerta sobre a concepção de saúde que utiliza no seu estudo:

É importante salientar neste momento que este ‘modelo‘ ou, se preferirem, ‘paradigma‘, se rege por uma lógica inteiramente distinta da lógica hegemônica do combate (e mesmo prevenção) às patologias, tendendo a centrar-se na restauração ou expansão da vida do ser humano, visto como um todo indivisível, considerado parte e expressão, ao mesmo tempo, do meio ambiente natural, social, psíquico emocional e espiritual (pois a dimensão espiritual é considerada no modelo!) (2007, p. 11).

A partir das falas, entendemos que os conceitos de saúde ampliada ganham eco nas entrevistadas, dando repercussão a novas compreensões sobre a relação do sujeito no processo das PICS adotadas, entendendo-se que a saúde passa por um conjunto de fatores variados, ultrapassando a tradicional compreensão da ausência de doenças. Tal olhar se torna mais significativo até mesmo pelo fato do tema, como visto, não ter sido regularmente tratado nas formações iniciais.

Quando questionadas sobre como compreendem a relação das PICS com a proposta de educação em saúde, as entrevistadas sugerem uma forte relação com autocuidado e autonomia (essa palavra apareceu em todas as entrevistas), revelando que as PICS atuam na saúde de maneira a proporcionar que os indivíduos desenvolvam práticas protagonistas no seu processo de saúde/doença

Sobre essa relação, apresentamos esta fala:

Vejo que a relação que se estabelece entre as PICS e a educação para a saúde tem muita relação com a promoção da autonomia do sujeito sobre o seu autocuidado. Ainda existe nas práticas de saúde um teor de ‘depositar’ nos sujeitos as ‘boas práticas de saúde’, onde, na maioria das vezes, não levam em conta a realidade daquele usuário. Essas formas de ‘transmissão’ de informações acabam não valorizando o próprio saber que aquele sujeito tem sobre si mesmo. Vejo que as PICS buscam a promoção da implicação do sujeito sobre o seu processo de cuidado, gerando, por tanto, a autonomia dele. E acredito muito nesta maneira de resgatar essa autonomia nos sujeitos, pois se diferencia de grande parte das práticas no mundo de hoje, onde existem saberes que falam sobre o sujeito, mas acabam negando o conhecimento que o próprio usuário tem sobre si (ENTREVISTA 2).

Ainda sobre o tema educação, surge uma outra perspectiva, para além do

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