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“PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA: VISÃO DOS ENFERMEIROS”

RESUMO

Este estudo teve como motivação a observação do aumento da demanda por Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PIC) no mundo, o processo de institucionalização das mesmas no Brasil, e a crescente legitimação destas por parte da sociedade. Tem o objetivo de identificar a visão dos enfermeiros atuantes na atenção básica sobre as práticas integrativas e complementares em saúde. A coleta de dados foi realizada em um município de grande porte do Estado de São Paulo, por meio de um questionário estruturado e os dados tabulados e analisados estatisticamente. Na visão dos enfermeiros foram identificados os benefícios das PIC nas experiências pessoais e profissionais e, principalmente, a necessidade de incluí-las na formação profissional e educação permanente em serviço, pois o conhecimento dos profissionais sobre a política nacional das práticas integrativas, bem como sobre as práticas propriamente ditas, ainda é restrito. Foi, também, identificado que os profissionais têm interesse em conhecer mais sobre a temática em questão, sugerindo, assim, possibilidades terapêuticas e o apoio dos enfermeiros na implantação das PIC no município.

Palavras-chave: Terapias Complementares, Atenção Primária à Saúde, Enfermeiros.

ABSTRACT

This study was motivated to observe the increased demand for Integrative and Complementary Practices in Health (PIC) in the world, its institutionalization process of in Brazil and with the increasing legitimacy of such by society. It aims to identify the knowledge and the interest of nurses working in complementary and integrative health practices. The data collection was performed in a large municipality of the State of São

Paulo through a structured questionnaire and the data was statistically tabulated and analyzed. The benefits of PIC were identified in the personal and professional experiences, and especially the need to include the PIC in vocational training continuing education in service, because knowledge of the professionals on the national policy of integrative practices, as well as the practices themselves , is still limited. It was also identified that professionals are interested in learning more about the topic in question, suggesting thus therapeutic possibilities and the support of nurses in the implementation of the PIC.

Keywords: Complementary Therapies, Primary Health Care, Nurses.

INTRODUÇÃO

A necessidade dos profissionais da saúde entenderem o processo saúde-doença em um paradigma diferente do modelo biomédico vigente é cada vez mais atual e presente. As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) propõem um modelo de atenção integral à saúde, privilegiando a promoção da saúde como seu eixo estruturante. (1)

As práticas integrativas buscam a visão holística do indivíduo. O holismo vem da palavra grega holos (significa “Todo”), que tem uma visão geral buscando o equilíbrio do ser nos seus aspectos físico, social, mental, espiritual e ambiental. Hoje, são praticadas em todo o mundo, sendo crescente o número de pessoas que se identificam, enfatizando também, a sua importância e benefícios. Trazem uma visão holística do ser humano, fugindo da abordagem fragmentada e mecanicista do modelo médico dominante.

O Ministério da Saúde aprovou, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), com o intuito de integrar as práticas de saúde não convencionais na atenção à saúde. Esta política veio atender, sobretudo, à necessidade de se conhecer, apoiar, incorporar e implementar experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública de municípios e Estados. (2)

A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada do sistema e orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social, considerando o sujeito em sua singularidade, buscando também, a integralidade, (3) sendo este um cenário propício ao

desenvolvimento das PIC, pois tem em sua característica uma equipe multiprofissional, em especial, o profissional enfermeiro, que tem em sua essência de formação o cuidar.

As teorias de enfermagem trazem aspectos holísticos em sua concepção, como o respeito à autenticidade e à individualidade. O cuidado de enfermagem é prestado ao ser humano e não à doença e ao desequilíbrio, e a enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo de seu autocuidado, atuando em contato direto com a população, tendo a possibilidade de esclarecê-la. (4) Sendo assim, o enfermeiro é um profissional que não pode ficar alheio a esse movimento das práticas integrativas.

Diante disso, optamos por identificar a visão dos enfermeiros atuantes na atenção básica sobre as práticas integrativas e complementares em saúde.

METODOLOGIA

O trabalho consiste em uma pesquisa de abordagem quantitativa, onde foi utilizado para coleta dos dados um questionário estruturado adaptado daquele desenvolvido na dissertação de mestrado “Medicinas e terapias complementares na visão de médicos e enfermeiros da saúde da família de Florianópolis” (5), abordando aspectos do conhecimento, interesse, experiência com PIC, entre outros. A escolha da população foi do tipo intencional, constituída por enfermeiros que atuam nas unidades básicas de saúde do Município de Sumaré, localizado no Estado de São Paulo, totalizando 63 enfermeiros. As respostas dos questionários foram digitadas no programa Excel para a tabulação de um banco de dados e analisados estatisticamente, com apresentação das frequências simples e percentual, expostas em forma de tabelas. Os participantes, após receberem as informações sobre o estudo, assinaram o TCLE em duas vias, seguindo as normas da ética em pesquisa, conforme aprovação do comitê de ética em pesquisa da Unicamp em 12/03/2015 com Número do Parecer: 972.678.

RESULTADOS

Através da coleta de dados, em um universo de 63 enfermeiros atuantes na atenção básica, participaram do estudo 54 profissionais, equivalentes a 85,7% da amostra, sendo excluídos apenas nove enfermeiros que estavam em férias ou licença saúde.

Os profissionais que participaram da pesquisa são predominantemente do sexo feminino 92,5%, idade mediana de 36 anos, sendo a variável de idade identificada de 28 a 61 anos. A maioria dos enfermeiros, 62,9% é casada e 64,8% relataram ter filhos.

Os profissionais, predominantemente 61,1%, têm de 6 a 10 anos de formados. Da amostra coletada, apenas nove enfermeiros estudaram o nível superior em escola pública, totalizando 45 profissionais, 83,4% graduados em instituição particular.

A maioria dos enfermeiros relatou ter realizado pós-graduação, havendo apenas nove não especializados, tendo assim um total de 79,6% enfermeiros pós-graduados, sendo destes, 19 profissionais, 44,1% relataram pós-graduação em saúde da família/saúde pública. Apenas uma enfermeira relatou ter pós-graduação em práticas integrativas, no caso, em acupuntura.

Tabela 1 – Caracterização da amostra: perfil dos enfermeiros da atenção básica do Município de Sumaré-SP, 2015: Variável N % Sexo Feminino 50 92,59 Masculino 04 7,41 Faixa etária

Menos do que 35 anos 24 44,44

35 anos ou mais 30 55,56 Estado civil Solteiro 14 25,93 Casado 34 62,96 Divorciado 04 7,41 Viúvo 02 3,70 Possui filhos Não 19 35,19 Sim 35 64,81 Número de filhos Nenhum filho 19 35,19 Um filho 20 37,04

Dois filhos 12 22,22

Três filhos 03 5,56

Tempo de formado (anos)

Menos de 5 anos 06 11,11

6 a 10 anos 33 61,11

Mais que 11 anos 15 27,78

Durante a formação, 50 profissionais, correspondentes a 92,5% dos enfermeiros, relataram não ter tido na graduação disciplina optativa e nem obrigatória voltada para as PIC. Com isso, notamos a fragilidade da formação dos profissionais da saúde em relação às práticas integrativas.

Através do questionário estruturado, foram identificados 16 profissionais, 29,63% que relataram ter realizado algum curso na área. Do quantitativo de 16 profissionais capacitados, 11 relataram ter formação em Lian Gong, uma em florais de Bach, uma em fitoterapia, uma em terapia comunitária e Shantala, uma especialista em acupuntura, auriculoterapia, shiatsu e reiki nível 1 e 2, terapia transpessoal e meditação, e por fim, uma em formação de especialização em terapias holísticas integradas e capacitação em meditação, moxabustão, radiestesia, reflexologia, quiropraxia, aromaterapia, cromoterapia, cristaloterapia e reiki nível 3.

Conforme a tabela 2, sobre a opinião dos profissionais acerca das PIC, nenhum profissional afirmou que as práticas são relacionadas ao efeito placebo e que não têm validade científica. Porém, 52 profissionais o correspondente a 96,3% assinalaram que são práticas terapêuticas complementares e 74% concordam que as PIC representam um entendimento mais amplo do processo saúde-doença.

Todavia 100% dos profissionais concordam com a inclusão de Homeopatia, Acupuntura/Medicina Chinesa, Fitoterapia/plantas medicinais e termalismo (uso de banhos termais e águas minerais) no SUS, conforme recomenda a PNPIC. Porém 10 profissionais, correspondentes a 18,52% informaram concordar, mas com a ressalva de serem inclusas somente algumas dessas práticas no SUS.

Tabela 2 – Conhecimento dos enfermeiros sobre as práticas integrativas e complementares em saúde – Sumaré-SP, 2015:

São práticas e crenças

relacionadas ao efeito placebo N %

Não 54 100,00

Sim 0 0 Concorda que Não tem validade

científica

Não 54 100,00

Sim 0 0

Somente deveriam ser usadas as comprovadas pela ciência

Não 52 96,30

Sim 02 3,70

São práticas terapêuticas complementares

Não 02 3,70

Sim 52 96,30

São importantes práticas de saúde independentes da biomedicina

Não 33 61,11

Sim 21 38,89

Representam um entendimento mais amplo do processo saúde- doenças

Não 14 25,93

Sim 40 74,07

Representam um entendimento diferente do processo saúde- doença

Não 35 64,81

Sim 19 35,19

Não tem opinião a respeito

Não 53 98,15

Sim 01 1,85

Conhecimento da PNPIC

Não conhece 01 1,85

Somente ouviu falar 22 40,74

Conhece parcialmente 20 37,04

Conhece 09 16,67

Conhece e debateu 02 3,70

Níveis de inserção no SUS

Em todos os níveis 19 35,19

Na atenção primária e secundária 21 38,89 Na atenção secundária 02 3,70

Na atenção primária 12 22,22

A partir da tabela 3 foi possível identificar que as pessoas têm interesse pelas PIC. Apenas três pessoas relataram ter pouca curiosidade, as demais gostariam de conhecer, participar e/ou fazer uma especialização, totalizando estes 94,45% dos profissionais.

Tabela 3 – Interesse dos profissionais pelas Práticas integrativas e complementares em saúde. Sumaré-SP, 2015:

Interesse pelo tema N %

Tem pouca curiosidade 03 5,56 Gostaria de conhecer 18 33,33 Gostaria de participar 19 35,19

Necessidade de abordagem das PIC na formação

Sim 54 100,00

Como disciplina optativa

Não 32 59,26

Sim 22 40,74

Como disciplina obrigatória

Não 29 53,70

Sim 25 46,30

Como curso de especialização

Não 29 53,70

Sim 25 46,30

Abranger pesquisa, educação e

extensão

Não 36 66,67

Sim 18 33,33

Conforme observamos na tabela 4, 85,1% dos profissionais afirmaram que há oferta de PIC na sua unidade local, sendo que 79,6% destas unidades afirmaram a prática realizada na unidade como sendo o Lian Gong.

Ainda sobre as PIC há desconhecimento dos profissionais sobre a oferta de práticas na comunidade em que trabalha, 38,8% não sabem se há oferta de práticas na comunidade. Também desconhecem o interesse da comunidade por PIC e mais da metade dos profissionais, correspondente a 59,26% afirmaram que o interesse pelas PIC é pequeno e moderado.

Tabela 4 – Práticas integrativas e complementares em saúde e a percepção dos enfermeiros no nível local. Sumaré-SP, 2015:

Oferta de PIC na sua unidade

local N %

Não 7 12,96

Sim 46 85,19

Não sei 1 1,85

Oferta de PIC na comunidade em que trabalha

Não 20 37,04

Sim 13 24,07

Não sei 21 38,89

Interesse da comunidade pelas PIC Indiferente 2 3,70 Pequeno 21 38,89 Moderado 11 20,37 Grande 5 9,26 Não sei 15 27,78 DISCUSSÃO

Observa-se através dos relatos que há uma defasagem na formação profissional dos enfermeiros em relação às PIC sendo necessário que os estudantes tenham nos cursos formativos uma grade curricular. Inclusive, destaca-se que na graduação, os alunos tenham a oportunidade de reconhecer as diferenças filosóficas e culturais que dão suporte às práticas, pesquisas científicas, apropriação do saber popular, com temas que permitam aos profissionais refletirem sobre a necessidade de incluir as PIC na sua prática de enfermagem.(6)

Além disso, o profissional que cuida do ser humano deve considerar o saber popular, viabilizando um cuidado singular, centrado em suas crenças, valores e estilo de vida. A educação popular em saúde vem ao encontro da formação do profissional

enfermeiro, que a utiliza como uma ferramenta de trabalho, resgatando o seu papel de educador na perspectiva do cuidado. Porém, este é um dos nossos desafios encontrados: sensibilizar os cursos de graduação e pós–graduação do campo da saúde, para a importância do investimento da formação em PIC na formação.

Os profissionais identificaram que as PIC representam um entendimento mais amplo do processo saúde-doença. Esse conhecimento dos profissionais relaciona-se exatamente aos objetivos das PIC, que, além do processo diagnóstico e terapêutico, ensina o paciente a conhecer seu corpo, sua mente, sua saúde, seu adoecimento, enfim, o processo de adoecer e se curar, promovendo autonomia e menores intervenções médicas e a construção de uma vida saudável, (7) todavia muitos desses profissionais também afirmaram que as PIC são práticas complementares, atrela-se isso ainda à formação deficiente e conhecimento empírico que muitos tem sobre tais práticas. Há um tempo, observamos a crescente insatisfação da população com a medicina ocidental, devido à sua dicotomia do cuidado. Este desencantamento leva as pessoas a procurarem outras formas de tratamento.(8,9)

A formação dos profissionais e a prática profissional mantêm as atitudes e os padrões de comportamento de um sistema de crença que desempenha um importante papel na causa de muitas das enfermidades que a medicina pretende curar. (10)

Capra (10) diz que:

A crença na certeza do conhecimento científico está na própria base da filosofia cartesiana e na visão de mundo dela derivada, e foi aí, nessa premissa essencial, que Descartes errou. A física do século XX mostrou-nos de maneira convincente que não existe verdade absoluta em ciência, que todos os conceitos e teorias são limitados e aproximados.

É observado que a visão cartesiana considera real apenas aquilo que pode ser visto, palpado, enfim, o que é concreto. A fragmentação do pensamento, bem como o reducionismo na ciência e especializações na medicina ocidental, são decorrentes da influência deste método cartesiano. (11)

Muitas unidades tem a prática do Lian Gong, relaciona-se isso à formação que foi ofertada aos profissionais de todas as unidades de saúde do município e estimulada a construção da prática junto aos usuários. Nota-se que, apesar da última capacitação ter sido no ano de 2008, os grupos da prática corporal se sustentaram até os dias de hoje,

porém é notável a passividade dos profissionais e usuários em não reivindicar a oferta de outras PIC.

Percebe-se que as PIC vêm sendo gradativamente inseridas no SUS, como prevê a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Todavia, ainda há escassez de estudos publicados nessa área. A maioria dos profissionais somente ouviu falar da PNPIC ou a conhece parcialmente.

No Brasil, a publicação da PNPIC foi um marco importante para a difusão da informação e ampliação do acesso aos gestores e profissionais. (9) Contudo, a política não foi identificada nesta pesquisa como instrumento decisivo para o conhecimento das PIC. Aparece, em decorrência disso, o desconhecimento da PNPIC, ou um saber superficial. No questionário, não foi previsto definir os motivos do desconhecimento todavia diferente de outras políticas nacionais a PNPIC teve uma baixa divulgação pelos gestores federais desencadeando esta baixa visibilidade nas demais esferas de governo.

A maioria dos profissionais acreditam que as práticas devem ser ofertadas na atenção básica. Isso é um fator importante a ser considerado pois na atenção básica, visamos o acesso universal, vínculo, troca de experiência entre os usuários, trabalho em equipe, coordenação do cuidado e a perspectiva de um cuidado ampliado. Isso permite um deslocamento para as questões de qualidade de vida, parceria, promoção da saúde, com enfoque familiar e comunitário, integrando as ações de cuidado que são convergentes as atribuições das PIC. (12)

Todavia, as características da APS necessitam ser também reconstruídas, pois temos a hegemonia de um cuidado biomédico, cuja construção está atrelada criticamente ao enfoque biologicista e fragmentário da biomedicina, centrado nas doenças, no uso abusivo de tecnologia dura e uma tendência à impessoalidade, tornando este um desafio para a inclusão das PIC no SUS.

Através deste estudo foi possível identificar que as pessoas tem interesse pelas PIC, desejam conhecer e participar de cursos. Notamos, com isso, a necessidade de educação permanente na instituição e incentivo para o despertar das práticas integrativas no nível local, assim como na formação profissional, sendo que 100% dos profissionais referiram a necessidade da abordagem das PIC na graduação.

O movimento de busca das práticas integrativas intensificou-se na década de 1960, quando se teve o início da contracultura e se trouxe de volta as medicinas vitalistas, como a medicina chinesa e a homeopatia, propondo um novo modelo de

atenção motivado por vários fatores como o aumento das doenças crônico- degenerativas; aumento da expectativa de vida; crítica à relação de poder entre médicos e pacientes, em que o profissional não fornece informações suficientes sobre o processo saúde-doença do usuário; consciência de que a medicina convencional é deficiente para solucionar determinadas doenças, especialmente as crônicas, gerando assim, uma insatisfação. (8)

Ainda sobre as PIC há grande desconhecimento dos profissionais sobre a oferta de práticas na comunidade em que trabalha. Considera-se esse dado decorrente da escassez de informações sobre PIC em nosso meio, sendo necessárias definições de políticas públicas de saúde mais amplas e acessíveis para a população brasileira. A prática mostra que o acesso e uso das PIC tem frequência maior em pessoas economicamente ativas, com maior nível de renda e escolaridade, com acesso aos planos de saúde ou serviços particulares, sendo dificultado àqueles que dispõem somente dos serviços públicos de saúde. É preciso que as instituições de ensino em saúde assumam uma atitude proativa, estejam atentas às necessidades de saúde da população, empenhando-se na formação na graduação, pós-graduação, educação permanente e continuada de profissionais referentes às práticas integrativas. (13,14)

CONCLUSÃO

Considerando a formação do enfermeiro, percebe-se que existe uma lacuna com relação às diversas, novas ou tradicionais, maneiras de cuidar. Prevalece a construção do conhecimento científico, fragmentado e desarticulado dessas práticas integrativas de saúde. É imprescindível investir no exercício de reflexão para modificar práticas e mitos existentes, sendo necessário maior investimento em PIC na formação acadêmica e a educação permanente ativa no cotidiano dos profissionais, promovendo, assim, o empoderamento nos espaços em que se insere.

Com este estudo, podemos notar que apesar da prática dos enfermeiros estar direcionada para o modelo biomédico, a enfermagem fundamenta-se na visão integral do ser humano, e foram identificados muitos enfermeiros com interesse em aprofundar seus conhecimentos no que diz respeito às práticas integrativas, bem como conhecer mais a respeito, sugerindo a implantação municipal ampla das PIC com foco na atenção básica.

REFERÊNCIAS

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5. Thiago SC, Tesser CD. Percepção de Médicos e Enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família sobre Terapias Complementares. Florianópolis: 2010. Rev Saúde Pública 2011; 45(2):249-57.

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11. Barbosa, MA, Fonseca, APM, Bachion, MM, Souza JT, Faria RM, Oliveira LMAC, Andraus LMS. Terapias alternativas de saúde x alopatia: tendências entre acadêmicos de medicina. Revista Eletrônica de Enfermagem (online), Goiânia. 2001; 3(1).

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13. Rodrigues Neto JF, Faria, AA de, Figueiredo MFS. Medicina complementar e alternativa: utilização pela comunidade de Montes Claros, Minas Gerais. Rev.

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