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Em universo de 63 enfermeiros atuantes na atenção básica, 54 participaram do estudo respondendo a um questionário estruturado sobre a visão que eles tem em relação às PIC, sendo que 23 profissionais, totalizando 42,59% realizaram algum comentário na questão aberta que proporcionava a sua livre expressão. Todos os comentários foram de cunho positivo, com desejo de que as práticas se difundam e ampliem o conhecimento aos trabalhadores e usuários.

Os profissionais que participaram da pesquisa respondendo ao questionário estruturado são predominantemente do sexo feminino, idade mediana de 36 anos, sendo a variável de idade identificada de 28 a 61 anos e, a maioria, correspondente a 61,1%, têm de 6 a 10 anos de formados. Através do questionário estruturado, foram identificados 16 profissionais, 29,63% que relataram ter realizado algum curso relacionado às PIC. Já os entrevistados são todos do sexo feminino, com idade média de 39 anos, tempo de formado de 5 a 10 anos, atuantes na atenção básica, com prática pessoal ativa de PIC. Uma das profissionais possui acupuntura, auriculoterapia, shiatsu

e reiki nível 1 e 2, terapia transpessoal e meditação. A outra está há um ano em formação de especialização em terapias holísticas integradas e tem capacitação em meditação, moxabustão, radiestesia, reflexologia, quiropraxia, aromaterapia, cromoterapia, cristaloterapia e reiki nível 3. E, por último, uma com formação em toque terapêutico.

As respostas da questão aberta e das entrevistas foram lidas, relacionadas e agrupadas em eixos temáticos, sendo eles: 1 – Experiências exitosas com práticas integrativas e complementares em saúde; 2 – Necessidade de inclusão das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na formação profissional e Educação Permanente; 3 – Necessidade de ampliação da oferta de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde no SUS.

Experiências exitosas com Práticas Integrativas e Complementares em Saúde As práticas integrativas e complementares incluem uma forma mais ampla em relação ao cuidado e à cura, demonstram efeitos benéficos, considerando o indivíduo em sua integralidade nos aspectos: físico, psíquico, emocional e social; exercendo a humanização, fortalecendo o vínculo e desenvolvendo a autonomia do indivíduo. Foram muitos comentários a respeito dos benefícios das PIC, tanto no uso pessoal quanto profissional destes enfermeiros.

“Acho interessante, obtive bons resultados quando usei fitoterápicos para tratamento de feridas crônicas e também nas minhas experiências pessoais usando práticas como massagens, acupuntura para alivio de dores e ansiedade”. (Q8).

“É um tema pela qual me interesso e que inclusive foi abordado em meu TCC da graduação. Penso que as práticas integrativas podem contribuir muito para melhorar a qualidade de vida das pessoas e também promover o autoconhecimento. Acredito que com a introdução das práticas há uma diminuição significativa no uso das medicações analgésicas e anti-inflamatórias”. (Q12)

Com a oferta das PIC no SUS, as pessoas vêm tendo a possibilidade de escolher a forma como querem ser tratadas, em um contexto de ampliação do cuidado, visando mudanças nas representações de saúde, doença, tratamentos e cura.

As PIC buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo em uma visão ampliada do processo saúde-doença, promovendo o cuidado e o autocuidado do indivíduo. São ações que trazem benefícios, com custos relativamente baixos e com oportunidade de melhora da qualidade de vida, diminuem o afastamento do trabalho por doenças oportunistas, o uso excessivo de medicamentos e gera o empoderamento do indivíduo.

Trouxeram também em seus discursos, os benefícios das PIC e a importância que veem para que sejam, efetivamente, implantadas no sistema de saúde, para que o acesso seja enfim, viabilizado para os usuários do SUS.

Vivemos em uma sociedade em que o sistema de saúde não dispõe de recursos suficientes, nem de profissionais qualificados para a escuta e o cuidado integral, resultando disso a medicalização de problemas, que, muitas vezes, não têm origem orgânica e, consequentemente, não diminuem o sofrimento da população. E as pessoas seguem em busca de outros recursos que atendam não só as necessidades físicas, mas também psicológicas e espirituais.

“Pelas diretrizes do SUS, as práticas tem tudo a ver, porque ela vê a pessoa como um todo e não vê como partes, então, isso ajuda bastante e favorece mais a saúde do que a doença. Você trata o que está ruim, você previne também doenças”. (Azaleia)

O modelo biomédico caracteriza-se pela visão fragmentada do ser humano e por se colocar como saber hegemônico, frente ao saber popular. Estes fatos mostram-se opostos à ideia de cuidado integral e acolhimento do ser humano. A criação do SUS trouxe uma proposta de assistência universal e integral, mas a formação dos profissionais e a estrutura organizacional dos serviços de saúde dicotomizam o cuidado, fragmentando o indivíduo. (5) E a procura por estas práticas surge exatamente pelo fato de, muitas vezes, o sujeito ser tratado por partes.

Um dos principais pontos levantados para a inserção das PIC no SUS foi a necessidade de um cuidado integral para os indivíduos, um cuidado que os empodere e promova saúde sem a dependência medicamentosa, mas sim, buscando a qualidade de vida.

A medicalização é um processo em expansão progressiva do campo da biomedicina relacionado às iatrogenias, com perda do manejo da maior parte das situações de dor, adoecimento e sofrimento. Torna-se necessário o resgate da autonomia das pessoas no processo saúde-doença. Na tentativa de superar a medicalização, destacamos as práticas integrativas e complementares. (6)

Foi destacado a medicalização como um dos grandes males da sociedade atual, a dependência medicamentosa e a necessidade de desmistificar este modo de viver:

“Muito grande, [a necessidade de implantação das PIC] porque assim, o que eu percebo, onde trabalho há muitas pessoas que usam psicotrópicos e outras Práticas poderiam estar ajudando antes de iniciar o psicotrópico. Hoje, 40% da nossa população adulta faz uso de psicotrópico, é um absurdo”. (Gardênia)

A medicalização gera dependência, com redução dos cuidados, e foco no cumprimento das prescrições profissionais desconsiderando fatores sociais, emocionais, subjetivos, morais e culturais. (7) Também deve ser discutida no campo da saúde mental, pois transforma sofrimentos e vivências que antes eram administrados pelo próprio indivíduo em problemas médicos, doenças ou transtornos. A busca pelas PIC é fundamental nesse caráter desmedicalizante, mesmo que limitadamente. Proporciona uma melhor relação profissional-usuário, a mobilização da autonomia, a busca de participação ativa no seu processo de cuidar e uma significação mais holística para os adoecimentos. (8,9)

Necessidade de inclusão das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na Formação Profissional e Educação Permanente

Foram levantados alguns pontos que dificultam o processo de implantação das PIC no SUS. Nos relatos, identificou-se que o modelo de atenção médico centrado torna-se um entrave para a implantação.

“É o modelo de atenção, é o modelo de sociedade que a gente vive, que é o modo cartesiano, tem que mudar paradigmas, tem pessoas que não acreditam nisso, como se precisasse acreditar, coisas que já são provadas. Falta estudo, falta apresentação do

modelo de fato, fazer alguns estudos in loco, pros próprios gestores verem, acho que é isso”. (Azaleia)

“Acho que falta foco, vontade da administração, ela não vê os benefícios, custos baixos, acho que é diretriz mesmo. Tem que ter a diretriz, ainda está muito centralizado no médico ai quer mudar, mas está centralizado no médico, eles mesmos pensam no médico”. (Gardênia)

O modelo de atenção à saúde é a forma de organização das relações entre sujeitos (profissionais de saúde e usuários) mediados por tecnologias (materiais e não materiais) utilizadas no processo de trabalho em saúde, cujo propósito é intervir sobre os problemas e necessidades. (10,11) O modelo de atenção à saúde no Brasil tem sido marcado pela predominância da assistência médica curativa e individual, pela fragmentação do cuidado e pelo entendimento de saúde como ausência de doença.

Há que diversificar o processo de validação e legitimação das práticas para além da ciência e da biomedicina. É necessário democratizar o tema e desmistificá-lo. A ciência pode ser um ponto de apoio para legitimação, não o único, nem sempre necessário, mas é nítida a necessidade de mais estudos e pesquisas. Outros valores, além dos científicos, são desejáveis na promoção da saúde. Torna-se necessário fomentar ativamente as instituições, pesquisas, estudos, capacitação e oferta de saberes/técnicas presentes nas práticas. (12)

A fragilidade dos conselhos municipais de saúde foi outro ponto colocado enquanto dificuldade, conselhos pouco capacitados e informados, que trazem em seu discurso a necessidade constante de profissional médico como solução dos problemas do setor saúde, sendo isso também, reflexo do modelo de atenção preponderante na atualidade.

“Eles não entendem, não tem percepção, brigam por médico, médico, está muito centrado no médico, mas isso vem lá de cima e uma diretriz daqui [da Secretaria Municipal de Saúde]”. (Gardênia)

A participação popular é um instrumento importante garantido na Constituição para reinvindicações e lutas por melhorias no setor saúde e consiste na articulação dos usuários, gestores e dos trabalhadores de saúde, com a finalidade de estabelecer uma relação entre conselheiros e a base, sendo uma forma de aumentar a mobilização, não

afastando os representantes da sua base. Desta forma, a participação nos espaços institucionais com esta concepção imprecisa de cidadania pode levar os usuários do SUS a não lutarem por reivindicações específicas ou coletivas e a apenas cumprirem o papel de aprovadores de programas e pacotes ministeriais de financiamento para a saúde. (13)

Criar mecanismos de participação social para que o processo de politização promova o rompimento com o modelo de saúde centrado na saúde individual e nos interesses particulares e se desloque para um entendimento de saúde pública é fundamental para o acesso e qualidade da atenção. (14) Torna-se fundamental a apresentação da PNPIC para os conselhos de saúde com vistas a criar parcerias para lutar pela implantação das PIC nas instituições de saúde.

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde é pouco divulgada e de baixo conhecimento para os profissionais, tendo sido também, apontada como uma das dificuldades para implantação das PIC no SUS, como nos trechos a seguir:

“A política é interessante como todas as políticas são interessantes para regulamentar, servir [como] marco para levar para os serviços. Agora, eu acho ela pouco divulgada e ela tem um conteúdo pequeno, tem um conteúdo pequeno sobre o que é cada coisa, acho que é isso, e como é uma política, todas as políticas de saúde da atenção básica costumam ser um pouco maiores, um pouco mais destrinchadas. É um conteúdo explorado e até porque tem uma questão que ela limita um pouco as Práticas Integrativas, não tem todas que a gente conhece, bioenergética e um monte de outras coisas, então para quem é muito cartesiano não consegue enxergar nada, quem conhece tudo sabe que é só uma diretriz, quem não conhece nada fica ruim”. (Azaleia)

“É uma política fraca porque se fosse uma política forte teria mais adesão dos municípios. É uma política ainda com baixo acesso. Práticas integrativas ou você tem acesso, ou é uma casa beneficente ou é pago”. (Gardênia)

Em alguns estudos, não temos a PNPIC identificada como instrumento decisivo para a implementação das PIC nas instituições. Assim, nota-se decorrente desconhecimento da PNPIC entre trabalhadores e gestores. (15)

O Ministério da Saúde vem publicando frequentemente documentos que apontam caminhos para efetivação do SUS, mas em nenhum deles existem citações ou referências às Práticas Integrativas e Complementares. Elas também não estão inseridas no Pacto pela Saúde, tornando-se, assim, uma política isolada, pouco conhecida e de restrita influência. Considera-se também, que a PNPIC tem pequena importância para o gestor quando comparada com outras políticas. (15)

Notou-se um incômodo em relação à formação dos profissionais, com sugestões de que seja incluída durante a graduação a temática das Práticas Integrativas para que a formação seja integral e o profissional tenha conhecimentos sobre tais práticas.

“Seria muito importante a abordagem das práticas integrativas como disciplina obrigatória para a formação dos profissionais da área de saúde para implementar e encorajar o auto cuidado dos pacientes, estimulando o mecanismo natural de prevenção a doenças e recuperação da saúde, integrando o ser humano com o meio ambiente e a sociedade em que vive, assim facilitando a adesão ao tratamento proposto e abrindo o leque de cuidado para o paciente”. (Q31)

“Deveria ser obrigatório nas escolas. Precisa de investimento por parte do Estado e municípios neste assunto”. (Q49)

Torna-se necessário um processo educativo que prepare os profissionais de saúde para a atuação com as PIC, para uma melhor atuação dentro da realidade do SUS, estimulando mudanças no padrão biomédico e medicalizante do cuidado e da promoção da saúde. A formação dos profissionais de saúde deve ser discutida em um amplo processo que estimule a inserção de disciplinas sobre PIC na formação e especialização dos mesmos, contribuindo para que as tornem mais conhecidas e praticadas, assim como, também, a educação permanente em serviço.

“Ser melhor divulgado pelo SUS, para conhecimento da população e oferecer aos profissionais qualificação para aplicação de algumas práticas”. (Q23)

Considera-se um desafio aos gestores públicos a efetiva institucionalização das PIC no SUS, devido aos diversos desafios diários de gestão, como o reduzido número de recursos humanos capacitados, baixo financiamento para as práticas e poucos

espaços institucionais para desenvolvimentos das mesmas. Reconhece-se a importância do estabelecimento de orientação de implantação para a gestão local e uma política municipal para a consolidação das PIC. (8)

“Sugiro que as Práticas integrativas sejam adotadas no SUS, pois há muita medicalização ainda. Seria importante um maior investimento do governo para que isso venha a acontecer. Investir em profissionais que trabalharão nesta área, isso seria um grande ganho para os serviços que trabalham com a clientela do SUS e seria de grande valia para os pacientes”. (Q29)

A educação permanente em saúde é outro ponto a ser considerado em saúde, pois é realizada no âmbito do trabalho e destina-se a refletir sobre esse processo considerando as necessidades de saúde dos usuários/população, tendo como objetivo constituir uma rede de ensino-aprendizagem no exercício de trabalho, pois no setor da saúde, ocorre uma concentração do saber em áreas técnicas de profissionais específicos, anulando as realidades locais em prol do conhecimento técnico. Portanto, faz-se necessário ampliar as possibilidades através da interação intersubjetiva, em direção às necessidades de saúde. (16)

Nesse sentido, a educação permanente poderia representar uma possibilidade de resgate de espaços do trabalho para o desenvolvimento de racionalidade, discussão sobre as práticas integrativas e a necessidade de um olhar holístico, atualização profissional e empoderamento dos profissionais para a ampliação do acesso as Práticas Integrativas na atenção básica.

A integralidade como eixo norteador das capacitações em saúde possibilita a articulação dos saberes e práticas interprofissionais em um conceito ampliado de saúde que respeita a subjetividade do usuário mediante o acolhimento e a responsabilização para superar as práticas centradas em procedimentos com foco na doença. (14) Sendo assim, o processo educativo pode se caracterizar como um cuidado das instituições para com os seus sujeitos-trabalhadores na perspectiva de uma práxis transformadora. Busca- se rescindir com o usual e instituir novas maneiras de pensar/agir. A educação permanente torna-se um desafio, porque propõe mudança e transformação. (17)

Necessidade de ampliação da oferta de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde no SUS

Há grande aceitação das PIC pelos profissionais que participaram do estudo, porém, há baixo índice de conhecimento sobre as mesmas. Existe uma necessidade de apoiar e fortalecer as ações de informações das PIC e de fazer maior divulgação sobre PNPIC. A incorporação das Práticas Integrativas e Complementares na rede pública de saúde brasileira está em lenta expansão e esta questão foi percebida nas respostas de alguns profissionais, como podemos verificar abaixo:

“Acredito em ‘medicina alternativa’. Gosto, atualmente. Como trabalho em um território urbano/rural, a questão das ervas medicinais é muito viva e pouco explorada quando ampliamos o olhar para a instituição. É necessário ampliar e discutir o assunto”. (Q4)

Para ampliar o acesso seguro e de qualidade a práticas não convencionais, antes restritas à rede privada, o Ministério da Saúde aprovou, em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde. Inseridas nessa política estão também as práticas corporais, destinadas à promoção da saúde e prevenção de doenças. Porém, nota-se no discurso das pessoas o desejo de que as práticas integrativas sejam ampliadas e divulgadas.

“É interessante e ajuda no processo para amenizar doenças crônicas, havendo pouca procura, pois não é bem divulgado”. (Q26)

As respostas trazem consigo a necessidade de maior esclarecimento para a população e também para os profissionais em relação às práticas, para que o interesse e conhecimento para tais aumente. Há o interesse da comunidade pelas PIC, sendo este maior para chás e fitoterapia. Porém, devido ao acesso da população, fortalece-se a ideia de que a população se utilize das mesmas sem o acompanhamento de profissionais de saúde. (10)

Entre os profissionais da saúde, também houve o comentário de que a equipe necessita de maiores informações sobre as PIC, até mesmo para auxiliar na divulgação e orientação aos pacientes:

“Maiores informações sobre a prática junto à equipe de saúde das unidades. O conhecimento a respeito ainda é restrito”. (Q10) “Acredito que a abordagem deste tema ainda é pouca na área da saúde, pela falta de conhecimento dos profissionais e principalmente pela crença nestas práticas definindo-as como inferiores à prática da medicalização atual. É importante desenvolver estudos nesta área e a futura implementação no SUS, principalmente na atenção básica acredito que muitos problemas/patologias teriam a cura ou a estabilização da enfermidade”. (Q28)

Com isso, observa-se que, apesar da construção da PNPIC, é necessário um trabalho de divulgação e ampliação do conceito de PIC, bem como o acesso a elas. A promoção de capacitações para a aproximação dos profissionais a essa temática é urgente, como discutido na categoria anterior.

A busca pelas práticas integrativas demonstra a necessidade de reconhecer e refletir a possibilidade do estabelecimento de um diálogo construtivo entre a tradição e a medicina moderna, resultando em melhor qualidade de vida para os pacientes. É visto que a grande maioria dos usuários aceitaria o uso de PIC se estas fossem oferecidas pela unidade de saúde. Porém, falta divulgação e programas sociais que busquem apresentar ao público, e também aos profissionais de saúde, os benefícios que tais terapias podem trazer para a vida dos usuários. (10)

Foi identificado que as PIC têm boa aceitação na comunidade, contudo, um dos entraves apontados à PNPIC é justamente o desconhecimento da população.

“Acho que teria uma boa aceitação da comunidade, se fosse explicado e orientado a eles porque muitos desconhecem e não sabem nem do que se trata”. (Jasmim)

“Depende do tipo de prática, Práticas mais cartesianas acho que sim, as que são usadas mais para as coisas mais sutis, acredito que ai você teria um pouco mais de dificuldade de aceitação, por conta dos nossos pacientes serem evangélicos, essas coisas. Acupuntura tem uma aceitação boa porque eu já fiz, auriculo também tem aceitação boa, shiatsu acredito que

também porque é imediato, agora reiki envolveria outras coisas, outros porém, acredito que não.” (Azaleia)

As práticas populares devem ser valorizadas, pois, muitas vezes, os indivíduos procuram formas de tratamento e prevenção de doenças diferentes daquelas adotadas pela medicina convencional. Há pessoas que, ao mesmo tempo ou de forma alternada, procuram benzedeiras, usam chás, fazem simpatias, aderem fervorosamente a uma religião e/ou seguem o tratamento prescrito pelo médico. A medicina popular, também conhecida como medicina do povo, pode ser conceituada como todas as práticas relativas ao processo saúde-doença que ocorrem independentemente do domínio da medicina institucionalizada. As práticas populares estão presentes e, muitas vezes, constituem-se na única fonte de acesso que a população tem para a cura de doenças. (9)

Muito ainda deve ser investigado em relação à escolha terapêutica dos pacientes;

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