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1. FUNDAMENTOS TEÓRICO SOBRE LUDICIDADE

1.3 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A PARTIR DO LÚDICO

É importante que o professor leve para a sala de aula, de forma consciente e planejada a ludicidade, já que ela tem apenas a acrescentar tanto em sua formação contínua quanto no aprendizado das crianças. Por meio do lúdico o educador pode realizar jogos e brincadeiras infantis que possibilitam ao mesmo tempo explorar e formalizar conceitos de maneira que seja prazeroso para a criança, pois o brincar faz parte de seu mundo, faz parte de sua realidade. A criança, por meio do brincar, acaba por instruir-se, ou seja, ela aprende brincando, aprende lições fundamentais para sua vida.

Silva (2018, p. 13) destaca ainda que.

As brincadeiras representam no mundo real atividades constitucionais para as crianças e são importantes em todos os aspectos de sua formação, já que sua personalidade começa a se solidificar no ato de brincar, onde estão inseridas relevantes funções, capazes de ajudar a criança no seu desenvolvimento, no seu aprendizado e na influência mútua com o ambiente onde interage responsável pela construção de sua identidade, observando também que a criança dedica a maior parte do seu tempo ao brincar.

No brincar ocorrem processos psíquicos que preparam o caminho de transição da criança para um novo e mais elevado nível de desenvolvimento, e é por meio do “brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos” (VYGOTSKY, 2000, p. 126).

Durante o brincar é fundamental a participação do professor, pois permite que ele possa conhecer seus alunos, e esse fator influenciará positivamente em sua prática. Vale destacar ainda que, qualquer que seja a brincadeira, a questão central é não esquecer do aspecto lúdico envolvido nela.

A brincadeira é um momento que o imaginário da criança deve ser respeitado e deve ter um espaço para isso. Dessa forma, cabe ao professor observar se as propostas de jogos e brincadeiras em sala de aula estão despertando uma motivação interna na criança. Sem essa

motivação, o objeto externo não atingirá os objetivos desejados pelo professor, no campo cognitivo. Nadaline e Final (2013, p. 09) dizem que.

O professor precisa nutrir o interesse do aluno, sendo capaz de respeitar o grau de desenvolvimento das múltiplas inteligências do mesmo, do contrário a atividade lúdica perde completamente sua riqueza e seu valor, além do mais o professor deve gostar de trabalhar esse novo método sendo motivador a fazer com que os alunos gostem de aprender, pois se o educador não se entusiasmar pelo que ensina o aluno não terá o interesse em aprender.

O professor, durante sua prática precisa ser ativo e mostrar para as crianças que o ato de brincar e aprender caminham juntos, e que além de divertir a todos, vem para ensinar também. É essencial que o educador busque sempre que possível motivar seus educandos.

Porém, não é necessário que o educador intervenha sempre em todas as brincadeiras, pois agindo dessa forma estará destruindo a naturalidade do brincar, apenas que fique auxiliando, assim já é necessário. Em outras situações, de maneira planejada, o professor usará esse recurso para que o aluno se aproprie de alguns conhecimentos mais escolares.

Para que o lúdico seja utilizado nas escolas como função educativa, é necessário que ele seja pensado e planejado dentro de uma proposta pedagógica, para que não seja utilizado apenas nos horários livres, recreio, ou após o término das atividades de aula. Deverá ser inserido em todos os momentos, pois assim ele estará gerando a construção de conhecimentos. Os professores deverão compreender melhor os efeitos que as atividades lúdicas provocam no comportamento humano de seus alunos.

Santos (2010, p. 173) diz que.

O lúdico é uma característica fundamental do ser humano, do qual a criança depende para se desenvolver. Para crescer, brincar e para se equilibrar frente ao mundo precisa do jogo. Aprender brincando tem mais resultados, pois a assimilação infantil adapta-se facilmente à realidade.

O envolvimento na brincadeira estimula o impulso da criança para a exploração e descoberta. Isso motiva a criança a ganhar domínio sobre seu ambiente, promovendo foco e concentração. Ele também permite que a criança se envolva nos processos de pensamento flexíveis e de nível superior considerados essenciais para o aluno do século XXI. Entretanto, as brincadeiras realizadas, na educação infantil, devem ter planejamento, possibilitando o desenvolvimento integral de suas habilidades motoras, mentais e sociais básicas; fundamental para o crescimento saudável (TAVARES, 2017).

Quando as pessoas dizem aprendizagem baseada em brincadeiras, penso que o que eles procuram é: Basta colocá-los em uma sala com um monte de brinquedos e deixá-los ir em frente, e para quem conhece o lúdico sabe que não funciona assim. Mas, o brincar deve fazer parte de todo processo educativo desde o planejamento, que deve considera-lo fundamental.

Seguindo esse prisma Oliveira (2012, p. 63), evidencia que

[...] a escola fornece contextos variados e diferentes para o brincar. Nessa condição uma das competências da escola de ensino infantil é saber sistematizar as brincadeiras que promovem o desenvolvimento de aprendizagens, observando no processo interacional da sala de aula, através de um planejamento didático, os princípios pedagógicos indispensáveis para o desenvolvimento pleno dos envolvidos no exercício contínuo da educação.

No cérebro das crianças, quando estão brincando, estão fazendo o aprendizado mais profundo. Sabemos disso por meio de Piaget, Vygotsky e todos aqueles teóricos que falam sobre a importância de brincar com crianças pequenas. Os diferentes níveis de aprendizagem que eles conseguem atingir durante o jogo são muito mais profundos do que puxar uma planilha e fazer com que eles preencham bolhas e esse tipo de coisa.

É importante que o professor busque informações e enriqueça suas experiências para entender o brincar e saber como utilizá-lo para auxiliar o aprendizado da criança. O professor exerce uma função muito grande, entre o brincar e a criança. Ele deve sempre conversar com elas sobre as construções que realizam através do jogo e do brincar; deverá ainda saber observar o modo de brincar de seus alunos, para extrair informações para as atividades a serem realizadas. Oliveira (2010, p. 19) ressalta que.

Quando o professor deixar de lado a sua posição de detentor do saber considerando seus alunos como “receptores” desse saber e passar a construir o conhecimento junto com os alunos, numa relação de interação e trocas de conhecimentos, certamente o ensino terá mais qualidade, porque o indivíduo é considerado como um ser social, capaz de desenvolver-se dentro de uma sociedade numa relação de troca.

Nota-se a importância de o professor incluir as atividades corporais em sua prática pedagógica. Porém, o brincar a ser realizado dentro da escola deve ser incluído num projeto pedagógico, relacionados com os objetivos educacionais, como qualquer outra atividade. O professor deverá se conscientizar que através das atividades corporais a criança desenvolve não simplesmente uma outra habilidade, como correr, saltar, cantar, etc., mas por completo, plenamente.

Para Oliveira (2010, p. 23) inserir o lúdico nas práticas escolares pode ser uma tarefa difícil, mas é preciso reconhecer que essas práticas contribuem e conspiram para uma formação

humana prazerosa, reflexiva e fundamental para a efetiva construção do conhecimento. Quando o aprendizado baseado em jogos é bem feito, a sala de aula se torna um professor.

Através do brincar percebe-se que a criança desenvolve a capacidade de criar situações imaginárias, satisfazendo seus desejos e emoções, adequando-as desta forma, à sua realidade.

Quando o professor enfoca as atividades lúdicas como um recurso didático, ele estará dando oportunidade para a criança compreender e tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade, pois não estará se limitando em repassar conhecimentos, mas em mostrar o caminho para que o aluno encontre essas informações, sendo assim preparados para a vida. O lúdico deve ser visto pelo educador como uma necessidade do ser humano e não como diversão. Santos (1997, p. 14) afirma.

A formação lúdica deve possibilitar ao futuro educador conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear suas resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto.

Para que o educador tenha um bom desempenho com relação ao lúdico, ele deverá reviver e resgatar com prazer a alegria do brincar, transpondo assim sua experiência para a educação das crianças. Esta vivência da ludicidade pelo professor exercerá grande importância para sua vida profissional, pois estará trabalhando com seus alunos de uma forma bastante prazerosa, para ambas as partes.

Segundo Freire (1991, p. 39), a “[...] criança que brinca em liberdade, sobre o uso de seus recursos cognitivos para resolver os problemas que surgem no brinquedo, sem dúvida alguma chegará ao pensamento lógico de que necessita para aprender a ler, escrever e contar”.

De acordo com Negrine (1994, p. 41) o brincar pode ser destacado em diferentes situações de desenvolvimento:

As atividades lúdicas possibilitam a formação do autoconceito positivo;

As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento da criança, afetivamente, pois convive socialmente e opera mentalmente.

O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;

Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;

Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.

Existem várias formas de brincadeiras e muitos jogos que podem ser utilizados para pratica pedagógica na educação entre elas temos: Bingo das letras, boliche dos numerais, caixa mágica, desenhar, jogos, teatro de fantoches, leituras, softwares educativos, passeios, teatro e cantar. Tais brincadeira e jogos tem apenas a contribuir para o ensino dos alunos.

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