• Nenhum resultado encontrado

Pré-requisitos implícitos e a diferença de sua aplicaçâo na

CAPÍTULO 3- DA REABILITAÇÃO E HABILITAÇÃO PROFISSIONAL

3.5 Reabilitação e habilitação profissional

3.5.14 Pré-requisitos implícitos e a diferença de sua aplicaçâo na

Utilizando os mesmos pré-requisitos implícitos acima elencados, veremos que se empregarmos no mesmo exemplo do acidente que citamos no parágrafo anterior, com outros fatos sociais, a prestação previdenciária cabível é reabilitação e habilitação profissional.

Vamos ao mesmo exemplo do acidente, com dados diferentes ao motorista:

Um segurado que é advogado e professor, e seu motorista particular sofrem um acidente de carro.

Diante do acidente, ambos têm que amputar as pernas na altura dos joelhos, com a impossibilidade de prótese.

Ambos passam pela perícia médica, é analisado além do acidente e a perda dos membros, os fatos sociais90 de cada segurado.

Diante deste novo cenário, vejamos o quadro:

90 1- O nexo de causalidade da doença ou acidente; 2- A idade do segurado;

3- O grau de escolaridade do segurado; 4- A possibilidade de reabilitação profissional;

OBS: considerar a coluna do meio como regra matriz.

Motorista Fatos Sociais Advogado e Professor

Acidente de trabalho - O nexo de causalidade

da doença ou acidente; Acidente de qualquer natureza

32 anos - A idade do segurado; 52

8 série do ensino

fundamental - O grau de escolaridade do segurado; Superior Completo Existe a possibilidade - Há possibilidade de

reabilitação habilitação profissional; Completa completa Programa de reabilitação e habilitação profissional

Benefício Auxílio-doença, com o

processo de reabilitação e habilitação e uma vez retornando ao trabalho cessa o auxílio-doença; O motorista com 32 anos de idade, se lhe for concedida a aposentadoria por invalidez, é certo que estará morto para a evolução pessoal, profissional e intelectual, por estar estagnada sua chance de crescimento diante da aposentadoria por invalidez.

Com seu baixo grau de escolaridade, diante das dificuldades de locomoção e o pré-conceito existente no Brasil com as pessoas com deficiência, não terá condições de colocação profissional num cargo administrativo.

Uma vez aposentado por invalidez esse segurado sobreviverá tão somente à custa da Previdência Social e viverá mal, diante do valor que é o benefício previdenciário.

Sabemos que o programa de reabilitação e habilitação profissional no Brasil é ineficaz e tem sido pior a cada ano, pois “Em 2009, a quantidade de clientes registrados nos serviços de reabilitação profissional do INSS atingiu 57,6 mil pessoas, o que correspondeu a uma queda de 13,1% em relação ao ano anterior. Dos clientes que tiveram avaliação inicial conclusiva, 10,2% retornaram ao trabalho, 26,6% foram considerados inelegíveis e 63,2% elegíveis para participar da reabilitação. Cerca de 18,6 mil clientes foram

reabilitados, o que correspondeu a um decréscimo de 7,9%, quando comparado ao ano anterior”91.

Os números afirmam que o programa é ineficaz e não recupera o segurado para sua vida profissional.

O Ministério a Previdência Social é obrigado, por Lei, a realizar o programa de habilitação e reabilitação profissional, mas esta norma é utópica, por não existir um programa que atinja o verdadeiro objetivo da reabilitação e habilitação profissional.

Não atinge por inúmeros motivos, como: por ter agência que não tem o programa de reabilitação e habilitação profissional organizado, por falta de convênio com empresas ou entidades públicas e privadas ou mesmo por falta de servidores.

A Previdência Social é obrigada a conceder a prestação previdenciária reabilitação e habilitação profissional92 a todo segurado93, por uma resposta simples, Previdência Social é um Direito e Garantia Fundamental previsto no artigo 6º94 da Constituição Federal.

O programa de reabilitação e habilitação profissional necessita ser sério, aliás, extremamente sério, pois é um crime contra a dignidade da pessoa humana, a Previdência Social emitir o Certificado Individual95 de conclusão do programa de reabilitação e habilitação profissional, se o segurado não estiver realmente apto ao exercício da atividade pretendida, aliás poderíamos denominar essa prática como estelionato social.

É importante ressaltar que não estamos afirmando que os servidores estão ou não qualificados para tanto, o que estamos destacando é a má gestão Ministerial quanto à distribuição e contratação de servidores para realizar o programa de Habilitação e Reabilitação Profissional.

91 Dados do site oficial da Previdência Social no dia 25/06/2011 as 14h27: Disponível em:

<http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=987>

92 Ler o capitulo FORNECIMENTO DE ORTESE E PRÓTESE

93 Lei 8213/91 Art. 90. A prestação de que trata o artigo anterior é devida em caráter obrigatório

aos segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus dependentes.

94 Constituição Federal Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o

trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a Previdência Social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Grifamos.

95 Art.140. Concluído o processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro

Social emitirá certificado individual indicando a função para a qual o reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício de outra para a qual se julgue capacitado.

Para o programa de reabilitação e habilitação profissional ter sua devida eficácia, o Ministério da Previdência deveria abrir concurso para montar as equipes-multiprofissionais em todas as agências da Previdência Social do Brasil, o que por si só, é impossível num processo de curto e médio prazo.

Criar setores de reabilitação e habilitação profissional em todas as agências da Previdência Social para o devido treinamento dos reabilitando e habilitandos.

Hipótese que seria inviável, diante da dimensão de programas que necessitaria aplicar, logo não teria espaço físico para tanto.

Criar uma força tarefa para realização de convênios com empresas seria uma evolução muito tímida, e mais, teria que montar equipe multiprofissional para atender e fiscalizar as empresas no processo de reabilitação e habilitação profissional.

Umas das saídas que defendemos, por ser a mais aplicável de forma imediata, são os convênios96 com escolas profissionalizantes e universidades, conforme prevê o art. 139 do Decreto 3048/99 principalmente art. 391 da Instrução Normativa 4597.

As escolas e universidades já estão aptas para reabilitar ou habilitar pessoas, além, do reabilitando e habilitando poder escolher com liberdade o curso que condiz com sua realidade ou sonho.

Uma vez escolhido o curso, o Segurado/cliente não poderá reclamar que não está apto para tal atividade a qual ELE escolheu exercer.

Ora, se o próprio ato normativo do INSS, no caso a Instrução Normativa 45, em seu artigo 391 ressalta a previsão da reabilitação e habilitação profissional ser realizada para atingir atividades intelectuais, por que não aplicar?

96 Decreto 3048/00 Art.139. A programação profissional será desenvolvida mediante cursos

e/ou treinamentos, na comunidade, por meio de contratos, acordos e convênios com instituições e empresas públicas ou privadas, na forma do art. 317.

97 Art. 391. Para o atendimento ao beneficiário da Previdência Social poderão ser firmados

convênios de cooperação técnico-financeira no âmbito da Reabilitação Profissional, com entidades públicas ou privadas de comprovada idoneidade financeira e técnica, conforme previsto no art. 317 do RPS, nas seguintes modalidades:

...

II - atendimento, preparação e treinamento para uso de prótese;

III - melhoria da escolaridade, com alfabetização e elevação do grau de escolaridade; IV - avaliação e treinamento profissional;

V - capacitação e profissionalização com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; VI - desenvolvimento de cursos profissionalizantes;

Diante desta possibilidade passamos a refletir sobre qual a melhor opção para o INSS realizar sua “obrigação de fazer” de maneira eficaz e rápida, de forma a diminuir o pagamento de benefícios previdenciários, garantindo ao segurado uma verdadeira reabilitação e habilitação profissional, digna a ponto de evoluir a economia do País.

Para demonstrar esta tese, vamos utilizar o acidente do exemplo que trouxemos –acidente de carro- em duas hipóteses, uma se ele aposentar-se por invalidez e outra se for reabilitado ou habilitado no aspecto educacional, como os seguintes dados:

1- Segurado motorista autônomo, aposentado por invalidez com 33 anos de idade, com salário de benefício de R$ 1.000,00 (mil reais), considerando a expectativa de vida aos 7398 anos de idade, receberá o benefício previdenciário por 40 anos, ou seja, 480 meses, mais 40 vezes o 13º salário e deixará de contribuir com a Previdência Social pelos 480 meses.

2- Enquanto que, se o mesmo segurado entrasse para o programa de reabilitação profissional aos 33 anos de idade, na 8.ª série do ensino fundamental, em que ele explanasse seu desejo de ser médico e a equipe multiprofissional identificasse sua aptidão, vindo bancar com seus estudos sendo: 3 anos de 2º grau, mais 6 anos da faculdade de medicina, somando um total de 9 anos de reabilitação.

A Previdência Social arcaria: 1- com os estudos, que iremos demonstrar o resultado; 2- com o benefício previdenciário de R$ 1000,00 enquanto permanecer no programa de reabilitação profissional, ou seja, por 9 anos (108 meses) de benefício, mais 9 vezes o 13º salário.

Porém, após sua reabilitação profissional, e o segurado trabalhando como médico, o INSS receberia do segurado as contribuições previdenciárias, sendo 31 anos de recolhimento. Vejamos o quadro abaixo com os números, claro sem as devidas correções monetárias:

98 Dados retirados do site oficial do IBGE no dia 25/06/2011 as 16h: Pelas projeções do IBGE,

a expectativa de vida ao nascer subiu de 72,9 anos de idade para 73,2, de 2008 para 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/>.

Aposentadoria por Invalidez ► 33 anos à 73 anos= receberá 40 anos de benefício.

► 40 anos x 12 meses= 480 meses + 40 décimo terceiro= 520 meses recebidos de benefícios

► 520 meses x 1000,00= 520.000,00

► Menos Contribuição de 20% de R$1000,00 = 480x200,00 = 96.000,00 ►Total= 616.000,00

Reabilitação Profissional

► 33 anos = 3 anos de colegial + 6 anos de medicina= 9 anos de reabilitação ► 3 anos de colegial x 12= 36 meses x R$ 500,00 mensalidade= R$16.000,00

► 6 anos de medicina x 12 meses= 72 meses x R$ 4000,00 mensalidade = R$ 288.000,00

► 9 anos benefício x 12 meses= 108 x R$ 1000,00= R$ 108.000,00 ►9 recebimentos de 13º salários mínimos= R$ 9.000,00

►Total= 403.000,00

OBS: o INSS receberia mais a contribuição de 20% de 42 a 73 anos= 31 anos x 12 = 372 meses x R$ 693,48฀= R$ 257.974,00

฀ 20% de R$ 3.467,40 teto do salário de contribuição

Tabela Comparativa ► 616.000,00 Aposentadoria por Invalidez ►- 403.000,00 Investimento na Reabilitação

► 195.000,00 Economia do INSS com reabilitação ►+257.974,00 Economia do INSS pelas contribuições

► 452.974,00 Total do Lucro com a reabilitação + contribuições.

Os números demonstram que se a Previdência Social realizasse o programa de reabilitação e habilitação profissional da maneira demonstrada, teria aproximadamente R$ 195.000,00 de redução por cessar o auxílio-doença em 9 anos após a reabilitação.

A diferença de R$ 195.000,00 é significativa ao INSS.

Mas, o que queremos demonstrar, é o amplo reflexo que teria o cenário econômico do País, bem como a mudança fundamental na vida do reabilitado ou habilitado e de sua família.

Vejamos, se o segurado for reabilitado a exemplo do motorista que vira médico, teria um aumento aproximadamente de 2 salários mínimos para no

mínimo 10 salários mínimos. É cediço que médico iniciante de carreira não ganha menos do que essa média.

A busca de reabilitação ou habilitação é para ter uma melhor qualificação e, óbvio, melhorar a qualidade de vida e não ficar na mesma ou piorar.

O reabilitando e habilitando da Previdência Social deve receber este serviço de melhoria escolar, por inúmeros motivos óbvios já colocados, mas principalmente por existir na norma previdenciária.

Um segurado reabilitado nestas proporções, além de melhorar sua vida financeiramente, e a Previdência Social ter seu “lucro”, terá no futuro uma aposentadoria mais vantajosa.

Isto é evolução social, fazer o segurado enxergar que é melhor ele ser reabilitado e/ou habilitado do que receber o mísero benefício o resto da vida.

Com isso, a sua dignidade humana será resgatada.

É fácil de verificar que o segurado reabilitado como médico, com seu aumento salarial crescerá a renda per capita do Brasil.

Imagine se todos tivessem essa oportunidade, como seria a renda per capita do país?

Pois em vez daquele aposentado ganhar um benefício próximo de mil reais, agora ganhará no mínimo dez salários básicos, portanto, seu poder de compra será bem mais forte, refletindo no comércio local e, consequentemente, no Brasil.

Com a reabilitação profissional do motorista em médico, sua família terá uma qualidade de vida mais digna, poderá educar seus filhos em melhores escolas e bancar os estudos até a universidade, algo que seria quase impossível se fosse aposentado por invalidez.

Esses filhos, uma vez formados em universidades, diminuirá, em quase zero, o risco de utilizarem os benefícios previdenciários não programados, ou seja, se aposentarão somente nos benefícios programados, como aposentadoria especial, por tempo de contribuição ou idade.

Esses filhos, com formação universitária, contribuirão muito mais ao País, poderão ingressar no mercado de trabalho de categorias mais elevadas, melhorando a economia do País. Grifei99

A esposa100 do reabilitado supra, também terá uma qualidade de vida

mais vantajosa, o reabilitado/médico poderá custear a sua esposa para sua qualificação profissional (estudando ou realizando um curso profissionalizante) sem utilizar o programa de reabilitação e habilitação da Previdência Social.

O reabilitado/médico iria trazer uma contribuição extraordinária ao País, enquanto que o aposentado por invalidez iria tão somente receber sua aposentadoria de R$ 1000,00, sua esposa teria um emprego de baixa renda, seus filhos talvez conseguissem chegar a uma universidade e teriam um emprego de início de vida de colocação profissional com baixo rendimento.

O que contribuiria mais ao País: a família do aposentado por invalidez ou a família do médico reabilitado?

Óbvio que é a família do médico reabilitado, por isso sustentamos para que urgentemente, o Ministério da Previdência Social torne eficaz os dispositivos legais da reabilitação e habilitação profissional, pois até o presente momento, vivemos um programa de reabilitação e habilitação profissional falido.

O Programa de reabilitação e habilitação profissional também evitaria que o aposentado por invalidez não exercesse atividade profissional em mercado informal para ter que complementar sua renda familiar.

Concluímos, portanto, que, diante do grande aumento da procura dos benefícios por incapacidade, se o processo de reabilitação e habilitação profissional for aplicado devidamente pelo INSS, os beneficiários subirão de escala profissional, tendo um aumento financeiro em sua renda, melhorando a qualidade de vida pessoal, proporcionando melhores oportunidades à sua família, conseqüentemente o Brasil terá um crescimento econômico significativo.

99 Grifei Esses filhos: para verificar que os filhos do médico reabilitado teriam chances muito

maior que os filhos de um aposentado por invalidez ganhando R$ 1.000,00.

100 Dependente do marido médico não utilizaria o serviço da Previdência Social para a

reabilitação ou habilitação, enquanto que a esposa do aposentado teria a necessidade de utilizar tal serviço, reduzindo o caixa da Previdência Social.

O Estado deve cumprir o “Pacto Social” compromissado com a sociedade, é dever da Previdência Social realizar o programa de Reabilitação e Habilitação Profissional aos beneficiários.

Marcelo Leonardo TAVARES101 muito bem retrata sobre os Direitos

Humanos e a Dignidade da Pessoa:

“O estudo das diversas correntes de legitimação dos direitos humanos destaca a preocupação de se colocar o ser humano como origem e fim da organização social: origem porque a entidade estatal é criação do engenho humano; e fim porque o desenvolvimento do homem, como sujeito de direitos, deve ser o objetivo do Estado. Grifei

A finalidade humana faz com que se exija das ações do Estado o respeito à dignidade da pessoa, pautado na autonomia que os seres dotados de razão têm de, com igual liberdade, decidir sobre seus destinos. Grifei

A visão antropocêntrica dos fins estatais deriva do atributo do ser humano de ser o único animal dotado de razão que pode externar conscientemente atos de vontade e conduzir-se de acordo com seus desígnios. É a autonomia do ser humano a pedra de toque da dignidade, capaz de conferir igualdade a todos os homens, torrnando-os sujeitos de direitos e merecedores de igual respeito – a dignidade impede a “coisificação” do indivíduo.

Os homens passam a ser vistos com a mesma dignidade quando se compreende seres iguais em valor, mesmo diante de eventuais diferenças de cor da pele, de sexo, de classe social etc102.

Utilizando das palavras de Marcelo TAVARES, o Estado deve ter como o objetivo o desenvolvimento do homem, elevando a ordem social103.

Existindo a ordem social –valor ao trabalho- que é a garantia do trabalho, automaticamente alcança o princípio da dignidade da pessoa humana, como Marcelo TAVARES diz:

101TAVARES, Marcelo Leonardo, Previdência e Assistência Social, Legitimação e

Fundamentação Constitucional Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris. 2003. Pag. 48

102 Essa percepção da dignidade da pessoa humana como valor universal e inalienável está

presente na filosofia de Kant, para quem “o homem e, de uma maneira geral, todos ser racional, existe como um fim em si mesmo, não como meio para o uso arbitrário desta ou daquela vontade”. Cf. Fundamentos da Metafísica dos Costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. Pag. 134/141.

É a autonomia do ser humano a pedra de toque da dignidade, capaz de conferir igualdade a todos os homens, torrnando-os sujeitos de direitos e merecedores de igual respeito – a dignidade impede a “coisificação” do indivíduo.

Para existir a igualdade entre as pessoas e garantir a dignidade humana, o Estado deve igualar os homens incapacitados aos capacitados, com o programa de reabilitação e habilitação, para que tenham respeito perante a sociedade e direito ao trabalho, para garantia da ordem social e o bem estar do trabalhador.

CAPÍTULO 4- DA RELAÇÃO JURÍDICA DA REABILITAÇÃO E