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CAPÍTULO 3- DA REABILITAÇÃO E HABILITAÇÃO PROFISSIONAL

3.5 Reabilitação e habilitação profissional

3.5.4 Transporte

O transporte para a realização da reabilitação e habilitação profissional está regulamentado pela Lei 8213/91 em seu art. 8965, pelo Decreto 3048/99

em seu art. 13766 e na IN 45/10 em seu art. 38967.

A Lei 8213/91 determina que o transporte seja obrigatório, tanto que no Art. 90 ressalta: “art. 90. A prestação de que trata o artigo anterior –ler o artigo abaixo- é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus dependentes.” grifamos

Portanto o transporte é obrigatório. Vejamos:

Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende: ( ...)

65 Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao

beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende: (...)

c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

66 Art.137. O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será

desenvolvido por meio das funções básicas de: (...)

§ 2º Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional,

transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus

dependentes. Grifamos.

67 Art. 389. Quando indispensáveis ao desenvolvimento do programa de Reabilitação

Profissional, o INSS fornecerá aos beneficiários os seguintes recursos materiais: (...)

III - auxílio-transporte urbano, intermunicipal e interestadual: que consiste no pagamento de despesas com o deslocamento do beneficiário de seu domicílio para atendimento na APS e para avaliações, cursos e/ou treinamentos em empresas e/ou instituições na comunidade;

c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário. grifamos

Deste modo, a Lei obriga a Previdência Social a oferecer transporte ao reabilitando e habilitando quando necessário, somente aos dependentes que há limitação, pois a norma diz que oferecerá na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social68.

Como já vimos, o Decreto 3048/99 em seu art. 137 também regula transporte ao reabilitando e é categórico, vejamos:

Art.137. O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será desenvolvido por meio das funções básicas de:

...

§ 2º Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional, transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes. Grifamos.

Na parte sublinhada do artigo acima, limita o transporte somente aos dependentes, ou seja, tanto na Lei como no Decreto limitam o transporte apenas aos dependentes, portanto, aos segurados e aposentados o transporte é obrigatório.

A Instrução Normativa 45/10, em seu art. 389, regula a obrigatoriedade do transporte, inclusive a forma em que pode ser realizado conforme segue grifado no artigo abaixo:

Art. 389. Quando indispensáveis ao desenvolvimento do programa de Reabilitação Profissional, o INSS fornecerá aos beneficiários os seguintes recursos materiais:

...

III - auxílio-transporte urbano, intermunicipal e

interestadual: que consiste no pagamento de despesas com o deslocamento do beneficiário de seu domicílio para atendimento na APS e para avaliações, cursos e/ou

68 Art. 90. A prestação de que trata o artigo anterior é devida em caráter obrigatório aos

segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência

treinamentos em empresas e/ou instituições na comunidade; grifamos

A IN 45, categoricamente, normatiza que deve fornecer todo tipo de transporte, inclusive intermunicipal.

Pois nas três fontes de normas previdenciárias, ou seja, Lei, Decreto e Instrução Normativa determinam a concessão de transporte ao segurado, inclusive ao aposentado para a devida reabilitação.

Ocorre que o INSS não cumpre tal norma, portanto, há inúmeros segurados que não realizam a reabilitação e habilitação por falta exclusivamente de transporte.

Pelo fato do INSS não oferecer transporte ao segurado e aposentado, gera certamente um prejuízo à própria Instituição, em nunca recuperar o segurado para o trabalho, e deixá-lo recebendo o benefício previdenciário eternamente, e/ou o segurado ter seu benefício suspenso indevidamente por não participar do programa de reabilitação por falta de transporte.

É o caso prático que traremos à baila.

O segurado sofreu um acidente em sua empresa, ficando deficiente de uma perna, requerendo o auxílio-doença, concedido em 2004.

Em 2009 o médico perito do INSS encaminhou-o devidamente para o programa de reabilitação profissional.

O segurado informou na perícia médica do INSS que não poderia frequentar as aulas por não ter transporte, pois para conseguir transporte público teria que andar quase 1 KM.

Claro, diante de sua deficiência física, não conseguiu se dirigir ao local do programa de reabilitação profissional, deixando de freqüentar o curso.

Em 22/01/2010 realizou uma nova perícia e o laudo médico pericial do INSS, em que resultou (Anexo 1):

Histórico: 22/01/10 SEGURADO ESTAVA EM BI. NO PERÍODO DE 13/05/2004 ATÉ 11/11/09. FOI DESLIGADO DA RP. TRANSCREVO A ÚLTIMA PERÍCIA NA RP. “11/11/2009 – REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. Segurado comparece sem comprovação de freqüência as aulas desde julho de 2009. Foi prescrito ESCOLARIZAÇÃO ESCOLARIZAÇÃO visando futuro profissionalização em área compatível com potencial laborativo residual Como não cumpriu a orientação da RP e não apresenta prova documental que justifique não FREQÜENTAR AULAS por até DUAS vezes por semana cerca de apenas 01h. desligado por RECUSA. Já que por não cumprir a prescrição de RP mostra passivamente não adesão ao programa reabilitatório. Não trouxe atestados ou declarações de médico assistente. “HOJE O SEGURADO ALEGA QUE NÃO HÁ ÔNIBUS ONDE MORA PARA PODER IR A SUAS AULAS E TEM QUE CAMINHAR 1 KM E NÃO CONSEGUE DEVIDO AS DORES NOS PÉS. TRAZ DMA.30/11/09 DR. RODRIGO PEREIRA CRMSC 10008 ORTOPEDISTA: “PACIENTE COM SEVERA DEFORMIDADE NO PÉ E. POR NEUROPATIA DEGENERATIVA, AGUARDA CIRURGIA SUS”. AGUARDA ARTRODESE DO PÉ ESQ. POR SEQUELA DE AT. COM EDEMA ACENTUADO.”

Exame físico: VAI FAZER UMA ARTRODESE NO PÉ E. PARA MELHORA PARCIAL. (SEGUNDO O DR. RODRIGO PEREIRA APRESENTA EDEMA MODERADO NO PÉ D. DEVIDO A UMA UTILIZAÇÃO MAIOR (SOBRECARREGA O PÉ D.) O PÉ E. TEM UMA DEFORMIDADE SEVERA. TEM MARCHA CLAUDICANTE MODERADA. TEM ATROFIA MUSCULAR MODERADA NA PERNA E. EM RELAÇÃO A PERNA D. RELATA DOR AO DEAMBULAR E JÁ AFETANDO AS SUAS COSTAS (SIC). SEM CALOSIDADES NAS MÃOS.

Início da Doença: 24/04/2004 Inicio da Incapacidade: 28/04/2004

CID: S934 – Entorse e distensão do tornozelo

Considerações: SEGURADO SEGUE INCAPAZ LABORAL TEMPORÁRIO. CONCEDO O BI. PARA SER OPERADO (ARTRODESE NO PÉ E.) PELO SUS E CONVALESCER. SOFREU UM AT. TÍPICO COM CAT EMITIDA PELO EMPREGADOR (EMPREITEIRA DE MÃO DE OBRA NAJA LTDA. ME.) NO DIA 27/04/2004

Resultado: Existe Incapacidade Laborativa

Em 14/07/2010 realizou uma nova perícia e o laudo médico pericial do INSS, em que resultou (Anexo 2):

Histórico: PR - por perda de prazo – 14/07/2010 – Refere persistir com dificuldade para deambular médias distâncias. Portador Pé Torto Congênito, que teria se agravado em Acidente de Trabalho, ocorrido em 2004 DMA Dr. Rodrigo Pereira CRM 10.008. de 30/11/2009 com severas deformidade pé E por Neuropatia Degenerativa. Aguarda ato cirúrgico (Artrose do pé) para melhora parcial. Sem qualquer condição de retornar a atividade laboral. Exame físico: Apresenta pé cavo varo. Apresenta certo edema, em ambos pés. Atrofia moderada da perna E. Apresenta calosidades na região lateral do pé E.

Início da Doença: 27/04/2004 Inicio da Incapacidade: 28/04/2004

CID: S934 – Entorse e distensão do tornozelo

Considerações: Incapacidade laborativa temporária Resultado: Existe Incapacidade Laborativa

Médico: Sérgio Pohlmann Livi CRM: 2061

Matrícula: 1501974

Em 02/12/2010 realizou uma nova perícia e o laudo médico pericial do INSS, em que resultou (Anexo 3):

Histórico:

“02/12/2010-SEGURADO ESTAVA EM BI. NO PERÍODO DE 13/05/2004 ATÉ 11/11/09. FOI DESLIGADO DA RP. Segurado comparece sem comprovação de freqüência as aulas desde julho de 2009. Foi prescrito ESCOLARIZAÇÃO visando futuro profissionalização em área compatível com potencial laborativo residual Como não cumpriu a orientação da RP e não apresenta prova documental que justifique não FREQÜENTAR AULAS por até DUAS vezes por semana cerca de apenas 01h. desligado por RECUSA. Já que por não cumprir a prescrição de RP mostra passivamente não adesão ao programa reabilitatório. Não trouxe atestados ou declarações de médico assistente. “HOJE O SEGURADO ALEGA QUE NÃO HÁ ÔNIBUS ONDE MORA PARA PODER IR A SUAS AULAS E TEM QUE CAMINHAR 1 KM E NÃO CONSEGUE DEVIDO AS DORES NOS PÉS. TRAZ DMA.30/11/09 DR. RODRIGO PEREIRA CRMSC 10008 ORTOPEDISTA: “PACIENTE COM SEVERA DEFORMIDADE NO PÉ E. POR NEUROPATIA DEGENERATIVA, AGUARDA CIRURGIA SUS”. AGUARDA ARTRODESE DO PÉ ESQ. POR SEQUELA DE AT. COM EDEMA ACENTUADO.”

Exame físico:

Apresenta-se em tto com Dr. Rodrigo Pereira, no aguardo de cirurgia para artrodese do tornozelo E, tem edema linfático acentuado de todo pé E. com deformidade de angulação nos ossos do pé E. com atrofia severa de

musculatura acessória.

Início da Doença: 27/04/2004 Inicio da Incapacidade: 28/04/2004

CID: S934 – Entorse e distensão do tornozelo Considerações: Incapacidade total temporária Resultado: Existe Incapacidade Laborativa Médico: Claudia GOMES Dornelles

CRM: 3777

Em 08/02/2011, realizou uma nova perícia em que resultou (Anexo 4):

Histórico:

“SST força tarefa BILD, COLEGA PERITO, FAVOR DISCUTIR CASO COM SURPEVISOR TÉCNICO ANTES DE CONCLUIR”

Exame físico: Revisão

Início da Doença: 27/04/2004 Inicio da Incapacidade: 28/04/2004

CID: S934 – Entorse e distensão do tornozelo Considerações:

“SST força tarefa BILD, COLEGA PERITO, FAVOR DISCUTIR CASO COM SURPEVISOR TÉCNICO ANTES DE CONCLUIR”

Resultado: Existe Incapacidade Laborativa Médico: Daniela Toss

CRM: 9184

Matricula: 1258674

Em 15/04/2011, realizou uma nova perícia em que resultou (Anexo 5):

Histórico:

15/04/2011 – CNH renovada 2008 com validade para 2013 na categoria AB. Refere que não pode trabalhar devido a dores nos pés, principalmente a esquerdo. Trabalhava como servente de obras na construção civil (sic, registro em CTPS como servente, sem especificar de que. Cópia de prontuário relata deformidade cogenita no MMII. Desligado da reabilitação por recusa em cumprir o programa de reabilitação. Apresenta uma CAT emitida pela empresa no dia 27.04.2004 cujo o laudo médico já relatava patologia neurológica prévia em ambos os pés.

Exame físico:

BEG. Claudicação. Uso de sapatos (fechado)

Pés: Edema leve/moderado. Presença de deformidade AM porção lateral de ambos os pés. Sem restrição de movimentos das articulações tíbio-tarsicas, Discreta dificuldade para caminhar em decorrência das deformidades congênitas. Não apresenta dados novos que justifique reabertura do benefício. AGUARDA

JULGAMENTO DE PROCESSO NA JUSTIÇA ESTADUAL.

Início da Doença: 28/04/2004 Inicio da Incapacidade: 28/04/2004

CID: S934 – Entorse e distensão do tornozelo

Considerações: Apresenta condições limitante para o trabalho em decorrência de

defeito congênito em ambos os pés, sem relação com a fratura do pé esquerdo ocorrido AM ET de 237.04.2004. Não apresenta dados novos para justificar reabertura do benefício

Resultado: Não existe Incapacidade Laborativa Médico: João Paulino da Silva

CRM: 8890

Matricula: 600431

Por coincidência, no dia 27/04/2011, exatamente 7 anos após a data da incapacidade, realizou uma nova perícia em que resultou (Anexo 6):

Histórico: Em 27.04.2011. O segurado trabalha como ajudante de obras – construção civil. Em 27.04.2004 durante atividade de trabalho sofreu entorse no pé E, no mesmo seguimento onde tem seqüela congênita de MMII bilateralmente. EM Bi desde então, com passagem inclusive pelo programa de RP, não efetivando o mesmo, pois não conseguia freqüentar as aulas, devido ter que caminhar um KM para chegar a condução que o levaria para a escola. No momento aguarda uma cirurgia pelo SUS desde 2004 (sic). Informa impossibilidade de assumir o seu trabalho por dor intensa no pé esquerdo e perna E. No momento sem medicação.

Exame físico: LOTE Marcha claudicante.

Edema linfático congênito bilateralmente

Deformidade do pé Esq. em com desvio medial Encurtamento do mesmo

Hipotrofia da panturrilha Esq.

Mobilidade tíbio társica ampla, sem expressão dolorosa Não há sinais inflamatórios

Cicatriz antiga no terço medial da perna esquerda (mordida de cão) Início da Doença: ---

Inicio da Incapacidade: ---

CID: S934 – Entorse e distensão do tornozelo

Considerações: O segurado é portador de seqüela congênita para MMII (edema linfático) e deformidade de pé E agravado por entorse em 2004, durante atividade de trabalho. Considero que o mesmo não apresenta condições para exercer a mesma atividade de outrora (em Bi há 7 anos). Se desligou do RP. Não houve mudanças do seu quadro clínico com relação a última perícia. Não o considero portanto inválido, incapaz para toda e qualquer atividade, pelo contrário, acho que pode exercer várias atividades com predileção para posição sentada ou alternada. Grifamos

Resultado: Não existe Incapacidade Laborativa Médico: João Elias de Moura Junior

Fizemos questão de lançar ao trabalho todos os laudos médicos periciais para verificar que, desde a primeira perícia foi identificado o acidente de trabalho e reconhecida a incapacidade para seu exercício profissional.

Após o encaminhamento à reabilitação profissional o segurado informou ao médico que não conseguia se locomover para chegar ao transporte urbano, portanto, não teria como frequentar a escola e se reabilitar.

O médico, de imediato, deveria comunicar a agência do INSS, e esta, por sua vez, destinar transporte ao segurado.

Mas, em momento algum foi sugerido ou requerido pelos médicos do INSS, viatura para transportar o segurado para a reabilitação.

Ou os médicos do INSS não conhecem do direito que o segurado tem do transporte, ou alguém da agência foi negligente em não verificar a necessidade.

Antes do encaminhamento do segurado ao programa de reabilitação, ele estava recebendo auxílio-doença acidentário normalmente.

Verificado que o segurado não estava frequentando o programa de reabilitação, por falta de transporte, foi cortado o benefício como penalidade.

Ora, o segurado noticiou o INSS que não tinha como se deslocar, mesmo assim, o transporte não foi ofertado.

Se tivessem oferecido o transporte, o segurado frequentaria o programa de reabilitação.

Portanto, o transporte foi negado, ou melhor, nem oferecido foi ao segurado, ferindo a Lei 8213/91 em seu art. 8969, pelo Decreto 3048/99 em seu

art. 13770 e na IN 45/10 em seu artigo 38971.

69 Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao

beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende: ...

c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

70 Art.137. O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será

desenvolvido por meio das funções básicas de: ...

§ 2º Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional,

transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus

Ao invés do INSS oferecer o transporte, os peritos do INSS negam o benefício por acharem que o segurado pode exercer outra atividade.

Ora, como o segurado exercerá outra atividade se não houve a reabilitação?

Para ter certeza que o segurado pode exercer outra atividade NECESSITA passar pelo programa de reabilitação, o que não foi feito por culpa exclusivamente do INSS em não oferecer o transporte.

Ressalta-se que desde o primeiro laudo (anexo 1) foi informado pelo segurado que não tinha condições de comparecer ao programa de reabilitação por falta de transporte, tanto que o laudo de anexos 2 e 3 que apresentamos está relatado a seu problema em marchar. No primeiro e segundo laudo os médicos confirmam a incapacidade, mantêm o benefício por incapacidade, identificam que o segurado não tem como se locomover.

No laudo de anexo 4, fora levantada dúvidas no que fazer com o segurado, em que as considerações do laudo foi: “SST força tarefa BILD, COLEGA PERITO, FAVOR DISCUTIR CASO COM SURPEVISOR TÉCNICO ANTES DE CONCLUIR”.

Mas até o presente momento ninguém solicitou viatura do INSS ou outro transporte para o segurado realizar a reabilitação, mesmo ele alegando que não tinha como se locomover.

No laudo de anexo 5, indeferem o benefício do segurado afirmando:

“Apresenta condições limitante para o trabalho em decorrência de defeito congênito em ambos os pés, sem relação com a fratura do pé esquerdo ocorrido AM ET de 237.04.2004. Não apresenta dados novos para justificar reabertura do benefício”.

No laudo de anexo 6, confirmam o indeferimento do benefício diante as seguintes alegações: “O segurado é portador de seqüela congênita para MMII (edema linfático) e deformidade de pé E. agravado por entorse em 2004, durante atividade de trabalho. Considero que o mesmo não apresenta

71 Art. 389. Quando indispensáveis ao desenvolvimento do programa de Reabilitação

Profissional, o INSS fornecerá aos beneficiários os seguintes recursos materiais: ...

III - auxílio-transporte urbano, intermunicipal e interestadual: que consiste no pagamento de despesas com o deslocamento do beneficiário de seu domicílio para atendimento na APS e para avaliações, cursos e/ou treinamentos em empresas e/ou instituições na comunidade;

condições para exercer a mesma atividade de outrora (em Bi há 7 anos). Se desligou do RP. Não houve mudanças do seu quadro clinico com relação a última perícia. Não o considero portanto inválido, incapaz para toda e qualquer atividade, pelo contrário, acho que pode exercer várias atividades com predileção para posição sentada ou alternada.”

Ora, nos laudos de anexos 5 e 6 sustentam que o segurado é incapaz, mas indeferem o benefício, e no último laudo, o médico diz: “Considero que o mesmo não apresenta condições para exercer a mesma atividade de outrora” mas, “Não o considero portanto inválido, incapaz para toda e qualquer atividade, pelo contrário, acho que pode exercer várias atividades com predileção para posição sentada ou alternada”.

Conclusão, desde a primeira alegação do segurado que não consegue se locomover para o programa de reabilitação, o INSS não forneceu transporte. Consequentemente, teve seu benefício cessado indevidamente, pelo fato do médico que assina o laudo de anexo 5 afirmar que o segurado não apresenta dados novos para justificar a reabertura do processo.

Ora, há 7 anos o segurado tem a mesma lesão em decorrência do acidente de trabalho, não foi operado pelo SUS e tampouco realizou a reabilitação profissional por culpa do INSS e o segurado que não traz algo novo?

E por fim, o último laudo (anexo 6) o médico considera o segurado apto para exercer outra atividade.

Sim, estaria apto se tivesse realizado a reabilitação profissional, e mais à frente em seu laudo ele “acha” que pode exercer várias atividades com predileção para posição sentada ou alternada, SIM, REALMENTE, se tivesse havido o DEVIDO TRASPORTE para realização da reabilitação profissional.

Este é um caso prático em que o INSS não fornece transporte ao segurado e ainda cessa o beneficio previdenciário, sua única renda alimentar alegando que não compareceu ao programa de reabilitação.

Ou não conhece a legislação, ou ela é ignorada pelos servidores da Previdência Social, vez que a maioria das agências têm viaturas disponíveis para oferecer o transporte.

Caso não tenha viatura, DEVE firmar um convênio com empresas de transporte urbano pelo fato do INSS ser OBRIGADO a fornecer o transporte.

Em não oferecendo transporte, fica a reabilitação profissional prejudicada, causando um dano financeiro ao INSS por pagar um benefício que poderia ter sido cessado, uma vez o segurado reabilitado.

Portanto, é cabível indenização por dano material e por dano moral ao segurado que tem seu benefício cortado, por não conseguir se dirigir ao programa de reabilitação por falta de transporte.

3.5.5 Beneficiários: segurados, dependentes, aposentados e pessoas