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4. INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE

4.3. PRAÇA SANTOS ANDRADE

Um formato retangular vazio, em meio às massas verticalizadas, onde é possível visualizar um constante fluxo, como formigas certeiras de seus caminhos. A praça Santos Andrade carrega consigo marcas de uma longa data, e um currículo cultural e grande prestígio, por onde espetáculos, feiras e artistas demarcam como um ponto essencial da cidade.

No entanto, esse espaço público acaba não funcionando de acordo com a sua potencialidade, apesar de sempre cheia e movimentada, a praça como ambiente, é vazia e pouco utilizada, uma extensa quadra que ao invés de ligar dois pontos de importância histórica e cultural (Teatro Guaíra e Prédio Histórico da UFPR), acaba segregando-os.

Os prédios e, volta não se integram, mas cobrem a praça de maneira, vulnerabilizando-a. A praça Santos Andrade funciona bem quando nela, ocorrem atividades, havendo então sua ocupação devida e apropriação por diversos grupos, porém, nos momentos e épocas que isso não ocorre, acaba sendo esquecida e funcionando apenas como elemento de transição, a contemplação tem um início e um fim, mas não um meio.

4.3.1. HISTÓRIA

Lembrança do Promotor Público, senador e presidente do Estado em 1895, José Pereira dos Santos Andrade, este espaço já foi depósito de lixo da cidade. Chamou-se primeiro Largo Lobo de Moura. Depois Duque de Caxias e mais tarde ainda, Almeida Torres. Em 1901 recebeu o título então de Praça Santo Andrade, mas até o início da construção do prédio histórico da UFPR, poucas mudanças efetivas ocorreram.

Enquanto não era calçada, a praça era revestida por uma fina camada de areia entre os canteiros, onde guardas cuidavam da manutenção; circundada por casas antigas e nenhum prédio

A remodulação efetiva da praça ocorreu em 1922, para as festividades do Centenário da Independência do Brasil. A praça então, recebeu tratamento paisagístico.

Figura 48 - Praça Santos Andrade durante o dia.

Fonte: Acervo Pessoal (2017).

A criação de novos pontos de encontro na cidade, para que o diálogo, no desenvolvimento de uma atividade criativa, cultural, ou de lazer, cada habitante – e cada vez mais – possa se sentir parcela ativa de uma comunidade humana e não apenas espectador passivo de um determinismo urbano.

Figura 49 - Praça Santos Andrade durante a noite.

Fonte: Acervo Pessoal (2017).

4.3.2. PATRIMÔNIO

A praça Santos Andrade tem o seu desenho original tombado, junto aos elementos históricos protegidos encontram-se também as árvores Guapuruvu com a forte floração amarelada, a oliveira e as araucárias. O pavimento em petit pavê permanece intacto, devido à dificuldade de se retirado para manutenção, onde o desenho original pode ser danificado.

Figura 50 - Árvores Protegidas na Praça Santos Andrade .

Fonte: Circulando por Curitiba (2014).

A praça já contou com 14 monumentos, composta por bustos e estátuas (incluindo a primeira estátua a homenagear o aviador Santos Dummond do Brasil, já que Curitiba gosta de demonstrar seus títulos irrelevanmtes), de figuras históricas do Paraná, todos eles virados para o prédio histórico da universidade Federal do Paraná, como uma homenagem à cultura do estado.

Tabela 2 - Estátuas da Praça Santos Andrade.

ano função artista

João Ribeiro Macedo 1971 João Aquino

Lysimaco F. da Costa Engenheiro e

professor

Plinio Alvez M. Tourinho 1969 Engenheiro e

um dos

fundadores da UFPR

Erbo Stenzel

Nilo Cairo Silva 1921 Médico e mentor da UFPR

Alfredo Andersen Santos Andrade 1950 Presidente do

Estado do

Paraná

Erbo Stenzel

Santos Dummond 1935 Aviador Iolando Malozzi

Idelfonso Xavier Ferreira 1922 Padre João Turin Lala Scheneider 2012 Primeira-dama

do teatro no Paraná

Alfredo Andersen

Victor Ferrreira do Amaral 1937 Primeiro Reitor da UFPR

Rui Barbosa 1936 Diplomata João Turin

Julia Wanderley Educadora João Turin

Fonte: Casa da Memória, editado pelo autor (2017).

Segundo o designer Ivens Fontoura, professor dos cursos de arquitetura e Urbanismo e Design na PUCPR, as pessoas não se identificam com as personalidades representadas, muitas vezes por falta de informação. E acabam que por passar reto por elas, deixando de lado a experiência tátil e de observação de obras tridimensionais que contam um pouco a história da cidade.

4.3.3. ATIVIDADES

O local público como já explicado no capítulo da conceituação temática, é um espaço onde podem ser exercidas democraticamente, diversas atividades de diferentes grupos sociais. A Praça Santos Andrade cumpre com o programa básico cultural, onde anualmente recebe a feira do livro promovida pelo SESC, esporadicamente acontecem espetáculos e apresentações artísticas no local – e na maioria das vezes, nesses casos as escadarias do Prédio Histórico concretizam a função de arquibancadas – programas de conscientização política/científica/de saúde se estabelecem lá com seus quiosques para testes, exames gratuitos.

Resumidamente, há o local de fala e apropriação da praça com relação as atividades que lá ocorrem, porém, ainda não são suficientes para que o local seja desejável de estar, e passar tempo, muitas vezes se isolam em pontos e acabam por promover a ocupação concentrada em apenas uma parte da Santos Andrade, não havendo uma distribuição homogênea e novamente é possível observar que não é a praça por si só não é um atrativo de lazer, mas sim, os eventos que nela ocorrem momentaneamente.

Figura 51 - Feira do Livro 2017 que ocorreu na Praça Santos Andrade.

Fonte: Acervo Pessoal (2017).

Figura 52 - Feira de Inverno que ocorre na Praça Santos Andrade.

Em entrevista aos participantes da 3ª feira de livro, organizada pela empresa SESC, foi possível obter um registro quase unânime sobre a relação que a praça Santos Andrade exerce sobre os eventos culturais que nela ocorrem. Basicamente, os feirantes acreditam que grande parte do sucesso da feira, seja vinculado ao fato da universidade participar como uma estrutura para a feira, onde a grande circulação de alunos entre o prédio histórico e a reitoria geram por consequência maior movimentação e interesse das pessoas que passam pela praça, convidando-as também a participar do evento.

O mesmo acontece nas feiras sazonais da praça, onde as escadarias da federal promovem a integração entre as pessoas que tiram um tempo de seus dias para relaxar e apreciar o movimento, enquanto degustam os produtos oferecidos na feira.

As atividades oferecidas, sejam elas de perfil cultural ou não, dificilmente se restringem apenas à praça e seus instrumentos, mas se estendem junto ao prédio histórico, onde o nível do observador torna-se mais abrangente.

No entanto essa integração raramente ocorre nas fachadas laterais, e também no final de seu comprimento, no Teatro Guaíra, os estabelecimentos permanecem independente das atividades ocorridas na praça, adquirindo o papel apenas de coadjuvantes na vida urbana de quem passa por ela.

4.3.4. ACESSIBILIDADE

Quando se pensa na formação de um espaço público de qualidade, o essencial primordialmente é o acesso do pedestre, e a praça Santos Andrade tem o benefício de estar ligada ao calçadão da XV, criando um extenso percurso andável até o local. A região também é bem provida de ônibus, com a praça funcionando como um terminal a céu aberto em menor escala do que a praça Rui Barbosa, são seis linhas de três categorias diferentes (circular, convencional e troncal) ² e a linha turismo que passa ao lado do Teatro Guaíra na rua XV de novembro.

A praça Santos Andrade por ser localizada na região central de Curitiba, logo nas raízes das diretrizes urbanísticas do que veio a ser chamado Sistema Trinário – onde o eixo estrutural é dividido em três vias, uma exclusiva para

ônibus, outras duas destinadas aos automóveis (sentidos opostos) – e recebe em sua volta, várias outras vias coletoras; a praça têm os acessos principais dela a partir das ruas Alfredo Brufen (a partir da praça Tiradentes e rua Riachuelo) e pela rua XV de novembro.

4.4. ANÁLISE DO TERRENO

Para a análise do terreno foram criados três mapas em escalas diferentes, começando pela escala macro onde o bairro centro é estudado, passando pela meso, que abrange o calçadão da XV e as ruas adjacentes, e terminando na escala micro com a praça Santos Andrade e seu entorno.

O objetivo dessas três análises é interligar os problemas urbanos e como eles podem interferir no espaço público desejado, e a partir desse estudo, elaborar propostas que que também se interliguem para amenizar os problemas indicados.

²Circular Centro: atende os principais pontos atrativos da região central de Curitiba, tais como praças, shoppings, Rodoviária e Biblioteca Pública.. Convencional: ligam os bairros ao centro, sem integração. Troncal: ligam os terminais de integração ao centro da cidade, utilizando vias compartilhadas.

4.4.1. MACRO

O terreno estudado abrange o calçadão da XV, tendo as praças Osório e Santos Andrade como polos de ligação do eixo cultural. Conectando-se a esse eixo estão vias adjacentes que fazem a junção das sedes culturais entre si, portanto, a malha observada na análise (Mapa 1) engloba uma porção grande do que chamamos de Centro de Curitiba.

Como já mencionado antes, o planejamento inicial da cidade se deu de forma radial, dessa forma conveio ao estudo, estabelecer um raio a partir do calçadão da XV de novembro, de aproximadamente 1 quilômetro de distância, o que possibilita analisar as vias de maior fluxo de veículos, os terrenos subutilizados e vazios, ciclovias e espaços verdes do entorno.

Os itens agora mencionados, foram apontados numa escala macro, de maneira a observar a relação das sedes culturais com esses elementos. Ao começar pelas ruas de maior fluxo e altamente congestionáveis, a Mariano Torres, junto da Marechal Deodoro e a João Negrão que a intersectam, limitam o terreno estudado. Percebe-se o alto fluxo de veículos durante grande parte do dia em seu horário comercial devido a área ser rodeada por estabelecimentos de comerciais e institucionais, quando se é falado que “tudo ocorre no centro”, podemos levar em consideração a área em volta dessas vias.

As canaletas destinadas ao ônibus expresso, e que em alguns trechos dividem espaço com demais veículos, também são importantes de serem analisadas, pelo fato de possuírem trechos divergentes, como o da linha Centenário/ Campo Comprido e Santa Cândida/ Capão Raso beirarem as praças polos estudadas, que são a Osório e a Santos Andrade, com um ponto de ônibus logo em frente a esses espaços públicos, o que facilita a acessibilidade deles.

A ciclovia existente na área estudada, se estende apenas na rua Mariano Torres, que apesar de ser extensa em comprimento, não oferece opções diferentes de caminho, sendo restrita a apenas um eixo, tendo o ciclista que dividir espaço com veículos em mais alta velocidade nas demais ruas adjacentes, colocando em risco sua segurança. Uma nova proposta de ciclovia está sendo analisada, mas ainda assim não oferece ao ciclista muitas opções diferentes de caminho pelo centro.

Em meio às grandes edificações, também encontram-se espaços totalmente vazios e fechados ao público. Esses terrenos compõem furos na malha urbana e têm grande potencial construtivo capaz de amenizar alguns outros problemas da cidade, apontando questionamentos quanto ao uso do solo e sua disponibilidade.

O grande número de estacionamentos na região central é um fator preocupante na análise, o que se pode chamar de espaços subutilizados fragmentam a área central com um grande vazio e, por consequência, promovem o uso de automóveis, tendo em vista a facilidade que gera ao ir de carro para a região central.

Assim como os terrenos sem uso, deve haver um questionamento sobre a necessidade de tantos espaços que abrigam os carros ao invés de priorizar os cidadãos, excepcionalmente em uma área de elevado fluxo de pessoas.

Com a intenção de melhorar a mobilidade e a segurança no trânsito na região central foi implantada, em 2015, a área calma, que fixa o limite de velocidade dos carros que trafegam na região em 40 km/h, com a monitoração de radares. Desde sua implantação o número de acidentes no trânsito, caiu mais de 30% (BPTran, 2016).

Figura 53 - Mapa Área Calma, Curitiba.

Fonte: Gazeta do Povo (2015).

Por fim, na escala macro, foram observados os espaços verdes e de lazer existentes nesse raio de 1 quilômetro; Observa-se a partir daí que o centro é provido de espaços públicos bem distribuídos na região central, mas que funcionam de maneira bem independente um do outro e não se adaptam às mudanças da malha urbana, acontecendo então de serem subutilizados, como é o caso da Praça Zacarias, próxima ao Museu de Arte Contemporânea, que apesar de ter uma ligação com o calçadão da XV serve apenas como um ponto de passagem no caminho dos pedestres.

4.4.2. MESO

A escala meso, abrange mais especificamente o calçadão da XV e seu entorno imediato, fazendo a ligação entre as sedes culturais e levando à uma breve apresentação da diretriz do tema proposto.

A partir do mapa elaborado (Mapa 2), entre cheios e vazios, é possível observar o grande adensamento concreto ao redor do calçadão, e o respiro que é o amplo eixo entre as praças Osório e Santos Andrade; A lacuna que não acontece nas ruas ao redor, como pode ser observado nas imagens, onde as ruas são estreitas e em sua maioria possuem uma ou até duas pistas de estacionamento, o que acaba sufocando os espaços ao redor e danificando a paisagem urbana.

Em visita ao local constatou-se que nessas ruas onde as fachadas por vezes cobrem as construções e causam o sentimento de insegurança já mencionado no começo da pesquisa, pela autora Jane Jacobs (2011); e que ao chegar no calçadão muda totalmente com a heterogeneidade visual e o fluxo intenso de pedestres.

Figura 54 - Calçadão da XV.

4.4.3. MICRO

Na escala micro chegamos ao ponto de maior ênfase no estudo, a praça Santos Andrade. Como já foi explicado anteriormente a sua história e os elementos que a compõe, assim como as sedes culturais que a ela integram, fica como enfoque desse subcapítulo o entorno da área.

A área segue o mesmo gabarito da maior parte da região central, que consiste em edifícios de uso misto e comercial marjoritariamente, sendo provida com vários restaurantes e lanchonetes, muito utilizadas pelos estudantes e funcionários do prédio histórico da UFPR, tendo em vista que eles não têm restaurante ou cantina dentro da instituição. Possui também três estabelecimentos de hotelaria, o local tem uma grande circulação de pessoas que não são de Curitiba, oferecendo um potencial turístico ainda maior, se unindo as sedes culturais que fazem parte da praça.

As ruas ao redor da Santos Andrade são de grande fluxo na maior parte do dia, sendo a Aminta de Barros a mais congestionada, pois se junta ao final da rua 13 de maio, de onde grande parte da densidade de veículos do centro histórico é levada. A rua Conselheiro Laurindo em frente ao Teatro Guaíra, funciona como ponto de retorno para a rua XV de novembro. As três ruas que limitam diretamente a praça possuem três pistas, sendo sempre uma delas com paradas de carro.

A rua 13 de maio logo na altura da praça Santos Andrade, conglomera uma grande quantidade de estacionamentos, tendo seu uso quase que restrito aos carros, onde dificilmente se vêm pedestres passando. Nela também se encontram alguns edifícios residenciais de médio porte e estabelecimentos comerciais são quase que inexistentes, o que contribui ainda mais para o vazio da rua.

Por fim, na parte posterior do prédio histórico, a avenida Presidente Faria concentra o caos de pessoas que chegam do calçadão da XV. Com a rua que compartilha carros e ônibus expressos, a calçada do lado oposto à universidade, dificulta a caminhada dos pedestres.

4.4.4. CONCLUSÃO DA ANÁLISE

A partir da análise dos três mapas é possível observar uma grande deficiência viária na região central, onde ruas não estruturadas para o grande fluxo acabam congestionadas por serem um ponto de “desova” antes dos automóveis chegarem às vias principais, e isso acaba criando uma caótica luta de espaço entre pedestres, ônibus, carros, bicicletas e demais meios de transporte.

Os espaços vazios e subutilizados criam pontos de baixo fluxo de pessoas e densidades, gerando desconforto e insegurança para as poucas pessoas que passam por essas áreas, sendo propícios à marginalização e degradação com o tempo.

O ponto positivo da análise é a grande concentração do comércio diverso na região, que promove a movimentação diária, alta e constante, unindo-se às atividades que acontecem no próprio calçadão e na praça, e portanto, podem ser espalhadas ao longo de seu entorno, a ponto de grande parte da região central ser integrada a esse grande centro de atividades e cultura.

4.5. O “DESAGRADO” SOCIAL

Planejamento urbano requer a consciência de que a cidade funciona como um grande organismo, onde os edifícios junto das vias, mobiliário e cidadãos compõem os elementos vitais desse “corpo”. A observação e consciência de que tudo está ligado na malha urbana, nos traz o questionamento de quando projetamos ela, e o dever de pensamento: para quem a cidade está sendo construída.

As melhorias urbanas, geram consequências em níveis macro na cidade, quando se trata da relocação de pontos de ônibus, dar uso aos terrenos que antes eram vazios e a toda a mudança de paisagem, interferem diretamente na vida de todos que usam a cidade, e infelizmente nem sempre as mudanças são positivas. A cirurgia é delicada, e deve ser executada de tal maneira que o mínimo de danos coletarias sejam causados, para isso deve-se ouvir a população inteira, não se restringindo à um público alvo, mas sim os cidadãos. A Praça Santos Andrade tem um histórico de falta de segurança e violência, e é comum as pessoas associarem isso aos grupos de maior vulnerabilidade que circulam pela região central, como prostitutas, traficantes e moradores de rua, como se o problema fosse das pessoas e não de um déficit político que possa de fato propor uma melhoria de condição desses grupos; e geralmente a política de planejamento urbano pode ser de extrema relevância para que isso ocorra. Em contrapartida à chamada “arquitetura hostil” onde são criadas barreiras para impedir o acesso ou permanência de pessoas em determinados locais, o espaço público tem a função de agregar diferentes grupos e promover a interação entre

eles, por isso pensar nas mudanças urbanas de um ambiente democrático é uma tarefa que deve levar a maioria em consideração, mas não a maioria de um grupo específico, mas sim, diversos. S segregação está enraizada, mas é através da junção e interação de pessoas em um mesmo espaço, onde teoricamente são “obrigadas” a conviver que aos poucos a intolerância é deixada de lado. O reconhecimento do que está em volta, e o entendimento de que tudo isso faz parte de um mesmo corpo.

Por se sentirem excluídas da cidade optaram por viver na rua como forma de sobrevivência. Soluções devem ser tomadas de cima para baixo, vindas do governo.

5. DIRETRIZES PROJETUAIS

Com base nos preceitos estudados anteriormente, aliados à interpretação da realidade e pesquisa de referências é possível definir estratégias projetuais a serem adotadas no desenvolvimento deste trabalho.

O centro de Curitiba através das mudanças históricas, de gestores e planos, seguiu um crescimento urbano significativo desde a década de 40 com o Plano Agache, onde a cidade começou a ser pensada mais como metrópole urbana e consequentemente ganhando mais espaço de fala no planejamento, a capital do Paraná não podia mais ser pensada apenas como uma malha, mas se adaptar às pessoas que nela viviam e vivem até hoje.

O espaço público adquire um aspecto bem mais importante na qualidade de vida do cidadão, partindo para a criação do calçadão da XV nos anos 70, com a gestão do arquiteto Jaime Lerner, o pensamento urbano da cidade, andou na contramão de outras cidades que, elaboravam seus planos diretores a partir do elemento estruturador em foco naquela época que era o automóvel. A criação de um corredor exclusivo aos pedestres foi um projeto vanguarda e que ainda hoje é usado como exemplo a ser seguido para outras cidades.

No entanto, um outro fator ocorreu em paralelo ao longo das últimas décadas, e vem se agravando rapidamente, que é a horizontalização desenfreada, onde voltando ao capítulo anterior, da interpretação da realidade, teve grande causa no plano urbano proposto por Lerner (1971) de eixos estruturais, e isso acabou que por gerar um afastamento da região central.

Apesar de diariamente o calçadão da XV ser atravessado por milhares de

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