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Preços e Comparticipações

10. Dispensa de medicamentos

10.4. Preços e Comparticipações

Ao abrigo do Decreto-lei n.º 112/2011 de 29 de novembro, o PVP do medicamento deverá ser composto por:

 Preço de Venda ao Armazenista (PVA);

 Margem de comercialização do distribuidor grossista;

 Margem de comercialização da farmácia;

 Taxa sobre a comercialização de medicamentos;

 IVA36.

10.4.2. Margens de comercialização

As margens de comercialização dos grossistas e farmácias sobre os medicamentos comparticipados, segundo o DL n.º 152/2012 de 12 de julho, encontram-se descritos no Anexo VIII – Pág. 109 36. Estas margens estão estipuladas de acordo com uma base regressiva e por

escalões de preços. O seu intuito consiste em incentivar a venda de produtos farmacêuticos menos dispendiosos para os utentes e promover uma redução significativa da despesa pública com medicamentos36.

10.4.3. Comparticipação de Medicamentos

O sistema de comparticipação de medicamentos tem como intuito primordial obter melhor equidade e mais valor para todos os cidadãos. Visa assegurar o acesso a medicamentos de qualidade, eficazes, seguros e a custos comportáveis, com atenção especial às pessoas com menos rendimentos que, consequentemente, vivem maiores dificuldades económicas. Concomitantemente, procura tornar-se mais racional e eficiente com vista a garantir benefícios para o cidadão, não só no presente, mas também no futuro36, 43, 44.

A comparticipação abrange uma grande porção dos MSRM e consiste num processo que assegura que parte ou a totalidade do custo de medicamentos fique a cargo de uma entidade específica. Por sua vez, o utente suporta a despesa correspondente à diferença entre o valor do PVP e a comparticipação respetiva, sendo o valor da comparticipação posteriormente reembolsado à farmácia.

O regime geral de comparticipação do Estado no PVP dos medicamentos (01) encontra-se fixado, segundo o DL n.º106-A/2010, nos seguintes escalões, que integram diferentes grupos e subgrupos farmacoterapêuticos constantes na Portaria n.º 924-A/2010, de 17 de setembro, objeto de atualizações posteriores44, 45: Escalão A: 90%; Escalão B: 69%; Escalão C: 37%; Escalão

D: 15%.

Porém, subsiste igualmente um regime especial de comparticipação do Estado no valor de aquisição dos medicamentos. Neste caso, esta comparticipação pode ser aplicada em função dos beneficiários ou em função de patologias ou de grupos especiais de utentes43.

Para os pensionistas com regime especial (48), o valor de comparticipação do Estado, relativamente a cada um dos escalões, anteriormente descritos, é acrescido, especificamente de 5% no escalão A e de 15% nos restantes escalões. Por sua vez, para os medicamentos, do conjunto de escalões, cujo PVP seja de valor igual ou inferior ao quinto preço mais baixo do grupo homogéneo em que se inserem, esta comparticipação traduz-se num valor percentual de 95%44.

Existe, também, uma série de diplomas que regem o regime especial de comparticipação de medicamentos específicos no tratamento de determinadas patologias crónicas (ANEXO IV – Pág.109). Estes diplomas, encontram-se identificados por despachos/lei, colocados pelo prescritor na receita médica e só na sua presença será efetuada a respetiva comparticipação. Ainda, ao abrigo do Despacho nº 19650-A/2005, de 1 de setembro, são considerados medicamentos imprescindíveis em termos de sustentação de vida as insulinas (de ação curta, intermédia e prolongada); hormona antidiurética, e ainda, os imunomoduladores. Estes medicamentos beneficiam de uma comparticipação de 100% pelo SNS46.

Para doentes com patologias caracterizadas por erros congénitos do seu metabolismo (como, por exemplo, fenilcetonúria, hiperfenilalaninemia, galactosemia)47 - que requerem

determinados produtos dietéticos, com carácter terapêutico, por forma de suprimir as suas carências nutricionais - existe uma série de produtos, comparticipados em 100% pelo SNS. Uma lista destes produtos consta no site da Direção-Geral da Saúde (DGS), sendo periodicamente atualizada47-49. Esta comparticipação poderá ser efetivada desde que os produtos sejam

prescritos isoladamente na receita (não podendo conter outros medicamentos/produtos) e a entidade prescritora corresponda a uma das instituições publicadas no Despacho n.º 4326/2008, 19 de fevereiro50 (ANEXO X – Pág. 110).

Muitos dos utentes da FP, são pensionistas do FESSPIL que comparticipa, na totalidade, todos os MSRM. Embora a comparticipação não seja efetuada de imediato, aquando do ato da dispensa, o valor é reembolsado ao utente através das unidades de cuidados de saúde primários, em articulação com as respetivas ARS51.

A partir do dia 1 de abril de 2013, dando cumprimento ao previsto no Orçamento do Estado para 2013, o reembolso às farmácias, das comparticipações por parte dos subsistemas da Direção-Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE), Sistema de Assistência na Doença - Polícia de Segurança Pública (SAD-PSP), Sistema de Assistência na Doença - Guarda Nacional Republicana (SAD-GNR) e Assistência na Doença aos Militares (ADM) passou a constituir encargo do SNS52-54.

Ainda vigoram, contudo, outros protocolos de comparticipação com regimes de dupla complementaridade, como é o caso do Sindicato de Bancários do Centro (SBC-SNS) e por parte de laboratórios.

Nos casos em que existe um segundo sistema comparticipante é necessário submeter a prescrição a duas entidades comparticipadoras. Deste modo, é fundamental tirar uma cópia da receita e do respetivo cartão de beneficiário. Por norma, a receita original segue para o SNS e

a cópia da receita para o segundo órgão comparticipante. É de notar que, nestes casos, o utente terá que assinar ambas as receitas.

Relativamente aos produtos de protocolo da diabetes, a comparticipação do Estado no custo de aquisição das lancetas, agulhas e seringascorresponde a 100%, por sua vez a comparticipação das tiras reativas para determinação de glicémia, cetonemia e cetonúria corresponde a 85% do respetivo PVP (Regime DS)42.

Atualmente, os MM comparticipados constam na lista aprovada pelo Despacho n.º 18694/2010, 18 de Novembro (ANEXO XI – Pág.111) e a comparticipação pelo SNS corresponde a 30% do respetivo preço44, 55.

Para que possa ser efetuada a devida comparticipação, nas prescrições médicas dos MM deverá constar unicamente o medicamento em causa, bem como a sigla “MM”30. O MM comparticipado

deve ser prescrito mediante indicação na receita médica da(s) substância(s) ativa(s), concentração respetiva, excipiente(s) apropriados(s) e FF, excetuando-se de comparticipação as prescrições médicas que consignem menções de marcas de medicamentos ou produtos de saúde55, 56.