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É sabido que no Brasil o preconceito é sim muito relevante, em várias situações e comprovado por alguns fatores tais como a diferenciação salarial que ocorre entre homens e mulheres.

Embora a diferença salarial entre homens e mulheres tenha diminuído 12,1 pontos percentuais entre 1990 e 2014, as mulheres recebem, em média, apenas 83,9 unidades monetárias por 100 unidades monetárias recebidas pelos homens, de acordo com a CEPAL. Se a remuneração recebida por

ambos os sexos por anos de estudo são comparadas, observa-se que elas podem ganhar até 25,6% menos do que seus colegas do sexo masculino em condições semelhantes, disse que o instituto regional. (O GLOBO, 2016).

Embora sabe-se da previsão legal na norma Constitucional dizendo que não deverá haver diferença salarial entre trabalhadores que executem a mesma função apenas por conta do sexo, segundo as pesquisas mencionadas é visível a percepção que o fato ocorre. A mulher segundo o estudo chega a receber 25,6 % a menos que o homem, executando a mesma função em condição semelhante. A pesquisa ante citada foi realizada pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe. (CEPAL).

Conforme pesquisas quanto maior for o grau de estudo maior é a diferença salarial.

A diferença salarial mais alta ocorre na população mais instruída (treze anos ou mais de estudo). Houve uma diminuição na diferença de 9,3 pontos percentuais entre 1990 e 2014. Os homens deste grupo ainda ganham 25,6 por cento mais do que as mulheres. Segundo a CEPAL, a inclusão das mulheres em áreas como ciência e tecnologia, indústrias, como telecomunicações e grandes empresas, pode estar contribuindo positivamente, embora ainda não gere a plena igualdade. (O GLOBO, 2016).

A diferença mais alta ainda ocorre com a população que possui mais estudo.

Houve sim uma diminuição na diferença, porém a diferença ainda é exorbitante tendo em vista que nem deveria existir. Há o crescimento da inclusão das mulheres em determinadas áreas e isso contribui positivamente, porém não gera uma plena igualdade que pelo visto, estamos longe de alcançarmos.

Alícia Bárcena (2016), Secretária Executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe comenta o assunto.

(Receber o mesmo salário que os homens em condições de igualdade é um direito das mulheres. É um requisito inevitável para que alcancem a autonomia econômica e para avançar na igualdade de gêneros - disse a Secretária Executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, no contexto do Dia Internacional da Mulher, cujo tema este ano é “Por um Planeta 50-50 em 2030: Demos um passo para a igualdade de gênero. - Nada sobre nós sem nós- enfatiza Bárcena. (O GLOBO, 2016).

Bárcenaelucida o direito das mulheres de perceber o mesmo salário dos homens. Trata tal direito como sendo inevitável para que as mulheres alcancem autonomia econômica e avancem na igualdade de gêneros.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) faz estudos acerca do tema da mulher e o trabalho, evidenciando fatos importantes para a pesquisa aqui apresentada.

Em 2011, as mulheres eram maioria na população de 10 anos ou mais de idade (PIA), cerca de (53,7%). Contudo, eram minoria (45,4%) na população ocupada (PO). Essa estrutura distributiva reflete-se no nível de ocupação, relação que mostra o contingente de ocupados em relação ao total da PIA.

Para as mulheres, esse indicador foi de 40,5% em 2003 passando para 45,3% em 2011. Entre os homens, esse percentual era de 60,8%, passando para 63,4%. A partir dessa evolução, percebe-se o maior crescimento do contingente feminino era de 11,5 milhões de pessoas. Na comparação com 2003, o crescimento da participação das mulheres na população economicamente ativa (PEA) foi de 1,8 ponto percentual (de 44,4% para 46,1%), No mesmo período, a proporção de mulheres na população desocupada e na população ocupada tiveram elevação de, respectivamente, 3,3 e 2,4 pontos percentuais. (IBGE, 2012).

Trata de pura e simples lógica. Se a mulher não ganha tanto quanto o homem não consegue se destacar economicamente, ficando sempre à sombra esperando dias melhores que por vivermos em uma sociedade estigmatizada e preconceituosa acabam por não chegar.

Assim, acabam ocupando como mostra o estudo acima citado, posição superior no quesito “ população não economicamente ativa”. Nota-se sim uma melhora, porém a passos demasiadamente curtos.Estudos mostram a diferença em forma de estatísticas: mulheres recebiam 70,8% do que recebia, em média, um homem. Em 2011, o rendimento das mulheres continuou inferior ao dos homens. Em média elas ganhavam 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, essa razão foi de 70,8%. Com o intuito de evitar disparidade na comparação do rendimento provocado por fatores que podem contribuir para diferenciação do rendimento, foram estudados os grupos de pessoas com a mesma escolaridade e do mesmo grupamento de atividade, observa-se que, tanto para as pessoas que possuíam 11 anos ou mais de estudo quanto para as que tinham curso superior completo, os rendimentos da

população masculina eram superiores aos da feminina a exceção foi na construção para os ocupados com 11 anos ou mais de idade. (IBGE, 2012).

A mulher, portanto, recebe mais de 25% a menos que o homem. Uma diferença tão grande que reflete na sociedade de fato, sendo favorável apenas no ramo da construção civil mas longe, muito longe de haver justiça real.

Percebe-se também outras diferenças no trabalho de um sexo em detrimento ao outro, não apenas na questão salarial, mas também na questão de como é proporção de homens com carteira assinada no setor privado era de 62,3%, enquanto a das mulheres era de 37,7%, uma diferença de 24,7 pontos 2011 (59,5% homens e 40,5% mulheres). (IBGE, 2012).

Tendo tantos preconceitos e divergências que menosprezam e por vezes humilham a mulher no setor laboral a estatística acima inserida é novamente um fato lógico. Por ter tantos desafios e medidas que a prejudicam, acaba por crescer no mercado de trabalho com expressão na categoria de trabalhadoras sem carteira assinada. Houve crescimento e inserção da mulher tanto para a categoria com carteira assinada quanto para as que não possuem carteira assinada, estas por sua vez crescendo em maior número.

Dados alarmantes foram publicados no site da Organização das Nações Unidas, em sua subdivisão específica para as mulheres.

O Brasil é hoje o país com a quinta maior população e a sétima maior economia do mundo. Nas últimas décadas, o modelo de crescimento econômico com inclusão social resultou na transformação do Brasil em um país de classe média, mas ainda marcado por desigualdades estruturais de gênero e raça. O país ocupa a 85ª posição em desenvolvimento humano e desigualdade de gênero segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. (BRASIL).

Mesmo o Brasil possuindo a quinta maior população e a sétima maior economia do mundo o país é marcado por desigualdades estruturais de gênero e raça, aponta estudo da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade e Empoderamento das Mulheres. O Estado no qual nos situamos ocupa a 85ª posição em desenvolvimento humano e desigualdade de gênero segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

No contexto brasileiro é importante destacar o trabalho da Organização das Nações Unidas para uma evolução e consequentemente saneamento desses problemas que aqui enfrentamos com uma maior incidência.

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu ações prioritárias no país com base no contexto brasileiro, alinhada com a sociedade civil e as prioridades do governo, incluindo a diminuição da violência doméstica e de gênero e a garantia do direito das mulheres ao trabalho decente. O Quadro das Nações Unidas de Assistência ao Desenvolvimento (UNDAF) 2012-2016 inclui um resultado específico sobre gênero. Existem iniciativas inovadoras que incorporam a intersetorialidade da perspectiva de gênero e raça no escopo da Equipe País das Nações Unidas (UNCT), incluindo o Grupo Temático (GT) de Gênero, Raça e Etnia, e os Pontos Focais de Gênero que trabalham em várias agências. O Escritório País da ONU Mulheres Brasil (CO) tem trabalhado em estreita colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV / AIDS (UNAIDS) , a Organização Pan -Americana de Saúde (OPAS), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ( PNUD) , o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF ), a Organização das Nações Unidas para a Educação , a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN- Habitat) , e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). (BRASIL).

São inúmeros projetos sociais que se mostram inegavelmente necessários e que são executados para uma melhora gradativa do país. A união de Órgãos como a Organização das Nações Unidas e a Organização Internacional do Trabalho por exemplo, são indiscutivelmente importantes para a obtenção de resultados que visem a melhora da situação tanto da mulher como também de outros indivíduos que sofrem preconceito e discriminação, seja no trabalho como na sociedade em geral.

A Organização Internacional do Trabalho em seu relatório sobre trabalho decente trata das mulheres e os problemas que elas enfrentam.

Atenção especial deve ser dada à situação das mulheres trabalhadoras, e, entre elas, àquelas que estão sujeitas a outras formas de discriminação ou vulnerabilidade, como as negras e as indígenas. É necessário incorporar a

dimensão de gênero e também a dimensão étnico-racial a cada uma das quatro áreas daAgenda de Trabalho Decente. (OIT, 2015, p.51).

O Relatório refere que além da situação difícil enfrentada pela mulher de forma geral, existe uma dificuldade maior quando se soma ao fator do gênero o fator racial, exemplo seria a mulher negra ou indígena.

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