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BASE DE PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 1 Aprovação para emissão e moeda funcional e de apresentação

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2020 Valores expressos em milhares de Reais, exceto quando indicado

2. BASE DE PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 1 Aprovação para emissão e moeda funcional e de apresentação

As demonstrações financeiras da FINAME referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2020 foram aprovadas para emissão, pela Diretoria, em 04 de março de 2021. O Conselho de Administração da FINAME, que possui o poder de alterá-las, posteriormente manifestou-se favoravelmente à emissão das demonstrações em 10 de março de 2021.

A moeda funcional e de apresentação da FINAME é o Real (R$), e as informações são apresen- tadas em milhares de Reais (R$ mil), exceto quando indicado de outra forma. Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual uma entidade opera.

2.2. Declaração de conformidade e de continuidade Conformidade

As demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com as disposições da Lei das So- ciedades por Ações, Lei n.º 13.303/2016, Decreto n.º 8.945/2016, normas do Banco Central do Brasil – BACEN, do Conselho Monetário Nacional – CMN – e, subsidiariamente com as normas da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, não conflitantes com as regulamentações do BA- CEN e CMN. Essas demonstrações estão sendo apresentadas em conformidade com o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional – COSIF, apesar da homologação para tornar-se instituição financeira estar em processo de aprovação.

Adicionalmente, no exercício de 2020, os efeitos oriundos da Resolução CMN n.º 4818/2020 e Resolução BACEN n.º 02/2020 foram incorporados às demonstrações financeiras da FINA- ME. Esses normativos dispõem sobre os critérios gerais e procedimentos para elaboração e divulgação de demonstrações financeiras pelas instituições financeiras e têm por objetivo a aproximação das orientações e diretrizes de apresentação de acordo com as normas in- ternacionais de contabilidade. Os principais impactos foram: Inclusão da Demonstração do Resultado Abrangente; Apresentação integral do Imposto de Renda Diferido no longo prazo; Comparativo do balanço da data-base com o balanço do exercício anterior, também para as demonstrações semestrais e intermediárias; Nas Demonstrações do Resultado e do Resultado Abrangente apresentar os saldos relativos ao período intermediário corrente e o saldo acumu- lado do exercício social corrente até a data-base, comparativos com os mesmos períodos do exercício anterior. As alterações implementadas pelas novas normas não impactaram o lucro líquido ou o patrimônio líquido.

A Administração entende que todas as informações prestadas nessas demonstrações finan- ceiras são relevantes e representam fidedignamente as informações utilizadas na gestão da FINAME.

Continuidade operacional

As demonstrações financeiras foram preparadas com base no pressuposto da continuidade operacional da FINAME, uma vez que a Administração está convencida de que esta possui recursos para prosseguir no negócio num futuro previsível. Para isso, a Administração consi- derou uma vasta gama de informações relativas às condições presentes e futuras, incluindo projeções de rentabilidade, fluxos de caixa e recursos de capital.

Adicionalmente, a Administração não tem conhecimento de nenhuma incerteza material que possa gerar dúvidas significativas sobre a sua capacidade de continuar operando num futuro previsível.

2.3. Itens significativos que afetaram as demonstrações financeiras no exercício cor- rente

Variações patrimoniais:

Os ativos totais apresentaram redução no exercício de 2020, decorrente principalmente, do decréscimo da carteira de crédito e repasses, dos direitos vinculados ao tesouro nacional e das disponibilidades.

O decréscimo da carteira de crédito e repasses acompanha a manutenção do cenário de retra- ção na demanda de crédito, em que as liquidações de principal e encargos são maiores que as liberações de crédito, atenuado pela apropriação de encargos contratuais e variação cambial. A disponibilidade gerada pelo retorno da carteira de crédito tem sido utilizada na redução dos mútuos com o BNDES, principal fonte de recursos da FINAME.

O decréscimo no patrimônio líquido no ano decorre essencialmente do pagamento de dividen- dos complementares sobre o lucro de 2019, realizado no primeiro semestre, mitigado pelo lucro líquido apurado em 2020.

Variações de resultado:

O resultado de 2020, que apresentou decréscimo em relação ao ano anterior, foi impactado pelo registro de despesa com provisão para redução de valor recuperável de direitos relaciona- dos a processos contenciosos judiciais e administrativos em discussão judicial. Soma-se a este efeito o aumento na provisão para crédito de liquidação duvidosa decorrente, principalmente, do cenário de pandemia mundial da COVID-19 e o aumento da carga tributária decorrente da elevação da alíquota de contribuição social em 2020. Esses efeitos foram atenuados pela queda da despesa com pessoal, devido à redução da participação da FINAME no rateio das despesas administrativas do Sistema BNDES.

2.4. Coronavirus (“COVID-19”)

Desde janeiro de 2020, verifica-se a progressão da transmissão do novo coronavírus (Sars- -Cov-2) em diversos territórios ao redor do mundo. Em 11 de março, foi decretada a situação de pandemia da doença por ele causada, a COVID-19, pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A propagação da COVID-19 tem afetado os negócios e as atividades econômicas em diversos países.

Há grande incerteza sobre os efeitos da pandemia na economia local e global, inclusive em relação ao tempo necessário para conter o avanço do vírus. As consequências de algumas me- didas que estão sendo tomadas, principalmente as relacionadas às restrições de mobilidade impostas, sobretudo, pelos governos estaduais e municipais, podem gerar queda no fluxo de caixa e impactar negativamente as operações das companhias.

Embora a Administração avalie de forma permanente o impacto da COVID-19 nas operações e na posição patrimonial e financeira da Finame, as incertezas geradas por essa pandemia re- duziram o nível de previsibilidade sobre as operações de maneira geral, e sobre as estimativas contábeis utilizadas para a elaboração das demonstrações financeiras.

Os principais impactos da COVID-19 nas demonstrações financeiras da FINAME no exercício findo em 31 de dezembro de 2020 foram:

(continua)

Carteira de operações de crédito e repasses

No período de março a dezembro de 2020, foi observado aumento de R$ 486.419 (R$ 271.974, líquido dos efeitos tributários) na Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa, apresentada na Nota Explicativa n.º 3. Operações de Crédito e Repasses Interfinanceiros, em ocorrência de diversos rebaixamentos de classificações de risco, com destaque para empresas/entes fortemente afetados pelas condições adversas geradas pela pandemia do coronavírus na economia.

Ações do Sistema BNDES

O BNDES vem realizando diversas ações anticíclicas contra efeitos econômicos negativos da COVID-19, como a expansão da linha BNDES Crédito Pequenas Empresas, suspensão tem- porária de amortizações de empréstimos contratados junto ao BNDES – standstill, concessão de apoio emergencial à saúde e o programa Matchfunding Salvando Vidas, entre outras ações que podem ser conhecidas através do site do BNDES https://www.bndes.gov.br/wps/portal/ site/home/bndes-contra-coronavirus.

Ainda na esteira das ações emergenciais anunciadas pelo Governo Federal, cabe destaque para a extinção do Fundo PIS-Pasep, que ocorreu em 31 de maio de 2020, com a transferência de seu patrimônio para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS.

Vale destacar que as operações do BNDES e da FINAME são de longo prazo, com prazo médio (duration) de 74 meses. É esperado que as ações do Governo Federal de postergação do pa- gamento de tributos e as ações anticíclicas supramencionadas atenuem o efeito sobre a saúde financeira dos mutuários da FINAME e propiciem o recebimento das operações de crédito e repasse no médio e longo prazos.

A Administração da FINAME não vislumbra riscos à continuidade de seus negócios tampou- co às estimativas e julgamentos contábeis. Não obstante, seguirá atenta e diligente a toda e qualquer informação ou evento relacionado à COVID-19, de forma a refleti-los e/ou divulgá-los tempestivamente nas demonstrações financeiras, sobretudo acerca de mudanças de avalia- ção, recuperabilidade de ativos, mensuração do valor justo, passivos atuariais e provisões para perda esperada.

2.5. Critérios de relevância da Administração

As Notas Explicativas incluem informações necessárias para o entendimento das Demons- trações financeiras da FINAME, além de relevantes e materiais para as suas operações, sua posição financeira e seu desempenho.

As informações são consideradas materiais e relevantes se, por exemplo:

– O montante é significativo devido à sua dimensão ou natureza, quando comparado ao con- junto das demonstrações financeiras;

– É importante para a compreensão dos resultados da FINAME; ou

– Contribui para explicar o impacto de alterações significativas nos negócios da FINAME.

2.6. Critérios para apresentação das Notas Explicativas

As Notas Explicativas da FINAME, seguindo as recomendações internacionais do Framework do Relato Integrado, bem como orientações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC e do Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado – CODIM, estão apre- sentadas de forma concisa, observando parâmetros de materialidade e a relevância dos as- suntos tratados.

Informações das principais práticas contábeis podem ser encontradas na Nota Explicativa n.º 15 deste relatório.

3. OPERAÇÕES DE CRÉDITO E REPASSES INTERFINANCEIROS

O tratamento contábil das operações de crédito e repasses interfinanceiros e da provisão para créditos de liquidação duvidosa – PCLD segue os critérios estabelecidos pela Resolução CMN n.º 2.682/1999. Para detalhes, vide Nota Explicativa n.º 15.5.

3.1. Composição das operações

2020 2019

Operações de crédito 23.990.787 16.908.317 Provisão para créditos de liquidação duvidosa (616.277) (166.121)

Total de Operações de Crédito - líquidas de PCLD 23.374.510 16.742.196

Repasses interfinanceiros 65.448.089 73.031.216 Provisão para créditos de liquidação duvidosa (270.395) (251.104)

Total de Repasses Interfinanceiros - líquidas de PCLD 65.177.694 72.780.112 Total de Operações de Crédito e Repasses - líquidas de PCLD 88.552.204 89.522.308

Circulante 23.380.614 24.332.283

Não Circulante 65.171.590 65.190.025

3.2. Distribuição da carteira bruta por setor de atividade

2020 2019 Setor Público Administração pública 4.130 4.167 Atividades empresariais - - Intermediação financeira 12.485.499 16.718.534 Outros serviços 47 47

Total da carteira - Setor Público 12.489.676 16.722.748

Setor Privado

Rural 95.699 -

Indústria 323.486 193.402

Intermediação financeira 52.969.536 56.312.635 Outros serviços * 23.560.479 16.710.748

Total da carteira - Setor Privado 76.949.200 73.216.785

Total da carteira de Operações de crédito e

Repasses antes da PCLD 89.438.876 89.939.533

Provisão para créditos de liquidação duvidosa (886.672) (417.225)

Total da carteira de Operações de créditos e

Repasses líquida da PCLD 88.552.204 89.522.308

* Saldo majoritariamente composto por empresas de aviação.

3.3. Distribuição da carteira bruta por vencimento

2020 2019

Vencido: 30.718 Vencido: 6.284

A vencer: A vencer:

Até 1 ano 23.513.096 Até 1 ano 24.423.965 Entre 1 e 2 anos 19.719.000 Entre 1 e 2 anos 19.627.623 Entre 2 e 3 anos 15.489.324 Entre 2 e 3 anos 16.302.379 Entre 3 e 5 anos 18.067.905 Entre 3 e 5 anos 19.165.196 Entre 5 e 10 anos 11.898.817 Entre 5 e 10 anos 9.820.852 Após 10 anos 720.016 Após 10 anos 593.234

Total 89.438.876 Total 89.939.533

3.4. Concentração da carteira bruta

2020 2019 Operações de crédito % Repasses Interfinanceiros % Operações de crédito % Repasses Interfinanceiros % Maior cliente 13.570.088 56,6% 10.932.640 16,7% 10.408.835 61,6% 12.056.155 16,5% 10 seguintes maiores clientes 10.225.642 42,6% 42.789.658 65,4% 6.498.891 38,4% 47.721.751 65,3% 20 seguintes maiores clientes 194.224 0,8% 11.200.736 17,1% 591 0,0% 12.532.270 17,2%

50 seguintes maiores clientes 833 0,0% 525.055 0,8% - - 721.040 1,0%

(continua)

3.5. Composição da carteira e da provisão para créditos de liquidação duvidosa por nível de risco a) Operações de crédito

Nível de risco Situação

Carteira Bruta % Provisão Provisão 2020 2019 2020 2019 AA Adimplente - 1.380 0,0 - - A Adimplente 343.126 1.917.645 0,5 (1.716) (9.588) B Adimplente 4.929.363 14.837.723 1,0 (49.294) (148.377) C Adimplente 18.714.465 147.848 3,0 (561.434) (4.435) H Adimplente 3.833 4 100,0 (3.833) (4) H Inadimplente - 3.717 100,0 - (3.717) Total 23.990.787 16.908.317 (616.277) (166.121) Circulante 3.058.470 2.186.893 (78.566) (21.486) Não circulante 20.932.317 14.721.424 (537.711) (144.635)

Conforme mencionado na Nota Explicativa 2.4, em decorrência das condições adversas geradas pela pandemia do Coronavirus na Economia, houve diversos rebaixamentos de risco, com des- taque para empresas/entes que foram fortemente afetados.

b) Repasses interfinanceiros

Nível de risco Situação

Carteira Bruta % Provisão Provisão 2020 2019 2020 2019 AA Adimplente 21.733.092 33.194.030 0,0 - - A Adimplente 37.728.812 34.909.053 0,5 (188.645) (174.545) B Adimplente 5.087.179 3.888.239 1,0 (50.872) (38.882) C Adimplente 884.530 1.015.896 3,0 (26.535) (30.477) E Adimplente 14.476 23.998 30,0 (4.343) (7.200) Total 65.448.089 73.031.216 (270.395) (251.104) Circulante 20.485.344 22.243.356 (84.634) (76.480) Não circulante 44.962.745 50.787.860 (185.761) (174.624)

3.6. Movimentação da provisão sobre operações de crédito e repasses interfinanceiros

2020 2019 Operações de crédito Repasses interfinanceiros Total Operações de crédito Repasses interfinanceiros Total

Saldo no início do exercício (166.121) (251.104) (417.225) (167.196) (309.554) (476.750) (Constituição) reversão líquida (453.868) (19.291) (473.159) 1.074 58.450 59.524

Baixas contra provisão 3.712 - 3.712 1 - 1

Saldo no final do exercício (616.277) (270.395) (886.672) (166.121) (251.104) (417.225)

O BNDES aprovou, em março de 2020 e em caráter emergencial, medidas socioeconômicas de execução imediata que têm por objetivo ajudar a mitigar os efeitos da pandemia do novo co- ronavírus no Brasil. Uma das medidas é a possibilidade de concessão da suspensão temporá- ria por prazo de até seis meses de amortizações de empréstimos contratados junto ao Sistema BNDES, nas modalidades direta e indireta às empresas afetadas pela crise – medida conheci- da no mercado como standstill. Em outubro de 2020 o BNDES ofereceu nova possibilidade de suspensão temporária de pagamento de principal e juros por 6 (seis) meses para operações diretas e indiretas não automáticas com setores específicos e operações de microcrédito e, por 3 (três) meses, para operações automáticas com o setor público.

O saldo das operações com suspensão temporária de amortizações no âmbito da medida emergencial representa 40% dos créditos renegociados da Finame durante os doze meses findos em dezembro de 2020. As demais renegociações realizadas no período também tiveram como objetivo a mitigação de impactos da pandemia.