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Primeira Indústria (cordas) 1 9 4.000$ 54.000$ 54.000k

AGROPECUÁRIOS

7 Primeira Indústria (cordas) 1 9 4.000$ 54.000$ 54.000k

8 Camisaria Nacional 40 30.000$ 100.000$ 21.600 Obs.: Produção indicada em mil metros lineares de tecido produzido anualmente e unidades peças.

Fonte: CUNHA, 1911 s.p.

As empresas localizadas no bairro do Porto, ao contrário das demais, vendiam para o mercado nacional (CUNHA 1911). A Companhia Fiação e Tecidos Pelotense, responsável por aproximadamente 61% dos empregos, e a Fábrica de Chapéus Pelotense, por perto de 26 %. (Tab. 35)

Entre as duas fábricas de produtos têxteis na área de estudo, a Companhia Fiação e Tecidos Pelotense tinha o maior capital e número de trabalhadores, a Fábrica de Chapéus Pelotense apresentava faturamento 50% maior.

Tabela 35: Identificação da importância dos estabelecimentos de Fabricação Produtos Têxteis (CNAE - 17), na área de estudo.

Estabelecimentos de Produção de Têxteis na Área de Estudo

Localização

Trabalhadores Capital Faturamento

Número % Valor % Valor %

Área de estudo 512 87% 2.100.000$ 90% 2.500.000$ 90%

Demais áreas 74 13% 236.000$ 10% 265.000$* 10%

Companhia Fiação e Tecidos Pelotense

A Companhia Fiação e Tecidos Pelotense foi oficialmente inaugurada em 14 de novembro de 1910. A fábrica pertencia a uma sociedade anônima, da qual faziam parte Alberto Roberto Rosa e Plotino Amaro Duarte, ambos diretores do Banco Pelotense. O estabelecimento foi levantado em terreno adquirido nas proximidades do Porto, no prolongamento da Rua Moreira Cesar nº 52 – o que hoje corresponde à Rua Tamandaré. (Fig. 120) (CUNHA, 1911)

Figura 120: Companhia Fiação e Tecidos Pelotense. Pelotas. RS. Fonte: MONTE DOMECQ’ & CIA, 1916.

A Companhia Fiação e Tecidos Pelotense nasceu de um fato econômico: os navios que levavam charque para o nordeste retornavam vazios, o que aumentava muito os custos do produto, dado que as embarcações voltavam com os porões não ocupados. Assim, a instalação de uma firma de fiação e tecelagem de algodão em Pelotas solucionaria o problema, uma vez que os navios voltariam carregados de algodão. (MAGALHÃES N., 1992c)

Com relação ao maquinário, Cunha (1911) registrou que a fábrica possuía um possante motor da força de 500HP da casa Lates & Thon Ltd., duas caldeiras e 332 máquinas para fiação, tecelagem, tinturaria, acabamentos, em geral fornecidas por Brooks and Loxey Ltd., de Manchester. Com relação aos empregados, quando da inauguração trabalhavam quatro mestres, 10 contramestres, 108 operários e 238 operárias. A produção mensal foi de 20 mil metros de brim, 50 mil de riscados, 80 mil de algodão, e 50 mil de morins. (Fig. 121)

Figura 121: Fiação e Tecidos Pelotense com máquinas e operários trabalhando. Pelotas. RS. Fonte: MONTE DOMECQ’ & CIA, 1916.

As imagens (Fig. 122 e 123) abaixo constituem anúncios publicitários dos primeiros anos da firma:

Figura 122: Publicidade da Companhia Fiação e Tecidos Pelotense. Fonte: LOPES NETO, 1911.

Figura 123: Publicidade Fonte: FERREIRA & CIA,

1913.

Entre 1911 e 1914 a firma continuou a crescer, vindo a complementar algumas edificações, com o objetivo de abrigar novas máquinas, construiu alguns anexos. Nestas datas a fábrica tinha representantes em várias capitais da República, além de comercializar com a Europa.

Fábrica de Chapéus Pelotense

A Fábrica de Chapéus Pelotense foi fundada em primeiro de janeiro de 1880, por Antonio Cordeiro Jr e Guilherme Vbiener. Desde o início estava localizada em um prédio térreo de 10 aberturas na Praça da Constituição, 184, atualmente, a Praça 20 de Setembro, nº 590. (CUNHA, 1911)

A edificação que, inicialmente, fora propriedade de Francisco Alves Ribas, foi adquirida, juntamente com a empresa, por Carlos Guilherme Rheingantz, em 1892.

Em 31 de abril de 1907, com a entrada do filho de Carlos Guilherme, Francisco Rheingantz, e a retirada do gerente Guilherme Vbiener e do chefe de escritório Hermann Bonjuga, a firma foi alterada para F. Rheingantz & Companhia. (Fig. 124)

Com relação ao patrimônio da empresa, as anotações de Alberto Coelho da Cunha apontavam “58 máquinas impulsionadas por um motor de força de 50 cavalos de fabricante Mannig & Companhia alimentado a lenha ou a carvão [...]”. Quanto à mão de obra e à produção “Há anos trabalhava com 160 operários, as quais 30 eram do sexo feminino, sendo então a medida da produção diária de 50 a 60 dúzias de chapéus".

Com relação à matéria-prima, registrou que, “para os chapéus de feltro, o pelo, em parte tirada, das peles de ratões de banhado, em parte importada da Europa, de lebre, coelho, castor” enquanto que, para os chapéus de lã, era usada “a lã fina e mestiça rio grandense, sendo a lã preferida de borregos” e fabricava, por ano, seis mil quilos de lã nacional. Por fim, acrescentou

A fábrica tem anexa, as seções de serralheria, com sensível desenvolvimento, podendo concluir máquinas de pequeno porte, como já ha sucedido, marcenaria, cartonagem, com grandes depósitos com as matérias primas e dos preparados para a tinturaria. A sua produção anual era de 360 mil chapéus por ano.

Possui um gerente, um guarda livros, treze ajudantes e um viajante. Empregava 118 operários, sendo 48 do sexo feminino e mais 24 menores, de idade superior a 13 anos. (CUNHA, 1911, s.p.)

Figura 124: Publicidade da Fábrica de Chapéus Pelotense. Fonte: FERREIRA & CIA, 1913.

velas, estabelecimentos cujo gênero vinha diminuindo consideravelmente desde 1901. (Tab. 36)

Em 1898 existiam em Pelotas 16 fábricas de velas, sabão e sabonetes. Em 1901 esse número tinha se levado a 21, sendo 20 no primeiro distrito e uma no segundo, das quais quatro movidas a vapor a outras a pulso. Em 1905 estavam reduzidas a 14, sendo 13 no 1º distrito e ainda uma no segundo distrito. (CUNHA, 1911, s.p.)

Podemos interpretar, que se trata do mesmo processo de redução que sofreram as charqueadas, pois, a partir do momento em que diminuiu o número de gado abatido, também diminuiu a oferta de graxa para a produção de sabão e vela.

Por um lado, algumas fábricas encerravam suas atividades; por outro a Lang, aumentava produção, faturamento e capital. (Tab. 37)

Tabela 36: Identificação dos estabelecimentos de Fabricação de Sabões e Velas (CNAE - 24.7),

Pelotas, 1911.

Identificação das Fábricas na Área de Estudo e das Edificações

Fábricas Endereço Anexo Área de

estudo

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