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4.4.1 PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL

“Onde houver dominação, haverá sempre lutas pela libertação, onde houver exploração humana, haverá sempre combates pelo fim da opressão, onde houver violação dos direitos, haverá sempre resistência em nome da dignidade”. (Salve do PCC, final de 2006)

A história do Primeiro Comando da Capital (PCC) começa em outra história; esta,

45 CARAMANTE, André. Mães de maio denunciam perseguição da PM de SP contra familiares de vítimas de

grupos de extermínio. IN:

http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11297:2015-12-16-22- 20-30&catid=71:social&Itemid=180. Acesso em: 24/01/2016.

46 SALVADORE FILHO, Fausto; CARAMANTE, André. Mães de Maio denunciam promotora por “criminalizar” movimento. IN:http://ponte.org/maes-de-maio-denunciam-promotora-por-criminalizar- movimento/. Acesso em: 24/01/2016.

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internacionalmente conhecida - o Massacre do Carandiru. O Carandiru foi inaugurado em 1920, chegou a abrigar quase 8 mil presos e foi considerado o maior presídio da América Latina. Em 1992, invasão da Tropa de Choque da Polícia Militar de SP, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, deixou, pelo menos, 111 mortos. Segundo sobreviventes, o número de vítimas é bem maior e corpos foram retirados da instituição por caminhões destinados à coleta de lixo, antes da contagem oficial. Segundo Sidney Sales, “111 que tinham pai, mãe e advogado. Quem recorreu. Várias pessoas não tinham família (...). Eu creio que aproximadamente morreram uns 250. Eu distribuía alimentação no presídio. Naquele dia, sobraram quase duas caixas de pão”47. A relação entre o Massacre do Carandiru e o PCC é colocada pelos próprios presos em um Salve que correu os presídios paulistas no final de 2006: “Tudo começou e nasceu no cárcere após 1992, com o fato mais bárbaro, cruel e covarde, um massacre contra os presos, a morte de '111' presos no Carandiru, SP, por policiais militares, a mando do governo e segurança pública de SP” (PCC apud BIONDI, 2010, p. 68).

São várias as versões correntes sobre a fundação do PCC. A mais repetida delas, presente no livro Cobras e Lagartos, de Josmar Jozino (2004), afirma que o PCC nasceu no dia 31 de agosto de 1993, no Anexo da Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté. Na ocasião, um jogo de futebol entre o Primeiro Comando da Capital e o Comando Caipira acabou na morte de dois integrantes do Comando Caipira. Para se protegerem da disciplina do espancamento, metodologia dos agentes de Taubaté, cuja direção estava na mão do ex-diretor do Carandiru, os integrantes do PCC formalizaram um pacto no qual prometiam que o castigo de qualquer um dos integrantes desencadearia uma reação coletiva. Logo, o pacto se popularizou e um estatuto foi redigido - propunha-se a organização como forma de evitar os maus-tratos do cotidiano penitenciário, bem como disciplinar as relações entre os presos. Segundo Biondi, a criação do PCC é vista, por muitos presos, como o fim de uma era de guerra de todos contra todos. O PCC propunha um código de regras padrão para os conflitos dos internos do sistema carcerário (BIONDI, 2010).

Os dez anos que se passaram entre o Massacre do Carandiru e a desativação do presídio (2002) foram anos de mudanças substanciais no sistema penitenciário paulista: a população prisional foi de 52 mil detentos para 110 mil; o sistema prisional que antes contava com 43 unidades passou a contar com 80; as prisões foram construídas longe dos grandes

47 NETO, Jorge; NETO, José Francisco. 'O Carandiru era o vale da sombra e da morte', diz sobrevivente do massacre. IN: http://www.brasildefato.com.br/node/10761. Acesso em 24/01/2016.

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centros urbanos, movimento que facilitou que o crescimento da população carcerária passasse despercebido pela maioria da população de São Paulo, e, por último, mas não menos importante, o surgimento do PCC e de seu proceder48 (BIONDI, 2010).

As autoridades do estado de São Paulo tentaram negar a existência do PCC. Segundo o jornalista Jozino, existia, inclusive, uma proibição do grupo Globo, dona do Diário de S. Paulo e de várias outras revistas, jornais, emissoras de rádio e de televisão, acerca da utilização da sigla PCC, do número 15.3.3 (P é a décima quinta letra do alfabeto, C é a terceira) e do nome Primeiro Comando da Capital. Assim, longe dos olhos da população e blindado da atenção midiática, o PCC crescia nas entranhas do sistema prisional paulista. A repórter Fátima Souza levou ao ar, em 1995 e em 1997, entrevistas nas quais o PCC foi exposto como “uma fraternidade, um comando que se espalhou pelas cadeias” (BIONDI, 2010, p.72). O governo de SP desmentia e afirmava que o PCC era um pequeno grupo com pouca influência dentro das cadeias. Entre 1999 e 2000 a polícia investigou, pela primeira vez, o Partidão49. Foi quando o governo do estado decidiu pela transferência das lideranças identificadas para prisões em outros estados da União - assim, o PCC se expandiu e solidificou alianças.

No dia 18 de fevereiro de 2001, o PCC consolida sua hegemonia comandando a maior rebelião, até então, já registrada no país - 26 presídios paulistas participaram da ação. Em novembro de 2003, o Comando foi o responsável por cerca de 70 atentados contra o poder público. Em 2004, cerca de 8 mil pessoas se reuniram na frente da Secretaria de Administração Penitenciária para protestar contra as novas regras de visitação dos presídios (BIONDI, 2010).

O PCC geralmente é apreendido como uma instituição similar ao Estado. Uma organização hierárquica da criminalidade. Na etnografia de Karina Biondi, Tudo junto e misturado, o PCC aparece como uma experiência política. Organização que surge justamente para evitar relações de domínio - nas cadeias do PCC, não é recomendável mandar nem obedecer. Nesse sentido, o PCC não se restringe aos irmãos, membros batizados do Comando, mas se estende a toda à população50 das cadeias comandadas pelo grupo. A diferença em

48 “Proceder é o nome de uma relação travada por prisioneiros entre si, com funcionários e com visitantes, e que dispõe sobre o comportamento esperado em cada situação de suas vidas, desde a alimentação até o jogo de futebol, passando também pelos cuidados com sua higiene” (BIONDI, 2010, p.95)

49 Partidão é uma das alcunhas utilizadas pelos presos para se referir ao Primeiro Comando da Capital. 50 Os presos não batizados são chamados primos.

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relação a outras facções está inscrita em seu lema: Paz, Justiça, Liberdade e Igualdade. O ideal da Igualdade que rege o proceder faz com que a hierarquia e a centralização do poder sejam constantemente boicotadas. Ao mesmo tempo, o PCC é uma imagem de transcendência, simboliza a união dos presos em busca de uma sociabilidade mais justa. Assim, a disciplina do Comando é um norte, flexível e constantemente atualizado. Um conjunto de regras que são mobilizadas e transformadas em debates e assembleias, a depender da conjuntura. É quase o ideal clastreano de liderança: um Comando sem comando. Nas palavras de Biondi:

(...) o que está na base da tensão entre a igualdade e o exercício político no PCC é a inexistência de obrigações. É esta especificidade que confere uma flexibilidade à relação entre os presos, oferecendo margens para o aspecto dinâmico de sua política. Os não-membros que estão no convívio das cadeias do PCC são presos que “correm lado-a-lado” com o Comando, pois quem não corre com o Comando corre contra, é oposição, cujo local apropriado é o seguro ou alguma prisão que esteja sob influência de outro comando. Mas o reconhecimento que o PCC recebe dos prisioneiros só ocorre se nas atuações cotidianas os irmãos obtiverem êxito na construção desta relação. O sucesso na formação do Comando se dá no refreamento das ações indesejadas de outros atores; é evitando os maus tratos por parte dos agentes, proibindo a subjugação de um preso por outro, impedindo a depredação do prédio, que os irmãos adquirem seu poderio de negociação e, com o sucesso nessas negociações, o reconhecimento de sua atuação e o êxito na construção do PCC. O reconhecimento da atuação do Comando, assim, é fruto de uma conquista que é incessantemente buscada e que está em constante risco, principalmente quando o que se pretende fundar é um Comando entre iguais, ou melhor, um Comando sem comando (BIONDI, 2010, p.141)51.

As ações do PCC garantiram um sistema carcerário livre de mortes banais (para matar, é necessário pedir autorização ao PCC), proibiram o estupro e o uso do crack. Ademais, as ações do PCC não se restringem ao sistema carcerário. Gabriel Feltran, em pesquisa relativa a diminuição drástica (70%) dos homicídios em São Paulo, na década de 2000, afirma:

Após essa mudança nas políticas do crime, que reivindica valores de igualdade inscritos em tradição popular muito distinta da iluminista, aquele menino que antes devia matar um colega por uma dívida de R$5, para ser respeitado entre os seus pares, agora não pode mais matá-lo: deve recorrer ao PCC para reivindicar uma reparação do dano sofrido. O impacto dessa nova regulação da ética do crime, assegurada pela força armada do “Comando”, nas taxas de homicídio foi muito maior do que se imaginava; o irmão daquele menino morto pela dívida se sentiria na obrigação de vingá-lo, e assim sucessivamente, o que gerava uma cadeia de vinganças privadas altamente letal, muito comum ainda hoje em outras capitais brasileiras. Nesse novo ordenamento, entretanto, interrompe-se a vendeta: foi a “lei do crime” que o julgou e condenou, e ela é legítima para fazê-lo. Como as políticas emanadas do crime, nos “debates”, só deliberam pela morte em último caso - quando houve uma morte sem o aval do PCC - há muitas outras punições intermediárias que podem ser implementadas (advertências, espancamentos, expulsões, interdições, a depender da performance de quem solicita o debate e de quem é julgado nele). Toda aquela cadeia de vinganças que acumulava corpos de meninos das vielas de favelas, até os primeiros anos da década passada, foi assim interditada (FELTRAN, 2012,

167 p.241-242).

A luta do estado de SP contra o PCC já começa condenada ao fracasso. As autoridades são incapazes de perceber o vínculo existente entre suas próprias políticas de encarceramento massivo e a emergência do PCC. Parecem não entender que os abusos aos Direitos Humanos, institucionalizados nos presídios, acabam por realizar o trabalho de base do Comando. O PCC é mais do que uma mera facção, mais do que expressão do crime organizado. O PCC é uma tática de sobrevivência, aparece onde o estado se ausenta - nas prisões e nas periferias. Apesar de composto por indivíduos que certamente protagonizam crimes violentos, o PCC opera, também, em outro nível. Enuncia a guerra quando quer chamar atenção; mas é, antes, a política nos presídios. Assim foi em 2006. Se o estado de São Paulo ainda não produziu nenhum documento referente a maio de 2006, o PCC o fez. Seguem trechos de uma cartilha auto-reflexiva, endereçada a toda população carcerária do estado de São Paulo52, que avalia resultados e efeitos de maio de 2006 e propõe estratégias futuras:

Espero que esta cartilha sirva como um trampolim para um salto em busca de águas tranquilas, mas, havendo correntezas fortes, que a conscientização ajude a todos a navegar em busca de solução. Aqui fica o pedido a todos da importância de debates e falar abertamente para a população carcerária sobre o conteúdo dessa cartilha. Pedimos que todos conversem, se expressem e através do aprendizado consigamos conquistar um futuro. Palestrar até mesmo em dia de visita nos presídios, pois assim nossos familiares entenderão com mais facilidade os motivos de nossas lutas para também nos apoiar conscientemente. É através desse novo texto que de uma maneira simples e direta, seguindo uma linguagem que todos possam entender, compreender, refletir e pensar, que buscaremos o caminho para agirmos e superarmos esse momento de nossas vidas. E que a partir desse novo trabalho, com mais certeza, possamos seguir nossa jornada com fé e coragem para os próximos dias e futuro aperfeiçoamento de nossas deficiências e edificando nossas carências.

A parte educativa é fundamental e em primeiro passo vamos explorá-la até mesmo para termos um entendimento melhor sobre nossa luta (Cartilha do PCC, apud. BIONDI, 2010, p.150).

O Governo do Estado, a Segurança Pública, Administração Penitenciária, o Serviço de Inteligência formado por promotores, o GARRA, o DEIC; [...] o que eles fazem de forma direta e conjunta (mancomunada) é trabalhar para não acabar com as injustiças sociais; [...]; perseguem os presos de várias formas para os prejudicarem; não fazem nada para melhorar o sistema, só para dificultar; [...]. Só alimentam cada vez mais a violência e quando querem algo específico, como o voto, nos provocam, promovendo mais injustiça e opressões dentro dos presídios, esperando nossas reações de revolta. Com isso, aparecem como salvadores da Pátria, sempre usando a força e a violência descontrolada dentro dos presídios para acabar com revoltas; revoltas estas que eles próprios causaram. Em seguida usam o poder da mídia também contra nós. Precisamos urgentemente aprender a lutar contra essas provocações e conhecer as formas que essas autoridades usam contra nós. Só assim os superaremos: conhecendo os seus métodos de agir (Cartilha do PCC apud. BIONDI, 2010, p.151).

52 O companheiro de Biondi estava preso e teve acesso ao documento. A cartilha foi lida durante um Salve Geral, que, segundo ela, tem lugar no centro dos presídios e na presença de funcionários (BIONDI, 2010).

168 Como fazer para lutar e superarmos nossas dificuldades e conquistarmos nossos direitos como presos? Usando as mesmas armas que eles usam contra nós, a propaganda da divulgação, a mídia. Vamos maciçamente nos expressar à Sociedade e mostrar esse lado esquecido e cenário de tantas injustiças e violências. [...] Temos que fazer todos entender que não somos esses monstros que a mídia divulga. Precisamos urgentemente mostrar à Sociedade que somos usados pelos políticos e que só queremos o que é nosso por direito, queremos ser tratados como seres humanos e não como animais como somos tratados (Cartilha do PCC apud. BIONDI, 2010, p.152).

Nossos objetivos e metas são conseguirmos, através de nossa união, juntamente com o apoio de nossos familiares, um sistema carcerário humanizado e que conceda nosso direito integralmente. [...] Nós não queremos regalias no sistema; queremos um sistema humanizado, com quadros profissionalizantes e educativos com profissionais sérios; setores judiciários justos, ativos e eficientes; queremos nossas famílias junto de nós; saúde adequada e necessária. Temos todos esses direitos, mas não os recebemos. Os únicos direitos que impõe o sistema são os castigos, as perseguições pessoais, o abuso de poder, a violência e os maus tratos (Cartilha do PCC apud. BIONDI, 2010, p.153).

Não quero com essa breve imersão em uma das facetas do crime organizado insinuar que o PCC seja algum tipo de exemplo ético. Os valores éticos derivados de um cotidiano em que se naturaliza ritualisticamente a violência, não devem servir de modelo para uma sociedade que visa, justamente, a sua superação. Ao abordar a maneira como o tráfico de drogas substitui a autoridade moral das instituições sociais, Sérgio Adorno descreve certo caráter tirânico da ética do narcotráfico que produz um elevado número de mortos, e por conseguinte, a banalização da vida; a instauração de um regime despótico e a desorganização social e política das comunidades em que se estabelecem; o recrutamento de crianças e adolescentes, bem como sua morte prematura; a disseminação de valores belicistas; o fortalecimento do patriarcalismo, da homofobia e da misoginia; e o entrelaçamento com os crimes de colarinho branco (ADORNO, 2002, 27-28).

4.4.2 - AS MÃE DE MAIO

“Hoje, nós Mães de Maio temos o nosso primeiro Livro, o nosso primeiro Grito em páginas impressas, sem a intermediação de outras falas e outros pseudo-representantes que nunca sentiram o que nós sentimos na pele esses anos todos - mas que sempre fazem questão de se apresentar como nossos porta-vozes. Não queremos ninguém falando pela gente: queremos aprender errando, se corrigindo, melhorando, se enfiando, ouvindo, gritando, acalmando, indo de novo pra cima, refletindo, compartilhando, se fortalecendo... Com os nossos! ”

(Mães de Maio - Do luto à luta)

Após os Crimes de Maio, surgiu o Movimento Independente Mães de Maio. Um coletivo de Mães Guerreiras que afirmam possuir em comum três coisas fundamentais: não

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são ricas nem ocupam espaços de poder; tiveram os seus filhos e filhas executados pelo Estado Brasileiro e/ou por Grupos de Extermínio ligados ao Estado, que decretaram a pena de morte para todos aqueles que consideravam “descartáveis”; e decidiram que os crimes do Estado não iam ficar barato, que lutariam, não apenas por seus filhos, mas por toda a sociedade brasileira (MÃES DE MAIO, 2011).

As Mães de Maio são uma rede de apoio aos familiares de vítimas da violência institucional, mulheres que caminham juntas na luta por Verdade, Memória e Justiça na democracia brasileira. O movimento começou quando Débora, Ednalva e Vera perceberam, através de suas experiências, a extensão da implicação do Estado na execução de seus filhos e das outras centenas de vítimas de maio de 2006. As Mães de Maio perceberam que não contariam com muita ajuda na busca por Justiça pelos seus filhos e assumiram como missão ecoar as vozes de seus mortos e desmascarar a hipocrisia da democracia brasileira. Perceberam que o massacre que vitimou seus filhos é contínuo - todos os dias nascem, da mais profunda dor, outras Mães de maio. Hoje, lutam, sobretudo, pela federalização dos Crimes de Maio e de outras chacinas que permanecem impunes. São exemplo da luta por dignidade. Não tenho a intenção de me delongar descrevendo-as, nem o poderia, tão distante me encontro da dor de perder um filho. Por fim, ciente das implicações existentes entre o saber e o poder, ecoo o seu grito:

E se eles se fazem de surdos e de rogados... E se muitos dos nossos insistem em não acordar, resignados... E se muitos dos nossos ainda se perdem em muitas picuinhas e competições bestas, mesquinhas, disputando holofotes e espaços... Nós depois que passamos a nos organizar e a lutar, pouco a pouco, passo a passo, somos e seremos cada vez mais gritantes, incansáveis. “Coração em chamas e os punhos cerrados!”. E o Tempo é Rei, Nêga: dessa Luta acreditamos que pode nascer Outro Dia, outro tipo de sociedade aonde falaremos, aonde escutaremos, aonde seremos realmente escutadas. Aonde pensaremos e construiremos as coisas juntas, principalmente o Amor. E poderemos assim decidir sobre as nossas Vidas, Vivas-Vidas, como os nossos Filhos e Filhas, roubados de nós pelo Estado, deveriam ter tido a Liberdade de decidir, de ir ou vir, e de Viver-Feliz. Eles seguem e seguirão conosco! Presentes! Agora e Sempre!

Não: certamente a sociedade em que vivemos e sobrevivemos - sociedade dominada pelo dinheiro, pelas armas, pela polícia e pelas hierarquias de poder - certamente ainda não está preparada para Ouvir toda nossa Revolta. Não estava preparada para nossa Presença... Sentimos isso no cotidiano de nossas incansáveis Lutas... Surdos- Vivos... Porém, nós não desanimaremos...

Por isso Gritamos, muitas vezes. Para ouvir tudo o que Desejamos Falar. Por isso buscamos palavras, entre erros e acertos. Nossas Palavras (MÃES DE MAIO, 2011, p.15).

170 CONCLUSÃO