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9.6 Principais Métodos de AIA para Execução de Estudos Ambientais

No documento Curso Eia-Rima Cemae (páginas 75-91)

Os dicionários definem metodologia como o estudo sistemático e lógico dos princípios que dirigem a pesquisa científica, ou o estudo científico dos métodos. Por sua vez, método é o meio ou o processo de se atingir um determinado objetivo, ou, ainda, os procedimentos técnicos, modos de pesquisa e investigação, previamente estabelecidos, próprios de uma ciência ou disciplina, empregados para alcançar um determinado fim. As técnicas definem-se como operações específicas de descoberta de fatos ou manipulação de informações, dados ou conhecimento.

Denominam-se por Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental (métodos de AIA) os "mecanismos estruturados para coletar, analisar, comparar e organizar informações e dados sobre os impactos ambientais de uma proposta" (Bisset, 1982) ou ainda "a seqüência de passos recomendados para colecionar e analisar os efeitos de uma ação sobre a qualidade ambiental e a produtividade do sistema natural, e avaliar os seus impactos nos receptores natural, socioeconômico e humano" (Horberry, 1984). O termo metodologia é algumas vezes empregado para nomear um método de AIA, embora seja mais apropriado para designar o conjunto de conceitos, postulados, métodos e técnicas utilizados para a execução de um dado EIA.

Nenhum método de AIA pode ser considerado o melhor. Também não existe método que sirva para o tratamento de todas as etapas e tarefas de um Estudo de Impacto Ambiental ou que seja apropriado à avaliação de qualquer tipo de empreendimento. A escolha, ou, melhor dizendo, a concepção do método a ser empregado em um determinado estudo, deve levar em conta os recursos técnicos e financeiros disponíveis, o tempo de sua duração, os dados e informações existentes ou possíveis de se obter, os requisitos legais e os termos de referência a serem atendidos. O conhecimento dos métodos de AIA, divulgado em livros, relatórios e artigos técnicos pode ser útil apenas na medida em que os seus princípios básicos auxiliem a visão global e interdisciplinar dos sistemas ambientais e possam ser adaptados às condições particulares de cada estudo.

Este item apresenta a descrição dos principais tipos de método de AIA e a apreciação crítica das vantagens e desvantagens da aplicação de cada um deles. Adota-se a tipologia comumente encontrada na literatura técnica que utiliza como critério de classificação os aspectos formais de cada método, isto é, a maneira de se disporem os dados sobre o projeto e os seus impactos ambientais, levando em conta, algumas vezes, o contexto em que se processa a análise dos impactos.

9.6.1 - Métodos Espontâneos ou "Ad hoc"

Os métodos "ad hoc", também conhecidos como painéis ou reuniões de especialistas, consistem na criação de grupos de trabalho formados por profissionais e cientistas de diferentes disciplinas, de acordo com as características do projeto a ser avaliado. Os impactos são identificados normalmente através de brainstorming (“tempestade de idéias”), caracterizando-os e sintetizando-os em seguida por meio de tabelas ou matrizes.

Os especialistas são selecionados entre pessoas de notório saber, que reúnam conhecimentos práticos por terem vivido ou trabalhado na área a ser afetada. Organizam-se então reuniões técnicas com a finalidade de, em tempo reduzido, obter informações a respeito dos prováveis impactos ambientais do projeto, com base na experiência profissional de cada participante. Este tipo de método foi desenvolvido para ser empregado quando é curto o tempo e há carência de dados para tratamento sistemático dos impactos, não sendo possível a realização de estudos detalhados. Surgiu da opinião de que é melhor tomar uma decisão à luz das previsões de um grupo de especialistas qualificados, do que o fazer levando em conta apenas razões econômicas ou de engenharia.

Vantagens:

– Adequadas para casos com escassez de dados, fornecendo orientação para outras

avaliações;

– Estimativa rápida da evolução de impactos de forma organizada, facilmente

compreensível pelo público. Desvantagens:

– Não há detalhamento no exame das intervenções e variáveis ambientais envolvidas,; – Alto grau de subjetividade dos resultados, que dependem das qualidades da coordenação,

dos critérios de escolha dos componentes do grupo de trabalho, do nível de informação e, até mesmo, das diferenças de temperamento e das tendências de cada um.

No Brasil, os regulamentos limitam de antemão o uso dos métodos "ad hoc", embora as reuniões de especialistas possam servir, em alguns casos, para uma ou outra tarefa do Estudo de Impacto Ambiental, desde que as opiniões se fundamentem em argumentos técnicos e razões científicas criteriosas.

9.6.2 - Listagens de Controle (Checklist)

As listagens de controle, mais que um método de AIA, consistem numa relação de fatores e parâmetros ambientais que servem de lembrete do que se deve considerar, não deixando esquecer nenhum elemento de importância para a tomada de decisão, ou seja, consiste na identificação e enumeração dos impactos, a partir da diagnose ambiental realizada por especialistas dos meios físico, biótico e sócio-econômico

Na fase inicial do Estudo de Impacto Ambiental, a listagem representa um dos métodos mais utilizados em AIA., particularmente no diagnóstico ambiental da área de influência do projeto e na comparação das alternativas.

A equipe multidisciplinar envolvida relaciona os impactos decorrentes das fases de implantação e operação do empreendimento, classificando-os em positivos ou negativos, conforme o tipo da modificação antrópica que esteja sendo introduzida no ambiente analisado.

O método pode ser apresentado sob forma de checklist a ser preenchido, para direcionar a avaliação a ser realizada. Os termos de referência para a preparação do EIA são uma forma de listagem de controle das informações, pesquisas e previsões a serem necessariamente apresentadas, evitando a omissão de aspectos relevantes para a análise das condições de aprovação do projeto. As listagens de controle são ainda freqüentemente utilizadas como método auxiliar nos estudos de impacto ambiental.

Vantagens:

– Utilização imediata na avaliação qualitativa de impactos mais relevantes;

– Adequada para avaliações preliminares, podendo, de forma limitada, incorporar escalas

de valores e ponderações. Desvantagens:

– Não podem dar conta da maioria das tarefas, principalmente porque não estabelecem as

relações de causa e efeito entre as ações do projeto e seus impactos;

– Poucas listagens de controle conseguem incorporar técnicas de previsão dos impactos; – Aplicação limita-se a projetos específicos sob a responsabilidade de entidades detentoras

de amplas informações sobre os sistemas ambientais a serem afetados. • Listagens de Controle Simples

– As primeiras a serem concebidas, enumeram apenas os fatores ambientais e, algumas

vezes, seus respectivos indicadores, isto é, os parâmetros que fornecem as medidas para o cálculo (quantitativo ou qualitativo) da magnitude dos impactos. Em muitos casos, incluem também a lista das ações de desenvolvimento do projeto. Foram elaboradas listagens específicas para a avaliação de certos tipos de projeto, como aquela preparada pelo "'Department of Transportation", para projetos de rodovias. Outras se aplicam às características de determinados sistemas ambientais, de que é exemplo o trabalho desenvolvido para a bacia do Rio Mekong.

Listagens de Controle Descritivas

– Oferecem, além do rol de parâmetros ambientais, alguma forma de orientação para a

análise dos impactos ambientais. Assim, a listagem de controle preparada por "'The Urban Institute" de Washington, em 1976, apresenta os fatores ambientais a serem considerados nos estudos, fornecendo para cada um deles critérios de avaliação, informações sobre as fontes de informação e as técnicas de previsão que devem ser empregadas. As listagens de controle descritivas podem tomar a forma de questionário, no qual uma série de perguntas em cadeia tenta dar um tratamento integrado à análise dos impactos. O método desenvolvido pelo "Project Appraisal for Development Control", em 1976, na Grã-Bretanha, apresenta um amplo questionário a ser usado pelas agências do

governo para a avaliação de projetos industriais. As perguntas tentam identificar e descrever os impactos diretos e indiretos, relacionando-os aos fatores ambientais afetados (Clark, 1976).

Listagens de Controle Escalares

– Apresentam meios de atribuir valores numéricos ou em forma de símbolos (letras e

sinais) para cada fator ambiental, permitindo a classificação e a comparação das alternativas de projeto e a escolha daquela mais favorável.

Listagens de Controle Escalares Ponderadas

– Incorporam às listagens escalares o grau de importância de cada impacto, para a

ponderação do valor da magnitude. Foram muitas as listagens deste tipo, desenvolvidas principalmente para projetos de uso de recursos hídricos.

9.6.3 - Matrizes de Interação

– As matrizes de interação são largamente utilizadas na etapa de identificação dos impactos

dos estudos de impacto ambiental. Relacionam as diversas ações do projeto aos fatores ambientais. Pela interseção das linhas e colunas representa-se o impacto de cada ação sobre cada fator ambiental.

– Os impactos positivos e negativos de cada meio (físico, biótipo e sócio-econômico) são

alocados no eixo vertical da matriz, de acordo com a fase em que se encontrar o empreendimento (implantação e/ou operação), e com as áreas de influência (direta e/ou indireta), sendo que alguns impactos podem ser alocados, tanto nas fases de implantação e/ou operação, como nas áreas direta e/ou indireta do projeto, com valores diferentes para alguns de seus atributos respectivamente. Cada impacto é, então, alocado na matriz por meio (biótico, antrópico e físico), e cada um contém subsistemas distintos no eixo vertical, sobre o qual os impactos são avaliados nominal e ordinalmente, de acordo com seus atributos.

– A "matriz de Leopold", criada pelo "United States Geological Survey" (Leopold et alii,

1971) tem sido uma das mais utilizadas nos Estudos de Impacto Ambiental – Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) realizados no Brasil, sendo freqüentemente tomada como o método padrão para a elaboração desses estudos (IBAMA, 1995).

– A “matriz de Leopold” consiste da união de duas listas de verificação. Uma lista de ações

ou atividades é mostrada horizontalmente, enquanto uma lista de componentes ambientais é mostrada verticalmente. A inclusão dessas duas listas de verificação em uma matriz ajuda a identificar os impactos, uma vez que os itens de uma lista podem ser sistematicamente relacionados a todos os outros itens da outra lista, com o objetivo de identificar os possíveis impactos. Isto é feito por meio da incorporação de roteiros para caracterizar os impactos em termos de magnitude e importância em uma escala de 1-10, onde 1 representa a menor magnitude ou importância e 10, a maior. A magnitude de um impacto é tomada como sua significância, por exemplo, se um impacto visual ocorre em uma área com baixa qualidade de paisagem, então um valor de 2 ou 3 pode ser dado ao

invés de 8 ou 9, que corresponderia a uma área com alta qualidade de paisagem. Os impactos podem ser agregados, por linha ou coluna, pela soma algébrica dos produtos dos valores de magnitude e importância de cada impacto. Prepara-se uma matriz para cada alternativa de projeto e elabora-se um texto com a discussão dos resultados. A matriz de Leopold apresenta o cruzamento de cem ações com 88 componentes ambientais, resultando em 8.800 células de intersecção. Entretanto embora a “matriz de Leopold” contenha 8.800 células, Leopold et al. (1971) estimam que, para a maior parte dos projetos, o preenchimento de 25-50 células já representa significativamente os impactos causados por um empreendimento.

Vantagem:

– Permite fácil compreensão dos resultados; aborda fatores biofísicos e sociais; acomoda

dados qualitativos e quantitativos, além de fornecer boa orientação para o prosseguimento dos estudos e introduzir multidisciplinaridade.

Desvantagens:

– O estabelecimento dos pesos constitui um dos pontos mais críticos, por não explicitar

claramente as bases de cálculo das escalas de pontuação de importância e da magnitude;

– Não identificação, analogamente às checklists, das inter-relações entre os impactos, o que

pode levar à dupla contagem ou à subestimativa dos mesmos, bem como a pouca ênfase atribuída aos fatores sociais e culturais.

As matrizes deste tipo identificam apenas os impactos diretos, não considerando os aspectos temporais e espaciais dos impactos. Por isto, desenvolveram-se outros tipos de matriz de interação que cruzam os fatores ambientais entre si, introduzem símbolos ou utilizam técnicas de operação para ampliar a abrangência dos resultados. Vale lembrar mais uma vez que as matrizes de interação aplicam-se com eficiência para a identificação dos impactos diretos, sendo, porém, bastante limitadas para utilização como método de AIA isoladamente, não atendendo às outras tarefas de um EIA.

9.6.4 - Redes de Interação e Diagramas de Sistemas

As redes de interação estabelecem as relações do tipo causa-condições-efeito, podendo ser associados parâmetros de valor em magnitude, importância e probabilidade, permitindo a partir do impacto inicial, retratar o conjunto das ações que podem desencadeá-lo direta ou indiretamente.

Foram criadas para possibilitar a identificação de impactos indiretos (secundários, terciários etc.) e suas interações, por meio de gráficos ou diagramas. Uma ação qualquer dificilmente ocasiona apenas um impacto. Na grande maioria dos casos, cada ação de um projeto gera mais de um impacto que, por sua vez, provocam uma cadeia de impactos. As redes de interação ajudam a promover uma abordagem integrada à análise dos impactos ambientais. Enquanto as matrizes e listagens de controle limitam o pensamento dos técnicos à apreciação de cada fator ambiental isoladamente, as redes os induzem a trabalhar em conjunto, organizando as discussões e a troca de informação sobre os impactos e as interações dos fatores ambientais.

A primeira rede de interação foi elaborada por Sorensen, em 1971, como tese de mestrado, e partiu do desdobramento de uma matriz. Formulada para a avaliação de um programa de ordenamento territorial numa área costeira da Califórnia, a rede de interação de Sorensen trata das conseqüências ambientais das diferentes categorias de uso do solo, seus conflitos e interferências. Considera seis componentes ambientais (água, clima, condições geofísicas, condições de acesso e estética) e o conjunto de atividades que os modificam.

As redes de interação podem ser concebidas segundo dois enfoques. O primeiro diz respeito às redes próprias a situações ambientais específicas, a partir do conhecimento prévio dos efeitos ambientais de certas ações sobre determinados sistemas ambientais. Por exemplo, pode-se construir uma rede de interação para projetos florestais a se implantarem numa região, que sirva de referência para a análise dos projetos que ali venham a se implantar. O segundo consiste na elaboração especulativa da rede de interação por tipo de projeto, para auxiliar o raciocínio no decorrer dos estudos de impacto ambiental, quando a rede de interação pode ser ajustada para as especificidades do meio ambiente na área a ser afetada.Visam também a orientar as medidas a serem propostas para o gerenciamento dos impactos identificados, isto é, recomendar medidas mitigadoras que possam ser aplicadas já no momento de efetivação das ações causadas pelo empreendimento e propor programas de manejo, monitoramento e controle ambientais.

Vantagens:

− Permitem boa visualização de impactos secundários e demais ordens, principalmente em ambiente computacional;

− Possibilidade de introdução de parâmetros probabilísticos, mostrando tendências. Desvantagens:

− Devem ser empregadas apenas para a identificação dos impactos indiretos e suas interações, uma vez que não destacam a importância relativa dos impactos identificados nem dispensam o uso de técnicas de previsão e outros métodos para completar as tarefas do estudo.

Diagramas de Sistemas

− Os diagramas de sistemas são variações de rede de interação nos quais retratam-se os arranjos e interações do sistema ambiental, utilizando-se o fluxo e o processamento da energia como elementos de ligação entre os componentes. A energia chega ao sistema, perpassa os elementos, gera diferentes processos e deixa o sistema em forma de "output". O diagrama de sistemas aproveita esta propriedade para estimar os impactos ambientais das ações do projeto, usando como indicador as alterações no fluxo de energia.

− A aplicação mais conhecida deste método foi desenvolvida por Gilliland e Risser, em 1977, para a avaliação dos impactos ecológicos da instalação militar de teste de lançamento de mísseis White Sand, no Novo México. A avaliação, realizada em dois níveis de detalhamento, empregou um diagrama de sistemas para o estudo em macro-escala e um modelo matemático hidrológico para o detalhamento dos efeitos da captação de água subterrânea. O diagrama de sistemas foi construído usando-se a notação criada por Odum (1971), destacando-se os compartimentos relevantes para a análise dos

impactos, os fatores causais externos ao sistema, as ligações e os caminhos do fluxo de energia e as atividades a serem desenvolvidas. Cada impacto é medido pelas alterações do fluxo de energia introduzidas pelas ações do projeto. O efeito combinado de todos os impactos é somado e expresso em quilocalorias ou em forma de redução ou aumento da percentagem de produção primária bruta do sistema. O método prevê ainda a identificação dos impactos que exigem análise detalhada e o exame dos impactos que possam ser causados fora dos limites do sistema. As críticas a este método prendem-se a seus custos e às limitações referentes à sua aplicabilidade apenas à análise de impactos sobre os sistemas naturais, não servindo para a avaliação de impactos socioeconômicos.

9.6.5 - Superposição de Cartas (Overlay Mapping)

− Este tipo de método foi tomado de empréstimo dos trabalhos de ordenamento dos usos do solo realizados por Tricart (1966) e McHarg (1969), e adaptados para a avaliação de impacto ambiental de projetos lineares (vias de transporte, dutos, linhas de transmissão). O trabalho de Tricart adota como fundamento para a determinação do zoneamento territorial as restrições impostas pela dinâmica dos sistemas ambientais, de modo a evitar a degradação dos recursos naturais. McHarg parte da análise e das interações dos fatores ambientais para avaliar a aptidão das unidades territoriais em relação aos diversos usos, utilizando um quadro matricial para discutir a compatibilidade entre eles.

− Os dois enfoques: restrições ambientais à ocupação e aptidão do ambiente para a definição dos usos processam a superposição de cartas geográficas temáticas para estudar as interações dos fatores ambientais passíveis de mapeamento.

− As técnicas cartográficas são utilizadas na localização/ extensão de impactos, na determinação de aptidão e uso de solos, na resolução de áreas de relevante interesse ecológico, cultural, arqueológico, sócio-econômico; logo, em zoneamentos e gerenciamentos ambientais.

− Perfeitamente adaptável a diagnósticos e avaliações ambientais, tal metodologia consiste na confecção de uma série de cartas temáticas, uma para cada compartimento ambiental. (tipos de solo, cobertura vegetal, drenagem etc.). As áreas menos restritivas, ou mais aptas, ao desenvolvimento do projeto proposto são assinaladas em branco e as mais restritivas, ou de todo inaptas, em preto. Cria-se, para as áreas intermediárias, gradações de intensidade de cor cinza. A superposição das cartas temáticas faz aparecer, nas regiões mais claras da carta assim produzida, as áreas onde os impactos do projeto seriam mínimos.

− Esses mapas desenhados em material transparente, quando sobrepostos, orientam os estudos em questão. Estas cartas se interagem para produzir a síntese da situação ambiental de uma área geográfica, podendo ser elaboradas de acordo com os conceitos de vulnerabilidade ou potencialidade dos recursos ambientais (segundo se desejam obter cartas de restrição ou de aptidão do solo).

Vantagens:

− Aplica-se com bons resultados à avaliação de impacto de alternativas de traçado de projetos lineares, indicando o que geraria menores impactos;

− Processam a superposição de cartas geográficas temáticas para estudar as interações dos fatores ambientais passíveis de mapeamento.

− Útil para a localização, conflitos de uso e outras questões de dimensão espacial, como a comparação entre alternativas a serem analisados em um Estudo de Impacto Ambiental de um determinado empreendimentos.

Desvantagens:

− Limitação quanto à quantificação dos impactos;

− Impossibilidade de se introduzirem na análise os fatores ambientais que não podem ser mapeados e à difícil integração dos impactos socioeconômicos;

− Subjetividade no trato da gradação das potencialidades ou restrições dos fatores ambientais;

− O uso de transparências limita o número de fatores ambientais a serem tratados, porque cada um requer uma folha em separado: a superposição de mais de doze ou quinze cartas é impossível. Entretanto, as técnicas de computação gráfica, hoje de uso corrente, podem superar os problemas de resolução do método, para qualquer quantidade de parâmetros que se queira utilizar, podendo introduzir critérios e equações matemáticas que representem as regras de interação dos componentes ou mesmo a importância relativa de cada um.

9.6.6 - Modelos de Simulação

São modelos relacionados à inteligência artificial ou modelos matemáticos, destinados a

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