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Problema de tempo de espera elevado em filas de transplante

6 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA PARA UTILIZAÇÃO DE

6.8 Problema de tempo de espera elevado em filas de transplante

A FIG. 22 apresenta a metodologia para abordagem do problema de tempo de espera elevado em filas de transplante.

1 - Problemas

•Problema de tempo de espera elevado em filas de transplante

2 - Objetivos

•Racionalizar o processo de gerenciamento das filas de transplante de órgãos visando ao aumento da sobrevida dos pacientes

3 Técnicas de Solução

Sugeridas

• Simulação à Eventos Discretos

• Teoria das Filas

4 Inputs necessários

•Demanda por transplante

•Características dos pacientes que influenciam no transplante (tipo sanguíneo, peso, idade, nível de severidade, local de residência, etc.)

•Critérios de compatibilidade entre doador e receptor

•Taxa de óbito na fila por nível de severidade da doença

•Taxa de oferta de órgãos

•Características dos órgãos ofertados (tipo sanguíneo, peso, idade, nível de severidade, local de residência, etc.)

•Localização geográfica dos centros de transplante

6 Outputs gerados

•Tamanho médio das filas e tempos médios de espera

•Número de transplantes realizados e número médio de pacientes no sistema

•Tempo médio de sobrevida do transplantado

•Taxa de óbitos pré-transplante

•Número de órgãos perdidos durante o processo

5 Principais Variáveis de Desempenho

•Tempo de espera na fila de transplante

•Sobrevida média dos pacientes

FIGURA 22 - Metodologia proposta para problema de tempo de espera em filas de transplante

Fonte: elaborado pelo autor (2014).

6.8.1 Detalhamento das etapas propostas

As longas esperas em filas de transplante é um dos problemas mais críticos nos sistemas de saúde. O paciente, na maioria dos casos, não tem previsão muito clara de quando receberá o transplante para reabilitá-lo para uma vida estável. Os principais objetivos quando se pensa em transplantes de órgãos são a criação de uma política de cadastro,

menos importante, a criação de um mecanismo de gerenciamento dos órgãos doados, dos potenciais doadores, das unidades de saúde habilitadas para realizar o procedimento e dos pacientes prioritários.

Duas técnicas que demonstram auxiliar na racionalização e otimização do processo de doação de órgãos atendendo pacientes por ordem de criticidade, verificadas na literatura (entre outras possíveis), são a SED e a teoria das filas.

Algumas informações importantes deverão ser coletadas, tratadas e constantemente atualizadas, em virtude do dinamismo da demanda de pacientes e da oferta de órgãos. Algumas informações serão vitais no processo de gestão de demanda e oferta, sendo: a demanda por transplante, as características dos pacientes que influenciam no transplante (tipo sanguíneo, peso, idade, nível de severidade, local de residência, etc.), os critérios de compatibilidade entre doador e receptor, a taxa de óbito na fila por nível de severidade da doença, a taxa de oferta de órgãos, as características dos órgãos ofertados (tipo sanguíneo, peso, idade, nível de severidade, local de residência, etc.), a localização geográfica dos centros de transplante.

Com a utilização das técnicas, espera-se identificar e analisar algumas informações- chave no processo de gestão de filas de transplante. As principais variáveis de desempenho serão o tempo de espera na fila de transplante e a sobrevida média dos pacientes. As saídas geradas pelo método, e fundamentais para gerir o processo, consistirão no tamanho médio das filas e tempos médios de espera, o número de transplantes realizados e número médio de pacientes no sistema, o tempo médio de sobrevida do transplantado, a taxa de óbitos pré- transplante e o número de órgãos perdidos durante o processo.

Com a gestão desses elementos, espera-se que haja mais previsibilidade no processo, que principalmente haja mais agilidade e transparência para os pacientes que aguardam em fila, tornando o processo de espera um intervalo de tempo de esperança e não de angústia.

Como complemento da proposta apresentada, a técnica de otimização via simulação também pode ser explorada, visando analisar as políticas de atendimento (primeiro que chega é o primeiro a ser atendido ou por prioridade – de acordo com a complexidade, por exemplo), de forma a maximizar a sobrevida de pacientes.

6.8.2 Referências complementares para auxiliar no desenvolvimento de trabalhos nesse tema específico

auxiliar os analistas e gestores interessados na aplicação desta proposta, trazendo exemplos de aplicação com resultados satisfatórios e implementações em contextos bem variados.

Iyer et al. (2011) aplicaram SED para modelar o processo de atribuição de fígado na fila de transplante. Alguns critérios importantes como estimativa de sobrevida pré e pós- transplante foram considerados. O modelo também gera algumas estatísticas importantes, como o número de mortes na espera pelo órgão, comportamento da lista de espera, o número de transplantes realizados, o número de fígados perdidos durante o processo e as estimativas de sobrevida pré e pós-transplante, considerando o horizonte de tempo que o paciente aguarda.

A principal contribuição da modelagem no processo de transplante está em indicar qual o momento ideal para que o pacientes (adulto ou infantil) receba o órgão e tenha mais probabilidade de sobrevida. Esse indicador também é importante para estabelecer o critério de organização da fila, conciliando os casos que têm mais gravidade com os de maior probabilidade de sucesso. Com esse estudo, espera-se contribuir para revisão e modernização da política de doação e transplante de órgãos (IYER et al., 2011).

Davis et al. (2013) abordam também a modelagem via SED para auxiliar na construção de políticas mais adequadas para transplante de rim. A partir de uma base de dados real, a modelagem representa processos de chegada de pacientes e órgãos, verificando e validando um horizonte de 20 anos. O projeto, denominado Ksim, usou uma base de dados entre os anos de 1990 e 2009 e foi validado buscando representar todas as distribuições de entrada. Espera- se que essa ferramenta seja útil na definição de políticas e principalmente contribua salvando vidas.

No Brasil, mesmo sendo o país que mais realiza transplantes no mundo na esfera pública, ainda há representativa defasagem entre a oferta e demanda de transplantes de órgãos humanos. Alguns motivos podem auxiliar na explicação do descompasso existente entre quem precisa da doação de órgãos e entre a população que poderia realizar as doações, podendo-se destacar: problemas de compatibilidade, limitação das doações a partir de mortos e dos vivos, o tamanho e infraestrutura limitante da maioria dos hospitais, a deterioração dos órgãos no processo de transporte e a expansão da demanda (MARINHO, 2006).

Ainda segundo Marinho (2006), um modelo simples de teoria das filas poderia ser empregado, mesmo sendo difícil, pois envolve um problema bastante complexo. São necessários, em princípio, para utilização do modelo, dados sobre os intervalos de tempo decorridos entre as chegadas dos pacientes e entre os inícios e os términos dos tratamentos nas

interação entre duas variáveis: a) R – sendo esta a taxa média de chegada de pacientes para transplante (que é a variável representativa da demanda por transplante no SUS); b) S – a taxa média de serviço, ou seja, o número de transplantes por unidade de tempo (que é a variável de oferta do serviço no sistema). Supondo-se que S > R e o modelo seja estável, podem-se buscar os demais elementos: número esperado de pacientes no serviço de transplante, tempo médio de espera total por transplante, número esperado de pessoas na fila de transplantes por dia, tempo médio esperado na fila dos transplantes.