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A concessão de asilo político começa com a entrada do estrangeiro no território brasileiro, que deverá proceder da forma legal, ou seja, portando o visto obtido no exterior, junto ao consulado brasileiro do local de expedição, salvo nos casos de Acordo Internacional vigente sobre dispensa de vistos. Há também a forma ilegal de ingresso no país, podendo ser passível de asilo da mesma forma, mas, não será abordado este método, haja vista ser contrário à legislação, podendo o indivíduo correr o risco de ser deportado de pronto. (JUSTIÇA, 2011)

Após ingressar no país, o estrangeiro com intuito de tornar-se asilado político deverá seguir os seguintes passos:

Para ingressar com o pedido de asilo, o estrangeiro deve procurar a Polícia Federal no local onde se encontra e prestar declarações, detalhando as perseguições que sofre em seu país. O processo, então, é encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, que dá um parecer. A decisão final cabe ao ministro da Justiça. Caso o pedido seja aceito, o asilado é registrado junto à Polícia Federal, onde presta compromisso de cumprir as leis do Brasil e as normas de Direito Internacional (MARTINEZ, 2011).

O site do Ministério da Justiça informa a documentação necessária, bem como o procedimento a se efetuar no que tange aos estrangeiros, conforme resoluções e legislação brasileira. Sobre permanência de estrangeiros no país, segundo o Ministério da Justiça:

O pedido de permanência deve ser protocolado na unidade de Polícia Federal mais próxima do local de residência do interessado, que, após instrução naquela Unidade, será encaminhado ao Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça para análise e decisão, a qual será publicada no Diário Oficial da União.

Caso o pedido de permanência não tenha sido aprovado, o estrangeiro possui o prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação no Diário Oficial da União, para solicitar a reconsideração do pleito junto à Polícia Federal ou diretamente na Central de Atendimento da Secretaria Nacional de Justiça (Portaria nº 3/2009). Deverão ser apresentados documentos que modifiquem a decisão denegatória, bem como o comprovante do recolhimento da taxa GRU/Funapol referente ao pedido de reconsideração.

Em caso de deferimento:

Após a publicação do deferimento no Diário Oficial da União, o interessado terá o prazo de 90 (noventa) dias para dirigir-se à unidade da Polícia Federal do local de residência para efetuar o registro como permanente.

Caso perca o prazo para fazer o registro, em razão de caso fortuito ou motivo de força maior (devidamente comprovada através de documentos hábeis e taxa GRU/Funapol), o interessado terá 90 (noventa) dias, a partir do término do prazo para efetuar o registro, para requerer a republicação do ato publicado no Diário Oficial da União (Portaria nº 3/2009).

A republicação só poderá ser solicitada uma única vez, junto ao Departamento de Polícia Federal ou diretamente no na Central de Atendimento da Secretaria Nacional de Justiça, não podendo ser encaminhada por carta (JUSTIÇA, 2011).

Caso haja o deferimento do pedido do asilado, o mesmo deverá registrar-se como asilado permanente. Porém, o visto para os estrangeiros no Brasil, com a condição de asilado permanente não é definitivo, mas sim temporário. É lícito ao estrangeiro pedir a prorrogação do visto, conforme Art. 34 do Estatuto do Estrangeiro:

Art. 34. Ao estrangeiro que tenha entrado na condição de turista, temporário ou asilado e aos titulares de visto de cortesia, oficial ou diplomático, poderá ser concedida a prorrogação do prazo de estada no Brasil (BRASIL, 1980).

O pedido de prorrogação de estada deverá ser feito perante o Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, e deverá conter:

Prorrogação da estada do portador da condição de Asilado Documentação necessária:

Requerimento próprio, devidamente assinado pelo interessado; Declaração de que não foi processado ou condenado no Brasil ou no exterior (próprio punho);

Cópia autenticada da carteira de identidade para asilado e; Comprovante do recolhimento da taxa GRU/Funapol.

Outros documentos poderão ser solicitados, quando se julgar necessário.

Ressalta-se que todos os documentos expedidos no exterior deverão ser legalizados junto às autoridades consulares brasileiras no

exterior, e traduzido por tradutor público no Brasil, juramentado ou inscrito na Junta Comercial (JUSTIÇA, 2011).

Caso o estrangeiro queira permanecer definitivamente no território brasileiro, na condição de asilado, deverá efetuar o procedimento do pedido de permanência definitiva. Segundo o site do Ministério da Justiça, na área sobre Estrangeiros:

Permanência definitiva de asilado ou refugiado

O estrangeiro que estiver no Brasil na condição de Refugiado ou Asilado e pretender permanecer no território nacional deverá atender um dos requisitos abaixo da Resolução Normativa nº 06/1997, do Conselho Nacional de Imigração:

Residir no Brasil há, no mínimo, 04 (quatro) anos na condição de refugiado ou asilado;

Ser profissional qualificado e contratado por instituição instalada no País;

Ser profissional com capacitação reconhecida por órgão da área pertinente; ou

Estar estabelecido com negócio resultante de investimento de capital próprio, que satisfaça os objetivos de Resolução Normativa do Conselho Nacional de Imigração, relativos à concessão de visto a investidor estrangeiro (Resolução Normativa nº 84/2009).

Documentação necessária:

Requerimento próprio, devidamente assinado pelo interessado; Cópia autenticada da Cédula de Identidade para Estrangeiro Asilado ou Refugiado, atualizada;

Comprovante do recolhimento da taxa GRU/Funapol;

Declaração de que não foi processado nem condenado no Brasil ou no exterior;

Declaração de ausências do Brasil, especificando datas de saídas e chegadas no território nacional, com os respectivos destinos e motivos; e

Documento hábil que comprove atender um dos requisitos descritos acima.

Outros documentos poderão ser solicitados, quando se julgar necessário.

Ressalta-se que todos os documentos expedidos no exterior deverão ser legalizados junto às autoridades consulares brasileiras no exterior, e traduzido por tradutor público no Brasil, juramentado ou inscrito na Junta Comercial (JUSTIÇA, 2011).

Salienta-se que o asilado permanente definitivo não é considerado brasileiro naturalizado. São dois institutos diferenciados. O asilado permanente definitivo conservar-se na nacionalidade do país onde nasceu ou se naturalizou e permanecerá no Brasil na categoria de estrangeiro asilado. Ao contrário, o estrangeiro que pede naturalização brasileira, caso preencha todos os requisitos necessários, e seu pedido seja atendido, mudará sua nacionalidade para brasileira e sua situação jurídica no Brasil será de brasileiro naturalizado. Nada impede que um asilado peça a naturalização, basta preencher os requisitos legais, porém não é

obrigatória a aceitação desse estrangeiro por parte do Brasil, pois, assim como a concessão de asilo político, o ato é discricionário ao país, que deverá tomar tal decisão após se levar em conta o bem-estar nacional e bom andamento do governo.

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