2. METODOLOGIA DA PESQUISA
2.4. Procedimentos da pesquisa
Os procedimentos da pesquisa são apresentados em dois subitens. O primeiro especifica os instrumentos e procedimentos utilizados para a coleta de dados, e o segundo aborda os instrumentos e procedimentos utilizados para a análise dos dados.
2.4.1. Instrumentos e procedimentos da coleta de dados
Os dados da pesquisa provém, basicamente, de três fontes: anotações das designers durante a montagem da unidade Listening to a Documentary; registros do módulo Compreensão Oral em Inglês I, veiculado pela Internet de meados de abril até maio de 2000, durante a implementação do curso piloto; e o mapa representativo, ou fluxograma, da unidade Listening to a Documentary, tal como foi veiculada.
Em relação às anotações das designers, a coleta foi feita de duas formas:
• anotações computadorizadas, armazenadas em disquetes.
• anotações em papel, em forma de notas.
Em relação aos registros do módulo Compreensão Oral em Inglês I, todos eram computadorizados mas a coleta dos dados foi feita de três formas diferentes:
• toda a produção dos alunos e comunicação via Bulletin Board ou Chat se encontrava armazenada no site do curso, e foi posteriormente armazenada no site do LAEL para acesso aos pesquisadores.
• algumas mensagens enviadas ao email particular do professor, que foram armazenadas em uma pasta apropriada.
• relatos dos alunos no questionário de avaliação enviado no final do módulo.
Finalmente, em relação ao fluxograma da unidade Listening to a Documentary, a coleta foi feita a partir da observação da orientação derivada do desenho da unidade tal como foi veiculada. Esse desenho é o que denomino de mapa ou fluxograma e o mesmo foi elaborado a partir do levantamento de todos os passos e atividades propostos na unidade, elencados de forma seqüencial representando o fluxo da unidade. Esse mapa foi proposto pela equipe de reformulação de design no grupo Edulang.
2.4.2. Instrumentos e procedimentos da análise de dados
Como já apresentado, o objetivo deste trabalho é avaliar o design da unidade Listening to a Documentary através da observação das quebras de expectativas em relação à demanda do design, ocorridas durante a implementação do curso piloto. As quebras de expectativa foram levantadas segundo a observação da implementação tendo como referência as atitudes dos alunos em relação ao que foi proposto no design da unidade.
O design foi avaliado tanto no pré-curso (antes da implementação do curso- piloto) como durante o curso propriamente dito. A avaliação do design pré-curso foi feita através da descrição do processo de design da unidade Listening to a Documentary,
que é apresentada na forma de relato de experiência enquanto designer/docente. Neste relato são apresentados e discutidos os problemas encontrados no decorrer do processo de design e são apontadas as decisões para tentativas de resolução dos problemas.
A avaliação do design durante o curso foi feita através da identificação dos problemas encontrados durante a implementação do curso piloto, referentes às quebras de expectativas com relação à demanda do design. As decisões tomadas durante a implementação da unidade na tentativa de resolução dos problemas foram utilizadas para a investigação.
Cabe lembrar que nesse contexto de pesquisa a pesquisadora, a designer da unidade Listening to a Documentary e a professora que ministrou o curso piloto são a mesma pessoa.
A análise do design da unidade Listening to a Documentary foi orientada segundo duas categorias principais: Problemas e Soluções. A categoria Problemas foi dividida nas seguintes subcategorias:
a. Identificação dos problemas (olhar do professor)
b. Detalhamento dos problemas (olhar do pesquisador)
c. Origem dos problemas (olhar do designer)
O ponto inicial para o levantamento de dados para análise foi a identificação dos problemas apresentados durante a implementação da unidade, observados sob o ponto de vista do professor. Chamo de problemas os pontos que levaram a resultados diferentes dos esperados pelo professor durante o percurso das aulas e/ou motivaram ações do professor para levar o aluno a seguir a orientação do design da unidade.
Os resultados interpretados como esperados eram basicamente a obediência relativamente seqüencial ao percurso das páginas de conteúdo, a realização de tarefas apresentadas, o acompanhamento de discussões e a participação em eventos anunciados durante a implementação da unidade. Juntamente a essas realizações, esperava-se
também que o aluno participasse do curso freqüentemente colaborando e cooperando com seus colegas, favorecendo um trabalho construtivo.
Do ponto de vista do pesquisador, os problemas apontados pelo professor são quebras de expectativas dos resultados esperados e foram categorizados como problemas de diferentes tipos. Para cada tipo de problema, foram encontradas evidências nos dados observados. As evidências nos mostram o detalhamento do problema, onde e como cada problema aconteceu, marcando a ocorrência de cada um e tornando possível suas especificações e categorizações.
Após ter encontrado o tipo de problema e suas respectivas evidências nos dados obtidos durante a implementação da unidade, foram procuradas as origens de cada problema no design da unidade. Nessa fase de avaliação, o olhar do designer se faz mais presente, pois foi através da percepção e do conhecimento das intenções do designer que puderam ser avaliadas as origens dos problemas apresentados, tendo em vista o quê o designer esperava e como desejava que o conteúdo fosse desempenhado pelos alunos.
A partir dos problemas apresentados algumas soluções foram pensadas, planejadas e incorporadas ao curso durante a implementação da unidade, para que esses problemas pudessem ser evitados ou eliminados. Posteriormente, após o término do curso e a finalização da análise dos problemas encontrados, foram sugeridas soluções para futura reformulação do design. Essas soluções estão subdivididas em duas partes:
d. Alterações durante a implementação da unidade (olhar do professor-designer)
e. Sugestões para futuras ações de design (olhar do designer-professor)
Na categoria de alterações durante a implementação da unidade, são discutidas as soluções ou tentativas de soluções para os problemas detectados durante o processo de acompanhamento da unidade. Essas alterações foram realizadas durante as aulas e, nesse sentido, o ponto de vista dominante era o do professor. No entanto, esse é um professor que carrega experiência em design e especialmente no design da unidade em questão. Essa experiência transforma o ponto de vista do professor, pois além de aspectos puramente pedagógicos, ele também releva a característica técnica do meio, o que determina algumas de suas ações em relação a soluções encontradas para resolver
problemas durante o curso. Deve-se entender que apesar desse professsor ter em mente os dois papéis, de professor e de designer, a visão mais abrangente nesse momento é a de professor e não a de designer. O designer influencia nas decisões tomadas pelo professor, porém o olhar predominante é o olhar do professor, pois o foco está voltado para a implementação do curso no momento de sua realização. Devido a essa característica em relação à bagagem do professor e ao momento em que essas soluções foram enviadas ao curso, interpreto o ponto de vista desse professor nesse momento como olhar do professor-designer.
Na categoria seguinte, de sugestões para futuras ações de design, o foco está no designer enquanto ainda sem contato direto com os alunos. A relação com os alunos, nesse momento, é idealizada e distante; pois esses alunos são o público imaginado e não o público real, participando do curso em andamento, como na categoria mencionada acima. Nesse sentido, o ponto de vista principal e mais evidente no momento em que são planejadas soluções ou sugestões para futura reformulação de design é o do designer, visando a montagem de um novo curso, considerando os problemas ocorridos no curso anterior e objetivando a otimização do curso em seu planejamento. Esse designer, logicamente, é também um professor que considera aspectos pedagógicos em suas decisões. Aqui, portanto, o ponto de vista é do designer-professor.
Tanto os problemas como as soluções são discutidas e relacionadas a posicionamentos teóricos relevantes e pertinentes ao trabalho.