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PROCEDIMENTOS ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

6 A PESQUISA

6.7 PROCEDIMENTOS ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

93 Os sujeitos participantes foram contatados em fevereiro de 2007. As entrevistas foram feitas em quatro encontros com cada participante. No primeiro, foram apresentados os objetivos da pesquisa, a importância de cada sujeito para a efetivação da mesma e a assinatura do Termo de Consentimento (Adendo II), tendo a duração de 40 minutos para explicar a importância da participação no estudo, entregar as questões semi-estruturadas para que a participante estivesse familiarizada com as questões a serem abordadas.

Os encontros subseqüentes, tiveram a duração de 60 minutos, e foram feitos nas casas de cada uma das participantes individualmente.

No segundo encontro, foram feitas as gravações das entrevistas. Foi solicitado que o encontro ocorresse num clima de liberdade e as entrevistadas se mostraram à vontade para responder. Não aconteceram interrupções devido à preocupação das participantes com o encontro. Somente uma das entrevistadas solicitou a troca do dia do encontro, sendo feito noutro dia, sem maiores problemas.

O terceiro encontro serviu para que pudéssemos dar continuidade às entrevistas. Todas transcorreram num clima de confiança e reciprocidade.

O quarto encontro teve como finalidade esclarecer algumas dúvidas e apresentar as falas transcritas para que fossem analisadas pelas pessoas entrevistadas. Foram feitas algumas alterações mediante solicitação de duas professoras e a confirmação do que foi narrado.

As entrevistas gravadas e transcritas ocasionaram uma aproximação e aprofundamento no objeto de pesquisa. Ressaltamos a dificuldade de manter atitude de ouvinte no momento da entrevista, pois não podemos interferir nem fazer comentários durante as mesmas.

A relação de confiança que se estabeleceu favoreceu a exteriorização das emoções e sentimentos, bem como a espontaneidade das entrevistadas. O importante, naquele momento, apesar de toda emoção e ansiedade ao ouvir os relatos, era deixar falar as pessoas entrevistadas.

94 Para a análise dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo descrita por (MOURÃO, 1990, p.980). Através das entrevistas e observações com a coleta de dados, pretendeu-se estabelecer a importância das atividades de Artes como estratégia na busca do bem-estar dos professores, formulando estratégias de resistência e novas formas de lidar com os problemas decorrentes do mal-estar docente.

As informações coletadas foram submetidas à análise de conteúdo sem uma pré-definição de categorias de análise. Os dados coletados a cada encontro foram sendo analisados ao longo da investigação. Na interpretação do material coletado, a busca da cientificidade e da construção de conhecimento teve como fundamentação que o conhecimento se constrói numa relação intersubjetiva e que a interpretação se viabiliza numa dimensão hermenêutica.

A importância da análise de conteúdo segundo Morales (1994), enquanto técnica de apreciação de dados e informações, preocupa-se com a descrição crítica, profunda e detalhada dos conteúdos manifestos e/ou latentes de uma mensagem, bem como a sua interpretação.

A análise de conteúdo trabalha com a palavra, permitindo de forma prática e objetiva produzir inferências do conteúdo da comunicação de um texto contraposto ao seu contexto social. O texto é um meio de expressão do sujeito, onde o pesquisador busca categorizar as unidades de texto (palavras ou frases) que se repetem, inferindo uma expressão que se representa.

Segundo Bardin, análise de conteúdo é

um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam inferência de conhecimento relativos às condições de produção/recepção [...] destas mensagens (1977, p.42).

A análise categorial poderá ser temática, construindo as categorias conforme os temas que emergem do texto. Para identificar os elementos em categorias, é preciso identificar o que eles têm em comum, permitindo seu agrupamento. Segundo a autora citada, esse tipo de classificação é chamado de análise categorial (Idem).

A análise desdobrou-se em fases distintas: a pré-análise, exploração do material e interpretação dos resultados. Na fase inicial, foram feitas leituras atentas do material coletado para se familiarizar com o texto e poder selecionar os pontos

95 coincidentes e significativos, relacionados ao tema do estudo. Após essa coleta, foi feita a exploração do material, realizando o inventário das falas, momento em que foram isolados e feitos recortes, organizando as unidades de registro a partir de um trecho ou segmento bem característico. Somente depois dessas etapas, passamos para o processo de categorização, onde categorias e subcategorias emergiram dos depoimentos escritos, incluindo as unidades de registro organizadas por semelhança. Cada categoria constitui um termo-chave, indicando o significado central do conceito que se desejou apreender.

Como alerta Engers (1987), após a análise de conteúdo, é relevante que se faça uma triangulação entre os resultados surgidos do discurso e das observações coletadas nos encontros, na tentativa de estabelecer relações com a realidade sociopolítica relevantes para a compreensão do estudo.

Contudo, é importante observar os limites da transposição das falas, pois essas estão envoltas de emoção e sentimentos nas próprias palavras transcritas. Queiroz (1988) define esse limite como muito tênue e o quanto é difícil transformar o “indizível” em “dizível”. Essa autora aponta que a passagem da “obscuridade dos sentimentos para a nitidez do vocábulo” é o primeiro enfraquecimento da narrativa, uma vez que a palavra não deixa de ser um “rótulo classificatório” usado para descrever uma ação e um sentimento.

A interpretação dos dados obtidos foi realizada estabelecendo articulações com o referencial teórico da pesquisa.

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