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Procedimentos para caracterização do tráfego veicular:

No documento Andréa Paula Peneluppi de Medeiros (páginas 79-82)

5. METODOLOGIA

5.2. Sistemas de Informações

5.3.2 Procedimentos para caracterização do tráfego veicular:

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) forneceu uma base cartográfica digital do Município de São Paulo, contendo as vias da região e uma simulação da contagem do fluxo de veículos nas vias de trânsito rápido, arteriais e coletoras. Os dados apontam os fluxos veiculares relativos ao horário de pico da manhã, das 7:30 h às 8:30 h, para a região sul de São Paulo. Utilizou-se de uma rede viária digitalizada da Região Metropolitana de São Paulo, onde a matriz de Origem / Destino do Metrô de 1997 foi ajustada pelo Censo Demográfico de 2000 e calibrada com contagens volumétricas em diversos pontos do município19.

A Pesquisa Origem-Destino (OD) é um importante instrumento de planejamento de transportes, pois constitui uma base de dados sobre os deslocamentos urbanos. Ela identifica as origens e os destinos das viagens realizadas pelos diferentes tipos de veículos em um determinado sistema de vias, os modos de transporte utilizados, os motivos e os horários da realização e, ainda, fornece dados para o conhecimento da natureza dos deslocamentos da população em um aglomerado urbano, incluindo aí sua situação sócioeconômica. Essas informações são utilizadas no estudo do comportamento atual e futuro do tráfego. As informações sobre uma completa descrição das vias que irão compor a referida rede são necessárias para realização da simulação do tráfego. Para cada trecho, são definidas características de desempenho, tais como distância e velocidade, fatores esses obtidos em função do cadastro rodoviário do trecho e dos custos unitários de transporte estabelecidos para cada tipo de veículo

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Os procedimentos normalmente utilizados na engenharia de tráfego para levantamento de dados de campo são as pesquisa, as quais podem ser realizadas mediante entrevistas dos usuários ou por observação direta (registro dos fenômenos de trânsito) mediante as contagens volumétricas. As contagens volumétricas visam determinar a quantidade, o sentido e a composição do fluxo de veículos que passam por um ou vários pontos selecionados do sistema viário, numa determinada unidade de tempo. Entre os métodos de contagens que existem estão os manuais e os automáticos.

Fonte: Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT). Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação geral de estudos e pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de Estudos de Tráfego. Publicação IPR-723. 2006.

considerado. O modelo distribui as viagens na rede de simulação de forma a reproduzir o comportamento observado (volumes, velocidades, caminhos), utilizando-se o software EMME/2. Para isso são utilizadas fórmulas matemáticas ajustadas e calibradas com dados observados e medidos em campo em diversos locais considerados estratégicos. No processo de calibração são realizados testes de consistência para verificar se a rede está representando realmente o sistema de transportes. Uma vez calibrada a rede, passa-se a aferição do tráfego obtido pelo carregamento da matriz de origem-destino sobre a rede atual. Trechos da malha viária devem ser cuidadosamente selecionados, permitindo a comparação dos resultados pela alocação com aqueles obtidos na matriz. Uma determinada margem de tolerância deve ser admitida. Apesar da realização da calibração, deve-se lembrar que por se tratar de uma modelagem e, portanto, com resultados estimados, existe uma variação de “em média”, 10% na comparação com os volumes medidos em campo, podendo ser para mais ou para menos, variação esta considerada aceitável nas análises realizadas pela CET. A partir do limite delineado por essa margem de tolerância, as discrepâncias observadas na comparação devem merecer uma análise para determinar sua causa. Tais causas podem ocorrer por erro de velocidade, capacidade ou falta de detalhes da rede. Após a incorporação dos ajustes necessários, uma nova alocação do tráfego é realizada na rede atual, bem como, uma nova análise é efetuada com os seus resultados, sendo essa etapa realizada quantas vezes se fizer necessário, até que se disponha de uma rede matemática que reflita as características do tráfego. A partir do momento que os resultados apresentados pela alocação coincidam com os resultados da pesquisa (matriz), dentro da tolerância admitida, dá-se como calibrada a rede.20

Assim como na cidade, cujas vias obedecem a uma hierarquia onde são definidos limites de velocidade, possibilidade ou não de estacionamento,

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Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT). Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação geral de estudos e pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de Estudos de Tráfego. Publicação IPR-723. 2006.

fluxo contínuo ou interrompido, também no modelo de simulação todos esses parâmetros devem ser conhecidos e reproduzidos fielmente. As vias no modelo de simulação são classificadas segundo sua importância como Via de Trânsito Rápido (VTR), Arteriais (subdivididas em 3 categorias) e Coletoras (subdivididas em duas categorias) (FIGURA 8).

FIGURA 8. Classificação viária.

Existem ainda as vias Locais para as quais a CET não possui a informação sobre os fluxos. Essas podem ser agrupadas dentro de um polígono (Zona) e este, por sua vez, possui um centróide que tem a estimativa do total do fluxo veicular21. Dessa forma, utilizou-se um cálculo de proporções, pois a partir do valor do centróide e dos valores do total de extensão de vias e de parte destas (segmento), pôde-se obter o fluxo de

21As zonas referem-se às divisões da área de estudo, devem-se considerar os limites políticos, administrativos e censitários, já que as informações sócioeconômicas disponíveis referem-se normalmente a esses limites. As zonas servem para facilitar a obtenção e posterior análise das informações a respeito do tráfego, cada uma delas deverá ser definida de modo que qualquer viagem com origem ou destino nessa zona possa ser considerada como partindo ou chegando a um ponto determinado dela (centróide). O centróide é a representação pontual da zona e corresponde ao centro da gravidade das viagens geradas. É como se todos os dados pesquisados e analisados estivessem concentrados nesse ponto.

Fonte: Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT). Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação geral de estudos e pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de Estudos de Tráfego. Publicação IPR-723. 2006.

veículos de cada via local (FIGURA 9). Para tanto, utilizou-se do software Maptitude, o qual permitiu realizar a distribuição e atribuição dos valores do fluxo veicular para todas as vias locais.

FIGURA 9. Subzona (polígono) e seu centróide contendo as vias locais.

5.3.3. Indicador da exposição à poluição do ar mediante tráfego

No documento Andréa Paula Peneluppi de Medeiros (páginas 79-82)