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Sistemas de Informações Geográficas (SIG)

No documento Andréa Paula Peneluppi de Medeiros (páginas 74-79)

5. METODOLOGIA

5.2. Sistemas de Informações

5.2.2 Sistemas de Informações Geográficas (SIG)

Os mapas são meios de representações sociais ou individuais de esquemas pertinentes do real, lembrando, entretanto, que o conhecimento deve ir além da aparência, além do que está representado (MARTINELLI, 2004).

18 Manual de Procedimentos Sistema de Informações Sobre Mortalidade Brasília/DF – 1999. Disponível em:

http://209.85.165.104/search?q=cache:HS35cYj08NYJ:gamba.epm.br/tutorial/campo49/docs/funasa/prosim.DOC+%22tipos+di ferentes+de+atestados+de+%C3%B3bito%22&hl=en&ct=clnk&cd=2. Acesso em: 16 mar 2007

No caso de São Paulo, a base cartográfica tem uma tradição e uma história que se inicia nos séculos XVI e XVII com os primeiros planos e cartas criados para a ocupação dos territórios que deram origem à referida Cidade, a qual aparece consolidada nos finais do século XVIII e início do século XIX. Em 1929, destaca-se o Plano de Avenidas elaborado por Prestes Maia, e publicado na administração do Prefeito Pires do Rio em 1930 (MACHADO, 2004).

Atualmente, os Sistemas de Informações Geográficas são instrumentos computadorizados que possibilitam o manejo, o processamento e a análise de informação, permitindo integrar dados de fontes diversas em mapas, gráficos e quadros. Esses sistemas normalmente exigem a utilização de dois ou três programas computadorizados (OPAS, 2000).

Os SIG são instrumentos modernos do meio técnico-científico passíveis de serem aplicados ao estudo da urbanização, suas causas e conseqüências. Um dos grandes problemas das pesquisas urbanas, em especial nas grandes metrópoles, é a dificuldade de se obter uma visão do todo, ou seja, contemplando uma diversidade de variáveis envolvidas num determinado agravo e permitindo uma visão crítica e global (MACHADO, 2004).

Eles podem ser considerados como uma das mais efetivas tecnologias que facilitam os processos de tomadas de decisões em saúde pública, já que grande parte das necessidades de informações dos gestores nos governos locais está relacionada com uma localização geográfica. É possível mostrar uma diversidade grande de informação sobre distribuição e magnitude em um espaço limitado (tamanho do mapa), o que não seria possível por meio de outro método, como um quadro (OPAS, 2000).

A presente pesquisa tem como componente principal uma metodologia aplicada em um ambiente cartográfico e simultaneamente computacional, o que hoje se denomina Geoprocessamento. Esse termo surgiu no Brasil em meados da década de 1980 e pode ser definido como uma tecnologia de tratamento de dados espaciais, utilizada para gerar

geoinformações, integrando os Sistemas de Informações Geográficas, a geocodificação e demais disciplinas e procedimentos correlatos (KUBRUSLY, 2001).

Entre os principais problemas na implantação de um SIG está a aparente ausência de dados e sua desatualização. O conjunto de rotinas de geoprocessamento, passa por uma fase muito importante de organização e padronização dos dados. Com relação ao cadastro dos logradouros, o Cadlog foi desenvolvido entre 1974 e 1978 com a principal finalidade de se reduzir o espaço utilizado com os nomes das ruas, substituindo a denominação por um código seqüencial, sendo, para tanto, criado o arquivo de logradouros com respectivos códigos (Codlog). O Cadlog se constitui no Índice Mestre de Logradouros (IML), ao qual se relacionam todos os bancos de dados do sistema cadastral, sendo a base fundamental de aplicações cartográficas que pretendam estudar detalhadamente o território urbano da Cidade de São Paulo, como por exemplo, o estudo da estrutura de uma rede viária, possibilitando a localização automática pelo endereço postal (geocodificação). Deve-se obter uma orientação e seqüência dos segmentos para permitir a interpolação correta das coordenadas atribuídas a cada endereço postal, o que em geral, está subordinada à posição de centro geométrico, comercial ou político da cidade. No caso do Município de São Paulo, utiliza-se a coordenada geográfica do Marco Zero (46º 38’ 1,6’’ de Longitude Oeste e 23º 33’ 0,2’’ de Latitude Sul). Os Trechos de Logradouros provêm da listagem oficial da Prefeitura Municipal de São Paulo, o Cadastro de Logradouro ou Cadlog, que se constitui num valioso instrumento para o gerenciamento e controle de todas as vias (MACHADO, 2004).

5.3. Exposição

A exposição das gestantes e dos recém-nascidos à poluição atmosférica foi medida indiretamente pelo tráfego de veículos próximo às suas residências, investigando se essa exposição está associada à

mortalidade perinatal. Essa abordagem foi realizada mediante o cálculo da densidade do tráfego de veículos que se concentra num determinado raio ao redor das residências. A densidade baseou-se no fluxo veicular de cada via e em suas respectivas distâncias às residências.

Inicialmente, pretendia-se analisar também a exposição das gestantes e dos recém-nascidos aos poluentes atmosféricos medidos diretamente de acordo com a concentração média de material particulado (PM10) e de monóxido de carbono (CO) na região. Esses dados seriam fornecidos pela CETESB, da estação Santo Amaro, a única e mais próxima da região do estudo. No entanto, decidiu-se não incluir essa medida na análise, já que essa estação de monitoramento da qualidade do ar apresenta uma localização muito distinta para os diversos distritos da Região Sul do município e o período dispendido foi extenso para a obtenção da medida indireta para a qual houve a necessidade da utilização do geoprocessamento dos dados.

5.3.1. Georeferenciamento de casos e controles

Para se localizar os eventos no mapa, primeiramente foi identificado o Código de Endereçamento Postal (CEP) a partir do nome da rua e do número da residência dos casos e controles. A partir desses códigos e do número da casa, utilizou-se de um padronizador de endereços fornecido pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do município de São Paulo (PRODAM), o qual conseguiu identificar eletronicamente cerca de 450 endereços. Os demais foram identificados manualmente, consultando o próprio padronizador, formulário aplicado nas entrevistas e guia de endereços (O GUIA MAPOGRAF, 1998). Quando o endereço não possuía CEP, considerou-se o código de um endereço próximo.

Dessa forma, encontraram-se 615 dos 631 eventos (16 perdas pelo padronizador) dos quais, após a geocodificação para o MAP INFO, a partir do CEP e do número da residência, restaram 566 eventos (49 perdas na geocodificação), totalizando 65 residências não identificadas no mapa

(10,3%). Como elas haviam sido localizadas para a realização das entrevistas, realmente existiam, mas por se tratar de uma área onde há grande concentração de favelas, muitas dessas ruas não estavam representadas no padronizador e/ou na base cartográfica trabalhada no MAP INFO. Decidiu-se realizar uma nova busca, e dessas 65 perdas, 64 conseguiram ser recuperadas (uma perda = óbito fetal), mediante uma nova checagem dos endereços, evento a evento, consultando um novo guia (GUIA CARTOPLAM, 2007) e sites da Internet (http://www.correios.com.br; http://maps.google.com). Utilizou-se em determinadas situações algum complemento do banco de dados original para se identificar um ponto mais próximo possível da residência materna como, por exemplo, a indicação da utilização do CEP de uma outra rua. Após a localização dos eventos, em seus respectivos endereços, num mapa impresso, eles foram geocodificados manualmente na base cartográfica do estudo (FIGURA 7).

Β caso óbito fetal

−caso óbito neonatal

:controle

5.3.2. Procedimentos para caracterização do tráfego veicular:

No documento Andréa Paula Peneluppi de Medeiros (páginas 74-79)