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Tradicional x Caráter Construtivista 65 1.6 CRENÇAS EPISTEMOLÓGICAS E DIDÁTICO-

3 PERCURSO METODOLÓGICO

3.5 PROCEDIMENTOS PARA LEVANTAMENTO DE INFORMA ÇÕES

Para compreender melhor nossa questão de pesquisa, levantamos as informações em três níveis:

a) leitura de documentos institucionais refe- rentes ao PPI, PDI, I COEPE, PPCs dos cursos onde esses professores formadores investiga- dos lecionam.

b) aplicação de um questionário com todos os professores formadores do domínio específico dos cursos selecionados, no total de 27 respon- dentes;

c) realização de entrevistas com docentes que lecionam nos cursos selecionados, num total de 16 entrevistas gravadas e transcritas. Explicaremos, em seguida, como foram sendo realizadas as etapas intercambiantes envolvidas no método:

1º Momento: Contato com os documentos institucionais

Entre agosto de 2017 a janeiro de 2018, realizamos análise docu- mental, que consistiu na leitura atenta e análise dos documentos instituci- onais (PPI, PDI, I COEPE e PPCs) da UFFS, disponibilizados na página eletrônica da universidade em tela e obtidos por meio de contatos com servidores da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) daquela universi- dade.

O PPI, PDI e Relatório da I COEPE nos auxiliaram a obter uma visão mais institucional sobre a UFFS, bem como sobre a formação de professores proposta pela instituição. Destacamos que a análise do PPI e PDI coadunam com a proposta das DCN/2002, qual propõe que as insti- tuições articulem seu projeto de formação de professores com PDI, PPI e PPC.

Considerando que os PPCs dos cursos materializam propostas de formação docente, realizamos a coleta e sistematização das seguintes in- formações: dados dos cursos para caracterizá-los e quais componentes curriculares ofertam conteúdos relacionados às dimensões epistemológi- cas e didático-pedagógicas.

2º Momento: aplicação do questionário

Em meados de dezembro de 2017, após a liberação do projeto pelo CEP (CAAE 79464617.7.0000.5564)69, entramos em contato, via e-mail institucional, com os coordenadores dos cursos de Licenciatura em Ciên- cias Biológicas, Física, Matemática e Química, a fim de reapresentar a proposta da pesquisa, uma vez que já havíamos realizado contatos anteri- ores em 2016.1 e 2017.1. Consideramos esse contato necessário, pois vá- rios cursos haviam mudado de coordenadores e havia uma distância de tempo considerável entre o contato inicial (2016.2 e 2017.1) e esse último contato.

Após esse contato, encaminhamos o link (form.jot- formz.com/73285229005656) referente ao questionário, solicitando que os coordenadores o repassassem aos docentes do curso. O prazo para de- volução era de 15 dias. A previsão é que o questionário fosse respondido entre 15 a 30 minutos para cada participante. Obtivemos o retorno de 12 respondentes. No final de janeiro de 2018, encaminhamos um e-mail in- dividual a todos os professores formadores do domínio específico70, con- vidando-os a participarem da entrevista e, acompanhado do e-mail, soli- citamos que os professores que ainda não tivessem o respondido, pode- riam fazê-lo até dia 28/02 se assim desejassem. Aguardamos até dia 03 de março para retorno dos questionários, independentemente do número de respondentes. O questionário foi respondido, ao final, por 32 docentes, o que corresponde a 46% do total de respondentes previstos (70) para essa etapa da pesquisa.

No entanto, invalidamos cinco questionários desse montante, pois três docentes das áreas de Ciências da Natureza e Matemática assinalaram mais de uma opção por afirmativa – o que inviabilizou o aproveitamento desses questionários para a análise final – e dois questionários foram des-

69 Tanto os respondentes do questionário, quanto os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (apêndice 4), ficando uma cópia com eles e outra com a pesquisadora, conforme orientação do CEP/UFFS. 70 A tabela com o número de professores formadores contatados e entrevistados

considerados por terem sido respondidos por docentes de Informática, le- vando-nos a desconsiderar essas respostas, pois entendemos que o nú- mero era inexpressivo e inviabilizaria a análise em relação ao todo das áreas investigadas. Nesse sentido, consideramos unicamente os questio- nários respondidos pelos professores com formação em Ciências da Na- tureza e Matemática, foco desta investigação. Ao final, foram validados 27 questionários, correspondendo a 39% do total de professores forma- dores. Consideramos que é um número expressivo, uma vez que houve uma boa adesão dos docentes a esse instrumento.

3º Momento: realização das entrevistas

Conforme já exposto, listamos todos os professores formadores do domínio específico e fizemos um convite individual, por e-mail, convi- dando-os a participarem da entrevista. A fim de atender a realidade de cada docente participante, disponibilizamos a possibilidade da entrevista ser realizada por skype, caso esse preferisse nessa modalidade. Porém, todos aceitaram a entrevista presencial. Essas foram realizadas nos Campi em salas previamente agendadas, de modo a garantir o sigilo e a privaci- dade dos respondentes. As entrevistas foram gravadas em áudio e depois transcritas.

O roteiro de questões (Apêndice 3) serviu para a pesquisadora se orientar, sendo dada a liberdade para cada participante realizar sua fala. As entrevistas duraram de 30 minutos a 1 h 30 minutos, dependendo do teor das respostas dos entrevistados. É importante salientar que as ques- tões do roteiro da entrevista nos auxiliaram na organização e sequência das perguntas aos entrevistados, porém não ficamos presos unicamente a elas.

Desse modo, realizamos vinte entrevistas com docentes de todos os Campi, as quais foram realizadas no ano de 2018, entre os dias 05 a 14 de fevereiro, no Campus Chapecó; entre os dias 19 e 20 de março, no

Campus Realeza e nos dias 26 a 28 de março no Campus Cerro Largo.

3. 6 O TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA

Considerando que as crenças só podem ser inferidas (ROKEACH, 1981) e visando alcançar os objetivos do nosso estudo, utilizamos como a Análise de Conteúdo (AC) de Bardin (2016), a qual norteou todo o pla- nejamento, construção, exploração e análise dos dados coletados dos do- cumentos institucionais, do questionário e da entrevista. Esse processo nos permitiu identificar diversas crenças educacionais dos professores

formadores de natureza epistemológica e didático-pedagógica, bem como a dimensão epistemológica e didático-pedagógica presente nos PPCs.

Segundo Bardin (2016, p. 44), a AC oscila entre objetividade e subjetividade e caracteriza-se por ser “um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens”. Para autora, a proposta da AC é inferir e, para isso, pode recorrer a indicadores quantitativos ou não.

De acordo com Franco (1994, p. 165), a análise de conteúdo é “[...] uma técnica de pesquisa cujo objetivo é a busca de sentido ou dos sentidos de um texto”, sendo semântica. Segundo a autora, “o que está escrito é o ponto de partida, a interpretação é o processo a ser seguido e a contextu- alização, o pano de fundo” (FRANCO, 1994, p. 169). A escolha pela aná- lise de conteúdo se justifica também porque “procura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se debruça” (BARDIN, 2016, p. 50) e “permite passar de um documento primário (bruto) para um docu- mento secundário (representação do primeiro)” (BARDIN, 2016, p. 51). Diante disso, seguimos as três etapas da análise de conteúdo de Bardin (2016): pré-análise, fase de exploração do material e tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

1ª ETAPA: PRÉ-ANÁLISE → FASE DE ORGANIZAÇÃO → FOR-