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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

FIGURA 01: AS REGIÕES DOS COREDES NO RIO GRANDE DO SUL

3.3 PROCEDIMENTOS E PASSOS METODOLÓGICOS

A pesquisa foi desenvolvida em três etapas seqüenciais, que correspondem a três níveis progressivos das escalas espaciais de análise, como expressa o Quadro a seguir:

QUADRO 01: Passos e Procedimentos Metodológicos Propostos

Etapas Objetivos Escala Procedimentos Adaptações

I Diagnóstico do Sistema Agrário Região -Revisão Bibliográfica -Compilação e análise de Dados Secundários. -Zoneamento -Percorridas do Terreno Utilização da Ferramenta de Análise Multivariada II Diagnóstico do Sistema Agrário Microrregião -Entrevistas Semi- estruturadas com Informantes Qualificados Censo de todos os Estabelecimentos Rurais e Consulta aos Sistemas Cadastrais Institucionais III Diagnóstico dos Sistemas de Produção Unidades de Produção

-Enquetes O Estudo/Análise de cada Gleba

3.3.1 ETAPA I: Diagnóstico do Sistema Agrário da Região do COREDE-Centro/RS Esta etapa da pesquisa abordou os seguintes aspectos da região em questão: (a) caracterização agroecológica e socioeconômica; (b) identificação de microrregiões homogêneas (zoneamento); (c) estudo da evolução histórica da agricultura e da diferenciação regional.

a) A caracterização agroecológica e socioeconômica da Região

Tem como objetivo compreender a dinâmica atual da Região através da análise dos fatores de suporte, de produção, técnicos e de desenvolvimento. Esta fase

compreendeu: a caracterização das condições naturais da Região (tipo de solo, relevo, clima, hidrografia, recursos naturais); a caracterização das condições socioeconômicas (mercado e comercialização, demografia, estrutura fundiária, infra-estrutura, educação e saúde,etc.); e a caracterização das principais produções agropecuárias (área de produção, valor da produção; produtividade, etc.). Os dados e as informações, nesta fase, foram obtidos através de mapas temáticos e de fontes secundárias.

b) O zoneamento da região

O objetivo foi estabelecer uma estratificação do território que conforma a Região, identificando as microrregiões homogêneas de acordo com as problemáticas agroecológicas e socioeconômicas. Em um primeiro momento foram identificadas as zonas fisiográficas homogêneas através da sobreposição e análise de mapas temáticos, fotografias aéreas e imagens de satélite da Região. De forma complementar foram realizadas Análises Estatísticas Multivariada (Análise Fatorial e Análise de Agrupamento) a partir dos dados socioeconômicos da Região, para a confirmação das zonas identificadas, identificação de novas microrregiões e o correto enquadramento dos municípios nas microrregiões sugeridas.

c) Análise da trajetória histórica da agricultura e da diferenciação regional

Esta fase teve os seguintes objetivos: (i) reconstruir a trajetória histórica da agricultura da região, buscando entender a relação existente entre as mudanças socioeconômicas e as mudanças técnicas; (ii) identificar os fatores que provocaram as diferenciações entre as microrregiões e entre os agricultores; (iii) compreender a dinâmica atual da região.

3.3.2 ETAPA II: O Diagnóstico do Sistema Agrário das Microrregiões Identificadas Os objetivos desta etapa são similares aos da etapa anterior, mas agora em nível de cada microrregião homogênea identificada. Pretendeu-se com esta etapa: (i) definir a problemática específica que cada zona apresenta; (ii) tipificar os diferentes sistemas de produção praticados, e (iii) dimensionar o problema do formato das UPAs. Por tratar- se de uma Região relativamente grande, foram estudadas somente as microrregiões

com forte predomínio da agricultura familiar, isto é, as microrregiões localizadas na Zona Serrana (Zona II).

Para a coleta de informações sobre a caracterização agroecológica e socioeconômica (a) e para o estudo da evolução do sistema agrário de cada microrregião (c), além de informações secundárias, foram efetuadas entrevistas semi- estruturadas junto aos agentes e às agências de desenvolvimento e aos agricultores das microrregiões.

Diferente do estabelecimento de zonas homogêneas da etapa anterior, o objetivo (b), nesta fase, foi o de caracterizar e tipificar os estabelecimentos rurais e sistemas de produção das microrregiões. A tipologia geral dos estabelecimentos do meio rural foi realizada em um município de cada microrregião. A escolha dos municípios obedeceu ao critério da disponibilidade de dados sobre os mesmos, isto é, optou-se por aqueles nos quais foi realizado o Cadastro Sócio-Econômico de todos os estabelecimentos do meio rural, como é caso de Santa Maria, Toropi, Tupanciretã, Paraíso do Sul e Dona Francisca .

Já na tipologia dos sistemas de produção praticados pelos agricultores familiares, foram utilizados os dados do Sistema Cadastral nos municípios onde esse foi realizado. Nos demais municípios, a tipologia foi realizada através da “garimpagem” de informações nos sistemas cadastrais dos escritórios municipais da EMATER, principalmente, no cadastro dos agricultores do Programa Pró-Guaiba e do RS-Rural, e do Cadastro das Lavouras de Arroz, realizado pelo IRGA (2000). Pôde-se contar, assim, com uma amostra média de 30 a 100% dos estabelecimentos em cada município. Nesta fase, foram priorizados os municípios da Zona do Rebordo da Serra Geral, por se tratar de região típica de agricultura familiar.

3.3.3 ETAPA III: O Estudo dos Impactos do Formato da UPA nos Sistemas Familiares de Produção (Diagnóstico dos Sistemas de Produção)

O objetivo desta etapa foi a análise detalhada dos sistemas de produção agrícolas predominantes em cada microrregião, sendo realizada em nível das unidades de produção agropecuária. A preocupação central foi a avaliação dos impactos do

formato das terras dessas unidades de produção em função da lógica de organização da produção adotada. Esta etapa compreendeu o estudo (a) da estrutura e (b) do funcionamento da unidade de produção e (c) da trajetória histórica da unidade, objetivos e percepções do produtor e sua família.

O estudo da estrutura da Unidade refere-se, principalmente, à caracterização dos meios de produção, como a mão-de-obra, a terra, os equipamentos e as instalações. O funcionamento do sistema corresponde ao estudo do encadeamento das decisões e ações que garantem a organização e a dinâmica do sistema de produção. Em função do objeto em questão, a ênfase será o estudo da gestão das glebas, sendo detalhados os itinerários técnicos aplicados para cada unidade de gestão territorial, ou seja, serão detalhadas todas as operações desenvolvidas em cada etapa da produção vegetal e animal, identificando e quantificando os insumos ou produtos e serviços utilizados no processo produtivo. No estudo da trajetória da UPA e dos objetivos do agricultor e de sua família, será reconstituída a história dos principais meios de produção, os objetivos do produtor em relação à propriedade e as percepções do agricultor em relação aos problemas gerados pelo formato das terras.

As unidades de produção analisadas nesta etapa foram escolhidas a partir da tipologia dos sistemas de produção, realizada na etapa anterior, tendo como critério a inclusão, em cada sistema de produção, de pelo menos três situações de formato das terras das unidades, ou seja, formatos estreitos e compridos, terras fragmentadas, e unidades com formato regular. As informações foram coletadas através de um instrumento especificamente elaborado para esta fase e que será denominado de “enquete” (Anexo 07). Na determinação de medidas e critérios de desempenho econômico das unidades de produção estudadas foi utilizado o modelo do Valor Agregado (V.A).

Para que fosse possível realizar a pesquisa dentro do tempo previsto, o estudo nesta etapa se restringiu aos dois principais sistemas de produção da zona priorizada (Zona do Rebordo da Serra) em dois municípios representativos (modais) da Região. Através de métodos de levantamento de dados, foram coletadas informações acerca da totalidade de estabelecimentos existentes nos municípios escolhidos, para que fosse

possível avaliar a dimensão do problema relativo ao formato das terras nas unidades de produção. Esta fase contou com a ajuda de alunos do Curso de Agronomia e Veterinária, bem como de bolsistas da Universidade Federal de Santa Maria.

3.4 INFORMAÇÕES METODOLÓGICAS COMPLEMENTARES