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CAPÍTULO III Metodologia

3.4. Procedimentos de recolha de dados

Para procedermos à recolha de dados, e como referimos anteriormente, aquando da caracterização das escolas e do grupo de trabalho, foram efectuados vários contactos com as direcções de ambos os centros escolares para saber qual a disponibilidade das escolas para participar no estudo.

Após resposta afirmativa por parte da direcção de ambas as escolas, foi definida uma primeira data para um encontro pessoal com os professores. Esse encontro facilitou a troca de informação entre professores e investigados e permitiu definir datas para aplicação dos instrumentos.

Foram então prestadas as informações acerca da investigação, do propósito da mesma bem dos procedimentos para os aplicar os instrumentos às turmas e aos professores. Foram ainda esclarecidas algumas dúvidas expostas pelos professores e fornecida alguma informação prévia ao investigador, como o número de alunos por turma e os horários lectivos e intervalos de cada turma. Foi também destacada por parte do investigador a relevância do contributo dos professores e das turmas em estudo, para o cumprimento dos objectivos a que nos tínhamos proposto. Posteriormente foram definidas as datas, horas e locais para aplicação dos instrumentos a alunos e professores.

3.4.1. Recolha de dados através do questionário

A recolha de dados através de questionários foi efectuada nas salas de aula das respectivas turmas e em períodos lectivos distintos para cada turma e para cada escola.

69 Na escola CPEIP de Noáin a recolha dos dados à turma de 2º A ocorreu no período lectivo das 9:30 h às 10:30 h e recolha dos dados à turma de 2º B ocorreu no período lectivo das 10:30 h às 11:30 h.

Na escola CPEIP de Rochapea a recolha dos dados à turma de 2º A ocorreu no período lectivo das 15:00 h às 16:00 h e recolha dos dados à turma de 2º B ocorreu no período lectivo das 16:00 h às 17:00 h.

Para a recolha de dados, os alunos tinham sido previamente informados da presença do investigador na sala de aula. Embora a distribuição dos questionários tenha ficado a cargo dos professores titulares das turmas, a presença do investigador deve-se ao facto de este poder esclarecer quaisquer dúvidas quanto a forma de preenchimento dos. Um outro factor que motivou a presença do investigador na sala de aula aquando da recolha de dados, deve-se ao facto de o mesmo poder garantir que o professor não presta qualquer informações que possa ajudar ou ensinar aos alunos, garantindo assim que os resultados não são influenciados.

Ao professor coube a função de ler o questionário para todos os alunos antes de estes iniciarem o seu preenchimento e de recolher os mesmos após o seu preenchimento. Os questionários foram preenchidos com um tempo médio de 40 minutos, foram recolhidos e entregues ao investigador, que agradeceu uma vez mais a disponibilidade e ajuda de todos.

3.4.2. Recolha de dados através de entrevista

A recolha de dados através de entrevista foi efectuada nas salas de reuniões de professores, que ambas as escolas possuem.

A professora titular da turma do 2ºA da escola CPEIP de Noáin foi entrevistada no dia 18 de Abril de 2011, no decorrer do período de recreio, das 10:35 h às 11:10 h e a professora titular da turma do 2º B da escola CPEIP de Noáin foi entrevistada no dia 18 de Abril de 2011, no decorrer da sua hora livre, das 11:15 h às 11:45 h.

No dia 19 de Abril de 2011 procedemos a recolha de dados através de entrevista aos professores da escola CPEIP de Rochapea.

A professora titular da turma do 2ºA da escola CPEIP de Rochapea foi entrevistada no final do período lectivo desse dia, das 17:00 h às 17:30 h e a professora titular da turma do 2º B da escola CPEIP de Rochapea foi entrevistada no final do período lectivo desse dia, das 17:35 h às 18:10 h.

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As entrevistas decorreram dentro do tempo estipulado, que era de 40 minutos e de forma muito agradável, tranquila e com total privacidade.

Segundo Ghiglione & Matalon (1993), para se aplicar este tipo de instrumento deve procurar-se um local calmo que concilie o objectivo de estudo e o local da entrevista, pois, “quando inquiridas no seu local de trabalho, as pessoas tendem a situar- se no seu papel de trabalhadores, pelo que, na medida do possível, só se devem utilizar estes lugares quando o tema do inquérito estiver efectivamente ligado à actividade profissional ou às condições de trabalho.” (Idem, pp. 177-178).

Antes de dar inicio às entrevistas foi relembrado às entrevistadas o propósito da mesma. Foi-lhes comunicado em linhas gerais o objectivo do estudo, a instituição a que pertence o investigador e foi solicitada a ajuda e colaboração para a participação no estudo, ao mesmo tempo que era valorizada a sua participação e o seu contributo para o cumprimento dos objectivos propostos.

Posteriormente foi pedida autorização para gravar a entrevista e assegurada a confidencialidade das informações prestadas. Para a gravação da entrevista foram utilizados dois equipamentos, um telemóvel Nokia 5230 com a opção de gravação de voz e uma máquina fotográfica Sony Cyber-shot 6.0 com a opção de gravação de vídeo.

Segundo Ghiglione e Matalon (1993, p. 181), a gravação das entrevistas “é o único meio de conservar integralmente o que foi dito, tanto pelo entrevistador, como pelo entrevistado e o primeiro, liberto de preocupação de tomar notas, pode dedicar toda a sua atenção ao que se diz e ao controlo das suas próprias reacções.”

O motivo da utilização de dois equipamentos de gravação prende-se com o facto de, por um lado ser mais seguro efectuar o registo em dois equipamentos para o caso de um deles falhar, por outro lado e segundo o autor supracitado, a gravação de imagem permite gravar os gestos, a postura e mímica o que permite avaliar o à-vontade ou não do entrevistado para responder a cada questão.

Após se dada a autorização para a gravação das entrevistas, deu-se inicio à recolha de dados, “que consiste em conversas orais, individuais ou de grupos, como várias pessoas seleccionadas cuidadosamente, cujo grau de pertinência validade e fiabilidade é analisado na perspectiva dos objectivos da recolha de informações” (De- Ketele & Roegiers, 1999, p. 18).

Para o efeito recorreu-se à ajuda do guião da entrevista, visto que, a forma como a entrevista é preparada, a interacção directa entre entrevistando e entrevistado e o

71 recurso a um guião por parte do entrevistando, são questões-chave para este tipo de inquéritos (Carmo & Ferreira, 1998).

Com todas estas condições, iniciou-se a recolha de dados, pois, segundo Sousa (2005), tais condições permitem ao entrevistador, esclarecer dúvidas e compreender melhor as respostas, bem como registar observações acerca do comportamento do entrevistado.

Assim sendo, foram colocadas as primeiras questões, que possibilitaram um estreitar das relações entre investigados e entrevistados, pois as questões pedirem a opinião pessoal do entrevistado acerca das questões ambientais Após as primeiras questão, todos os entrevistados se revelaram confortáveis e envolvidos no tema. Desenvolveu-se uma conversa fluida onde as questões foram emergindo naturalmente e sem uma ordem específica, visto os entrevistados abordarem alguns temas antes de estes serem indagados.

Todos os blocos seguintes foram abordados com grande flexibilidade na exploração das questões e com total liberdade por parte do entrevistado para expor as suas opiniões, o que facultou o trabalho do investigador. Este, interveio o menos possível e apenas quando achou pertinente, colocando ou reformular algumas questões, aprofundando o tema com questões adicionais, quando foi necessário alterar o rumo da entrevista ou para controlar o tempo em cada bloco, pois, ao longo de todo o guião foram colocadas notas e observações que permitem auxiliar o entrevistando na condução da entrevista.

Assim, a entrevista decorreu num ambiente bastante informal, com o investigador a manifestar a sua aceitação para com as opiniões dos entrevistados, tentando evitar as questões directas, não influenciando as respostas pela entoação ou pelo destaque oral das palavras.

Contudo, aquando da recolha de dados com as professoras da escola CPEIP de Rochapea foi necessário usar por diversas vezes a técnica de reformulação de perguntas e de perguntas adicionais visto as professora não revelarem grande à-vontade ou conhecimento de alguns temas e questões.

Como refere Ghiglione e Matalon (1993, p. 97), “se não abordar espontaneamente um dos sub-temas que o entrevistador conhece, este coloca uma nova questão (o sub-tema), cuja característica já não é a ambiguidade, para que o indivíduo possa produzir um discurso sobre esta parte do quadro de referência do investigado.”

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Na parte final da entrevista foi dados algum tempo às entrevistadas para poderem explanar algum ponto que achassem pertinente. Foi também feita uma retrospectiva de toda a entrevista para verificar se todos os blocos tinham sido abordados.

Por fim, foram dadas por terminadas as entrevistas e foi uma vez mais agradecida a participação dos entrevistados e valorizadas intervenções e o trabalho desenvolvidos nas escolas.