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Para começar o tema do Processo administrativo disciplinar, o denominado PAD, devemos lembrar que: • A punição do servidor exigirá um procedimento administrativo com direito ao contraditório e

à ampla defesa; e

Professor, e se o servidor cometer uma infração na frente do seu superior imediato?

Mesmo nestas situações, meus amigos, deverá ser instaurado um procedimento para apurar a conduta faltosa do servidor público, que cometeu infração disciplinar perante seu superior imediato. A fundamentação desta situação, é que o ordenamento jurídico, após a Constituição Federal de 1988, passou a exigir em todo processo administrativo e judicial as garantias do contraditório e a ampla defesa.

Antigamente, existia o instituto conhecido como verdade sabida, que consistia na aplicação da penalidade ao servidor que descumpriu norma legal na frente do seu superior direto, sem a necessidade de uma sindicância ou processo administrativo disciplinar, esta tese era inicialmente aceito pelo STJ:

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR. PENA DISCIPLINAR DE SUSPENSÃO INFERIOR A TRINTA DIAS. DESNECESSIDADE DE PROCESSO PRELIMINAR PARA APLICAÇÃO DE PENA DE SUSPENSÃO INFERIOR A TRINTA DIAS, NOS TERMOS DA LEI, NA HIPÓTESE DE 'VERDADE SABIDA’. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (REsp 62.298/MG, Rel. Ministro ASSIS TOLEDO, QUINTA TURMA, julgado em 22/03/1995, DJ 17/04/1995, p. 9598)

Acontece que, após a Constituição Federal de 1988, o STF rechaçou esta tese, não existindo mais a

possibilidade da aplicação da “verdade sabida” no ordenamento jurídico pátrio, sendo, portanto, necessária a oitiva do acusado para que este possa ter garantido o seu direito à ampla defesa e contraditório.

É o julgado do STF:

Nenhuma penalidade poderá ser imposta, mesmo no campo do direito administrativo, sem que se ofereça ao imputado a possibilidade de se defender previamente. A preterição do

direito de defesa torna írrito e nulo o ato punitivo. (…) O direito constitucional à ampla (e

prévia) defesa, sob o domínio da Constituição de 1988 (art. 5º, LV), tem como precípuo destinatário o acusado, qualquer acusado, ainda que em sede meramente administrativa. O Supremo Tribunal Federal, ao proclamar a imprescindibilidade da observância desse

postulado, essencial e inerente ao “due processo of law”, tem advertido que o exercício do direito de defesa há de ser assegurado, previamente, em todos aqueles procedimentos - notadamente os de caráter administrativo-disciplinar - em que seja possível a imposição de medida de índole punitiva. Mesmo a imposição de sanções disciplinares pelo denominado critério da verdade sabida, ainda que concernentes a ilícitos funcionais desvestidos de maior gravidade, não dispensa a prévia audiência do servidor público interessado, sob pena de vulneração da cláusula constitucional garantidora do direito de

defesa. (…) (ADI 2120, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em

16/10/2008, DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLI 30-10-2014 EMENT VOL-02754-02 PP-00276)

Este tema já foi cobrado pela FGV da seguinte maneira:

(FGV OAB UNI NAC/OAB/XX Exame/2016) Carlos Mário, chefe do Departamento de Contratos de uma autarquia federal descobre, por diversos relatos, que Geraldo, um dos servidores a ele subordinado, deixara de comparecer a uma reunião para acompanhar a tarde de autógrafos de um famoso artista de

televisão. Em outra ocasião, Geraldo já se ausentara do serviço, durante o expediente, sem prévia autorização do seu chefe, razão pela qual lhe fora aplicada advertência. Irritado, Carlos Mário determina a instauração de um processo administrativo disciplinar, aplicando a Geraldo a penalidade de suspensão, por 15 (quinze) dias, sem a sua oitiva, em atenção ao princípio da verdade sabida.

Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.

a) A penalidade aplicada é nula, em razão de violação às garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório, razão pela qual o princípio da verdade sabida não guarda compatibilidade com a ordem constitucional vigente.

b) A penalidade aplicada é nula, pois a ausência do serviço sem autorização do chefe é hipótese de aplicação da penalidade de advertência e jamais poderia dar ensejo à aplicação da penalidade de suspensão.

c) A penalidade aplicada é correta, pois a ausência do servidor no horário de expediente é causa de aplicação da penalidade de suspensão, e o fato era de ciência de vários outros servidores.

d) A penalidade aplicada contém vício sanável, devendo ser ratificada pelo Diretor¬Presidente da autarquia, autoridade competente para tanto.

Comentários Gabarito, letra A.

Conforme o art. 41, §1º, inciso II, da CF:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

Continuando, a disciplina do PAD e da sindicância, encontram-se regulados pela Lei 8.112/90 nos artigos 143 a 182.

Começando pelo artigo 143, da Lei 8.112/90:

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

Em outras palavras, o artigo supramencionado traz duas hipóteses, a sindicância ou o PAD, que poderão ser aplicadas quando a autoridade tiver ciência de alguma irregularidade praticada dentro do serviço público. A princípio, o que difere a instauração da sindicância da instauração do PAD, é a gravidade da infração cometida pelo servidor público, caso este tenha cometido uma infração de caráter leve, deverá ser aberta uma sindicância, caso a infração for mais grave, instaurar-se-á um PAD.

Como o artigo 143 acima citado expressamente elenca a sindicância e o processo administrativo disciplinar

com o conector “OU”, isto nos dá a ideia de escolha, de discricionariedade, portanto, a sindicância NÃO É REQUISITO PARA A INSTAURAÇÃO DO PAD. Podendo ser instaurado um PAD, dispensando-se a sindicância. A FGV já cobrou este tema, eis a importância de prestar atenção neste quesito:

(FGV OAB UNI NAC/OAB/XXIII Exame/2017) Após a Polícia Federal colher farto material probatório, o Ministério Público denunciou Ricardo, servidor público federal estável, por crime funcional e comunicou o fato às autoridades competentes para eventual apuração administrativa.

Antes do recebimento da denúncia, diante da vasta documentação que demonstrava a materialidade de violação de dever funcional remetida para a Administração, foi instaurado o processo administrativo disciplinar, sem a realização de sindicância, que, mediante regular processamento do inquérito administrativo, culminou na aplicação da pena de demissão de Ricardo. Sobre a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta.

a) Ricardo não poderia ser demitido sem a realização de sindicância, que é procedimento prévio imprescindível para a instauração de processo administrativo disciplinar.

b) O recebimento da denúncia deveria ter suspendido o processo administrativo disciplinar contra Ricardo, e o prosseguimento de tal apuração só poderia ocorrer após a conclusão do Juízo criminal.

c) O processo administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo é nulo, pois não é cabível a utilização de prova produzida para a apuração criminal.

d) A hipótese não apresenta qualquer nulidade que contamine o processo administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo.

Comentários Gabarito, letra D.

Conforme explicação acima.

Quando falamos em PAD, a natureza da infração será mais gravosa. Logo, sempre será necessária a instauração de um PAD para aplicação das penalidades de suspensão por mais de 30 dias, de demissão, de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão.

É o teor do artigo 146, da Lei 8.112/90:

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

Já a sindicância, por ser de natureza mais leve, poderá ser utilizada nas seguintes hipóteses: Art. 145. Da sindicância poderá resultar:

I - arquivamento do processo;

II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias; III - instauração de processo disciplinar.

Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

(FGV OAB UNI NAC/OAB/XXV Exame/2018) Ricardo, servidor público federal, especializou-se no mercado imobiliário, tornando-se corretor de imóveis. Em razão do aumento da demanda, passou a atender seus clientes durante o horário de expediente, ausentando-se da repartição pública sem prévia autorização do chefe imediato.

Instaurada sindicância, Ricardo foi punido com uma advertência. A despeito disso, ele passou a reincidir na mesma falta que ensejou sua punição. Nova sindicância foi aberta.

Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta.

a) A sindicância não pode resultar, em nenhuma hipótese, na aplicação da pena de suspensão; neste caso,

deve ser instaurado processo administrativo disciplinar.

b) A reiteração da mesma falha não enseja a aplicação da pena de suspensão; neste caso, a única sanção

possível é a advertência.

c) A sindicância pode dar ensejo à aplicação da pena de suspensão, desde que a sanção seja de até 30 (trinta) dias.

d) A pena de demissão independe da instauração de processo administrativo disciplinar, podendo ser aplicada após sindicância.

Comentários Gabarito, letra C.

Conforme o art. 145, parágrafo único, acima transcrito.

É sempre bom recordar que, tanto no processo administrativo disciplinar como na sindicância, deverá ser obedecido os princípios constitucionais da ampla defesa e o contraditório:

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Professor, caso não seja observado o prazo de conclusão do PAD ou da Sindicância, haverá nulidade do procedimento?

Não necessariamente. A jurisprudência entende que deverá ser demonstrado prejuízo à defesa pela demora na conclusão do procedimento.

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PENA DE DEMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS FORMAIS. DESPROPORCIONALIDADE NÃO

CONFIGURADA. SEGURANÇA DENEGADA. (…)

3. O excesso de prazo para conclusão do procedimento administrativo disciplinar só pode

ser causa de nulidade se demonstrado prejuízo à defesa. Precedentes. (…)

8. Segurança denegada. (MS 19.823/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/08/2013, DJe 23/08/2013)

Caso a administração pública, em sede de sindicância, apure uma infração que poderia ensejar uma penalidade mais gravosa ao servidor, a Autoridade deverá instaurar um PAD. Além disso, ressalte-se que o PAD poderá ser instaurado diretamente, sem a necessidade de uma prévia sindicância.

Por exemplo, um determinado Gestor descobre que um servidor público da sua repartição praticou conduta punível com a penalidade de demissão, poderá o Gestor instaurar imediatamente um PAD, sem necessidade de uma prévia sindicância para apurar os fatos.

Vejamos mais uma vez, para memorizar, o artigo que resume este tema: Lei 8.112/90:

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

Até aqui já vimos que, sendo caso de uma infração leve, de até 30 dias, poderá ser utilizada a sindicância para apurar e condenar o servidor público. Porém, se durante a investigação na sindicância, verificar-se que é caso de aplicação de pena mais gravosa, deverá ser instaurado obrigatoriamente um PAD.

O PAD, portanto, trata das hipóteses mais danosas e graves que um servidor público poderia cometer dentro do exercício do cargo.

Aqui é importante destacar que existem dois tipos de processo administrativo disciplinar (PAD):

O segundo seria o Procedimento Ordinário.

A Lei 8.112/90, trouxe a hipótese do PAD, no rito sumário, que seria o procedimento aplicável na apuração de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, de abandono de cargo e de inassiduidade habitual, sendo a todas cabível a pena de demissão.

A regra, neste caso, é de uma instrução mais célere, pois visa apurar casos em que já se tem materialidade pré-constituída.

Resumindo:

O tema da inassiduidade habitual foi cobrado pela FGV da seguinte maneira:

(FGV OAB UNI NAC/OAB/XXI Exame/2016) Marcos Paulo é servidor público federal há mais de 5 (cinco) anos e, durante todo esse tempo, nunca sofreu qualquer sanção administrativa, apesar de serem frequentes suas faltas e seus atrasos ao serviço. No último mês, entretanto, as constantes ausências chamaram a atenção de seu chefe, que, ao buscar a ficha de frequência do servidor, descobriu que Marcos Paulo faltara mais de 90 (noventa) dias no último ano.

A respeito do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

a) Marcos Paulo, servidor público estável, só pode ser demitido após decisão judicial transitada em julgado. b) Marcos Paulo, servidor público estável, pode ser demitido pela sua inassiduidade após decisão em processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

c) Marcos Paulo, servidor público estável que nunca sofrera qualquer punição na esfera administrativa, não pode ser demitido em razão de sua inassiduidade.

d) Marcos Paulo, servidor público estável, não pode ser demitido em razão de sua inassiduidade, pois esta somente autoriza a aplicação das sanções de advertência e suspensão.

Comentários Rito Sumário Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas Abandono de cargo (ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias)

Inassiduidade habitual (falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias, interpoladamente,

durante o período de doze meses) Casos aplicáveis

Gabarito, letra B.

Lei 8.112/91 - Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.

O fundamento para o PAD no Rito Sumário, encontra-se no artigo 133, da Lei 8.112/90:

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou

funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por

intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento

sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo

disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Mas professor, como funciona a apuração da acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas?

Conforme o artigo supracitado, o servidor deverá ser notificado, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção por um daqueles, no prazo improrrogável de dez dias. Esta opção, no prazo legal ou até o último dia de prazo para defesa, se o PAD tiver sido instaurado, se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo, o que configurará a boa-fé do servidor e o isentará de responder a processo administrativo disciplinar.

Caso o servidor não faça a opção no prazo legal, será aberto PAD, no rito sumário, para apuração e regularização imediata da situação. Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão.

Vejamos as fases do PAD sumário:

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia

imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Aqui é importante destacar no seu material o disposto no artigo 140 da mesma lei, que traz as hipóteses do abandono de cargo ou inassiduidade habitual:

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo,

sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

O PAD Sumário terá, em síntese, os seguintes procedimentos: • Indicação da autoria e materialidade;

• Comissão lavrará um termo de indiciação;

• Uma vez apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor; e

• No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no §3º do Art. 167, da Lei 8.112/90:

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo. § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.

(FGV OAB UNI NAC/OAB/XVIII Exame/2019) Sávio, servidor público federal, frustrado com a ineficiência da repartição em que trabalha, passou a faltar ao serviço. A Administração Pública, após constatar que Sávio acumulou sessenta dias de ausência nos últimos doze meses, instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do referido servidor.

Tendo como premissa esse caso concreto, assinale a afirmativa correta.

a) O processo administrativo disciplinar será submetido a um procedimento sumário, mais simples e célere, composto pelas fases da instauração, da instrução sumária - que compreende a indiciação, a defesa e o relatório - e do julgamento.

b) A inassiduidade habitual configura hipótese de demissão do serviço público, ficando Sávio impedido de nova investidura em cargo público federal pelo prazo de cinco anos, a contar do julgamento.

c) Na hipótese de ser imputada a pena de demissão a Sávio, é lícito à Administração Pública exigir depósito de dinheiro como requisito de admissibilidade do recurso administrativo, até mesmo como forma de ressarcir os custos adicionais que o poder público terá com o processamento do apelo.

d) A falta de advogado constituído por Sávio no processo administrativo é causa de nulidade, tendo em vista que a ausência de defesa técnica prejudica o exercício da ampla defesa por parte do servidor arrolado. Comentários

Gabarito, letra A.

A comissão no PAD sumário, será composta por dois servidores estáveis. O prazo para conclusão será de 30

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