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A manga in natura exportada pela região do VSF se constitui como um produto dos chamados sistemas agroalimentares globalizados, sendo cultivada, manejada, embalada e acondicionada dentro de elevados padrões técnicos, visando assim alcançar as exigências e especificações dos mais variados importadores. Dessa forma, o processo como um todo segue condutas e procedimentos pré-estabelecidos pelos protocolos dos selos de certificação, os quais são seguidos pelas empresas, a fim de atender às imposições e, assim, poder acessar os mercados pelo mundo.

As grandes empresas que dominam essa produção no VSF e atingem os elevados padrões de exigência desse mercado competitivo e, assim, possuem contundentes similaridades na organização da produção. Muitos dos informantes (técnicos agrícolas e encarregados de produção de empresas exportadoras) que consultamos informalmente, ao longo da pesquisa, indicaram que poucas diferenças existem quanto aos tratos de campo. As variações no âmbito da organização produtiva parecem acontecer nos espaços das packing houses, sendo bastante restrito o acesso a esses ambientes àqueles que não fazem parte da

empresa. As incursões realizadas pela presente pesquisa nem sempre foram bem vistas, sendo grande o protocolo de informações e explicações a serem prestadas antes de se poder falar com os funcionários responsáveis pela gestão desses ambientes. Essas restrições e controle do acesso refletem o fato de que, nesses espaços de produção, estão contidos parte dos diferenciais de mercado dessas empresas, que se trabalha o visual, a estética e o acabamento desse produto voltado aos mercados de alta exigência.

As packing houses são estruturas físicas, onde é realizado todo o tratamento da fruta colhida. Estes espaços assumem grande relevância no contexto da produção destinada à exportação, pois é aí que os atributos de qualidade do produto são trabalhados visando a uma melhor apresentação e, por conseguinte, a uma maior aceitação e satisfação por parte dos mercados.

A globalização do consumo de frutas tropicais, estimulando a demanda por produtos frescos, tem resultado em considerável interesse e investimento no desenvolvimento ou na melhoria de técnicas de manuseio pós-colheita. [...] As perdas de qualidade que reduzem o valor comercial do produto, têm cada vez mais importância na situação atual em que a maior parte do valor final é agregado após a colheita (ALVES et al., 2002, p. 383).

No caso da manga do VSF, os mercados acessados são caracterizados pelos elevados níveis de exigência, ultrapassando, em certos casos, as especificações e requisitos técnicos gerais, congregados no check list dos selos e certificações mais difundidos. É comum que os importadores requisitem padrões e aspectos pontuais acerca do fruto (referentes à coloração, proporção de frutos com determinada coloração dentro da caixa, e às vezes até o tamanho do pedúnculo do fruto) que acabam tornando mais complexas e minuciosas as atividades desenvolvidas nesses referidos espaços de embalamento e acondicionamento da fruta, afetando mais diretamente as embaladoras48.

Vistos de longe, esses ambientes podem parecer meros depósitos, contudo, internamente têm se tornado cada vez mais sofisticados tecnologicamente, alguns deles completamente climatizados, e todos com protocolos rígidos de controle de entrada e saída de pessoas e/ou produtos. Essas plantas industriais, inseridas no meio das áreas de produção rural, congregam uma série de processos que vão desde a recepção do fruto colhido no campo até seu carregamento em contêineres lacrados para os mais variados destinos, sendo que entre estes momentos uma série conectada de atividades, envolvendo trabalhadores, frutas e máquinas são desenvolvidas. São essas plantas responsáveis pela absorção de grande parte

dos trabalhadores e, sobretudo, trabalhadoras temporárias que se avolumam ao lado das esteiras para embalar e etiquetar as frutas do mercado global.

Embora possam existir leves distinções entre uma packing house e outra, em geral, as plantas físicas seguem um mesmo padrão, cuja margem de diferenciação é bastante pequena, sendo essas diferenciações mais notáveis nas comparações qualitativas quanto ao acabamento dos ambientes, em face de maior ou menor rigor com o controle fitossanitário. Todas as grandes empresas de exportação possuem estruturas similares, variando quanto ao maquinário e a consequente capacidade de processamento.

Protegidas contra rajadas diretas de vento49 com o propósito de evitar agentes externos contaminantes, os packing houses são plantas de beneficiamento com estruturas e disposições internas visando a máxima funcionalidade. Com o propósito de facilitar o trânsito das cargas, o fluxo dos trabalhadores e o controle gerencial dos processos, o ambiente possui poucas divisões internas estruturais. Assim, as áreas onde são desenvolvidas as atividades estão sempre conectadas quer sejam integradas pelo próprio maquinário de grande porte, responsável pelo deslocamento da manga, ou pela conexão livre entre estes espaços.

Figura 2 – Desenho básico da estrutura de uma packing house de manga

Fonte: Adaptado de FAO (2012)

49 Em geral, vegetações específicas cultivadas para este fim ou outras estruturas prediais das empresas

Os processos realizados nas packing houses, articulados em cadeia, são compostos por diversas atividades, podendo ocorrer sutis variações, a depender do grau de sofisticação dos maquinários que podem suprimir algumas atividades manuais (Figura 2). A fim de construir um entendimento geral dos processos ali realizados, segue abaixo uma descrição sucinta destes. Busca-se a exposição sequencial das atividades, ainda que em certos casos algumas tarefas ocorram isoladas em ambientes à parte.

A análise do lote e classificação é um processo inicial que diz respeito à análise amostral de uma carga de manga proveniente da área de campo e que entrará no processo de tratamento pós-colheita. Neste instante, um check list é utilizado pelo fiscal responsável para se avaliar aspectos como o grau de maturação dos frutos, calibre, homogeneidade do lote quanto a calibre e maturação, incidência de lesões mecânicas ou danos aparentes de fungos, verificação de possível ocorrência da mosca-das-frutas50, dentre outras características. Essa análise gera um padrão de classificação para o lote51, bem como autoriza ou recusa a entrada desta carga na packing house. Ainda que muito incomum, uma vez que a própria colheita já acontece de forma programada, é possível a identificação de inconsistências no lote ou o não atendimento dos requisitos básicos para a venda a um determinado importador. Neste caso, o lote pode ser recusado para o embalamento visando à exportação, mas podendo entrar no processo, visando outros clientes52 que tolerem as inconsistências identificadas.

Em sequência, é realizado o descarregamento dessa carga que vem das áreas de campo. Esse fruto que chega transportado por tratores (áreas de produção próximas à estrutura de embalamento) ou por caminhões (áreas de produção distantes, ou quando as empresas possuem mais de uma área de produção) é recebido, organizados em pallets (pilhas com 36 contentores53) e, devidamente classificados. A depender das demandas do dia e da agenda de produção a ser seguida, este fruto recém-chegado do campo é organizado por variedade e/ou tamanho médio dos frutos e/ou condição de maturação, passando um período médio entre doze e vinte e quatro horas até seguir para o processo subsequente.

50 Principal praga temida pelos países importadores, na fiscalização do lote uma avaliação interna das amostras é

realizada a fim de monitorar e constatar e inexistência de infestação do lote, antes que o mesmo siga para o embalamento.

51 “Cada lote da fruta que chega ao galpão deve ser identificado com informações sobre a procedência, manejo

antes e durante a colheita e a hora da chegada, para ser processado por ordem de chegada” (ALVES et al., 2002, p. 394).

52 Como os requisitos de exportação são elevados, mesmo se tratando de importadores que não estipulam

especificações extras ao fruto, além daquelas já provindas dos selos e certificações internacionais, comumente essa carga recusada à exportação, acaba por ser destinada ao mercado nacional.

53 Caixas plásticas com alças que comportam uma carga média entre vinte e vinte e cinco quilos de manga a

Após o período de descanso da manga vem o processo colocação do fruto na máquina de lavagem. Essa etapa é realizada de forma manual, fruto a fruto, os quais são retirados de contentores por trabalhadores dispostos em linha (Figura 3). Em uma calha superior, a qual fica na disposta na altura do rosto/tronco dos trabalhadores, as caixas são colocadas e empurradas manualmente por um trabalhador específico cuja única função nesse processo é o deslocamento dos lotes que serão embalados e a colocação das caixas que os compõem na linha de produção. Os demais trabalhadores retiram os frutos das caixas, os quais estão acondicionados em camadas (quatro ou cinco camadas em média, a depender do calibre do fruto colhido) separadas por folhas de papel, evitando a queima da casca dos frutos inferiores pelo derramamento da seiva do pedúnculo dos frutos das camadas superiores. Cada trabalhador é responsável pelo desembarque de uma camada das caixas, sendo que essas são empurradas em sequência e o ritmo ditado pelo trabalhador que retira os contentores do pallet e os coloca na calha. Se, por ventura, um dos trabalhadores não consegue descarregar sua camada por inteiro, o seguinte o faz, devendo todos acelerarem o ritmo para que, ao final, a colocação das caixas na calha não tenha que ser interrompida. As mangas são retiradas das caixas e colocadas em um tanque de água que faz parte do maquinário responsável pela lavagem das frutas, reduzindo assim o impacto sobre as mesmas.

Figura 3 – Colocação das mangas no maquinário de processamento na Empresa Palmer

Fonte: Retirada pelo autor em 20/11/2015

A lavagem das mangas é uma atividade completamente mecanizada, realizada por maquinários de grande porte que realizam a limpeza externa por meio de banhos e mergulhos

em soluções específicas que misturam água e outros componentes químicos54. A manga segue por esteiras rolantes entre os banhos e mergulhos nas soluções específicas seguidos da secagem em túneis de vento, variando a quantidade desses processos, de acordo com o maquinário e com a programação eletrônica estabelecida para o processamento. O uso de detergentes específicos é possível e permitido pelos importadores, desde que corretamente aplicados junto com a água não clorada.

Após a lavagem, a manga passa por tratamentos fitossanitários para controle de fungos (manga destinada ao mercado europeu e canadense) e controle da mosca-das-frutas (tratamento hidrotérmico aplicado à manga que tem como destino os Estados unidos, o Japão e o Chile). No primeiro caso, as frutas são submetidas à imersão por um período de cinco minutos em água a 55ºC, podendo ser adicionados fungicidas e espalhantes adesivos para fixação do mesmo (ALVES et al., 2002). O segundo caso trata-se do tratamento hidrotérmico, o qual “consiste na imersão do fruto em água quente (46,1°C), durante 75 minutos (frutos com peso inferior a 425g) ou 90 minutos (frutos com peso acima de 425g)” (FILGUEIRAS et al., 2000b, p. 32). Após esse procedimento, “as frutas devem passar por um repouso quarentenário (aproximadamente 30 minutos) e, em seguida, imersas em água fria (mínimo de 22°C)” e, após uma secagem, seguem para as demais etapas de embalamento (ALVES et al., 2002). É preciso destacar que a estrutura de tratamento hidrotérmico se constitui em uma área à parte na packing house, devidamente isolada, por meio de telas, do restante do prédio, sendo que os procedimentos que envolvem esse tratamento ocorrem segmentados das demais rotinas comuns, comportando trabalhadores específicos para essas tarefas.

Nas grandes empresas de exportação do VSF, a seleção dos frutos é um processo mecanizado realizado por grandes máquinas integradas através de esteiras, com sensores e balanças capazes de separarem os frutos por tamanho (calibre) e, até mesmo, por coloração, no caso das mais modernas. Embora se apresente, aqui, sucessivas etapas do processo, é preciso enfatizar que essas etapas/processo são todos integrados por estas estruturas mecânicas que transportam a manga entre um processo e outro e realizam a maioria deles de modo automatizado. Essa etapa elimina os frutos defeituosos e que não se encaixam no padrão requerido. As empresas contam sempre com profissionais especializados responsáveis pelos ajustes e calibrações do maquinário, os quais possuem os conhecimentos técnicos necessários para os ajustes eletrônicos definidores dos padrões de tamanho e peso

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Hipoclorito de Sódio, Hipoclorito de cálcio e cal são alguns dos componentes possíveis de serem utilizados neste procedimento. Estas soluções são monitoradas quanto à temperatura e PH sempre visando a melhor apresentação final do produto. Para maiores detalhamentos técnicos vide (ALVES et al., 2002).

correspondente às demandas de produção do momento, isto é, atendendo aos requisitos do importador cujo pedido será processado. O desenvolvimento destas plantas de processamento em todo o VSF, tanto da manga como da uva, desenvolveu na região um segmento do setor de serviços especializados na manutenção preventiva e corretiva desse capital fixo das empresas. Existem ainda certos tratamentos complementares que podem ser realizados na manga visando o aprimoramento estético dos frutos. A aplicação da cera de carnaúba é o mais difundido destes processos, funcionando tanto para aprimorar a aparência visual quanto para “diminuir a taxa de transpiração dos frutos, reduzindo a perda fisiológica de peso” (ALVES et al., 2002, p. 397). Igualmente aos processos de lavagem, a aplicação desta cera é automatizada, realizada com o fruto seco. Após a aplicação da cera, o fruto é seco em um túnel de ar com temperatura controlada e segue para polimento em esteiras recobertas com cerdas específicas para tal fim. Não raro, esse processo de polimento é repetido por algumas embaladoras que finalizam o empacotamento do fruto, utilizando flanelas para retirar alguma impureza ou dar um acabamento final ao produto quando julgam necessário.

A montagem das caixas talvez seja a única destas atividades que não está propriamente conectada na cadeia dos processos que são desenvolvidos em uma packing house. Embora as esteiras suspensas por toda a extensão da área de embalagem conectem este subproduto, que acondiciona a manga em sua apresentação final, (a caixa montada) ao restante do processo de embalamento, a atividade dos trabalhadores55 responsáveis por essa atividade fica, nas modernas estruturas, em ambientes separados, desempenhando quase que exclusivamente apenas ações referentes à sua rotina.

O corte do pedúnculo antecede o embalamento final e sua localização como etapa na produção pode variar a depender do sistema utilizado pela empresa. Pode ocorrer após a lavagem, sendo realizado por mecanismos automatizados. As plantas de beneficiamento das grandes empresas possuem esteiras mecânicas que já realizam este corte na passagem entre a lavagem e o encaminhamento para a embalagem. Também pode ser realizado em máquinas auxiliares próximas às mesas de seleção. Embora menos frequente, há também casos onde esse procedimento acontece manualmente por tesoura, em geral, apenas como correção de cortes anteriormente realizados pelo maquinário.

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Esse número varia de acordo com as empresas. No caso das empresas que possuem maquinários mais sofisticados, os quais realizam mais rapidamente a montagem e colagem das caixas, é comum existirem apenas dois funcionários, para o desempenho dessa etapa do processo. Em outros casos, essa atividade é realizada parcialmente de maneira manual, existindo uma máquina apenas para passar a cola na folha pré-moldada, restando a outros trabalhadores a montagem, empilhamento e colocação das mesmas nos ganchos da esteira suspensa. Nestes casos, em período de safra não é raro existirem até quatro funcionários trabalhando nessas atividades.

O processo de embalamento é a fase que requer maior cuidado e atenção nesse processamento da fruta de exportação, se constituindo na etapa final de incorporação de elementos estéticos ao produto. Essa atividade é responsável pela incorporação do maior número de trabalhadores nas packing houses, sendo predominante a sua presença. Assim como ocorre no trabalho na uva (CAVALCANTI; SILVA, 1999), há uma recorte de gênero na divisão do trabalho dedicado ao beneficiamento da manga exportação do VSF. Esse tema é relevante para entender os processos de especialização produtiva, intensificação do trabalho e controle. São essas trabalhadoras que dominam, numericamente, essa etapa do acondicionamento e apresentação final do produto. As mangas chegam para embalagem em esteiras, já devidamente selecionadas, lavadas, tratadas e polidas. Contudo, as trabalhadoras que fazem a composição da caixa ainda realizam uma nova seleção correspondente à coloração e tamanho para melhor acondicionarem os frutos na caixa (Figura 4). Neste sentido, realizam um julgamento de qual a melhor combinação de frutas deve ser realizada, com as mangas ali disponíveis a ela para que se monte (seleção, colocação e disposição) uma caixa com a melhor apresentação possível. O movimento contínuo e repetitivo dos habilidosos trabalhadores levando e trazendo mangas da caixa para a esteira e da esteira para caixa, posicionando e reposicionando as mangas visando à apresentação mais próxima da perfeição.

Figura 4 – Processo de embalamento das mangas na Empresa Palmer

Fonte: Retirada pelo autor em 20/11/2015

Embora pareça fácil a um leigo realizar o embalamento de uma manga, esse trabalho requer perícia e habilidade significativas, que correspondem a uma avaliação muito rápida de quais os melhores frutos para compor a caixa, pensando aspectos diversos. Nesse caso, as embaladoras analisam coloração, tamanho, formato e disposição para só então concluir um

processo de embalamento. Esse conjunto de avaliações, definições e o posterior acondicionamento dos frutos, todavia, acontece de maneira extremamente rápida. Adiciona-se a esses aspectos o fato de que tanto o momento de colocação na caixa, como o retorno de uma manga à esteira ocorre sempre rapidamente, porém, delicadamente, afim de não lesionar o fruto, o que pressupõe uma aceleração e desaceleração constante dos deslocamentos com os frutos.

Presenciar o processo como um todo foi o que permitiu ao pesquisador entender quão complexas podem ser as atividades aparentemente mais simples no beneficiamento dessa fruta de exportação. Mais do que isso, a sensibilidade de um cientista social deve ser uma habilidade aprimorada no avanço da pesquisa para que certas peculiaridades do universo do trabalho nesse contexto de intensificação não passem despercebidas. Muitas vezes, os atores sociais envolvidos não se dão conta do grau de intensidade ou do número de procedimentos (mentais e físicos) que estão envolvidos em sua rotina do trabalho, sendo um dos grandes desafios da pesquisa de campo o desvendamento dessas circunstâncias e condições mais sutis, porém não menos relevantes.

O processo de embalagem comporta ainda a identificação da embaladora responsável56, bem como a discriminação do lote, a variedade produzida, o importador, variedade do fruto, calibre da manga, quantidade por caixa e outras informações necessárias tanto à gestão do controle da produção local como à identificação e gestão da qualidade por parte dos importadores. Esse procedimento pode ser realizado de algumas maneiras diferentes, havendo casos em que o embalador tanto faz a colocação de sua ficha de identificação na caixa, seguindo para a marcação manual das outras informações pré- impressas na caixa (nas empresas onde estas informações não são pré-impressas em rótulos adesivos); como situações, nas quais, o responsável pelo embalamento apenas identifica sua produção, ficando a cargo de outro funcionário, um fiscal de linha, a rotulação da caixa com uma etiqueta autoadesiva contendo demais informações.

Os fiscais de linha, assim como o encarregado geral da embalagem são responsáveis pela checagem e fiscalização das caixas de manga antes da montagem final da carga a ser exportada. Nessa fase, se verificam diversos aspectos: existência de danos ou lesão nos frutos, incidência de manchas ou falhas estéticas; acondicionamento dos frutos na caixa, de modo que os frutos estejam bem ajustados aos espaços da caixa, evitando movimento dos mesmos e possíveis danos; posição dos frutos; existência de algum pedúnculo protuberante capaz de

56 Acerca dessa condição da rastreabilidade produtiva e a interferência na condição dos trabalhadores vide o

lesionar os frutos vizinhos; tamanho correto dos frutos selecionados, homogeneidade na coloração dos frutos colocados na caixa, e, por conseguinte, o aspecto final do produto; identificação do embalador; rotulação correta, ou ainda algum outro elemento que implique na diminuição da qualidade do produto final.

Após essa inspeção, o produto segue para a palletização57, consistindo essa etapa na montagem das pilhas de caixas que são devidamente dispostas e amarradas por trabalhadores com esta função específica. Esse empilhamento é realizado em colunas, utilizando “geralmente pallets com 12 caixas na base e altura de 20 caixas. A amarração deve ser feita com fitas para arqueação, colocando-se cantoneiras” (ALVES et al., 2002, p. 398). Essa