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PRODUTO EDUCACIONAL

No documento O ensino de Física para estudantes surdos (páginas 87-122)

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O ENSINO DE FÍSICA

PARA ESTUDANTES

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE MESTRADO NACIONAL PROFISSIONAL EM ENSINO DE FÍSICA

Coordenação Nacional: Sociedade Brasileira de Física

O ensino de física para estudantes surdos

Ercília Juliana Marciano de Oliveira Orientador: Prof. Dr. Ciclamio Leite Barreto

Janeiro/2019 Natal, RN

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APRESENTAÇÃO

Temos uma dívida histórica com as pessoas que possuem deficiências físicas. Foram séculos de sacrifícios e segregações a que foram submetidas. Até hoje, pode-se dizer que a inclusão que tanto se debate ainda não acontece de fato. Esses indivíduos ainda encontram muitos obstáculos perante a sociedade, tendo que encontrar meios para se adaptarem e conseguirem viver da maneira mais “normal” possível.

Na educação esse quadro não é diferente. No caso dos alunos surdos, muitos se formam no ensino médio sem ao menos estarem alfabetizados, seja no Português ou em Libras. Isso se deve ao fato de que em muitas cidades, principalmente nos interiores, os profissionais habilitados nas áreas de Libras ainda não chegaram. Como lidar com esses alunos? Como o professor deve proceder?

Ao se conversar com pessoas surdas, alguns relatam que não quiseram continuar a estudar pela falta de recursos, seja de profissionais qualificados para tradução, materiais adaptados disponíveis, e os diversos empecilhos diários que só quem possui uma limitação física conhece.

Nós, enquanto educadores, devemos sempre pensar e colocar em nosso planejamento estratégias que visem diminuir essas dificuldades. Jamais julgar que a deficiência física faz com que estes alunos sejam incapazes, e sim buscar sempre estimular e ajudá-los a perceberem que eles podem chegar ao lugar que quiserem caso se esforcem. Mesmo havendo uma dificuldade a mais, são tão capazes de alcançar seus objetivos quanto os alunos ouvintes.

Esse produto educacional tem como objetivo inspirar os demais professores mostrando que são soluções simples que podem fazer uma grande diferença na sala de aula. Além disso, incentivar os professores a se aproximar dos profissionais de Educação Especial presentes na escola para que essas e novas estratégias possam ser pensadas e desenvolvidas com o intuito de garantir que o aluno surdo tenha seus direitos e deveres de aluno garantidos como manda a lei.

Este produto educacional também pode ser de grande valia para dar suporte aos professores em sala de aula que possuam alunos surdos, bem como ajudar a promover a autonomia do aluno em seus estudos individuais.

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Sumário

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1. Sugestão na Construção ... 93 2. A física para ouvintes e a física para alunos surdos (sugestão da banca) ... 95 3. Como traduzir a Física para Libras (sugestão da banca) ... 96 4. Metodologia ... 98 4.1 Aplicação do Produto ... 98 4.2 O Plano de Aula ... 100 4.3 Resultados obtidos ... 101 4.3.1 Pré-Teste ... 101 4.3.2 Aplicação da Vídeo Aula ... 104 4.3.3 Aplicação do Experimento ... 105 4.3.4 Pós-Teste ... 107 5. Conclusão ... 112 6. Referências ... 113 7. Apêndice – Slides da Aula ... 114 ANEXO 3 – AUTORIZAÇÃO DO USO DE IMAGEM DO INTÉRPRETE ... 123

13Fonte da imagem da capa deste trabalho:

<http://educacaoespecialedna.blogspot.com/2010/12/especificidades-dos-alunos-surdos.html> Acesso em: 31 de jan de 2019.

1. Sugestão na Construção

Para a construção desse produto educacional, existem vários caminhos de fácil acesso para qualquer professor. Uma das sugestões iniciais é o uso do programa Power Point da Microsoft. Esse software se encontra instalado na maioria dos computadores e é utilizado para a criação de exibições gráficas. Há também uma versão gratuita que é o Impress da LibreOffice que corresponde ao Power Point e pode ser baixado de forma gratuita pelo seu site na Internet.

Figura 1. Construção do slide de apresentação

O professor monta o slide de acordo com o conteúdo que deseja. A sugestão, é que o slide contenha o máximo de imagens possíveis e o mínimo de texto. Para este produto foi escolhido o tema de Espelhos Esféricos, aplicado a uma turma de segundo ano do Ensino Médio.

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Figura 2. Inserir - Áudio - Gravar Áudio

A ideia de gravar o áudio nos slides se torna interessante para que este material fique disponível para o aluno estudar em casa. Na hipótese que o discente falte a aula, o professor poderá disponibilizar o material através das plataformas de ensino e do e- mail.

O intérprete poderá utilizar o áudio para tradução em Libras, gravar um vídeo e este também ser aplicado em sala de aula, ao mesmo tempo em que o professor explana o slide de forma oral, promovendo a real inclusão do aluno surdo na aula.

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Para mesclar o slide com o conteúdo e o vídeo gravado pelo intérprete, basta utilizar um editor de vídeo. O mais conhecido é o Windows Movie Maker, porém existem outras opções gratuitas para download.

Neste link: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2014/01/lista-traz- dez-editores-de-video-gratis-para-baixar-no-computador.html é possível encontrar algumas opções de acordo com o sistema operacional que o seu computador utilizar.

Figura 4. Vídeo disponível no YouTube, acesso através do Link: <https://youtu.be/Lli7fuojczM>.

2. A física para ouvintes e a física para alunos surdos (sugestão da banca)

Sabe-se que a disciplina de Física é considerada pela maioria dos alunos uma disciplina difícil. Para cativar a atenção dos jovens, o professor acaba tendo que optar por diversas metodologias como o uso de slides, vídeos, aplicação dos conceitos no dia a dia e atividades experimentais. Essas estratégias

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despertam no aluno a curiosidade sobre os fenômenos físicos e também aguçam o interesse deles para entender o porquê que eles acontecem.

Como o surdo é um sujeito cuja língua é visual-espacial, o processo de aquisição de conhecimento é baseado em uma descrição visual (QUADROS, 2004), ou seja, tem que haver um desenho ou esquema relacionado ao conceito para que ocorra a aprendizagem. Com isso é possível inferir que alunos com surdez devem ter dificuldades com disciplinas que utilizam, de maneira principal, conceitos abstratos e/ou não visuais.

(PLACA, 2011, p 8.)

Para o aluno surdo não é diferente. A atividade prática acaba sendo de suma importância, tendo em vista que sua aprendizagem se dá, principalmente, por meio da percepção visual. Para que essa aprendizagem seja mais efetiva, é interessante que o intérprete trabalhe com o aluno surdo os sinais existentes para os mais diversos conceitos físicos.

Com a apropriação desses sinais, o aluno terá mais facilidade de entender os vídeos em Libras que estiverem disponíveis na internet e que tratem do assunto que o professor esteja abordando em sala, promovendo a sua autonomia nos estudos.

3. Como traduzir a Física para Libras (sugestão da banca)

Em entrevista com alguns intérpretes foram questionados como eles traduziam a Física para os alunos surdos. Segundo os mesmos, primeiro há uma pesquisa se existem os sinais para determinados termos. Vale salientar que a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais – é relativamente uma língua nova que vem sendo construída, sendo assim, é normal que muitos sinais, principalmente de áreas especificas, ainda não tenham sido inventados. Quando não há um sinal para determinado termo, o intérprete pode agir de diferentes maneiras. Para a intérprete Gabriela, o uso de imagens pode ajudar na compreensão do aluno. Com isso, ela consegue explicar com os sinais existentes o que o professor gostaria de repassar. Além disso, o uso de atividades experimentais com a participação dos alunos surdos se mostrou muito eficaz.

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Segundo o intérprete Jean, quando não existe o sinal específico, pode-se soletrar para o aluno, através do alfabeto em Libras, e após isso explicar para o aluno o significado daquela palavra. Essa soletração através do alfabeto em Libras chama-se datilologia. O intérprete pode criar um sinal com o aluno, porém, esse sinal ficará restrito para eles. Para que um sinal seja aceito na comunidade surda e difundido, este deve passar por uma comissão de surdos de alguma instituição acadêmica.

Já existem muitos sinais de conceitos físicos que podem ser utilizados pelo intérprete ou professor de Libras para ensinar os alunos surdos da escola. Um exemplo são as apostilas Sinalizando a Física (CARDOSO E PASSERO, 2010):

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Figura 6. Conceitos físicos e seus sinais em Libras

4. Metodologia

4.1 Aplicação do Produto

A aplicação se deu numa turma de segundo ano “B” do ensino médio, com a participação de 36 alunos, sendo 2 alunos surdos. O objetivo dessa aplicação é de avaliar o uso de metodologias alternativas para o ensino de alunos surdos com uma perspectiva inclusiva.

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Este produto tem o objetivo de auxiliar professores no ensino de alunos surdos, dando um direcionamento para que estes profissionais que não possuem formação na área inclusiva possam promover aulas inclusivas, incentivar na criação e difusão de mais vídeos para eu possam ser compartilhados na internet, bem como a indicação desse material para os alunos, ajudando na busa de sua autonomia nos estudos.

A metodologia para aplicação deste produto baseia-se nos três momentos pedagógicos: problematização, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento; proposta por Delizoicov e Angotti (1991).

No primeiro momento a ideia é fazer um levantamento, através de um pré-teste com cinco perguntas que envolvem situações do cotidiano relacionado com o conteúdo que será abordado. Seu objetivo é coletar os conhecimentos prévios que os alunos possuem sobre o assunto. A partir disso, o professor poderá planejar uma aula se direcionando as respostas coletadas dos alunos, confrontando o pensamento deles com os conceitos físicos.

Na segunda etapa, a organização do conhecimento, é aplicado o vídeo contendo as imagens que exemplificam os conceitos envolvidos, traduzido para Libras. Para os alunos ouvintes a sugestão é que o professor vá explicando de forma oral, e passando os slides mostrando as imagens que correspondem ao que foi explicado. Ao mesmo tempo, é passado o vídeo com o intérprete de Libras em que ele traduz o que o professor está explicando. A ideia é a inclusão. Que alunos surdos e ouvintes tenham acesso ao mesmo conhecimento de forma sincronizada no decorrer da aula.

Ainda no segundo momento, o aluno poderá visualizar, através de uma prática, as diferentes imagens que os diversos tipos de espelhos produzem. Esta se dá através do manuseio de um espelho plano mais uma concha de feijão bem polida, simbolizando os espelhos côncavos e convexos. Há a possibilidade do professor solicitar na turma alunos que levem em sua bolsa espelhos de maquiagem que aumentem a imagem produzida, com o intuito de observarem.

Para o terceiro e último momento, o aluno irá aplicar o que aprendeu, através de um pós-teste, que visa investigar a eficácia desta metodologia.

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4.2 O Plano de Aula

TÍTULO: Espelho, espelho meu.

Subtítulo formal: Espelhos Esféricos

Instituições de Aplicação do Produto:

Escola Estadual de Ensino Médio em Tempo Integral Tristão de Barros

Público-alvo:

Alunos surdos do 2º Ano

Cronograma:

Duas aulas de 50 minutos cada

Matéria contemplada: Física

Conteúdo programático: Espelhos Esféricos

Recursos didático-pedagógicos

Data-show, computador, experiência para demonstração.

Visão geral da aula:

A aula se iniciará com perguntas aos alunos para coletar os seus conhecimentos prévios através de um pré-teste de sondagem. Em seguida, será aplicado o vídeo. Para aprofundar o conhecimento, os alunos terão acesso a diferentes espelhos para que possam perceber a diferença entre as imagens produzidas por eles.

Objetivos:

 Promover a noção que existem diferentes tipos de espelhos;  Reconhecer seu uso e aplicação no cotidiano.

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Momentos Pedagógicos:

Problematização/Aquecimento:  Atividade inicial (10 minutos)

Teste de sondagem inicial

 Problematização: Uso dos espelhos esféricos  Organização do conhecimento

Discussão Vídeo (Produto) Experimento

Organização do conhecimento

Fase expositiva: discussão e apresentação do vídeo. A ênfase deve contemplar: (i) Conhecer as diferenças e aplicações dos espelhos esféricos; (ii) Saber reconhecer e diferenciar os tipos de espelhos.

Avaliação | Aplicação do Conhecimento

Os estudantes deverão ser avaliados com um teste de sondagem antes e após a aplicação da videoaula.

4.3 Resultados obtidos

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Figura 743. Aplicação do pré-teste

O pré-teste de sondagem tem como objetivo testar os conhecimentos que os alunos já trazem do seu cotidiano. As perguntas foram reproduzidas, algumas reformuladas, com base no artigo de COELHO (2017).

Os alunos participaram de uma aula ministrada de forma tradicional com o conteúdo sobre Espelhos Planos. Nela as discussões foram feitas de forma oral e os conceitos foram repassados na lousa. Participaram do teste 36 alunos.

Abaixo, tem-se as respostas obtidas:

1. Você já viu um espelho que não fosse plano?

Para a primeira pergunta, o intuito era que os alunos refletissem que existem espelhos que não obedecem às características que os espelhos planos possuem. 58% dos alunos responderam que sim. E apenas 1 especificou o retrovisor do carro como um exemplo de um espelho que não se encaixa como espelho plano. 42% afirmou que só conheciam o espelho plano.

2. Para você, as imagens produzidas nos espelhos sempre são exatamente iguais aos objetos que estão na frente deles?

Dos 58% (21 alunos) que responderam sim para a primeira pergunta, 13 apontaram que as imagens não eram exatamente iguais, 1 citou o retrovisor do

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carro como exemplo e 3 citaram os espelhos “com grau”, ou seja, aqueles que deixam a imagem maior do que o natural. Os 42% restantes responderam que as imagens, para eles eram simétricos aos objetos.

3. Onde se forma a imagem de um espelho plano? Na superfície do espelho? Atrás/dento do espelho? Ou na frente?

Para a terceira pergunta esperava-se colher dos alunos a percepção que estes tinham sobre a imagem virtual. 13 alunos responderam que a imagem se forma dentro do espelho. 11 responderam que se forma na frente. 10 responderam que a imagem se forma na superfície. 2 não souberam responder.

4. Quando afastamos um objeto de um espelho plano, o que acontece com sua imagem?

28 alunos responderam que a imagem diminui de tamanho a medida que o objeto se afasta do espelho. 4 responderam que ela se apresenta do mesmo tamanho que o objeto. 3 responderam que a distância entre a imagem e o espelho é a mesma do objeto e o espelho. Apenas 1 respondeu que ela ficaria mais distante. 5. Você conhece outros tipos de espelhos?

20 alunos responderam que conheciam outro tipo de espelho que não se encaixava nas características dos espelhos planos. Alguns citaram novamente o exemplo do retrovisor do carro. 4 citaram que seria o “espelho com grau”, e 1 deles respondeu que não conhecia o nome do tipo desse espelho.

Os dois alunos surdos que participaram do teste, responderam que nunca viram outro tipo de espelho. Inclusive, na questão 2 responderam que a imagem do espelho plano teria características diferentes do objeto. O que demonstra que a aplicação da aula de forma tradicional não trouxe um entendimento muito claro para eles.

14 alunos responderam que não conhece nenhum outro tipo de espelho que não seja plano. O que demonstra que a aula tradicional para eles também não ficou muito bem compreendida.

Nesta questão, 55% dos alunos conseguiram associar as discussões da aula com a pergunta. Mas 45% ainda não teria assimilado o conteúdo anterior de forma satisfatória.

6. Você já viu algum espelho que produzia uma imagem maior do que o objeto que estava na frente?

Para esta pergunta, os dois alunos surdos responderam que já tiveram a experiência de ver um espelho que produzia uma imagem maior que o objeto que está a sua frente, juntamente com mais 5 alunos responderam não para esta pergunta.

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Os demais alunos responderam sim. Alguns citaram que só observaram esse tipo de espelho na televisão, em filmes ou séries. A maioria citou novamente o “espelho com grau”. 1 dos alunos associou a lente da lupa como um exemplo para espelho.

4.3.2 Aplicação da Vídeo Aula

Seguindo o plano de aula, após a aplicação do pré-teste, deu-se início as discussões. Mas, diante do resultado do pré-teste e a verificação de que parte da turma ainda não havia assimilado muito bem o conteúdo sobre espelhos planos, houve uma discussão sobre suas características.

Foram retomadas algumas perguntas do pré-teste. A turma foi indagada sobre a questão, por exemplo, da imagem diminuir à medida que se afasta do espelho plano. Parte da turma ainda ficou oscilando responder que sim. Então foi usado como exemplo uma pessoa atravessando a rua. “Ela estaria encolhendo de tamanho à

medida que se afasta de quem a observa?” Um dos alunos respondeu que não. Mas

que essa impressão seria pode causa do “campo de visão”. Então discutiu-se com a turma o conceito de campo visual e ângulo limite.

Após a discussão, foi passado o vídeo. O vídeo se inicia com o que são espelhos esféricos, os tipos, como representá-los e suas aplicações.

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Durante a exibição do vídeo o que foi observado nos alunos surdos:

 inicialmente ficaram surpresos com o fato de a aula estar traduzida para eles;  foi percebido que eles ficaram focados no que estava sendo exibido, sempre

olhando para o vídeo;

 era questionado se havia a necessidade de voltar alguma parte do vídeo, se a velocidade estava suficiente para acompanhar, os alunos disseram que estava suficiente;

 apontaram, durante a exibição, que estavam compreendendo a “fala” do intérprete.

O que foi observado dos alunos ouvintes:

 a turma também ficou surpresa com a “novidade” na sala de aula;

 acharam interessante aquela língua e alguns ficaram tentando reproduzir alguns sinais que observavam no vídeo;

 quiseram interagir com os meninos surdos, ficando bastante empolgados com a presença deles em sala;

 compartilharam situações em que tiveram contato com os espelhos esféricos como, por exemplo, aqueles que nomearam “espelhos com grau”.

4.3.3 Aplicação do Experimento

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Figura 944. Alunos surdos observando a concha (Espelho Côncavo e Convexo)

Figura 10. Alunas observando a concha e questionando sobre as diferentes imagens produzidas

Objetivo do experimento:

As duas calotas da concha (a parte interna e a parte externa) possuem um alto poder de reflexão. Elas podem ser consideradas um bom exemplo de espelhos esféricos, tanto o côncavo quanto o convexo.

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Foi solicitado que os alunos aproximassem e afastassem a concha para observar o que acontece com a imagem.

O que foi observado durante a experimentação:

 os alunos ficaram surpresos com a imagem invertida na parte côncava do “espelho”;

 sentiram necessidade de comparar com o espelho plano para a observação das semelhanças e diferenças entre as duas imagens.

Figura 11. Alunos surdos comparando a imagem produzida por um espelho plano com as produzidas pela concha de feijão

4.3.4 Pós-Teste

O pós-teste tinha como objetivo principal verificar se o produto é suficiente para a compreensão dos alunos. Algumas perguntas foram retiradas do artigo de (COELHO, 2017), algumas adaptadas de acordo com o questionamento dos alunos em turmas anteriores.

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Figura 12. Intérprete ajudando na tradução das perguntas do teste do pós aula

1. Que tipo de espelho podemos utilizar para aumentar as imagens para que possamos ver melhor os detalhes? Plano, Côncavo ou Convexo?

Figura 13. Resultado da questão 1 do teste pós-aula

Dos 30 alunos que optaram pelo espelho côncavo, 1 deles colocou também o espelho plano como opção de resposta para essa pergunta. Os alunos surdos fazem parte dos 30 que escolheram a opção côncavo.

6. Que tipo de espelho utilizamos quando queremos nos observar de forma fiel ao real?

30 6

Côncavo Convexo

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A pergunta 2 tinha como objetivo saber se os alunos, depois da nova discussão sobre espelhos planos, conseguiam identificar suas características. Os dois alunos surdos não conseguiram responder a esta pergunta. Por alguma razão, os 4 alunos que não responderam espelho plano, colocaram o convexo como resposta para esta questão.

Figura 14. Resultado da questão 2 do teste pós-aula

7. Que tipo de espelho é utilizado para ampliar o campo de visão?

Figura 15. Resultado da questão 3 do teste pós-aula

Para esta pergunta dois alunos escolheram responder com o exemplo: retrovisor do carro, não especificando o tipo do espelho. Os dois alunos surdos escolheram a opção convexo, juntamente com os demais 27 alunos ouvintes.

32 4 Espelho Plano Espelho Convexo 29 2 5 Convexo Retrovisor do Carro Côncavo

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8. Que tipo de espelho esta colher representa? Plano, côncavo ou convexo?

Os dois alunos surdos, assim como os 27 ouvintes, responderam côncavo.

Figura 17. Resultado da questão 4 do teste pós-aula

9. Que tipo de espelho podemos classificar essa bolinha de natal?

29 5 1 1 Côncavo Convexo Plano Côncavo Convexo e Côncavo Figura 16. Fonte da imagem:

http://infravermelho8.rssing.com/chan- 35794232/all_p2.html

Figura 11. Fonte da imagem:

<http://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID440/v12_n8_ a2017.pdf>

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Figura 18. Resultado da questão 5 do teste pós-aula

Os alunos surdos responderam convexo.

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8 2

Convexo Côncavo Abstenção

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5. Conclusão

A aplicação do produto corrobora com os estudos utilizados como base teórica para

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