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Professor a Tempo Inteiro

No documento Relatório Final_Diogo_Faria (páginas 74-77)

1. Lecionação

1.5. Professor a Tempo Inteiro

O Professor a Tempo Inteiro (PTI) é uma prática inserida no estágio pedagógico supervisionado, ao qual o aluno se submete, sendo da sua responsabilidade decidir o quando realizar a mesma. Este momento consiste numa semana do ano letivo em que o estagiário tem o direito a escolher mais turmas para além das tarefas de estágio obrigatórias, desde que o professor das turmas escolhidas não veja nenhum entrave perante a situação, podendo assim ter a oportunidade de lecionar outras turmas para além da qual é responsável.

Tendo em conta o enquadramento anterior, optei por realizar o PTI na semana de 19 a 23 de fevereiro de 2018 onde optei por lecionar mais duas turmas, mais precisamente o 6ºD e o 8ºH, turmas essas que pertenciam a dois outros professores do GEF, o que veio a acrescentar à minha carga horária semanal inicialmente explicada aquando a explicação do horário semanal de estágio presente na introdução deste relatório, mais duas aulas de noventa minutos e mais duas aulas de quarenta e cinco minutos, tal como é possível observar no horário de PTI (apêndice 13).

Em primeira instância é necessário justificar o porquê de ter escolhido as turmas que escolhi, visto não terem sido vítima do acaso. Um dos motivos foi a minha disponibilidade horária dentro do meu horário semanal de estágio. Em seguida, foi dentro das possibilidades tentar lecionar turmas que fossem de ciclos diferentes da minha turma, ou seja, turmas que não pertencessem ao secundário, escolhendo dessa forma uma turma do segundo ciclo e uma turma do terceiro ciclo, visto que, também lecionava um terceiro e um quarto ano no projeto de coadjuvação com uma das escolas primárias do agrupamento. Por último escolhi turmas em que os professores responsáveis pelas mesmas apresentavam modos de operar completamente diferentes, mas que me iriam permitir ter liberdade no planeamento.

Após feita a escolha foi essencial fazer todo um reconhecimento no «terreno», ou seja, recolher o máximo de informação possível de cada uma das turmas. Optei por observar duas aulas de cada uma das turmas na semana anterior à do PTI, conseguindo identificar algumas rotinas já estabelecidas ou a ausência das mesmas, quais as principais dificuldades dos alunos, bem como, quais os alunos que poderiam representar uma dificuldade ao decorrer da aula independentemente dos motivos (comportamentos de desvio, problemas relacionais intra-turma, entre outros). Por

outro lado, também foi possível perceber quais os alunos que poderiam representar um fator facilitador ao decorrer da aula, informação essa que foi corroborada e complementada ao reunir com o professor responsável pela turma no final da semana que antecedia o PTI.

Após ter recolhido toda a informação necessária dei início ao planeamento das aulas, no que diz respeito à elaboração dos planos de aula das turmas do 6ºD (apêndice 14) e do 8ºH (apêndice 15). Foi necessário reunir com os professores responsáveis e perceber quais os conteúdos que estavam a ser trabalhados nessa UD. Em toda esta etapa do processo tive liberdade total no que diz respeito à criação de situações para trabalhar os objetivos, bem como, na estruturação da aula e respetiva organização dos alunos. No último aspeto mencionado necessitei da ajuda do professor responsável, pois eu não tinha conhecimento suficiente dos alunos e considerei essa informação essencial aquando a formação dos grupos, que, por sua vez, é essencial no que diz respeito à possibilidade de todos os alunos alcançarem o sucesso.

A cooperação dos professores responsáveis foi essencial no que diz respeito a ter conhecimento, tanto dos alunos como dos objetivos que pretendiam trabalhar, embora, tal como dito anteriormente, a gestão, organização da aula e criação das situações de exercício tenho sido da minha inteira responsabilidade.

Após todo este processo e finalizada a respetiva semana, como estagiário esta prática veio- se a revelar benéfica considerando o enquadramento em que estive inserido durante todo o ano, e comparando com o enquadramento em que me inseri na semana de 19 a 23 de fevereiro de 2018. No que diz respeito à prática da lecionação, o facto de ter lecionado estas duas turmas obrigou-me a ter de refletir de forma mais incisiva na logística da aula, não só porque até então somente tinha lecionado uma turma com 18 alunos, realidade essa que não foi a que encontrei em nenhuma das turmas do PTI, visto que, ambas eram constituídas por 31 alunos. Por outro lado, o facto de cada uma das turmas apresentar uma aula de quarenta e cinco minutos obrigou-me a realizar um esforço acrescido no planeamento, de forma a torná-lo viável, permitindo que posteriormente na sua operacionalização as aulas fossem o mais rentáveis possível.

O facto destas turmas representarem anos de escolaridade inferiores à turma pela qual era responsável, onde a organização do currículo também é diferente, obrigou-me a ter de me contextualizar. Por conseguinte tive a necessidade de me colocar a par dos objetivos de determinadas matérias que, por sua vez, não lecionava na turma da minha responsabilidade visto

Ainda a acrescentar ao que foi dito anteriormente, estas duas turmas eram da responsabilidade de dois professores que apresentavam modos de operar bastante diferentes (turmas com anos de escolaridade distintos). Como tal, os alunos apresentavam níveis de autonomia bastante díspares, o que levava os professores a assumir estilos de ensino diferentes, que, por sua vez, se refletiam no decorrer e operacionalização dos conteúdos das aulas.

Por um lado, o professor do 6ºD era um professor que utilizava em muitos momentos da aula um estilo de ensino de tarefa, que de acordo com Mosston e Ashworth (2008) é caracterizado por ser um estilo em que o professor toma todas as decisões relacionadas com a tarefa proposta e com a logística da mesma fornecendo de seguida feedback individual à prestação do aluno que por sua vez tem de pratica ou reproduzir a tarefa individualmente ou no grupo em que está inserido.

“The defining characteristic of the Practice style is individual and private practice of a memory/reproduction task with private feedback. In the anatomy of the Practice style the role of the teacher is to make all subject matter and logistical decisions and to provide private feedback to the learners. The role of the learner is to individually and privately practice a memory/reproduction task while making nine specific decisions (presented next). When this behavior is achieved, the objectives described below are reached in subject matter and in behavior.” (Mosston & Ashworth, 2008, p. 94).

Por outro lado, o professor responsável pelo 8ºH optava por utilizar com mais frequência nas suas aulas um estilo de ensino de descoberta guiada, que de acordo com Mosston e Ashworth (2008) é caracterizado por ser um estilo em que o ao professor cabe o papel de tomar as decisões bem como formular as questões relativas ao que pretende que seja descoberto, sendo o papel do aluno descobrir as respostas às respetivas questões estando assim implícito que este tenha o poder de tomar decisões.

“The defining characteristic of the Guided Discovery style is the logical and sequential design of questions that lead a person to discover a predetermined response. In the Anatomy of the Guided Discovery Style, the role of the teacher is to make all subject matter decisions, including the target concept to be discovered and the sequential design of the questions for the learner. The role of the learner is to discover the answers. This implies that the learner makes decisions about segments of the subject matter within the topic selected by the teacher.” (Mosston & Ashworth, 2008, p. 212).

Estas duas perspetivas fizeram com que as turmas apresentassem um comportamento diferente do comportamento a que estava acostumado, tendo então surgido a necessidade de me adaptar. Necessitei de adequar o meu comportamento e o meu estilo de ensino à realidade em que estava inserido, tornando assim possível direcionar os alunos para o sucesso e criar um clima propício à aprendizagem.

Por último, a possibilidade de trabalhar com outros professores do GEF, permitiu-me enriquecer o meu leque de conhecimentos. O facto de ter de observar as suas aulas permitiu-me ter acesso a novas situações de exercício/jogo e a novas dinâmicas de organização e gestão de tempo. Por outro lado, ao lecionar outras turmas, permitiu-me obter feedbacks da minha prática pedagógica proveniente de professores com perspetivas diferentes, não desacreditando o professor orientador de estágio nem o professor orientador universitário.

1.6. Coadjuvação com a Escola Básica do 1º Ciclo com Jardim de Infância de

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