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Saída de Campo

No documento Relatório Final_Diogo_Faria (páginas 80-84)

1. Lecionação

1.7. Saída de Campo

A saída de campo era uma das atividades obrigatórias deste estágio pedagógico e foi destinada às três turmas dos estagiários, o 11ºA, 12ºB e 12ºD. No total participaram 45 alunos de um universo de 60 alunos que compõem as três turmas.

Esta atividade realizou-se no dia 25 de maio tendo os alunos saído da estação de Carcavelos às 8h44 com destino a Cascais onde realizaram as atividades da parte da manhã até às 12h00. Na parte da tarde os alunos saíram da estação de Cascais às 13h44 após pausa para almoço, iniciando-se as atividades às 15h00 e acabando as mesmas às 18h00. Esta saída de campo contemplou 4 atividades de exploração da natureza, Orientação, Canoagem, Stand Up Paddle (SUP) e Surf, tendo-se também realizado um torneio de Voleibol de praia entre as três turmas.

Com a realização desta atividade pretendia-se proporcionar aos alunos a oportunidade de contactar com a natureza em matérias menos abordadas na EBSC, tal como a orientação, e onde a maior parte dos alunos tinha tido pouco ou até mesmo nenhum contato com as mesmas fora do contexto escolar. Para além do motivo referido anteriormente queríamos também proporcionar aos alunos o contacto com novas modalidades (Canoagem, SUP, Surf e Voleibol de Praia).

Este momento foi também idealizado com o intuito de promover o trabalho cooperativo, o desenvolvimento de relações socias entre os alunos e aluno-professor e de proporcionar aos alunos uma hipótese de estarem envolvidos numa prática em que teriam de demonstrar maior grau de independência e de responsabilidade, visto que não estariam inseridos no contexto escolar.

Na Canoagem, considerando que todos os alunos que participaram na atividade já tinham participado no ano anterior e como tal já tinham adquirido as noções básicas desta modalidade, o objetivo foi realizar um percurso/passeio que desafiasse mais as capacidades dos alunos e promovesse o trabalho cooperativo, uma vez que estavam em caiaques duplos. Na praia tínhamos disponíveis 6 caiaques duplos e um caiaque individual, o que permitiu que todas as turmas realizassem uma estafeta inicial para se readaptarem às técnicas já adquiridas e revistas no briefing, realizando de seguida o percurso/passeio. Na estafeta eram colocadas 3 embarcações dentro de água de cada vez, com a ajuda do Professor Estagiário Carlos Sobral, visto que eu estava dentro de água a controlar a atividade e a dar feedback à prestação dos alunos. Após cada dupla ter realizado duas vezes a estafeta (cada elemento tinha de ir uma vez na proa e na popa da embarcação) a turma que se encontrava na atividade era dividida em dois grupos e realizava-se o percurso/passeio. Todas as turmas já demonstravam algumas competências nesta modalidade, tendo tudo corrido como desejado não havendo quaisquer imprevistos ou comportamentos menos desejáveis (previamente relembrados no briefing e.g. ninguém se coloca em pé no caiaque ou vira o caiaque propositadamente).

De acordo com Anderson, Schleien, McAvoy, Lais e Selingmann (1997) num estudo realizado pelos mesmos, ao inserir um grupo numa atividade de canoagem, registaram-se melhorias no desenvolvimento em termos de relações sociais, coesão de grupo e trabalho cooperativo.

A Orientação tinha como propósito promover um momento de aprendizagem, proporcionando a exploração da vila de Cascais, que, por sua vez, apresenta inúmeros locais históricos e emblemáticos da história cascalense.

O início da atividade foi dado na baía de Cascais e controlado pelo Professor Estagiário Luís Nabais. A prova foi feita num formato de percurso onde os alunos tinham um conjunto de 11 pontos e teriam de ir desde o ponto 1 até ao ponto 11 e retornando à zona de partida. Em cada ponto foi feito uma adivinha, um enigma ou uma referência histórica que os alunos tinham de responder no cartão de controlo (apêndice 16). Foram criados dois mapas (apêndice 17) de maneira a que fosse possível os grupos saírem para lados opostos e reduzir o tempo de intervalo com que os grupos saíam. A prova era em formato contrarrelógio e cada grupo tinha como objetivo fazer a prova no mínimo tempo possível passando obrigatoriamente por 7 pontos. Cada ponto pelo qual não passassem acrescentaria 2 minutos ao tempo total e cada ponto que errassem acrescentaria 1

Com o intuito de garantir a segurança dos alunos foi distribuído uma folha de contactos (apêndice 18) por todo os grupos, onde dois elementos de cada grupo forneciam o seu contacto.

No que diz respeito à realização da atividade houve bastante empenho por parte dos alunos, uma vez que todos optaram por passar por todos os pontos do percurso. Somente um ponto levantou bastantes dúvidas, considerando que só 2 grupos, num total de 8, conseguiram acertar a respetiva adivinha. Na generalidade o feedback dos alunos foi bastante positivo revelando que o sistema de adivinha, enigma e referência histórica tornou a atividade mais desafiante e difícil.

O Voleibol de praia realizou-se com o intuito de os alunos perceberem o «transfer» das competências adquiridas na matéria de voleibol para uma situação mais complexa. Nesta atividade foi realizado um torneio entre as três turmas em situação de 4x4, de maneira a que as turmas que não estavam na água a realizar SUP e Surf, estivessem em atividade.

Por último no que diz respeito ao SUP e ao Surf, estas atividades foram realizadas com 7ª Essência, escola de Surf, SUP e Bodyboard onde trabalhava no momento, que, por sua vez, disponibilizou todo o material necessário. Nesta atividade estive mais presente e esteve também envolvido o dono da 7ª Essência. Sabendo que o rácio era de 1:6 era necessário mais um professor e, como tal, pedimos a colaboração do Professor Luís Costa (responsável do núcleo de Surf da EBSC, recentemente distinguido com um Louvor por Boas Práticas no Surf pelo Desporto Escolar). A atividade em si decorreu por estações tendo-se dividido cada turma em três grupos, dois de Surf e um de SUP, estando no SUP o dono da escola 7ª Essência e no Surf o Professor Luís Costa e eu. Estas atividades tinham como objetivo promover a prática de atividades de exploração da natureza no meio aquático. Eram também atividades que não faziam parte dos programas da disciplina de EF, indo assim de encontro a um dos princípios da quarta etapa (produto/projeto), momento no ano letivo que permite ao professor introduzir outras matérias para além das estipuladas pelo programa escolar.

No decorrer da atividade não houve quaisquer problemas em garantir as condições de segurança, embora tenho sido uma atividade que ao longo da tarde devido às condições da maré, muito vento e alguma ondulação, se tenha revelado pouco proveitosa para a última turma aquando realização do SUP. Por outro lado, esta última, acabou por ser a turma que aproveitou mais no Surf devido às condições. No conjunto das turmas todos os alunos conseguiram passar por ambas as atividades estando mais tempo no Surf, visto que passavam em duas estações de Surf, uma com o Professor Luís Costa e outra comigo. No Surf a maioria dos alunos obteve sucesso pois

conseguiram colocar-se de pé na prancha pelo menos uma vez, algo que não decorreu no SUP embora os alunos tenham gostado mais pois representou um desafio maior.

De acordo com a literatura está comprovado que com a realização deste tipo de atividades se consegue obter resultados quer a nível individual como a nível do grupo. A nível individual consegue-se promover tanto a independência como o sentido de responsabilidade dos alunos. Já a nível de grupo, é possível adquirir níveis elevados de trabalho cooperativo bem como uma maior coesão de grupo. (Torkos, 2017).

Para além do referido anteriormente posso afirmar que após a saída de campo os alunos demonstraram uma predisposição diferente no que diz respeito à prática de EF, possivelmente devido às competências trabalhadas na atividade. Esta melhoria apesar de ser importante, teria tido muito mais impacto caso a atividade tivesse sido realizada mais perto do início do ano. “The attitude of the group towards the subject has also changed due to the new type of interactions between them but mostly because of the free environment that supported the whole learning activity.” (Torkos, 2017, p.221)

Por último, para mim como estagiário, permitiu-me tomar conhecimento dos protocolos de organização de uma atividade desta dimensão fora do recinto escolar, desde autorizações para os EE, acompanhamento dos alunos, organização de transporte e disponibilização de informação à Câmara Municipal de Cascais. Tive também a hipótese de demonstrar competências em lecionar matérias que não pertencem ou que não são tao abordadas no currículo escolar.

No documento Relatório Final_Diogo_Faria (páginas 80-84)