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Geografia - 6

Ciências Sociais, comp. Geografia - 4 História comp. Geografia - 2 Outras: Ciências Sociais, Pedagogia, História - 6 Cursando Geografia na EaD - 3 Cursando Ciências Sociais - 1

Inicialmente graduados em História, 2 professores (9%), fizeram a complementação das disciplinas na licenciatura de Geografia. É importante salientar que não existia em Blumenau a oferta do curso superior em geografia, e apenas recentemente, tem-se oferecido a licenciatura de geografia na modalidade a distância, quando existe procura e possibilidade de composição de turma.

Um grupo de 6 professores, (27%), que leciona geografia escolar é habilitado em outras áreas como Ciências Sociais, História e Pedagogia e não fez menção à complementação em geografia ou possibilidade de habilitação plena para a mesma.

Dentre os que não possuem curso superior, mas estão cursando geografia – 4 pessoas, (18%). A educação a distância é a modalidade que permite trabalhar nas escolas do município e estudar ao mesmo tempo. (Uma das professoras que está cursando geografia é a mesma que esta cursando concomitantemente outra graduação - Ciências Sociais, por isto a soma das respostas que compõe o gráfico 3, fecha em 22).

Em relação aos questionamentos paralelos algumas respostas e explicações dos professores se mostraram interessantes e merecedoras de reflexões. Na escolha da profissão e do curso de graduação, a influência familiar, o membro da família ou amigos que já eram professores foram fatores que influenciaram na escolha da profissão e cursos superiores frequentados. Experiências anteriores como de acordo com o depoimento da professora “U”, que está cursando Geografia e Ciências Sociais, foi o determinante para escolha dos cursos. A mesma possui experiência como educadora popular em movimentos sociais, (onde atuou de forma interdisciplinar na área das ciências humanas), justifica suas escolhas, o que certamente refletirá na sua postura em sala de aula:

Todas as ciências humanas me interessaram muito, desde cedo, mas a Geografia me fascina, pois, abrange de forma dialética, as ciências da natureza, e suas relações com os seres humanos, e como se estabelecem essas relações, que transcendem para o politico, social e antropológico. Acredito ser a ciência que tem uma completude diante de outras ciências. Escolhi Geografia por isso, porque abre um leque de possibilidades tanto didáticas como científicas. (PROFESSORA “U”, 2013)

Outros dois professores explicaram que enquanto atuavam como profissionais no setor privado, as empresas passaram a incentivar e “cobrar” dos funcionários curso superior. Alguns explicaram suas opções pela história e pelas ciências sociais, pelo fato destes serem os cursos oferecidos pela universidade na área das ciências sociais e humanas. Com a realização dos estágios, passaram a gostar do exercício do magistério e com o tempo optaram pelo mesmo. Já a professora “M” explicou que sempre lecionou geografia como não habilitada, fez História, por não ter geografia, em Blumenau. Fatos similares ocorreram com os que escolheram cursar ciências sociais.

No entanto, a falta de vagas na área da história e sociologia, mas oferta na geografia, fez com os mesmos buscassem uma segunda habilitação – geografia, modalidade a distância. Comparando as duas licenciaturas a professora “M” relatou: “O curso de História foi

excelente, incluiu disciplinas de geografia, concluído em 2001. O de geografia, muito fraco, disciplinas sem ligação, carregadas mais de teoria do que de prática”. Reforçando tal relato, a professora “K”,

explicou que as aulas presenciais de seu curso (Ciências Sociais) cursado em Lages, eram muito boas, mas limitadas no sentido da pesquisa e inclusão das tecnologias para correlacionar com as atividades do cotidiano escolar.

A professora “N” cursando Ciências sociais, modalidade regular, expôs que sua intenção inicial era lecionar apenas a disciplina de sociologia, mas na falta de professores de geografia, acabou assumindo estas aulas. E a mesma continuou: “fiquei bem interessada em

relembrar conteúdos de minha época de escola, de pesquisar temas atuais e relacionar conteúdos escolares ao cotidiano e na prática...”.

O professor “K” habilitado em geografia e com especialização em metodologia do ensino da geografia, explicou que o curso na modalidade EaD, lhe deu a base teórica, e que o exercício da profissão de docente, o contato e convívio com colegas professores com experiência e também com os alunos, tem superado dificuldades e eventuais lacunas. “É necessário buscar novos aprendizados sempre”!

A formação de professores e os processos de aquisição de saberes para o exercício da prática docente e sua profissionalização (LOPES, 2010) é processo contínuo e lento, permeado por dificuldades, aprendizados práticos que contribuem para a identidade do “ser professor”. A professora “K” explica: “tento não repetir práticas

docentes maçantes, que não estimulem o interesse do aluno. Eu reproduzo atividades que contribuíram para meu desenvolvimento”.

Dentre as dificuldades observadas pelos professores nas formações iniciais e práticas docentes tem-se a fragmentação do conhecimento, resquícios do modernismo e a dicotomia entre teoria e práticas docentes, conforme a fala da professora “U”(2013):

Apesar de todos os avanços teóricos e práticos, ainda recebemos uma formação fragmentada e distante da realidade de sala de aula. No curso de Geografia percebo que além de termos uma formação fragmentada e cartesiana, os elementos da formação para educação ambiental estão muito distantes da nossa pratica. São abordados de forma superficial, e sem conexões com os problemas ambientais reais. Não há aprofundamentos consistentes, que nos permitem, a partir da graduação, criar ações concretas em sala de aula. E as poucas possibilidades, são teóricas, sem prática de campo.

Na opinião do professor “O”, o grande problema nas práticas de

docência está relacionado à “aplicação” da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, por falta de espaços, planejamentos e materiais. Poder-se-á acrescentar outras variáveis como as formações iniciais e continuadas, e o problema ontológico da disciplinaridade e fragmentação do conhecimento.

A professora “M” explica: “já trabalhei com maquetes e é muito

gratificante. Pena que no fundamental II fica inviável, não se tem onde guardar. E elaborar, confeccionar somente em aula fica quase impossível, além do tempo que este processo demanda”.

Durante e diálogo com o professor “K”, o mesmo mostrou-se

empenhado na aquisição de materiais didáticos, como por exemplo, amostras de algumas rochas das quais se extraem minerais. O mesmo tem enviado e-mails para empresas mineradoras na tentativa de que as mesmas lhe retornem contato e com amostras de recursos explorados. Na figura 23, amostras das rochas levadas para a aula de geografia do sétimo ano, para explicações sobre o conteúdo do livro didático, referente a exploração mineral da região sudeste e carvão mineral do sul e interação com os alunos sobre as características, texturas, cores e utilizações das amostras de rochas .

Figura 24 – Amostra de rochas como recurso didático. Acervo particular, professor “K”.

Fonte: Elaboração da autora, (2013).

Analisando os dados do gráfico 4, sobre a pós-graduação dos professores com curso superior e que atuam na geografia escolar, temos um grupo de 6 professores (40%), com especialização (lato sensu) em geografia, metodologia do ensino da geografia e/ou interdisciplinaridade. Um grupo de 8 (53%) de professores possuem especialização na área da educação, gestão educacional ou educação especial. Apenas um dos professores respondentes possui pós-graduação

strito sensu, mestrado, em História Regional.

Gráfico 4 - Professores que trabalham geografia escolar com pós graduação. Fonte: Elaboração da autora, (2014).

40%

53%

7%

Professores que trabalham geografia