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Programa de Licenciaturas Internacionais – Aspectos gerais

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CAPÍTULO VI PROGRAMA LICENCIATURAS INTERNACIONAIS – PLI

6.1 Programa de Licenciaturas Internacionais – Aspectos gerais

O Programa de Licenciaturas Internacionais constituiu uma iniciativa da CAPES e da Universidade de Coimbra, com o apoio do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB) visando à melhoria da qualidade dos cursos de licenciatura e a formação de professores das instituições brasileiras de ensino superior, conforme estabelecido no Edital I - 035/2010:

A Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio de sua Diretoria de Relações Internacionais, no uso de suas atribuições, estabelecida nos termos

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Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/20150818_DEB-relatorio-de-gestao- vol-1-com-anexos.pdf. Acesso em 09 jan. 2017.

da instrução do Processo nº 23038.003884/2010‐11, e com base no Tratado de Amizade assinado entre Brasil e Portugal em 22 de abril de 2000 e no Memorando de Entendimento assinado entre CAPES e a Universidade de Coimbra em 19 de maio de 2010, torna pública a realização de seleção de projetos de melhoria do ensino e da qualidade na formação inicial de professores, nas áreas de Química, Física, Matemática, Biologia, Português, Artes e Educação Física, no âmbito do Programa de Licenciaturas Internacionais CAPES/UC, estimulando o intercâmbio de estudantes de graduação em licenciaturas, em nível de graduação sanduíche (PLI-I Edital nº 035/2010, p.1).

No Brasil, a CAPES foi a entidade responsável pelo programa, fundação pública vinculada ao Ministério da Educação; em Portugal, a entidade responsável pelo programa foi o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), entidade de coordenação do ensino universitário público português (PLI-V Edital nº 74/2014, p.1).

Os objetivos principais desse projeto foram: ampliar a formação de docentes para o ensino básico no contexto nacional; ampliar e dinamizar as ações voltadas à formação de professores, priorizando a formação inicial desenvolvida nos cursos de licenciatura e apoiar a formulação e implementação de novas diretrizes curriculares para a formação de professores, com ênfase no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Esses objetivos fazem parte dos editais PLI e também constam do Termo Aditivo ao Acordo de Cooperação assinado entre as universidades brasileiras e portuguesas (Anexo J).

A CAPES publicou cinco editais para propostas de projetos de intercâmbio: Editais PLI-I (nº 035/2010), PLI-II (nº 008/2011), Edital PLI-III (nº 008/2012), Edital PLI-IV (nº 017/2013) e Edital PLI-V (nº 74/2014). Os editais podem ser consultados na íntegra, no site da CAPES77 e também se encontram anexo nesse trabalho (Anexos B ao F).

Nos Editais PLI-I e PLI-II o intercâmbio de graduação sanduíche, com dupla titulação, ocorreu entre as universidades públicas e confessionais brasileiras exclusivamente com a Universidade de Coimbra. A partir do Edital PLI-III abriu-se a possibilidade de projetos de universidades privadas brasileiras participarem do Edital e ampliou-se o rol de universidades portuguesas, participando as seguintes instituições: Universidade Nova de Lisboa, Universidade da Beira Interior, Universidade do Algarve, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra,

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Disponível em: http://www.capes.gov.br/cooperacao-internacional/multinacional/licenciaturas- internacionais/licenciaturas-internacionais-portugal. Acesso em 10 jan. 2017.

Universidade de Évora, Universidade de Lisboa, Universidade do Minho, Universidade do Porto, Universidade Técnica de Lisboa e Universidade Trás-os- Montes.

O programa visou selecionar projetos de parceria universitária entre cursos de licenciatura de universidades brasileiras e universidades portuguesas propiciando a realização de graduação sanduíche de estudantes brasileiros, e financiando bolsas de estudo para um período de até 24 meses. Para que o aluno conseguisse obter a dupla titulação era necessário cumprir um total de 120 créditos na universidade portuguesa e concluir seus estudos na universidade brasileira. Para participar, o estudante deveria estar devidamente matriculado em uma IES do Brasil. Além da matrícula, em cada edital foram colocados outros requisitos para os bolsistas, conforme quadro 24:

Quadro 24. Editais do Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI) - Requisitos necessários para os alunos bolsistas.

EDITAL REQUISITOS

PLI-I (nº

035/2010)

Alunos ingressantes no Ensino Superior no ano de 2009, tendo cursado até o ato da inscrição pelo menos dois semestres.

Ter cursado todo o ensino médio e pelo menos dois anos do ensino fundamental, em escolas públicas brasileiras.

PLI-II (nº

008/2011)

Alunos ingressantes no Ensino Superior no ano de 2010, tendo cursado até o primeiro semestre letivo de 2011 pelo menos dois semestres.

Ter cursado todo o ensino médio e pelo menos dois anos do ensino fundamental, em escolas públicas brasileiras.

PLI-III (nº

008/2012)

Serão aceitos no processo seletivo alunos ingressantes no Ensino Superior no ano de 2011, tendo cursado até o primeiro semestre letivo de 2012 pelo menos dois semestres entre os anos de 2011 e 2012.

Tendo em vista o caráter social do programa, os candidatos à bolsa deverão ter cursado todo o ensino. médio e pelo menos dois anos do ensino fundamental em escolas públicas brasileiras ou ter cursado parte do ensino médio em escolas privadas na condição de bolsista integral, em função de baixa renda familiar. Os candidatos selecionados deverão apresentar, no ato de inscrição à bolsa, atestado médico e psicológico que comprovem aptidão física e mental para se manter no exterior durante todo o período da bolsa. Os documentos deverão ser

expedidos com, no máximo, 90 dias de antecedência à inscrição à bolsa e devem ser emitidos com assinatura e carimbo do médico/psicólogo responsável.

PLI-IV (nº

017/2013)

ser brasileiro nato.

estar em dia com as obrigações eleitorais.

ter cursado todo o ensino médio e pelo menos dois anos do ensino fundamental em escolas públicas brasileiras ou ter cursado parcial ou integralmente o ensino médio em escolas privadas na condição de bolsista em função de baixa renda familiar, considerando o caráter social do Programa.

ser discente ingressante no ensino superior no ano de 2012, tendo cursado até o primeiro semestre letivo de 2013 pelo menos dois semestres entre os anos 2012 e 2013.

ter obtido carga horária parcial das disciplinas/atividades fixada no Currículo do curso e prevista no Projeto Pedagógico, para o primeiro ano de, no mínimo, 80% (oitenta por cento).

ser selecionado pelo coordenador brasileiro e aceito pela universidade portuguesa.

estar apto a iniciar as atividades relativas ao projeto imediatamente após ser aprovado.

PLI-V (nº 74/2014)

ser brasileiro ou estrangeiro com visto de residência permanente no Brasil. estar em dia com as obrigações eleitorais.

ter obtido nota no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) igual ou superior a 600 pontos, em exames realizados no período de 2009 a 2014. Caso o candidato tenha realizado mais de um exame durante este período será considerado o de maior pontuação, segundo informação prestada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP.

ter cursado todo o ensino médio em escolas públicas brasileiras ou ter cursado o ensino médio em escolas particulares na condição de bolsista integral em função de baixa renda familiar. Neste último caso, a bolsa de estudos deve ter abrangido todo o período de estudos realizado no ensino médio em escola privada.

ter integralizado no mínimo 20% (vinte por cento) e no máximo 80% (oitenta por cento) dos créditos obrigatórios do curso.

ser selecionado pelo coordenador brasileiro e aceito pela universidade portuguesa.

estar apto a iniciar as atividades relativas ao projeto imediatamente após ser aprovado.

Ao longo dos editais foi se perdendo o caráter de aluno ingressante de graduação e permitindo a participação de alunos em vias de conclusão de curso. Da mesma forma, abriu-se a oportunidade também para estrangeiros residentes no Brasil (Edital PLI-V nº 74/2014), vetado nos editais anteriores.

Além do financiamento de bolsa de estudo (mensalidade), o PLI também oferecia aos estudantes outros benefícios como seguro-saúde, auxílio instalação e auxílio deslocamento. Outra modalidade de bolsa constante desse programa, que o diferencia dos demais programas de mobilidade acadêmica, foi o financiamento de missão de trabalho. A missão de trabalho consistiu na concessão de viagens para o coordenador do projeto e/ou docentes doutores vinculados ao projeto com o objetivo de facilitar a integração dos alunos à nova cultura universitária e ao país de destino; ajustar as respectivas estruturas curriculares; acompanhar o desenvolvimento do projeto; avaliar os seus impactos; manter comunicação permanente entre as instituições envolvidas e sistematizar informações a respeito do programa.

No edital PLI-I (nº035/2010) foram contemplados 27 projetos de universidades de diversas regiões do Brasil, sendo a Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) a única pertencente ao Grande ABC com projeto selecionado. A UMESP participou com um projeto integrado entre os cursos de Educação Física, Ciências Biológicas e Letras. No edital PLI-II(nº 008/2011) foram 38 projetos aprovados. Novamente a UMESP participou com projeto integrado entre os cursos de Educação Física, Ciências Biológicas e Letras. Nesse edital a Universidade Federal do ABC (UFABC), outra instituição da Região do Grande ABC também foi contemplada participando com um projeto interdisciplinar. Nos dois editais, a instituição de ensino superior portuguesa parceira foi a Universidade de Coimbra. No edital PLI-III foram 64 projetos selecionados de diferentes universidades do país, sendo que a região do Grande ABC foi representada pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA), com um projeto interdisciplinar contemplando os cursos de Matemática, Biologia, Letras e Química e com parceria portuguesa com a Universidade do Porto. A UMESP e a UFABC não tiveram projetos aprovados nesse edital. No edital PLI-IV foram 40 projetos aprovados, sendo que a UFABC foi a única universidade da região do Grande ABC contemplada. O projeto foi interdisciplinar com parceira com a Universidade de Coimbra. No edital PLI-V, último edital desse programa, foram contemplados 17 projetos de universidades de diferentes regiões do país, mas não

teve presente nenhuma instituição da região do Grande ABC.

Dessa forma, no presente estudo, foi efetuada a análise do PLI nos Editais PLI-I (nº 035/2010), PLI-II (nº 008/2011), Edital PLI-III (nº 008/2012), Edital PLI-IV (nº 017/2013) e Edital PLI-V (nº 74/2014)com relação aos aspectos quantitativos: número de projetos, categoria administrativa das instituições de ensino superior (IES), projetos por regiões geográficas e áreas de conhecimento contempladas, dados apresentados no presente capítulo.

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