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No Estado de São Paulo, o acesso à escola está praticamente universalizado, 98,6 % das crianças de 7 a 14 ano e 86,4% dos jovens de 15 a 17 anos freqüentam a escola. Isso significa que o desafio da inclusão das crianças na escola está praticamente superado. No entanto, segundo o Programa de Qualidade da Escola (2009, p. 5), ainda é necessário cumprir outra tarefa: elevar a qualidade do ensino das escolas estaduais paulistas, visando garantir o direito fundamental que todos os alunos têm – aprender com qualidade. Isso exige que se façam avaliações sistemáticas de cada uma das escolas, que permitam realizar um diagnóstico inicial e traçar metas que garantam o aprimoramento gradual da qualidade do ensino em cada uma das unidades escolares.

Para isso, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo lançou em maio de 2008 o Programa de Qualidade da Escola - PQE (2009, p. 5), com a finalidade de instituir critérios objetivos para a avaliação das escolas da rede estadual paulista e para o estabelecimento de metas que promovam a melhoria da qualidade e da equidade do sistema.

O Programa de Qualidade da Escola da SEE/SP (2009, p. 5), criou um indicador denominado Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (IDESP). O IDESP é um indicador de qualidade da escola. Nesta avaliação, considera-se que uma boa escola é aquela em que a maior parte dos alunos aprende as competências e habilidades requeridas para a sua série, num período de tempo ideal – o ano letivo. Em outras palavras, uma boa escola é aquela em que a maior parte dos alunos aprende os conteúdos necessários para a sua série, adquirindo condições que lhes permitam ser promovidos para a próxima série.

Dessa maneira, segundo o PQE (2009, p. 5). na avaliação de qualidade do ensino feito pelo IDESP são considerados dois critérios: o desempenho dos alunos em exames de proficiência (o quanto aprenderam) e o fluxo escolar (em quanto tempo aprenderam). A consideração simultânea desses dois critérios é

fundamental, uma vez que eles se complementam na avaliação de qualidade. Isso porque não é desejável para o sistema educacional que, os alunos precisem repetir várias vezes a mesma série para aprender. Por outro lado, também não é desejável que os alunos sejam promovidos de uma série para a outra com deficiências de aprendizado.

O IDESP segundo os termos do PQE (2009, p. 5), avalia a qualidade do ensino nas séries iniciais (1ª a 4ª séries) e finais (5ª a 8ª séries) do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, para cada uma das unidades escolares individualmente. Assim, o IDESP tem o papel de dialogar com a escola, sinalizando suas potencialidade e fragilidades. A partir de 2008, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo divulgará anualmente o IDESP de cada escola, que servirá como um guia para a equipe de gestão escolar, para os professores e alunos e para a comunidade no acompanhamento da evolução da escola e nos esforços para a melhoria da qualidade de ensino.

Segundo PQE (2009, p. 6) como resultado o IDESP considera dois critérios: desempenho e fluxo escolar. Na realidade, o IDESP corresponde à multiplicação de dois indicadores: o indicador de desempenho e o indicador de fluxo: IDESP = ID x IF.

2.4.1. Indicador de desempenho ID

Nos termos do PQE (2009, p. 6) o desempenho dos alunos é medido pelos resultados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo - SARESP, exame de habilidades e competências desenvolvidas pelos alunos do Ensino Fundamental (EF) e do Ensino médio (EM) nos componentes curriculares de Língua Portuguesa (LP) e Matemática (MAT), aplicado anualmente pela SEE-SP a todos os alunos da rede estadual paulista de ensino.

De acordo com as notas obtidas pelos alunos nos exames do SARESP, segundo o PQE (2009, p. 6), é possível agrupá-los em quatro níveis de

proficiência: abaixo do básico, básico, adequado e avançado. Estes níveis de proficiência, descritos na tabela abaixo, são definidos a partir das expectativas de aprendizagem estabelecidas para cada série e para cada disciplina na Proposta Pedagógica do Estado de São Paulo:

• Abaixo do básico: os alunos neste nível demonstram domínio insuficiente dos conteúdos, competências e habilidades requeridos para a série escolar em que se encontram.

• Básico: os alunos neste nível demonstram desenvolvimento parcial dos conteúdos, competências e habilidades requeridos para a série escolar em que se encontram.

• Adequado: os alunos neste nível demonstram conhecimento e domínio dos conteúdos, competências e habilidades requeridos para a série escolar em que se encontram.

• Avançado: os alunos neste nível demonstram conhecimento dos conteúdos, competências e habilidades além do requerido para a série escolar em que se encontram.

Quanto melhor for o desempenho da escola nos exames do SARESP em língua Portuguesa e Matemática, nos termos do PQE (2009, p. 8), maiores serão os seus indicadores de desempenho (ID). Embora estes exemplos considerem o desempenho das escolas na 4ª série do EF, o indicador de desempenho (ID) pode ser calculado para qualquer série avaliada pelo SARESP, exatamente da mesma maneira.

2.4.2. Indicador de fluxo IF

Conforme aponta o PQE (2009, p. 9) o fluxo escolar é medido pela taxa média de aprovação nas séries iniciais (1ª a 4ª séries) e finais do EF (5ª a 8ª série) e do EM (1ª a 3ª série), coletado pelo Censo Escolar. O indicador de fluxo (IF) é uma medida sintética da promoção dos alunos em cada nível de ensino e varia entre zero e um.

Uma outra forma de se calcular o indicador de desempenho seria utilizar a nota média da escola no exame do SARESP. No entanto, segundo indica o PQE (2009, p.11), é importante notar que ao se considerar a distribuição dos

alunos em níveis de proficiência, o IDESP fornece uma descrição mais realista da qualidade das escolas. Isso porque duas escolas com mesma média no SARESP podem apresentar situações distintas em termos da proficiência dos alunos. Se isso acontecer, os seus IDESPs serão diferentes.

Os resultados do IDESP 2007 mostram que a pontuação alcançada pelas escolas em Língua Portuguesa é maior do que o em Matemática, para qualquer nível de ensino avaliado, tanto no Estado como um todo, quanto nas duas Coordenadorias de Ensino. Esclarece o PQE (2009, p. 12) que isso é reflexo do melhor desempenho dos alunos em Língua Portuguesa do que em Matemática nos exames do SARESP de 2007, o que pode ser visto pela diferença nos indicadores de desempenho de cada componente curricular.

Para o PQE (2009, p. 14) os resultados do IDESP de 2007 mostram que a proporção de alunos classificados nos nível Adequado e Avançado não é satisfatória, independentemente do componente curricular e da série avaliados, o que se reflete nos baixos IDESPs das escolas estaduais paulistas. Isso reforça a necessidade de mudanças na Educação Básica, direcionadas para o aumento da qualidade.

A grande inovação do Programa de Qualidade da Escola é estabelecer critérios objetivos de avaliação da qualidade das escolas estaduais paulistas, por meio da introdução de um indicador de qualidade – o IDESP.

Além de fornecer um diagnóstico para as escolas, o Programa de Qualidade da Escola (2009, p. 14) também aponta metas para a melhoria da qualidade de ensino, para cada escola, estabelecidas a partir de critérios objetivos e transparentes. Assim, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo espera que a cada ano possam ser verificadas melhorias significativas na qualidade das escolas estaduais paulistas, que se reflitam principalmente em esforços pedagógicos capazes de elevar o desempenho de estudantes, garantindo que uma proporção cada vez maior de alunos que dominem um sólido conhecimento dos conteúdos e habilidades esperados para o seu estágio escolar.

O objetivo de longo prazo do Programa de Qualidade da Escola (2009, p. 15). é garantir que as escolas estaduais paulistas atinjam níveis de qualidade de ensino de excelência. Assim, o programa estabelece metas de longo prazo para cada nível de ensino. Espera-se que, em 2030, os IDESPs de todas as escolas da rede estadual de São Paulo atinjam os patamares de 7,0 para a 4ª série do EF; 6,0 para a 8ª série do EF e 5,0 para a 3ª série do EM. Isso representa um avanço bastante significativo para a Educação Básica paulista, uma vez que atualmente os IDESPs do Estado são de 3,2 para a 4ª série do EF; 2,5 para a 8ª série do EF e 1,4 para a 3ª série do EM.

Para que as metas em longo prazo sejam cumpridas, é preciso que a qualidade das escolas melhore gradualmente. Para isto, o Programa de Qualidade da Escola (2009, p. 15) estabelece metas anuais específicas para cada escola. As metas anuais estabelecem aumentos nos IDESPs de cada escola por nível de ensino e servem como um guia da trajetória que as escolas devem seguir, fornecendo subsídios para tomada de decisões dos gestores e demais profissionais ligados ao sistema educacional da rede estadual paulista. Assim, cada escola tem uma trajetória diferente na direção da melhoria de qualidade e esta trajetória considera a situação atual da escola, suas potencialidades e dificuldades.