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Os programas computacionais utilizados para documentação de projetos nas empresas de Porto

2. ALGUNS ASPECTOS DO SUBSETOR DE EDIFICAÇÕES

2.1. O projeto de obras de edificação

2.2.4. Os programas computacionais utilizados para documentação de projetos nas empresas de Porto

As empresas de edificação de Porto Alegre, ao serem questionadas sobre o uso de recursos computacionais e, especificamente, sobre quais os programas computacionais disponíveis, indicaram os dados apresentados na figura 10. Observando-se com maior detalhe estas informações se tem o seguinte levantamento: foram indicados 8 diferentes programas para orçamento discriminado e 6 para programação de obras, sendo que 5 destes últimos estão entre os 8 utilizados também para orçamento. A figura 11 apresenta a freqüência com que cada um destes sistemas é empregado pelas empresas que utilizam algum tipo de

sistema9. Pode-se verificar que algumas empresas usam planilhas eletrônicas (como Excel, Quattro-Pro, Lotus, etc.) para desenvolver orçamentos e programações de obras e que outras possuem sistemas que foram desenvolvidos particularmente para as suas necessidades.

9

A identificação dos programas foi mantida em sigilo, utilizando-se letras em correspondência a cada nome comercial.

22 35 43 31 0 10 20 30 40 50 não usam programa para esta finalidade indicaram programa usado USO DE PROGRAMAS COMPUTACIONAIS ESPECÍFICOS % EMPRESAS

(entre as que possuem computador)

Programação da Obra Orçamento Discriminado

Figura 10 – Uso de programas computacionais específicos pelas empresas que possuem computador

Com a intenção de conhecer o modelo no qual se baseia cada um dos programas computacionais identificados nas organizações, buscou- se, mediante contato com as empresas que desenvolvem programas computacionais para esta área, ter acesso a eles. Os contatos propiciaram, também, o conhecimento de outros sistemas. Assim, para o conjunto de programas examinado, foi definido, para cada um deles, na forma de fluxo de informações, a sua forma básica de processamento de dados. Esta forma de apresentação dos sistemas, assim como uma pequena descrição das suas funções, encontram-se no anexo 7. Informações sobre comparação dos vários sistemas são apresentadas nas figuras 12 a 14.

50 11 11 5 45 11 11 7 8 3 3 3 3 3 18 4 4 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 não identificado A planilha eletrônica B C D programa próprio E F G H

PROGRAMAS COMPUTACIONAIS CITADOS

% EMPRESAS

(entre as que utilizam algum sistema)

programação da obra

orçamento discriminado

Figura 11 – Uso de programas computacionais específicos entre as empresas que utilizam algum sistema

Na figura 12, são apresentadas as características de cada um dos programas quanto ao seu banco de dados central (BDC), isto é, o banco de dados que pode ser acessado durante o processamento de todos os projetos que venham a ser estudados neste sistema. Pode-se verificar que, entre os sistemas analisados, somente um não possui BDC. Esta falta gera, ao ser criado um novo projeto, dificuldades de acesso aos dados como insumos e composições unitárias de custo, exigindo um maior trabalho de introdução de dados básicos.

A C F G I J K SISTEMA

insumos composições unitárias fornecedores unidades medida taxas

Figura 12 – Características do banco de dados central (BDC) dos programas computacionais analisados

Na figura 13, para o mesmo conjunto de sistemas, é analisada a configuração do banco de dados relativo a cada projeto (BDP). Está incluída na análise a verificação da possibilidade de armazenar características particulares do projeto. A possibilidade de interface com o CAD possibilita uma série de vantagens que poderiam ser aproveitadas pelo pequeno grupo de empresas e profissionais que já usam este sistema de representação gráfica. A presença de editor de textos faz com que detalhes do projeto possam ser registrados e consultados quando necessário.

A C F G I J K SISTEMA

insumos específicos fornecedores específicos composições unitárias específicas taxas específicas interface com CAD duração da obra

unidade básica para execução edição de textos em geral

Figura 13 – Características do banco de dados do projeto (BDP) dos programas computacionais analisados

Alguns pontos considerados fundamentais nas características do processamento dos dados dos projetos estão registrados na figura 14 e são os seguintes:

a) cadastro do projeto: se feito exclusivamente pelo uso de um projeto anterior, aumenta em muito a necessidade de inclusão de dados já utilizados em outros projetos; se, por outro lado, os sistemas têm exclusivamente a possibilidade de cadastrar um novo projeto, buscando os dados no BDC, duplica-se desnecessariamente o trabalho, principalmente quando

projetos são muito semelhantes entre si. É importante a presença das duas opções;

A C F G I J K SISTEMA

cadastro projetos base BDC cadastro projetos base BDP quantitativos são inseridos quantitativos são calculados orçam ento discriminado cronogram a de serviços program ação da obra por atividade controle da obra

Figura 14 – Características do processamento de dados dos programas computacionais analisados

b) quantitativos: os quantitativos inseridos os calculados por um processo normalmente expedito e o resultado final indicado como correspondente a determinado serviço específico (de difícil conferência). Os quantitativos calculados são os gerados pelo sistema uma vez que este seja alimentado com os dados geométricos do projeto. Na análise realizada, o sistema “A” possibilita o cálculo de quantitativos, mas exige

que, para cada projeto, sejam identificados os elementos construtivos existentes, as respectivas dimensões e como elas dimensões se relacionam aritmeticamente entre si para o cálculo dos quantitativos;

c) orçamento discriminado: todos os sistemas, com pequenas variações de forma, processam o orçamento discriminado na sua configuração tradicional, ou seja, independente das exigências impostas pela programação da obra. A possibilidade de revisar o resultado do orçamento discriminado pela natural espera entre atividades na programação da obra (mesmo que minimizadas) gera um custo (ou preço) mais real e possível de controle;

d) cronograma de serviços ou programação da obra por atividades: como já foi salientado anteriormente, o uso de serviços não é adequado para a programação da obra, mas sim o de atividades. A maior parte dos sistemas permite a confecção de um cronograma de serviços que servirá para justificar a relação entre tempo e recursos financeiros, sem, no entanto, permitir uma análise mais detalhada da execução da obra. Para ser possível um efetivo acompanhamento e

controle da execução do projeto, é necessária uma programação da obra por atividades, como permite o sistema “I”;

e) recursos necessários: um problema importante nas obras de edificação é a disponibilidade de recursos no tempo certo sendo, portanto, ideal que os sistemas tenham, em seu cronograma ou programação, a possibilidade de detectar a necessidade de recursos necessários para determinada data, com a adequada antecedência;

f) controle da obra: os sistemas que apresentam um módulo referente ao controle da obra oferecem a possibilidade de introduzir dados que, comparados ao cronograma de serviços ou programação por atividades, auxiliam no acompanhamento da evolução do trabalho no canteiro de obras.