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Capítulo V A Prática in loco-Estágio Pedagógico em Contexto de Pré-Escolar

5.2. Intervenção pedagógica com as crianças da sala “Júpiter”

5.2.2. Estratégias de intervenção da praxis

5.2.2.2. Projeto “Ser Criança é…”

O projeto “Ser Criança é…”, surgiu de uma parceria entre mim e um grupo de colegas que estiveram a realizar os seus estágios nas valências de creche, pré-escolar e ainda do 1ºCEB para um conjunto de crianças entre um ano e 10 anos, distribuídas pelos Infantários “Universo dos Traquinas”, “O Golfinho I” e ainda na escola EB1/PE da Ladeira.

A descrição que farei seguidamente diz respeito a uma atividade levada a cabo em conjunto com as minhas colegas, no entanto, debruçar-me-ei apenas na parte do projeto realizada por mim e pelas minhas colegas Mariana Gouveia e Beatriz Ornelas, que estiveram a realizar o seu estágio nas salas de creche do infantário “Universo dos Traquinas”.

Este projeto nasceu de uma proposta realizada pelas docentes da Unidade Curricular de Didática das Expressões que consistia em executar uma atividade que agregasse as diferentes expressões.

Deste modo, o grupo de trabalho, consciente da importância que as expressões têm no desenvolvimento global das crianças, decidiu realizar uma atividade cuja finalidade principal era festejar o dia da criança, consciencializar as crianças dos seus direitos e proporcionar momentos de criatividade espontânea, conjugando as diferentes expressões numa atividade só17.

A atividade realizou-se no dia 3 de junho e teve início dentro das salas de atividades de cada faixa etária, onde cada uma de nós executou a tarefa programada para as crianças, tendo em conta as suas especificidades etárias.

Portanto, no caso particular das crianças da sala “Júpiter”, a atividade teve início com um diálogo acerca da celebração do dia da criança.

Questionei as crianças acerca do que é ser criança, ao que as crianças responderam:

-É ser pequeno;

-Ser criança é brincar; -Estar na escola e ter amigos para brincar; -Ser feliz (Diário de Bordo, 04/06/2014).

Em seguida dei uma breve explicação sobre o dia da criança e sobre os direitos das crianças, referindo também as regras de bom comportamento, bem como os deveres das crianças.

Posteriormente, e depois de em conjunto com o grupo termos discutidos o que é ser criança, propus que celebrassemos aquele momento em conjunto com as salas Marte e berçários “Terra” e “Lua”. Para o efeito propus que ensaiassemos uma canção18 relacionada com a festividade, para depois irmos até ao polivalente onde as restantes salas executariam a dança e o acompanhamento musical da canção.

Figura 54. Aprendizagem da canção “Há um mundo de sonho”.

Uma vez que a canção é extensa e impossível de memorizar com facilidade apenas com um ou dois ensaios, propus a aprendizagem apenas do refrão, por considerar ser uma parte significativa da canção e por ser mais pequeno e fácil de memorizar.

Segundo as OCEPE (1997), a música é um importante componente do pré- escolar e a sua presença nas salas é uma mais-valia, referindo que “Trabalhar as letras das canções relaciona o domínio da expressão musical com o da linguagem” (p.64).

Deste modo, e tendo em consideração tal facto dei ênfase à letra repetindo-a várias vezes, com diferentes entoações, para que as crianças a memorizassem com mais facilidade.

Depois de repetir o processo de aprendizagem da canção diversas vezes, e denotar que as crianças já eram capazes de cantar o refrão, propus que nos dirigíssemos ao polivalente para nos juntarmos às restantes salas que iriam participar no projeto.

No polivalente, as crianças assistiram a um ensaio realizado pelas crianças da sala “Marte”, à qual coube a realização de uma coreografia para acompanhar a música.

Figura 55. Aprendizagem da coreografia de acompanhamento da música, realizada pela sala “Marte”.

Foi possível ainda ensaiar mais uma vez com todas as crianças envolvidas, para depois fazer a apresentação final, na qual a sala “Júpiter” cantou o refrão da música “Há um mundo de sonho” as crianças dos berçários “Terra” e “Lua”, acompanharam com instrumentos musicais e a sala “Marte” realizou a coreografia.

Figura 56. Apresentação final da atividade de canto, coreografia e precursão da canção “Há um mundo de sonho”.

Depois da apresentação final, eu e as colegas Mariana e Beatriz iniciamos um diálogo com as crianças a fim de aferir se as crianças tinham gostado da atividade realizada e propor uma atividade de pintura livre em painéis.

As crianças reagiram efusivamente concordando prontamente com a proposta. Deste modo, dirigimos as crianças para o pátio exterior, contíguo ao polivalente, onde estavam dispostos três painéis colocados no chão, com uma distância de um metro em cada um. Havia ainda vários boiões de cores, recipientes com cores, pincéis e esponjas.

Novamente em diálogo com todo o grupo de crianças, pedimos que estas tirassem os sapatos e meias (no caso especifico da sala da Mariana, os adultos retiraram a roupa toda das crianças por se tratarem de bebés de berçário) e que ao som da música que anteriormente tinham cantado, dançado e feito o acompanhamento instrumental, “Há um mundo de sonho”, realizassem uma atividade livre de pintura dos painéis, utilizando para o efeito as cores e os materiais que preferissem.

Figura 57. Atividade de pintura livre da sala “Marte” , “Júpiter” e berçários “Terra” e “Lua”.

Em simultâneo, as crianças ouviram a canção “Há um mundo de sonho”.

Em síntese esta atividade decorreu muito bem, as crianças demonstraram grande envolvimento e entusiasmo por todas as tarefas realizadas. No entanto, sob o meu ponto de vista a atividade de aprendizagem da canção e da coreografia exigiam uma maior atenção e tempo de ensaios. Tal não aconteceu pelo facto de esta ser uma atividade programada para comemorar uma festividade e premiar o fator surpresa, o que motivou o interesse das crianças envolvidas.

5.2.3. Avaliação global das aprendizagens concretizadas pelas crianças da