• Nenhum resultado encontrado

Projetos socioeducativos das autarquias: caraterização

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

5.3 Projetos socioeducativos das autarquias: caraterização

Todos os documentos analisados foram úteis na compreensão das perspetivas municipais sobre a sua intervenção na esfera socioeducativa.

Analisados os documentos relativos aos projetos socioeducativos fornecidos por alguns municípios, foi necessário organizar toda a informação com base num modelo de análise a partir do qual foram elaboradas as grelhas que se apresentam.

80

Este modelo de análise inclui ainda outros itens, para além daqueles que estão plasmados nas grelhas: tipologia de organização; formas de divulgação; e âmbito geográfico.

Quanto à tipologia de organização, os textos dos projetos são, fundamentalmente, de dois tipos: a) tipologia do projeto elaborado com referências a itens pertinentes aos projetos socioeducativos, como sejam objetivos, atividades e alguns outros; e b), a tipologia do memorando, sem particulares pormenores.

Quanto às formas de divulgação, e de acordo com as observações realizadas, alguns textos são para circular, fundamentalmente, dentro das organizações, outros são também para divulgação para o exterior.

No que respeita ao âmbito geográfico, os projetos analisados desenvolvem-se em diferentes locais do interior centro e norte de Portugal, nomeadamente nos distritos de Bragança, Vila Real e Viseu. A maioria dos projetos desenvolve-se nas vilas capital dos concelhos, porém, há casos em que se desenvolvem em aldeias ou em ambiente rural. As autarquias em estudo estão em decréscimo demográfico, de acordo com os censos de 2011.

Estes documentos revelaram informações acerca das regras e regulamentos dos projetos municipais e forneceram-nos também pistas e revelações sobre o valor dos membros das organizações e dos parceiros nos projetos.

Como foi dito acima, foram considerados três municípios - A, B e C - incidindo o nosso estudo particularmente sobre a autarquia A, visto pretendermos “compreender o mundo social do interior, podendo partilhar, através da observação participante, a condição humana dos indivíduos que observamos” (Lessard-Hébert, Goyette & Boutin, 2008: 155). Como foi dito acima, a condição de observadora e participante indireta em alguns dos projetos, acabou por influenciar as análises dos mesmos. A nossa finalidade foi descrever com mais detalhe os projetos do município A, ou seja, neste trabalho, a autarquia A, foi o centro da nossa atenção (Freixo, 2010: 109).

A descrição que se segue e os quadros mais abaixo foram elaborados com base nos textos dos projetos e complementados com outras informações recolhidas nos sites dos municípios e com a minha própria observação. À caracterização pormenorizada dos

81

projetos autárquicos em estudo, e após leituras efetuadas e noções aprendidas de diversos autores (Cotanda, 2005; Lopes, 2006/2007 e 2008; Martins, 2009), acrescentamos a nossa interpretação sobre a vertente socioeducativa dos mesmos. Ou seja, a vertente socioeducativa dos projetos não está expressamente plasmada nos textos dos projetos, resulta antes da minha interpretação e decorre do confronto com as leituras efetuadas e referidas no enquadramento teórico deste trabalho.

Os Quadros A, A1, A2, A3 e A4, referem-se a projetos

socioeducativos/socioculturais da autarquia A.

A análise de alguns projetos do município A permitiu-nos verificar que a área geográfica de intervenção abrange edifícios e locais situados na sede de concelho.

Os gestores dos projetos têm a responsabilidade de gerir todos os aspetos das atividades, supervisionando, desde os recursos, custos inerentes e equipamentos. A tarefa torna-se facilitada quando feita com a cooperação de parceiros e prossecução dos objetivos propostos. Os objetivos dos projetos socioeducativos possibilitam fundamentar toda e qualquer atividade desenvolvida. No entanto, a mudança constante de requisitos, torna por vezes esta tarefa árdua, conclusão obtida de conversas informais com gestores dos projetos socioeducativos do município A. Por isso, o município vai criando processos de controlo de alterações, fazendo avaliações periódicas e adequando os objetivos a momentos concretos, de acordo com as diretrizes técnicas e operacionais definidas pela autarquia e com as propostas apresentadas pelos utilizadores e pela comunidade, de modo a orientar a obtenção de resultados.

As atividades traduzem-se em trabalhos coletivos e articulados, envolvendo escola, alunos, pais e comunidade, numa metodologia interativa e de cooperação. As ofertas de atividades para os jovens e crianças têm um horário flexível, não requerendo compromisso para todos os dias da semana, não se tornando assim, demasiado exigentes. Existem atividades (Autarquia A Mexe), direcionadas para jovens adolescentes, remuneradas e realizadas no período de férias.

82

Os projetos socioeducativos são concretizados geralmente em épocas de interrupções letivas. Os que são elaborados mais numa componente de animação sociocultural são realizados, ou nas férias de verão, ou no princípio do ano.

A informação constante no site do município aponta para um positivo grau de execução/resultados.

Os Quadros B, B1, B2, B3, B4, B5 e B6 referem-se a projetos socioeducativos/socioculturais da autarquia B.

A análise de alguns projetos do município B permitiu-nos verificar que a área de intervenção abrange edifícios escolares em diversos pontos do concelho e outros edifícios (instalações de solidariedade e segurança social) situados na sede de concelho.

Os projetos são destinados, na maioria, a crianças, desde a educação pré-escolar, até jovens de idade que frequentam o 2º ciclo do ensino básico, salvo o “Festival da Cereja” que também é dirigida aos utentes da Santa Casa da Misericórdia, assim como a professores e assistentes operacionais.

Os objetivos são uma representação formal daquilo que o município B quer atingir, na conclusão dos projetos. Estes são variados, englobando essencialmente componentes socioeducativas.

As atividades foram propostas com o propósito de atingir os objetivos propostos. Os projetos socioeducativos são desenvolvidos em época escolar.

Não nos foi possível encontrar referências qualitativas quanto ao grau de execução/resultados.

Os Quadros C, C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8, C9, C10, C11, C12 e C13 referem- se a projetos socioeducativos/socioculturais da autarquia C.

Através dos dados apresentados nestes quadros, constatamos que a área de intervenção abrange edifícios e locais situados na sede de concelho e realizam-se ações em outros locais, nomeadamente espaços rurais, onde são valorizados, divulgados e apoiados os projetos de educação ambiental de carácter regional, nacional e internacional.

83

Esta Câmara Municipal tem apoiado movimentos associativos, sobretudo através de comparticipações financeiras e da cedência de instalações para o desenvolvimento das suas atividades, mas também mediante o desenvolvimento de protocolos que permitem concretizar iniciativas de relevância e interesse para o concelho e para os munícipes.

Os apoios à etnografia, à música, ao teatro, ao folclore, ao património arqueológico e religioso, ao desporto e à caça têm permitido o desenvolvimento de atividades que são encaradas pela Câmara Municipal como aposta na promoção da imagem do concelho (site do concelho).

Este município vinculou-se ao “Pacto de Autarcas” que é um compromisso assumido pelos municípios signatários para ultrapassarem as metas traçadas pela União Europeia, em matéria de redução energética de emissões de CO2, através de um aumento da eficiência energética e de uma produção e utilização mais limpa da energia (site do município). O município A, também aderiu ao “Pacto de Autarcas” no dia 20 de Agosto de 2010.

Documentos relacionados