PROMOVER ALINHAMENTO DE AÇÕES COM OS PROFISSIONAIS DA

EDUCAÇÃO BÁSICA E DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, COM FOCO NA BNCC, EM RELAÇÃO AOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS

Ofertar o ensino técnico concomitante ao ensino médio é um desafio para os profissionais das duas instituições envolvidas no processo. Como salientado por Dore e Lucher (2011a, p. 779):

Considerando-se que a certificação em um curso técnico tem como pré- requisito a conclusão do ensino médio, um pré-requisito para apreender e compreender problemas concernentes à permanência e à evasão de estudantes nas escolas técnicas consiste em identificar os gargalos de contenção do fluxo escolar nesse nível de ensino.

Como sublimado pelas autoras, é necessário identificar os gargalos advindos do fluxo escolar vivenciados pelos alunos nas duas instituições em que os cursos são realizados, com o foco de compreender os problemas que podem deixá-los mais vulneráveis a evadirem dos cursos. Na percepção dos gestores e docentes entrevistados na pesquisa, ocorreram várias evasões nos cursos do eixo ambiente e saúde do Mediotec provenientes deste aspecto. Os alunos não conseguiram se adaptar à rotina de estudos, às atividades de dois turnos consecutivos de aulas, prejudicando o rendimento no curso e, consequentemente, impedindo-os de permanecerem e concluírem a formação técnica.

Diante disso, esta ação 7 tem o propósito de promover um diálogo com os profissionais da educação básica e da educação profissional que participarão no processo de formação do aluno, para alinhamento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em relação aos itinerários formativos. Esta aproximação visa uma convergência de planejamento das duas instituições, considerando as atividades que serão desenvolvidas nos dois turnos de aulas dos alunos. Um exemplo é evitar que ocorra semanas de provas ou intensificação de trabalhos para fechamento de bimestres, ao mesmo tempo, nas duas escolas. Em um planejamento conjunto das duas instituições, esses períodos poderiam ser inseridos no calendário escolar de forma intercalada.

O trabalho conjunto das duas instituições também visa cumprir as competências trazidas pela BNCC em relação aos itinerários formativos, de forma a estabelecer conjuntamente a

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responsabilidade de cada instituição nesse processo. O cenário ideal é que os professores das duas instituições consigam desenvolver um processo de formação interdisciplinar, alinhando a formação básica com a formação técnica.

Há uma dificuldade de montar uma agenda conjunta, especialmente com o formato de contratação dos professores do Pronatec exclusivamente por hora aula. Pode-se aproveitar os períodos de capacitação propostos na ação 2, especialmente a oferta de formação continuada em metodologias ativas para os professores, para conciliar com o diálogo proposto nesta ação 7. Afinal de contas, a proposição de metodologias ativas perpassa pela compreensão do contexto em que o aluno está inserido, que, neste caso, é a vivência da concomitância do ensino médio com o ensino técnico. O foco de aplicação das metodologias precisa considerar este cenário e propor estratégias que auxiliem os alunos a conciliarem a rotina de atividades de ambas as escolas, motivando-os a concluírem a formação.

A equipe gestora do Pronatec na escola (coordenador adjunto, supervisão e a orientação educacional) tem um papel fundamental nesta ação para sensibilizar os professores a participarem deste processo. Ela tem a possibilidade de promover o diálogo com os profissionais da educação básica, assim como viabilizar as condições necessárias para esse diálogo e planejamento coletivo do processo de formação dos alunos. Porém, a equipe da escola precisa do suporte da equipe gestora do Pronatec na Seciteci, especialmente da coordenação adjunta pedagógica do programa, para a efetividade desta ação. O Quadro 15, a seguir, representa a síntese da ação proposta:

Quadro 15 - Síntese da ação 7 sob a ótica do modelo 5W2H

(continua) O quê? Ação 7: Promover alinhamento de ações com os profissionais da educação básica e da

educação profissional, com foco na BNCC, em relação aos itinerários formativos. Por quê? Para propor estratégias que auxiliem os alunos a conciliarem a rotina de atividades de

ambas as escolas, e cumprir as competências trazidas pela BNCC, em relação aos itinerários formativos, de forma a estabelecer conjuntamente a responsabilidade de cada instituição nesse processo.

Quem? Coordenador adjunto, supervisão, orientação educacional e professores, com suporte da equipe gestora do Pronatec na Seciteci, especialmente da coordenação adjunta pedagógica do programa.

Onde? Na ETE de Cuiabá e na escola do ensino médio em que o aluno realiza o contraturno do ensino técnico.

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Quadro 15 - Síntese da ação 7 sob a ótica do modelo 5W2H

(conclusão) Como? - Organizar encontros dos profissionais envolvidos no processo de ensino de ambas as

escolas;

- Analisar e discutir o planejamento coletivo da formação dos alunos, alinhando a formação básica com a técnica;

- Organizar o calendário escolar de cada instituição, intercalando os períodos de provas e trabalhos para fechamento dos bimestres, em momentos diferentes para cada escola; - Discutir, durante os encontros de formação propostos na ação 2 deste PAE, metodologias que auxiliem os alunos a conciliarem as atividades da formação básica com a formação técnica.

Quanto custa?

Não envolve custos adicionais para a escola. Apenas o pagamento das horas aula dos professores que forem destinadas para esta ação.

Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

Todas as 7 ações propostas neste plano de ação visam a diminuição da evasão para as próximas turmas do Mediotec a serem executadas pela ETE de Cuiabá, podendo ser replicadas para as demais Escolas Técnicas da Seciteci que ofertam o programa. Como mencionado no início deste PAE, por se tratar de um programa federal, não há garantia que serão pactuadas novas vagas para o Mediotec. Contudo, este PAE se aplica aos demais cursos técnicos que a ETE de Cuiabá ou a rede de Escolas Técnicas da Seciteci, forem ofertar na modalidade concomitante.

Com o intuito de verificar a eficácia e o cumprimento das ações propostas neste PAE, vê-se a necessidade de monitoramento e avaliação da sua execução pela equipe do Pronatec, remetendo à última ação do plano, na subseção a seguir.