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DIMENSÃO I: Desenvolvimento Turístico (DT) do Pólo das Dunas/RN/Brasil Elementos ou critérios de avaliação

PROPORÇÃO DOS GASTOS

PROPORÇÃO DOS GASTOS

Como informação adicional, aponta-se a proporção dos gastos médios dos turistas no gráfico a seguir. Surpreendentemente, o maior gasto é com alimentação. Em estudos semelhantes, é comum que o maior gosto seja em alojamento (hospedagem) ou até mesmo transporte.

Gráfico 4.2.5 - Proporção dos gastos médios dos turistas estrangeiros (em %) no Pólo Costa das Dunas/RN

Fonte: Elaboração própria (2010), baseado nos dados da FIPE (2006, apud RIO GRANDE DO NORTE, 2009c)

Capacidade de retenção

A capacidade de retenção é o oitavo atributo do modelo Com&etenible e está relacionado à permanência do turista no destino. Neste atributo, o Pólo Costa das Dunas registrou um tempo de permanência média do turista de 3,31 dias, encaixando na faixa ―> 3‖ (Gráfico 4.2.7).

Gráfico 4.2.6 - Permanecia media (em dias) dos turistas no Pólo Costa das Dunas

Fonte: Elaboração própria (2010), baseado nos dados da SETUR (RIO GRANDE DO NORTE, 2009c)

Esses dados referem-se ao estudo de demanda da SETUR (RIO GRANDE DO NORTE, 2009c) que teve como objetivo traçar o perfil do turista que visita o estado do RN. Embora não seja um estudo específico do Pólo Costa das Dunas, entende-se que tratam-se dos mesmos turistas. Portanto, considerar este estudo do RN como o PCD é algo coerente, já que

este além de ser a porta de entrada dos turistas e a localidade em que os turistas é considerado o local de maior interesse, atratividade de recursos e concentração dos alojamentos.

Gráfico 4.2.7 - Tempo de permanência (em %) no Pólo Costa das Dunas/RN

Fonte: Elaboração própria (2010), baseado nos dados da SETUR (2007, apud ANUÁRIO DO TURISMO EXAME, 2007)

Outra pesquisa da SETUR (ANUÁRIO DO TURISMO EXAME, 2007) também confirma essa informação, indicando que a maior parte dos turistas que vem para o RN permanece três dias. Considerando este índice para o Pólo Costa das Dunas, pelos mesmos argumentos citados anteriormente – de que se tratam dos mesmos turistas – é que se apresenta o gráfico 4.2.8.

Satisfação do visitante

Por fim, o nono e último atributo da dimensão 2, a satisfação do visitante, relacionado ao nível de satisfação do turista em relação à experiência global da viagem. Requer, portanto, uma pesquisa de demanda que possa apontar a opinião sobre diversos aspectos do destino visitado.

Neste atributo, o Pólo Costa das Dunas atingiu o nível máximo, encaixando na faixa superior do modelo Compet&enible. Para se chegar a este índice, calculou-se a media de satisfação de turistas brasileiros e estrangeiros, obtendo-se uma media entre os dois. A media levou em conta a soma dos graus de satisfação Ótimo e Bom, já que os graus regular e ruim são inexpressivos se comparados aos índices anteriores.

O estudo analisado foi a Pesquisa de Demanda Turística da SETUR (RIO GRANDE DO NORTE, 2009c), que entrevistou turistas estrangeiros e brasileiros que visitaram o Pólo Costa das Dunas. Nele, os turistas fizeram sua avaliação sobre os atrativos turísticos, equipamentos, serviços e infra-estrutura global do PCD. Com base nesse estudo foi possível apontar que a experiência global do turista que visita o Pólo Costa das Dunas é

Quadro 4.2.4 - Índice de satisfação global dos turistas do Pólo Costa das Dunas*

BRASILEIROS ESTRANGEIROS

Grau de satisfação global Grau de satisfação global

Ótimo 44% Ótimo 22%

Bom 51% Bom 73%

Regular 4% Regular 4%

Ruim 1% Ruim 1%

Pretende volta ao destino? Pretende volta ao destino?

SIM NÃO SIM NÃO

99% 1% 98% 1%

Média do grau de satisfação do turista brasileiro

Média do grau de satisfação do turista estrangeiro

95% 95%

Somando-se as porcentagens de ótimo e bom Somando-se as porcentagens de ótimo e bom

TURISTA

Grau de satisfação global

Ótimo 33%

Bom 62%

Regular 4%

Ruim 1%

Média do grau de satisfação do turista global 95%

Somando-se as porcentagens de ótimo e bom

* Valores aproximados.

Fonte: Elaboração própria (2010), baseado nos dados da SETUR (RIO GRANDE DO NORTE, 2009c)

Além da análise global, foi feita uma análise específica, em que cada aspecto do destino foi avaliado. Tomando como base o mesmo instrumento de pesquisa da SETUR (RIO GRANDE DO NORTE, 2009c), elaborou-se uma lista com os dez itens mais apontados como aspetos positivos e negativos no Pólo Costa das Dunas. Notou-se que há muitos pontos em comuns entre turistas brasileiros e estrangeiros, o que reforça que a área avaliada está

deficiente (quando apontada como aspecto negativo), ou que constitui-se em um ponto forte

Quadro 4.2.5 - Avaliação da viagem do turista do Pólo Costa das Dunas*

BRASILEIROS ESTRANGEIROS

1º Recursos Naturais 1º Recursos naturais 2º Passeios de buggy 2º Passeios de buggy

3º Hospitalidade/Povo 3º Bugueiro que fez o passeio 4º Bugueiro que fez o passeio 4º Passeios oferecidos 5º Passeios oferecidos 5º Hospitalidade/povo 6º Bares/Restaurantes 6º Empresa/serviço receptivo 7º Meios de Hospedagem 7º Equipamentos de lazer 8º Roteiro do passeio do buggy 8º Bares/restaurantes 9º Empresa/serviço receptivo 9º Comércio/compras 10º Condição/Qual. Ambiental 10º Roteiro do passeio buggy 1º Terminal rodoviário 1º Limpeza pública

2º Preço do passeio do buggy 2º Comunicações 3º Transporte público coletivo 3º Segurança pública

4º Segurança pública 4º Transporte público coletivo

5º Limpeza pública 5º Aeroporto

6º Manifestações populares 6º Sinalização urb. e turística 7º Condições do buggy 7º Terminal rodoviário 8º Sinalização Urb. e turística 8º Preço do passeio do buggy 9º Diversões noturnas 9º Serviço de táxi

10º Comércio e compras 10º Comércio e compras

Fonte: Elaboração própria (2010), baseado nos dados da SETUR (RIO GRANDE DO NORTE, 2009c)

Analisando o Quadro 4.2.3 observa-se que existem 07 aspectos negativos apontados tanto pelos turistas brasileiros quanto estrangeiros. Já de aspectos positivos, tiveram em comum 08 itens. Os únicos aspectos negativos e positivos que não foram apontados por ambos foram:

Quadro 4.2.6 - Convergência dos principais aspectos negativos e positivos da infra-estrutura do Pólo Costa das Dunas, de acordo com a percepção dos turistas estrangeiros e brasileiros

Pelos estrangeiros: Comunicações Pelos brasileiros: Manifestações populares Condições do buggy

Diversões noturnas

Pelos estrangeiros: Equipamentos de lazer Comércio e compras Pelos brasileiros: Meios de hospedagem Condições/Qual.

Ambiental

Fonte: Elaboração própria (2010), baseado nos dados da SETUR (RIO GRANDE DO NORTE, 2009c)

Na etapa de identificação das fragilidades locais do destino durante o processo de planejamento turístico, além dos turistas, é importante investigar a percepção dos moradores. Em um estudo onde os residentes do Pólo Costa das Dunas foram ouvidos (START, 2009),

solicitou-se que a população avaliasse alguns aspectos da infra-estrutura do local onde residem. O resultado apontou que os itens avaliados negativamente foram saúde pública, segurança pública e educação. Nesse sentido, há uma convergência entre a opinião de turistas e residentes quando ambos apontam o item segurança pública como um dos principais fatores negativos. A coleta de lixo, o abastecimento de água e a limpeza pública, de acordo com este mesmo estudo, tiveram uma avaliação positiva dos residentes do Pólo Costa das Dunas.

Quadro 4.2.7 - Avaliação da infra-estrutura, segundo a percepção dos residentes do Pólo Costa das Dunas RESIDENTES 1º Coleta de lixo 2º Abastecimento de água 3º Limpeza publica 1º Saúde publica 2º Segurança publica 3º Educação

Fonte: Elaboração própria (2010), baseado nos dados da START (2009)

Os residentes também fizeram uma avaliação geral da infra-estrutura do Pólo Costa das Dunas. O resultado revelou que 35,5% da população avaliou a infra-estrutura do Pólo Costa das Dunas como positiva e 31,2% avaliou como negativa (START, 2009).

Síntese da análise da Competitividade Turística do Pólo Costa das Dunas/RN

A soma dos pontos dos 9 critérios de avaliação da Dimensão 2 do Pólo Costa das Dunas totaliza 25 pontos. Essa pontuação corresponde a um nível de avaliação intermediária. Significa dizer que o Pólo Costa das Dunas/RN é um destino que ainda possui um nível de competitividade turística classificada como moderada, já que se encaixa entre a faixa entre 25

a 29 pontos (Gráfico 4.2.9).

Observando-se o Gráfico 4.2.9 percebe-se que os 25 pontos obtidos na avaliação da Dimensão 2 do Pólo Costa das Dunas representa apenas 55,5% da condição máxima de Desenvolvimento Turístico (com no máximo 45 pontos) ou 83,3% da condição mínima para ser considerada fortemente competitivo (com no mínimo 30 pontos). Para alcançar a condição de competitividade forte, o Pólo das Dunas terá que melhorar 16,6% de seu desempenho global de cada um dos critérios de avaliação da dimensão 2, com exceção do satisfação do

visitante, único que o PCD obteve pontuação máxima 5. Se quisesse atingir o máximo de competitividade turística, o PCD teria que melhorar sue desempenho global em 44,4%.

Gráfico 4.2.8 - Resultados da Dimensão 2 do destino turístico Pólo Costa das Dunas/RN/Brasil

Fonte: Elaboração própria (2010)

Com a análise de cada um dos indicadores ou critérios de avaliação da dimensão 2 percebe-se que há a necessidade de se investir mais na infra-estrutura, atividades potenciais e oferta turística. Esses atributos comprometem diretamente a competitividade turística do Pólo Costa das Dunas.

Gráfico 4.2..9 - Níveis de avaliação da Dimensão 2 (CT), com destaque ao nível do Pólo Costa das Dunas/RN

Embora aparentemente o Pólo Costa das Dunas possuam muitas atividades

potenciais, uma expressiva quantidade de turistas brasileiros apontou a necessidade de se

investir em diversão noturna (discotecas, teatro, danceterias, cinema, boates, cafés, bares, restaurantes e casas noturnas) e no melhor aproveitamento das manifestações culturais potiguares. São algumas das ações possíveis para reconhecer e promover as condições de produção e fruição das culturas populares do Pólo Costa das Dunas: intervenção da gestão pública para criar uma comissão de incentivo à cultura, elaborar o senso cultural, lançar editais, concursos e licitações, incentivar as ações de marketing cultural, criar galerias de arte, implementar programas de direitos autorais, dinamizar os museus já existentes, criar lei de incentivo à cultura em cada um dos municípios integrantes do PCD a fim de oferecer benefício fiscal (à pessoa física ou jurídica) como atrativo para investimentos em cultura através do abatimento em impostos (IPTU e ISS), além da ampliação da lei de incentivo do estado do RN, com uma maior parcela do ICMS.

Outra atividade apontada como deficiente no PCD, tanto por turistas brasileiros como estrangeiros, é o comércio e as compras, o que mostra que os 17 shoppings centers e XX lojas tem sido insuficientes para atender à demanda. Além da quantidade, deve-se investir na diversificação do comércio varejista e serviços.

A sinalização turística e as informações turísticas são as maiores deficiências da

oferta turística do Pólo Costa das Dunas, ambas apontadas pelos visitantes como aspectos

negativos. Sugere-se a ampliação da sinalização turística e o aumento dos postos de informações turísticas nos locais de intenso fluxo turístico, como em Ponta Negra (Parnamirim/RN), Praia de Pipa (Tibau do Sul/RN) e Jenipabu (Extremoz/RN).

A infra-estrutura é o que mais concentra deficiências e o que, segundo a percepção dos turistas é o que mais precisa de investimentos. O Pólo Costa das Dunas deve concentrar seus recursos nos terminais rodoviários, aeroportos, comunicações e segurança pública. Sobre a segurança, deve-se ressaltar a necessidade de uma delegacia especial do turista. O sistema médico-hospitalar precisa da construção de hospitais em outras localidades do Pólo e também a ampliação do atendimento dos já existentes. O sistema educacional é apontado como aspecto positivo do PCD, já que dispõe de diversas instituições de ensino que ofereçam mais de dez cursos de turismo e áreas afins, distribuídos nos níveis técnicos- profissionalizantes e superiores. Por fim, os serviços e equipamentos de apoio ao turista, cuja rede hoteleira é o destaque, oferecendo alojamento acima da capacidade da demanda (quantitativo) e diversificação de padrões de serviços (da categoria standard ao luxo). O Pólo Costa das Dunas também tem no serviço de alimentação ponto positivo, tanto na quantidade

quanto na variedade (com restaurantes de comida regional à internacional). As agências de receptivo também atendem à demanda.

O PCD deve ainda, investir nos serviços de transporte público, limpeza e táxi. Além de não atender à demanda local, não atendem aos turistas. Atualmente, não cumprem a função de ser um facilitador do fluxo turístico nem a interligar os atrativos. Igualmente, ficam à desejar os equipamentos de lazer e entretenimento e serviços diplomáticos, bancários, de câmbio, comércio e compras.

No aspecto de marketing responsável, deve-se mencionar que não existe estratégica específica para o PCD, muito menos marketing responsável. No entanto, há no planejamento de 2010 ações previstas para se trabalhar os pólos turísticos individualmente. Há de se destacar a necessidade de se produzir em grande escala materiais voltados para os visitantes e turistas, e não apenas à jornalistas e agentes de viagens.

Sobre a sazonalidade, foi verificado que é pequena. Um aspecto muito bom, mas que pode ser melhorado. Investir no turismo de negócios e eventos, na realização de festas populares e no incremento das manifestações culturais poderiam atrair mais fluxos nos meses de baixa estação e diminuir ainda mais a sazonalidade.

A rentabilidade do fluxo constatou-se que o gasto médio per capita por dia precisa ser melhorado. Ao longo dos anos, verificou-se que o turista internacional está gastando cada vez menos, ao contrário dos gostos dos turistas brasileiros, que vem aumentando.

Foi acurado que o Pólo Costa das Dunas não consegue fazer com que o turista permaneça mais de três dias. Talvez isso esteja relacionado às poucas atividades, opções de lazer, roteiros turísticos ou à falta de estratégia da agência de viagem e operadoras turísticas que preparam pacotes fechados com poucos dias. Quanto às causas da capacidade de

retenção, deve-se ser investigado.

No geral, o grau de satisfação do visitante é considerada excelente e/ou ótimo, o que significa um grau de satisfação máximo, ainda que sejam apontados alguns aspectos negativos, como as condições dos terminais rodoviários, a segurança pública, os transportes públicos, as sinalizações turísticas, os preços dos passeios de buggy e a ampliação e diversificação do comércio.

O resumo da análise da dimensão 1 pode ser melhor visualizada na Tabela 4.2.

Tabela 4.2.1 – Resumo da Análise da dimensão do Competitividade Turística do Pólo das

DIMENSÃO II: Competitividade Turística (CT) do Pólo das Dunas/RN/Brasil