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2 A IMPLEMENTAÇÃO DO PNAE EM MANAUS: POSICIONAMENTOS EM

3.3 Proposta 03: adequação da estrutura das escolas (física e humana)

A Proposta 03 será apresentada, a seguir, primeiro de forma sucinta no Quadro resumo 29, e explicitada mais detalhadamente em sua descrição.

Quadro 29 - Resumo da Proposta 03

O quê? Adequação da estrutura das escolas (física e humana)

Por quê? Melhorar as condições de armazenamento, preparo e distribuição da alimentação escolar em Manaus

Onde? Escolas da rede estadual de ensino de Manaus Quando? A partir de 2017 (Orçamento de 2017)

Quem? Gestão estadual do PNAE em Manaus

Como? Verificar quais as escolas necessitam de intervenções mais urgentes e fazer um planejamento que contemple todas as escolas.

Quanto? A ser levantado

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

Aumentar progressivamente o percentual de escolas em condições estruturais e recursos humanos desejáveis para o armazenamento, preparo e distribuição da alimentação escolar, justifica-se pela essencialidade do aprimoramento dos aspectos relevantes do programa pelo gestor estadual, destacando-se o quantitativo de profissionais e as condições de trabalho. Considerando que adequação dessas etapas garante uma refeição segura sob o ponto de vista higiênico sanitário, por sua vez, a disponibilidade de um ambiente acolhedor para as refeições dos escolares incute o sentimento destes serem bem recebidos e valorizados pela instituição.

A adequação das escolas demandará mudanças como a ampliação da estrutura física das escolas e dos recursos humanos destinados à execução do programa na escola. Caberá ao NAE, com base no diagnóstico realizado pela Equipe de Trabalho, prever a necessidade das escolas, sistematizando as informações através do seu planejamento anual.

As possíveis dificuldades de implementação relacionadas às questões econômicas referem-se à necessidade de planejamento orçamentário por parte da SEDUC/AM. Como se trata de uma proposição, no caso de ser aceita, cabe à Secretaria inscrever os custos no Plano Plurianual a fim de compor a Lei Orçamentária da Educação a ser aprovada pelo Legislativo. Outra estratégia orçamentária que pode ser empreendida visando à melhoria do espaço escolar, destinado ao programa pelos gestores escolares, é o investimento do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Ministério da Educação. Para tanto, os gestores escolares devem encaminhar a proposta à Secretaria para aprovação e disponibilização do apoio técnico necessário.

Para a implementação desta proposta caberá ao NAE submeter o relatório situacional sobre as condições de infraestrutura das escolas (armazenamento, preparo, distribuição da alimentação escolar e recursos humanos) elaborado pela

Equipe de Trabalho, para apreciação do Secretário de Educação, permitindo que ele tome conhecimento e possa analisá-lo. Deverá haver inclusive a previsão quanto à demanda de equipamentos, utensílios, fardamento, gás de cozinha e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) destinados às escolas.

O NAE deverá suplementar esta proposta, sugerindo ao Secretário de Educação a implementação de uma infraestrutura de logística especial, visando proporcionar às escolas o pronto atendimento das demandas. Tendo como foco o alto padrão de qualidade que facilitarão a mensuração dos resultados junto aos beneficiários, cumprindo e fazendo cumprir as diretrizes definidas, objetivos e metas do programa de alimentação escolar da SEDUC no município de Manaus. Recomendo a substituição dos pratos, canecos e colheres de plástico por copos e pratos de vidro e talheres de metal visando incutir nos escolares sua valorização e responsabilidade.

A solução para vencer as possíveis dificuldades financeiras desta proposta é buscar a sensibilização da gestão estadual do programa através do embasamento legal, que prescreve a necessidade da EEx promover ações relacionadas à infraestrutura física e humana nos estabelecimentos escolares sob sua responsabilidade. Caberá ao NAE descrever o relatório embasado na fundamentação prevista na Resolução/CD/FNDE n.º 32 de 10 de agosto de 2006 (BRASIL, 2006b), Resolução/CD/FNDE n.º 38, de 16 de julho de 2009 (BRASIL, 2009b) e Resolução/CD/FNDE n.º 26, de 17 de junho de 2013 (BRASIL, 2013), respeitando-se a Resolução n° 216/2004/ANVISA (BRASIL, 2004).

Conforme detalhamento realizado nos capítulos um e dois, estas Resoluções apresentam a regulamentação sobre a adequação dos locais de recebimento, armazenamento, preparo e distribuição das refeições devendo estar de acordo com as boas práticas para serviços de alimentação. E, ainda, a Portaria Interministerial n.º 1.010, de 8 de maio de 2006, Art. 5º:

Para alcançar uma alimentação saudável no ambiente escolar, devem-se implementar as seguintes ações: IV - conhecer, fomentar e criar condições para a adequação dos locais de produção e fornecimento de refeições às boas práticas para serviços de alimentação (BRASIL, 2006a, p. 2).

Quanto à necessidade da existência ou adequação de refeitórios escolares com condições adequadas para receber os alunos, deverá ser descrito no relatório

produzido pelo NAE a fundamentação prevista na RDC 216/2004/ANVISA, Art. 4, que aponta que o refeitório deve ser organizado e em adequadas condições higiênico-sanitárias (BRASIL, 2004). Entende-se por condições adequadas, que os refeitórios possibilitem que todos os alunos se alimentem sentados em mesas e cadeiras. Em caso de rodízios no refeitório, o tempo deve ser ajustado para que os grupos não sejam prejudicados no horário das refeições, conforme planejamento.

Quanto à necessidade de adequação da quantidade de nutricionistas, deverá ser descrito também no relatório produzido pelo NAE a fundamentação prevista na Resolução n° 465/2010 do CFN (BRASIL, 2010). Para que o nutricionista possa cumprir satisfatoriamente suas atribuições, é essencial que a EEx garanta o número adequado de profissionais. Conforme descrito nos capítulos um e dois, tal Resolução apresenta os parâmetros mínimos para o número de nutricionistas na educação básica, versando sobre a garantia de princípios e diretrizes que tratam da promoção da alimentação escolar saudável. Por sua vez, o cumprimento dos parâmetros é um indicativo da importância que o gestor dá ao programa e um fator sugestivo de melhor execução dele.

Quanto à necessidade de adequação do quantitativo de manipuladores de alimentos, apesar da inexistência de parâmetros específicos para estes profissionais pelo PNAE (BRASIL 2006b, 2009b, 2013), Brasil (2004) e Brasil (2010), este indicador deve ser avaliado pela gestão estadual com base nas regulamentações para os serviços de alimentação coletiva. Caberá ao NAE informar a necessidade de adequação desses profissionais com base na Resolução/CD/FNDE n.º 32 de 10 de agosto de 2006 (BRASIL, 2006b), Resolução/CD/FNDE n.º 38, de 16 de julho de 2009 (BRASIL, 2009b) e Resolução/CD/FNDE n.º 26, de 17 de junho de 2013 (BRASIL, 2013), respeitando-se a Resolução n.º 216/2004/ANVISA (BRASIL, 2004). Quanto à necessidade de disponibilização de uniforme para os manipuladores de alimentos, deverá ser descrito no relatório produzido pelo NAE a fundamentação prevista na Resolução n° 216/2004/ANVISA (BRASIL, 2004), que aponta que os manipuladores devem ter asseio pessoal, apresentando-se com uniformes compatíveis à atividade, conservados e limpos. Os uniformes devem ser trocados, no mínimo, diariamente e usados exclusivamente nas dependências internas do estabelecimento.

Sendo que a disponibilidade mínima de uniforme e EPI para esses profissionais são calça, camiseta, calçados fechados, touca descartável, luvas e

avental adequados. Segundo o Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943 - Aprova a CLT. - Art. 166 (BRASIL, 1943), que prevê que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Disponibilizando o mínimo de EPI como calçado fechado, avental térmico, luvas térmicas e de borracha.

Quanto à necessidade de adequação sobre os equipamentos e utensílios, deverá ser descrito no relatório produzido pelo NAE a fundamentação prevista na RDC 216/2004/ANVISA, Art. 4, que aponta que os equipamentos, móveis e utensílios devem ser compatíveis com as atividades, em número suficiente e em adequado estado de conservação (BRASIL, 2004).

Presume-se que a periodicidade para a vigência desta moção seja anual, com início em janeiro de 2017. Para que a adesão desta proposta seja exequível é imprescindível que haja a adesão do Secretário de Educação, que conforme descrito anteriormente, se dará por intermédio da submissão e apreciação do relatório. O requisito mínimo de pessoal para a implementação desta proposta corresponde à institucionalização do NAE e da sua Equipe de Trabalho em parceria com o DEINFRA, técnicos e setores afins, todos pertencentes ao quadro próprio de servidores da Secretaria.

Inicialmente, o mecanismo de publicação/divulgação da proposta, a fim de que ocorra uma aproximação com o público-alvo se dará por meio da solicitação de uma reunião, por intermédio do NAE, com o Secretário de Educação. Esta, sendo acatada, a Coordenadora Técnica deverá proceder uma exposição oral e diálogo, apresentando as evidências. Com vistas à sensibilização, deverá ser justificada a importância da ampliação da estrutura física das escolas e dos recursos humanos para o aperfeiçoamento da operacionalização do programa em âmbito estadual, permitindo que o Secretário tome conhecimento e possa avaliá-la.

Posteriormente, acatada a proposição, a SEDUC será responsável pela divulgação externa das possíveis licitações para contratação das empresas responsáveis pelas reformas das escolas através do Diário Oficial do Estado do Amazonas. Sendo fundamental que a SEDUC/AM proceda uma ampla divulgação nas escolas contempladas, a fim de que à comunidade tome ciência e proceda o acompanhamento social.

A avaliação desta proposta será realizada através do NAE, que através da Equipe de Trabalho aplicará formulários nas escolas para verificar a estrutura física da cozinha, dispensa e refeitório, adequação da mão de obra, reposição de equipamentos e utensílios. Recomenda-se que o NAE estabeleça um protocolo descritivo, adotando os critérios sobre as condições desejáveis desses aspectos para proceder avaliação conjunta e subsidiar a elaboração mensal do relatório situacional. Este deverá ser composto ainda por indicadores qualitativos de efetividade, proporcionando o cotejamento dos objetivos programados, devendo ser encaminhado ao departamento responsável.

3.4 Proposta 04: qualificação permanente dos atores envolvidos com o