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Proteção contra flambagem das barras

No documento NBR6118:2002 (páginas 112-115)

17.7 Solicitações combinadas

18.2.4 Proteção contra flambagem das barras

Sempre que houver possibilidade de flambagem das barras da armadura, situadas junto à superfície do elemento estrutural, devem ser tomadas precauções para evitá-la.

Os estribos poligonais garantem contra a flambagem as barras longitudinais situadas em seus cantos e as por eles abrangidas, situadas no máximo à distância de 20φt do canto, se nesse trecho de comprimento 20φt não houver mais de duas barras, não contando a de canto. Quando houver mais de duas barras nesse trecho ou barra fora dele, deve haver estribos suplementares.

Se o estribo suplementar for constituído por uma barra reta, terminada em ganchos, ele deve atravessar a seção do elemento estrutural e os seus ganchos devem envolver a barra longitudinal. Se houver mais de uma barra longitudinal a ser protegida junto à mesma extremidade do estribo suplementar, seu gancho deve envolver um estribo principal em ponto junto a uma das barras, o que deve ser indicado no projeto de modo bem destacado (ver figura 34).

Figura 34 - Proteção contra flambagem das barras

No caso de estribos curvilíneos cuja concavidade esteja voltada para o interior do concreto, não há necessidade de estribos suplementares. Se as seções das barras longitudinais se situarem em uma curva de concavidade voltada para fora do concreto, cada barra longitudinal deve ser ancorada pelo gancho de um estribo reto ou pelo canto de um estribo poligonal.

18.3 Vigas

18.3.1 Generalidades

As prescrições que seguem referem-se a vigas isostáticas com relação l/h ≥ ≥ 3,0 e a vigas contínuas com relação l/h ≥ ≥ 2,0 , em que l é o comprimento do vão teórico (ou o dobro do comprimento teórico, no caso de balanço) e h a altura total da viga.

Vigas com relações l/h menores devem ser tratadas como vigas-parede, de acordo com a seção 22 desta Norma.

18.3.2 Armadura longitudinal

18.3.2.1 Quantidade mínima

A quantidade mínima de armadura de flexão deve ser calculada de acordo com 17.3.4.

18.3.2.2 Distribuição transversal

O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano da seção transversal, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:

a) no sentido horizontal (ah): - 20 mm;

- diâmetro da barra, do feixe ou da luva; - 1,2 vezes o diâmetro máximo do agregado. b) no sentido vertical (av):

- 20 mm;

- diâmetro da barra, do feixe ou da luva; - 0,5 vezes o diâmetro máximo do agregado.

Para feixes de barras deve-se considerar o diâmetro do feixe φn = φ √n

Estes valores se aplicam também às regiões de emendas por traspasse das barras. Em qualquer caso deve ser observado o disposto em 18.2.1.

18.3.2.3.1 Armaduras de tração na flexão simples, ancoradas por aderência

O trecho da extremidade da barra de tração, considerado como de ancoragem, tem início na seção teórica onde sua tensão σs começa a diminuir (o esforço da armadura começa a ser transferido para o concreto). Deve prolongar-se pelo menos 10φ além do ponto teórico de tensão σs nula, não podendo em nenhum caso ser inferior ao comprimento necessário estipulado na seção 9. Assim, na armadura longitudinal de tração dos elementos estruturais solicitados por flexão simples, o trecho de ancoragem da barra deve ter início no ponto A (figura 35) do diagrama de forças RSd = MSd / z decalado do comprimento alconforme 17.4.2. Esse diagrama equivale ao diagrama de forças corrigido RSd,cor. Se a barra não for dobrada, o trecho de ancoragem deve prolongar-se além de B, no mínimo 10φ.

Se a barra for dobrada, o início do dobramento pode coincidir com o ponto B (ver figura 35).

Figura 35 - Cobertura do diagrama de força de tração solicitante pelo diagrama resistente Nos pontos intermediárias entre A e B, o diagrama resistente linearizado deve cobrir o diagrama solicitante (ver figura 35).

Se o ponto A estiver na face do apoio ou além dela e a força Rst diminuir em direção ao centro de apoio, o trecho de ancoragem deve ser medido a partir dessa face e deve obedecer ao disposto em 18.3.2.4.b.

18.3.2.3.2 Caso de barras alojadas nas mesas

Para as barras alojadas nas mesas ou lajes, e que façam parte da armadura da viga, o ponto de interrupção da barra é obtido pelo mesmo processo anterior, considerando ainda um comprimento adicional igual à distância da barra à face mais próxima da alma.

18.3.2.4 Armadura de tração nas seções de apoio

Os esforços de tração junto aos apoios de vigas simples ou contínuas devem ser resistidos por armaduras longitudinais que satisfaçam à mais severa das seguintes condições:

a) no caso de ocorrência de momentos positivos, as armaduras obtidas através do dimensionamento da seção;

b) em apoios extremos, para garantir ancoragem da diagonal de compressão, armaduras capazes de resistir a uma força de tração Rst = (al /d) ⋅ ⋅ Vd + Nd , onde Vd é a força cortante no apoio e Nd é a força de tração eventualmente existente;

c) em apoios extremos e intermediários, por prolongamento de uma parte da armadura de tração do vão (As,vão), correspondente ao máximo momento positivo do tramo (Mvão) de modo que:

- As,apoio ≥ ≥ 1/3 (As,vão) se Mapoio for nulo ou negativo e de valor absolutoMapoio≤ 0,5 Mvão ; - As,apoio ≥ ≥ 1/4 (As,vão) se Mapoio for negativo e de valor absoluto Mapoio> 0,5 Mvão . 18.3.2.4.1 Ancoragem da armadura de tração no apoio

Quando se tratar do caso (a) do item 18.3.2.4, as ancoragens devem obedecer aos critérios usuais de detalhamento.

Para os casos (b) e (c), em apoios extremos, as barras das armaduras devem ser ancoradas a partir da face do apoio, com comprimentos iguais ou superiores ao maior dos seguintes valores:

- lb,nec, conforme 9.4.2.5; - (r + 5,5φ);

- 60 mm.

Quando houver cobrimento da barra no trecho do gancho, medido normalmente ao plano do gancho, de pelo menos 70 mm e as ações acidentais não ocorrerem com grande freqüência com seu valor máximo, o primeiro dos três valores anteriores pode ser desconsiderado, prevalecendo as duas condições restantes.

Para os casos (b) e (c), em apoios intermediários, o comprimento de ancoragem pode ser igual a 10 φ , desde que não haja qualquer possibilidade da ocorrência de momentos positivos nessa região, provocados por situações imprevistas, particularmente, por efeitos de vento e eventuais recalques. Quando essa possibilidade existir, as barras devem ser contínuas ou emendadas sobre o apoio.

No documento NBR6118:2002 (páginas 112-115)