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Protocolo de Kyoto

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1 A PROPÓSITO DAS ORIGENS DO HOMEM E DA NATUREZA À

2.4 A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE GANHA EXPRESSÃO MUNDIAL: UM

2.4.5 Protocolo de Kyoto

Na reunião de Kyoto, no Japão (1997), os países chegaram à conclusão de que os principais poluidores mundiais não estavam cumprindo as propostas e os projetos da Eco 92. Pelo contrário, os índices de degradação ambiental existiam e continuavam aumentando. Com isso, elaboraram o Protocolo de Kyoto, que exigia uma redução de 5% na poluição atmosférica, tendo como base a poluição provocada em 1991. Elevadas multas para quem descumprisse as exigências foram aventadas. Os países-potência não concordaram com Kyoto. Em agosto de 2001, na terceira reunião sobre clima, na Alemanha, o Protocolo de Kyoto foi reformulado, reduzindo para 2% a poluição provocada em 1991 e os valores das multas. Com isso, os principais países aceitaram assinar o protocolo, exceto os EUA, que alegaram que ele prejudicava seu crescimento econômico (GABRIEL, 2009).

De acordo com Milaré (2011, p. 1.546), o Protocolo criou para os Estados- partes as seguintes diretrizes e obrigações:

I. Tomando por base as definições estabelecidas no texto da Convenção, o Protocolo orienta as Partes para que promovam: o aumento da eficiência energética; a proteção de sumidouros e reservatórios; formas sustentáveis de agricultura e de energia; políticas fiscais que tenham por fim a redução das emissões de gases de efeito estufa. As Partes devem ainda formular programas nacionais para os setores de transporte, energia, agricultura, etc, com vistas a diminuir o nível de emissões; além de cooperarem para o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente seguras. [...] IV. Qualquer Parte pode transferir ou adquirir de qualquer outra Parte, unidades de redução de emissões resultantes de projetos visando à redução das emissões antrópicas em qualquer setor da economia. [...] V. Fica estabelecido um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - CDM. [...]

O efeito estufa e a mudança climática foram temas debatidos nessa reunião no Japão. Dias (2009, p. 118) citou mais informação sobre esse fenômeno:

O efeito estufa é um fenômeno que ocorre a partir da concentração excessiva, na atmosfera, de gases, tais como o dióxido de carbono (CO²), o ozônio (O³), o óxido nitroso (N²O) e o metano (CH4), entre outros, que absorvem uma quantidade maior de radiação infravermelha, provocando o aumento da temperatura da Terra. O problema é que a queima de carvão natural, petróleo e derivados (combustíveis fósseis) lança quantidades excessivas desses gases na atmosfera, provocando um aquecimento anormal do planeta. Em ocorrência desse fenômeno é que ocorre a mudança climática global.

O autor complementou que a Convenção da Mudança Climática e o Protocolo de Kyoto são dois exemplos dos esforços empreendidos para desenvolver formas globais de controle das emissões e regular

[...] a utilização da atmosfera como um bem público global, de livre acesso. A estrutura obtida através destes esforços busca reduzir a emissão dos gases do efeito estufa em diferentes setores e países, começando por aqueles que mais contribuem para o agravamento do problema (DIAS, 2009, p. 118-119).

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente do Brasil19, o protocolo possui mecanismos de flexibilização:

O Protocolo prevê três mecanismos de flexibilização, com a intenção de ajudar os países no alcance da meta de redução de emissões: Comércio de Emissões, Implementação Conjunta e Mecanismo de Desenvolvimento

19

Limpo (MDL). O Protocolo entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, logo após o atendimento às condições, que exigiam a ratificação por, no mínimo, 55% do total de países-membros da Convenção e que fossem responsáveis por, pelo menos, 55% do total das emissões de 1990. O Brasil ratificou o documento em 23 de agosto de 2002, tendo sua aprovação interna se dado por meio do Decreto Legislativo nº 144 de 2002. Dentre os principais emissores de gases de efeito estufa, somente os EUA não ratificaram o Protocolo. No entanto, continuam tendo responsabilidades e obrigações definidas pela Convenção.

Como citado anteriormente, a crise ambiental suscita mudanças na política. Não apenas as preocupações ecológicas intensificaram nos debates e nos programas políticos e de partidos, como também novas propostas foram discutidas.

Até por volta da década de 1960, era raro um partido político, provavelmente em todo mundo, que tivesse alguma preocupação com a natureza. Nos dias atuais, esse tema ganhou certo destaque nos programas, nas promessas eleitorais, nos discursos e, algumas vezes, até na ação dos diversos partidos em muitas partes do mundo. Aumentaram os ecologistas, as organizações e os movimentos em prol do meio ambiente, assim como os partidos denominados verdes, que defendem uma relação positiva entre a sociedade e o meio ambiente (GABRIEL, 2009).

Durante muito tempo, o ser humano se ufanava do seu progresso. Acreditava que a natureza fosse infinita e, consequentemente, poderia continuar a usá-la indiscriminadamente. Nesse sentido, é emblemática a extração de petróleo, do ferro, do manganês, do carvão, da água, do urânio, dentre outros bens naturais. Nesse cenário, a natureza seria uma mera fonte renovável de recurso à disposição da economia, viabilizada pelo processo produtivo e pelo de consumo.

Constata-se, todavia, que a natureza é que permite a existência da vida e fornece os bens que o ser humano utiliza, porém, ela não é infinita, ao contrário, possui limites que, apesar de imensos, já começam a ser confrontados com a ação humana. Repensar o modo de vida e de consumo, e não mais ter a produção voltada unicamente para o lucro, e sem preocupação com o futuro do planeta, pode ser uma alternativa para a continuidade da vida do planeta e, por conseguinte, da vida do ser humano, em particular, e dos demais seres vivos, em geral.

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