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Protocolo de Montreal

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1 A PROPÓSITO DAS ORIGENS DO HOMEM E DA NATUREZA À

2.4 A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE GANHA EXPRESSÃO MUNDIAL: UM

2.4.3 Protocolo de Montreal

Com relação à necessidade de redução de substâncias que destroem a camada de ozônio, foi criado em 1987 o protocolo de Montreal, no Canadá, que entrou em vigor em janeiro de 1989.

Amparado pelo perfil da Convenção de Viena, que prevê em seu artigo 8 a adoção de protocolos, em setembro de 1987 chegou-se a um acordo sobre a adoção de medidas concretas e foi firmado o Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a Camada de Ozônio, com a adesão de 46 países. O Protocolo entrou em vigor em janeiro de 1989, quando foi ratificado por 29 países e pela Comunidade Econômica Européia (MILARÉ, 2011, p. 1.520).

Silva (2009, 156-157) descreveu a camada de ozônio e os efeitos dos gazes poluentes na temperatura do planeta, conforme reproduzido a seguir:

A Camada de Ozônio é um “cinturão” de gases situado entre 10 e 50 km acima da superfície da Terra. No nível do solo, o ozônio é um poluente, mas na atmosfera superior, a estratosfera, protege as pessoas, animais e plantas, filtrando os prejudiciais raios ultravioletas (UV) do Sol. Nos anos 70, detectou-se o buraco na Camada de Ozônio sob a Antártica e em seguida no Pólo Norte. Em 1985 o buraco na Camada de Ozônio foi considerado um problema ambiental para a comunidade internacional. [...] Segundo as pesquisas atuais, as substâncias que destroem a Camada de Ozônio são produzidas pelo homem [...] O aumento dos gases do efeito estufa na atmosfera contribuirá para um aumento das temperaturas na troposfera e na superfície do globo, enquanto será produzido um efeito de esfriamento na estratosfera, altitude na qual está a camada de ozônio.

O Protocolo de Montreal instituiu um programa de metas, e impôs aos Estados-partes os seguintes deveres18:

Proibir a importação de substâncias controladas de qualquer Estado que não seja Parte do Protocolo; Não exportar substâncias controladas para Estados que não sejam Parte no Protocolo; Elaborar lista de produtos contendo substâncias controladas; Desencorajar a exportação para qualquer Estado que não seja Parte do Protocolo; [...] Facilitar o acesso de Partes que sejam países em desenvolvimento a substâncias e tecnologias alternativas que não prejudiquem o meio ambiente, bem como dar-lhes assistência no uso rápido e eficiente de tais alternativas; Facilitar, bilateral e multilateralmente, o fornecimento de subsídios, ajuda, créditos, garantia e programas de seguro às Partes que sejam países em desenvolvimento, tendo em vista a utilização de tecnologias alternativas e produtos substitutivos; Cooperar, diretamente ou por meio de órgão internacionais competentes, na promoção de pesquisa, desenvolvimento e intercâmbio de informações [...]; Cooperar na promoção de uma conscientização pública a respeito dos efeitos sobre o meio ambiente das emissões de substâncias controladas e de outras substâncias que destroem a camada de ozônio;

O objetivo desse protocolo foi a redução de gazes poluentes que destroem a camada de ozônio. O crescimento industrial provoca inúmeras consequências

18

Ministério do Meio Ambiente – Atos Internacionais. Disponível em: <http://www.mma.go.br/port/gab/asin/inter47.html>. Acesso em: 02 nov. 2013.

ambientais, pois polui grande parte dos ecossistemas da terra. Uma ação governamental global pode resolver essa questão. Como visto anteriormente, todos devem responsabilizar-se para encontrar soluções eficazes e aplicá-las de maneira eficiente.

A responsabilidade é comum, vez que o problema é mundial e não tem fronteiras, ou seja, a importância de acordos internacionais se encontra no patamar de que cada país deve tomar para si responsabilidades que são objetivos coletivos. A rigor, essa consciência deve ser fomentada em nível global, no sentido de que os protocolos firmados sejam respeitados, para que as gerações vindouras gozem de uma vida digna e saudável.

2.4.4 2ª Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD

No ano de 1992, foi realizada a 2ª Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD). Ficou conhecida, também, como RIO 92, ECO 92, CÚPULA DA TERRA ou CIMEIRA. Cerca de 120 países participaram, com o objetivo de encontrar soluções para a falta de sustentabilidade de grande parte dos processos produtivos mundiais.

Nessa época, vários segmentos da sociedade se pronunciaram em defesa da ideia de uma nova maneira de conduzir o desenvolvimento dos países, pois era consensual que os recursos naturais do planeta são finitos. Para esses segmentos, qualquer atividade, em nível institucional ou pessoal, deveria seguir três pilares:

1) ser economicamente viável; 2) socialmente justa e

3) ambientalmente correta.

Na RIO 92, foram criados inúmeros acordos e assinados diversos protocolos. Dentre eles, a Agenda 21, que visa arrecadar recursos financeiros para realizar as metas a serem atingidas pelos países signatários.

Sobre a Agenda 21, Ferreira (2012, p. 20) relatou que ela apresentou projetos de preservação dos recursos naturais, com vistas a que o real conceito de desenvolvimento sustentável, de fato, preparasse o mundo para os desafios

inerentes à sustentabilidade ambiental. Acordou compromissos de mudar o padrão de vida em benefício do meio ambiente a partir do século XXI, de modo a valorizar o equilíbrio ambiental entre as nações, em uma procura de solução das questões ambientais, ou seja, um novo modelo de desenvolvimento.

E o documento da RIO 92 continua...

[...] estaremos ainda, neste século XXI, sofrendo as consequências de ações praticadas no século XX em relação à terra e tudo que nela integra, indispensável para nossa sobrevivência. A agenda 21 sugeriu o uso racional e equilibrado do meio ambiente, com prioridade para a qualidade de vida do homem, apresentando como todos os recursos naturais devem ser utilizados sem prejuízo ao meio ambiente, assumindo um modo racional e sustentável, baseado na defesa da harmonia ambiental. Teve o propósito de com o apoio do poder público e com a sociedade criar meios legais em prol do meio ambiente, prevenindo este de degradações ainda maiores.

Tanto países em desenvolvimento quanto os desenvolvidos devem se apoiar na legislação para combater ameaças escancaradas aos olhos de todos. O que falta é mais interesse de estar agindo e tornando eficazes esses meios legais, criados justamente para serem aplicados, quando necessário. A agenda 21 visou: a erradicação da pobreza, a proteção da saúde humana e a promoção de assentamentos humanos sustentáveis, surgem como objetivos sociais da Agenda.

A CNUMAD concluiu que o meio ambiente e o desenvolvimento são duas faces de uma mesma moeda, com nome próprio: desenvolvimento sustentável, o qual não se constitui em um problema técnico, mas social e político (ARAÚJO, 2012, p. 32).

A Agenda 21 serve de subsídio para elaboração de leis nacionais e internacionais. Milaré (2011, p. 105) assinalou que ela é mais do que mero “código de boas intenções”:

É referencial importante para podermos aferir dois aspectos essenciais de nossa gestão ambiental:

- ter uma pedra de toque para certificar-nos de que nossos esforços em prol do desenvolvimento socieconômico, com a característica de sustentável, obedecem às salvaguardas impostas pela qualidade do meio ambiente, inspiradoras do Direito Ambiental;

- saber que nossas ações ambientais estão em sintonia com o que se procura realizar – e efetivamente se realiza – em outras partes do mundo, concluindo que não estamos isolados como se fôssemos franco-atiradores. Colocada nestes termos, a implementação da Agenda 21 tem subsidiado legislações locais, estaduais, nacionais e, oportunamente, subsidiará um ordenamento jurídico internacional, não se pode pensar reduzido e pequeno quando os problemas ambientais se colocam em escala planetária.

A CNUMAD colheu alguns frutos, pois se notou cooperação na superação de conflitos, ao tempo em que interesses globais foram elencados como a principal preocupação.

Araújo (2012, p. 31) elencou os objetivos principais dessa conferência, em que se destacam os seguintes:

a) Examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com o estilo de desenvolvimento vigente;

b) Estabelecer mecanismos de transferência de tecnologias não-poluentes aos países subdesenvolvidos;

c) Examinar estratégias nacionais e internacionais para incorporação de critérios ambientais ao processo de desenvolvimento;

d) Estabelecer um sistema de cooperação internacional para prever ameaças ambientais e prestar socorro em casos de emergências;

e) Reavaliar o sistema de organismos da ONU, eventualmente criando novas instituições para implementar as decisões da conferência.

A Conferência em questão formalizou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para uma maior conscientização de que os danos causados ao meio ambiente eram de responsabilidade de todos, principalmente dos países desenvolvidos.

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