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PROVA DE 2010 Questão

Dentre as análises tradicionais a respeito da crise da economia cafeeira e do crescimento industrial do Brasil, destaca-se a de Celso Furtado. Segundo esse autor:

(0) Havia uma tendência de longo prazo de queda nos preços do café, impulsionada pela disponibilidade de mão de obra e terras subocupadas, e também pela maior rentabilidade relativa do produto, que atraía os capitais formados no país.

(1) A defesa da cafeicultura através da política de valorização do produto, como no Convênio de Taubaté, era um mecanismo que postergava a solução do problema crônico de superprodução.

(2) O mercado cafeeiro era caracterizado por um desequilíbrio estrutural entre oferta e demanda. esta última não crescia proporcionalmente à elevação da renda disponível para consumo nos países importadores.

(3) A Grande Depressão, iniciada em 1929, foi variável fundamental para explicar a opção do novo governo, ao assumir em 1930, de implementar um projeto deliberado com o propósito de industrializar o país.

(4) O governo brasileiro, na década de 1930, implementou uma política anticíclica, viabilizada principalmente pela adoção de novos impostos, inclusive sobre o setor cafeeiro, e que mostrou-se como verdadeiro programa de sustentação da demanda agregada.

Resolução:

(0) Verdadeiro. (1) Verdadeiro.

A manutenção de preços arti cialmente elevados do café apenas agravava o problema de superprodução, ao atrair recursos (inclusive, na produção em países como a Colômbia) para o setor, criando mais capacidade produtiva para o futuro. (2) Verdadeiro.

As elasticidades-preço e renda da demanda por café eram inferiores à unidade, de forma que o seu consumo não crescia proporcionalmente ao aumento da renda dos consumidores nos países importadores.

(3) Falso.

Segundo Furtado, não houve projeto deliberadamente industrializante do Governo Provisório de Vargas, mas sim uma política de defesa do setor cafeeiro que teve como um de seus resultados fomentar o processo de industrialização do país.

adoção de novos impostos. Em um primeiro momento, o Instituto Paulista de Café retirou parte da safra do mercado, com base em empréstimo externo contraído em 1930. Uma vez passada para o Governo Federal, a política cafeeira envolveu compra e posterior destruição das safras, nanciada, predominantemente, pela expansão do crédito doméstico.

Questão 3

Sobre a recuperação da economia brasileira na década de 1930 é CORRETO afirmar:

(0) Os superávits scais primários recorrentes, obtidos pelo Governo Federal até 1937, di cultaram a recuperação econômica.

(1) Segundo Albert Fishlow, os estímulos externos nesse período, além de incentivarem a demanda em favor da indústria doméstica, afetaram também a oferta, favorecendo altas taxas de crescimento da produtividade, bem como a transferência de tecnologias.

(2) A política de descentralização federativa posterior à “Revolução de 1930” permitiu que os estados defendessem, por meio de políticas próprias, o preço dos produtos de exportação.

(3) O programa de defesa do café di cultou a recuperação industrial ao estimular novos investimentos nas fazendas de café.

(4) O crescimento da cultura do algodão, que chegou a ser o segundo principal produto de exportação do Brasil, contribuiu para reduzir os efeitos da crise cafeeira sobre o comércio exterior.

Resolução:

(0) Falso.

Desde 1930 o Governo Federal incorreu, sistematicamente, em déficits scais que, entre 1934 e 1938, foram, inclusive, planejados.

(1) Falso.

Para Fishlow [ver Fishlow (1972a)], a industrialização substitutiva de importações na década de 1930 decorreu, sim, dos impulsos externos (fundamentalmente, encarecimento do preço, em mil-réis, dos manufaturados importados). Contudo, tratou-se de uma industrialização, segundo o autor, tecnologicamente pobre e com poucos ganhos de produtividade.

(2) Falso.

Congresso Nacional (e dos legislativos estaduais e municipais) e a substituição dos governadores por interventores indicados pelo governo central. No caso do café, a “defesa” do produto passaria às mãos do Governo Federal nos primeiros anos da década de 1930.

(3) Falso.

O programa evitou uma queda ainda maior dos preços do café que, mesmo assim, recuaram cerca de 30% (em mil-réis) em relação aos patamares vigentes antes da crise. Com isso, a atividade tornou-se, relativamente, menos atrativa e assistiu-se à transferência de recursos da cafeicultura para outros setores, como a indústria, serviços ou o cultivo do algodão.

No que se refere à economia brasileira na Segunda Guerra Mundial é CORRETO afirmar que:

(0) Sofreu desaceleração na curva de crescimento, em relação ao desempenho no período 1933-1939. (1) A queda da taxa de crescimento foi motivada, sobretudo, pela queda na taxa anual média de

crescimento da produção agrícola.

(2) Bene ciou-se da conclusão de acordos com os Estados Unidos da América, que aproveitaram-se de trunfos geopolíticos brasileiros.

(3) Contou com o início das atividades das empresas estatais Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Vale do Rio Doce e Petrobras.

(4) Passou a ter o salário mínimo regulamentado pelo Governo Vargas.

Resolução:

(0) Verdadeiro. (1) Falso.

A desaceleração do ritmo de crescimento da economia decorreu de queda na taxa de expansão da produção industrial, de 10% a.a., em média, entre 1932-1939, para 3,9% entre 1939-1942 (aumentando para 9,4% entre 1942-1944).

(2) Verdadeiro.

O enunciado desta questão não é claro. Todavia, é possível a rmar que um projeto importante no período, como o da construção da Cia. Siderúrgica Nacional (que contou com nanciamento do Eximbank norte-americano), representou um “trunfo geopolítico” do Brasil.

(3) Falso.

A s operações (isto é, a efetiva produção) da CSN tiveram início apenas em 1946 (coque) e 1949 (aço). A Petrobras seria criada apenas ao nal de 1953 e no ano seguinte teve início a extração de petróleo pela empresa.

(4) Verdadeiro.

O salário mínimo foi, o cialmente, instituído por Vargas através do Decreto-Lei no 2.162, de 1o de maio de 1940.

PROVA DE 2012