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PROVA DE 2013 Questão

Na literatura sobre a economia brasileira, geralmente a década de 1930 é apresentada como um período de profundas mudanças, as quais teriam alterado estruturalmente a economia. Avalie a pertinência das análises que enfatizam a importância dessas mudanças, citando exemplos de medidas de política econômica que reforçam ou contrariam sua avaliação.

Resolução:

Ao longo da década de 1930 veri cou-se rápida mudança estrutural na economia brasileira (inferior apenas à que seria observada nos anos 1940). Com efeito, no período, a indústria de transformação ganhou 4 p.p. de participação no PIB brasileiro (tendo passado de 14,8% para 18,7% do total), ante a perda de 6 p.p. da agricultura. O ganho relativo do setor de serviços foi de 2 p.p. no período.

A análise clássica a respeito das mudanças estruturais operadas na economia brasileira nos anos 1930 é devida a Furtado (1970, caps. 31 e 32). Segundo aquele autor, tanto a rapidez com que a economia brasileira recuperou-se da crise como o forte ritmo de crescimento observado ao longo do restante da década de 1930 só podem ser entendidos caso se atente para os efeitos combinados da política cafeeira e da forte desvalorização cambial então observada. A política governamental de compra ( nanciada, sobretudo, internamente) e posterior destruição de parte da produção cafeeira durante a Era Vargas teria sido instrumental, segundo Furtado, para a manutenção do nível de renda doméstico em um contexto de demanda externa deprimida. Em paralelo, a forte desvalorização do mil-réis resultou em sensível mudança de preços relativos, tornando mais caras as importações. Como resultado, a demanda doméstica, sustentada pela política de defesa do café, passaria a ser canalizada crescentemente para o setor interno (indústria, agricultura e serviços), com isso promovendo o conhecido “deslocamento do centro dinâmico” da economia, ressaltado pelo autor.

Do ponto de vista da indústria, a demanda maior observada nos anos iniciais da década de 1930 pode ser atendida pela maior utilização de capacidade produtiva instalada em meio ao boom econômico do nal da década de 1920. Passado este período inicial – e tendo em vista os níveis crescentes de demanda interna –, a indústria doméstica passou a ampliar os seus investimentos. Para tanto, contou tanto com a existência, no país, de fábricas produtoras de bens de capital mais simples, como com um aumento da importação de máquinas e equipamentos. Uma vez que o

bens de capital só foi possível mediante a contração das importações de outros artigos – bens de consumo, essencialmente. Com isso, avançou no país o processo de industrialização substitutiva de importações, com destaque para o crescimento dos setores produtores de bens intermediários (cimento, metalurgia, papel & papelão e químico).

Ainda que a análise clássica de Furtado sobre o período seja, geralmente, aceita na literatura, ela não esteve livre de críticas. No início dos anos 1970, Peláez (1972) pôs em dúvida alguns dos pontos centrais do argumento furtadiano, como, por exemplo, a natureza das políticas monetária e scal à época (se expansionista, como diz Furtado, ou ortodoxa), ou a extensão em que teria se dado a transferência de recursos do café para a indústria (Peláez alega que o setor produtor de algodão – e não a indústria – teria sido o destino principal de capitais saídos da cafeicultura). Diversos outros autores criticaram os pontos levantados por Peláez e, com isso, a análise de Furtado é aceita até hoje em suas linhas mais gerais.

Não obstante, cumpre observar um ponto sutil, mas importante, levantado, entre outros, por Suzigan (2000) em seu estudo clássico sobre as origens da indústria brasileira. Ao tratar da relação entre “café e indústria”, o autor nota que o investimento industrial “estava diretamente relacionado ao desempenho do setor exportador até 1913, e em menor grau até 1929” (p. 363, ênfase nossa). Na prática, o autor diz que já antes da Crise de 1930 e do subsequente “deslocamento do centro dinâmico” da economia, parte do estímulo ao investimento industrial já provinha do próprio setor manufatureiro doméstico, e não apenas do setor primário-exportador. Este seria o caso, por exemplo, da demanda por sacaria para a indústria de moagem de trigo ou re no de açúcar, de garrafas para a indústria de bebidas, de embalagens de metal e papelão para diversos setores industriais ou, ainda, a produção doméstica de motores e máquinas mais simples para o setor industrial. Aceita esta caracterização (e Suzigan oferece ampla evidência estatística e documental deste fenômeno), a natureza da mudança operada nos anos 1930 – quando as fontes de dinamismo da economia brasileira irão se concentrar, inequivocamente, no mercado interno – passa a ser vista de forma mais matizada. Dito de outra forma, a década de 1930 envolve, sem sombra de dúvidas, uma ruptura na história econômica do Brasil, mas, possivelmente, não tão abrupta como a análise de Furtado parece sugerir.

3

Sobre a economia no Governo Kubitschek, é CORRETO afirmar que:

(0) A condução da política econômica representou uma mudança em relação aos períodos anteriores na medida em que fez uma opção por uma estratégia desenvolvimentista desde o início.

(1) A substituição de importações foi mais intensa nos setores de bens de capital e de bens de consumo duráveis.

(2) A política cambial manteve o chamado “con sco cambial”, promovendo a transferência de renda do setor exportador para o setor industrial.

(3) O fato de o Plano de Metas ter estabelecido metas para a agricultura permitiu que este setor apresentasse taxas de crescimento similares às da indústria.

(4) O Programa de Estabilização Monetária de 1958, ao implementar o controle da expansão monetária, marcou uma mudança de rumos da política econômica até o final do Governo JK.

Resolução:

(0) Verdadeiro.

Tal estratégia “desenvolvimentista” de JK, inclusive, já estava delineada em documento de campanha datado de 1955, intitulado Diretrizes Gerais do Plano Nacional de Desenvolvimento.

(1) Verdadeiro. (2) Verdadeiro.

Tal “con sco” consistia em o governo pagar aos exportadores por suas cambiais um preço inferior ao que cobrava, na revenda, aos importadores. O “con sco” em si já vinha desde, pelo menos, 1946, quando a taxa de câmbio paga aos exportadores (a “o cial”) era inferior à que eles receberiam caso vendessem suas divisas no mercado à taxa “livre”.

(3) Falso.

Entre 1956 e 1960 o PIB do setor agropecuário cresceu, em média, cerca de 3,7% a.a., contra crescimento médio de mais de 10% anuais na indústria de transformação. (4) Falso.

O PEM – e as medidas de contenção de demanda que ele implicava – foi abandonado por JK justamente por ameaçar a estratégia “desenvolvimentista”

consubstanciada no Programa de Metas. Sendo assim, não houve qualquer mudança de rumo na orientação da política econômica de Juscelino.

As políticas de comércio exterior e cambial do início do Governo Dutra tiveram os seguintes objetivos:

(0) Atender à demanda reprimida de matérias-primas e de bens de capital para reequipamento da indústria, desgastada durante a segunda guerra mundial.

(1) Estimular o aumento dos preços dos produtos industriais. (2) Aumentar as reservas cambiais.

(3) Atrair capitais externos para investimentos no Brasil.

(4) Conter o processo de aceleração inflacionária herdado do período de guerra.

Resolução:

(0) Verdadeiro. (1) Falso.

Na realidade, as políticas de comércio exterior e cambial do Governo Dutra visavam facilitar a importação de bens de capital e insumos industriais e, com isso, reduzir os custos (preços) da produção industrial doméstica.

(2) Falso.

O m da exigência de licenças prévias de importação, tomado em conjunto com a adoção de taxa cambial reconhecidamente sobrevalorizada, resultaria, conforme esperado, em aumento das importações. Neste sentido, tenderiam a diminuir (como, de fato, ocorreu à época) as reservas cambiais do país.

(3) Verdadeiro.

As medidas tomadas na área nanceira – ao conferir liberdade para a saída de capitais do país – visavam, sim, atrair investidores do exterior.

(4) Verdadeiro.

A adoção de uma taxa de câmbio nominal semelhante à que vigorou nos anos de guerra – não obstante a enorme diferença na in ação acumulada no Brasil e nos Estados Unidos no período – implicou uma taxa real claramente sobrevalorizada. Com isso, visava-se conter a pressão sobre os preços domésticos, objetivo que seria reforçado pelo aumento da oferta resultante da liberalização das importações.

Questão 5

A Instrução no 70 da Sumoc, de 9 de outubro de 1953, introduziu importantes mudanças no sistema cambial brasileiro. Esta Instrução:

(0) Restabeleceu o monopólio cambial do Banco do Brasil. (1) Introduziu o controle quantitativo das importações. (2) Instituiu o regime de leilões de câmbio.

(3) Criou uma expressiva fonte de recursos para o Estado por meio do saldo de ágios e bonificações. (4) Permitiu às empresas sediadas no país importar máquinas e equipamentos sem cobertura cambial.

Resolução:

(0) Verdadeiro. (1) Falso.

Os controles quantitativos de importações foram introduzidos em 1947 e foram abolidos pela Instrução no 70, que instituiu o regime de leilões de divisas para importações.

(2) Verdadeiro. Ver item 1, acima. (3) Verdadeiro.

Os recursos da conta de Ágios e Boni cações, provenientes da diferença entre o preço pago pelo governo aos exportadores por suas divisas e aquele recebido na venda, em leilão, destas divisas aos importadores, chegaram a representar 12% da receita total da União em 1956.

(4) Falso.

Tal foi o resultado da Instrução no 113 da Sumoc, baixada em janeiro de 1955, durante o Governo Café Filho.

Questão 6

Sobre a política desenvolvimentista implementada no Governo Kubitschek, consubstanciada no Plano de Metas, são CORRETAS as afirmativas:

se as políticas de fomento ao setor agrícola.

(3) Os desequilíbrios regionais e sociais aprofundaram-se em decorrência da implementação do Plano de Metas.

(4) A aceitação do programa de Estabilização Monetária (PEM) de 1958 pelo FMI viabilizou a entrada de vultosos empréstimos externos para o financiamento de obras de infraestrutura.

Resolução:

(0) Falso.

Houve, adicionalmente, investimentos nanciados com recursos do orçamento da União e do BNDE.

(1) Verdadeiro.

As metas de Alimentação e Educação tampouco foram cumpridas. (2) Falso.

O setor agrícola, contemplado com as metas 13 a 18 (“Alimentação”), teve importância marginal no Plano de Metas. Durante a vigência do Plano, a produção agropecuária cresceu a ritmo muito inferior ao da indústria (20% x 60%), sendo esta última, portanto, a responsável pelas elevadas taxas de crescimento do PIB observadas no período.

(3) Verdadeiro.

Os investimentos do Plano de Metas se concentraram, majoritariamente, nas regiões mais ricas e industrializadas do país – o Sudeste e Sul. Neste sentido, é possível a rmar que, com o Plano, houve um agravamento dos desequilíbrios regionais (embora indicadores de diferenças inter-regionais de renda per capita mostrem queda destas diferenças). Quanto aos “desequilíbrios sociais”, supõe-se que os examinadores se re ram a indicadores tais como a distribuição de renda pessoal. Se for este o caso, não é possível a rmar se houve uma melhoria ou piora no período, dada a inexistência de estatísticas de concentração de renda (índices de Gini ou de eil) para o período anterior a 1970.

Elaborado pelo ministro da Fazenda, Lucas Lopes, e pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDE, Roberto Campos, o PEM tinha por objetivo conciliar o desenvolvimento com equilíbrio macroeconômico, através do controle da expansão monetária e creditícia, da contenção dos gastos públicos, do aumento da carga tributária e da restauração do equilíbrio do balanço de pagamentos. O Plano seria abandonado em junho de 1959, quando o presidente Juscelino Kubitschek interrompeu as negociações com o FMI. Na prática, não houve a entrada de “vultuosos empréstimos”, sendo as obras de infraestrutura nanciadas, em grande medida, pelo BNDE, que não obteve a totalidade dos recursos externos inicialmente previstos na Comissão Mista Brasil-Estados Unidos.

Entre 1947 e 1953 estabeleceu-se um sistema de licenciamento de importações. A respeito de tal sistema, são CORRETAS as afirmativas:

(0) A taxa de câmbio, a despeito de manter-se xa no período, revelou-se adequada às condições de equilíbrio do balanço de pagamentos.

(1) A Carteira de Exportação e Importação do Banco do Brasil (Cexim) priorizou a importação de bens de consumo, em vista da importância assumida pelo controle inflacionário no Governo Dutra.

(2) A elevação do preço do café no mercado internacional contribuiu para a sustentação da política de taxa de câmbio fixa naquele período.

(3) A rigidez com que a Cexim tratou o licenciamento de importações permaneceu inalterada mesmo durante a Guerra da Coreia, período em que o Governo Vargas afrouxou as políticas monetária e fiscal. (4) A manutenção da taxa de câmbio xa estimulou o ingresso de investimentos estrangeiros diretos,

devido à maior credibilidade emprestada à política cambial.

Resolução:

(0) Falso.

É certo que a taxa de câmbio o cial em vigor – congelada em Cr$ 18,50/US$ – valorizou-se em termos reais ao longo do período, dada a diferença entre a in ação acumulada no Brasil e nos Estados Unidos. A inadequação desta taxa de câmbio o cial pode ser aproximada pelo comportamento da taxa de câmbio no mercado paralelo, que passou de Cr$ 27,20 em 1948 para uma média de Cr$ 34,30 em 1952. Evidências adicionais de que o câmbio o cial estava defasado foram o aumento signi cativo das importações e a grande redução da presença de produtos não tradicionais na pauta de exportações brasileiras.

(1) Falso.

Ao contrário, os bens de consumo tiveram a sua importação crescentemente di cultada, diante da necessidade de se priorizar o uso de cambiais para a compra de bens de capital e insumos industriais.

(2) Verdadeiro.

Os preços do café (em US$) no mercado internacional mais que dobraram no período.

Com a eclosão da Guerra da Coreia – e diante do receio de desabastecimento doméstico –, a concessão de licenças de importação foi ampliada. Com isso, o valor das importações quase dobrou, passando de US$ 934 milhões em 1950 para US$ 1,7 bilhão em 1951.

(4) Falso.

O ingresso de investimentos diretos externos no Brasil iria apresentar acréscimo signi cativo apenas após a implementação da Instrução no 113 da Sumoc, em janeiro de 1955, no Governo Café Filho.

Questão 5

É CORRETO afirmar que a Instrução no 113 da Superintendência de Moeda e Crédito (Sumoc)

(0) Favoreceu o investimento externo direto ao permitir a importação de máquinas e equipamentos sem cobertura cambial.

(1) Foi proposta pelo Governo Juscelino Kubitschek, tendo sido fundamental para o Plano de Metas. (2) Inaugurou a política de leilões de reservas cambiais, segundo cinco categorias de importações

definidas pelo grau de essencialidade.

(3) Facilitou a importação de máquinas e equipamentos não registrados como investimento externo direto, ao permitir o pagamento à vista ou a prazo pelo câmbio de custo.

(4) Instituiu o regime de licenças prévias de importação.

Resolução:

(0) Verdadeiro. (1) Falso.

A Instrução no 113 da Sumoc foi baixada em 1955, no Governo Café Filho. (2) Falso.

A instituição dos leilões de cambiais deu-se pela Instrução no 70, de outubro de 1953.

(3) Verdadeiro. (4) Falso.

Questão 6

O Plano de Metas do Governo Kubitschek foi um dos pontos altos do processo de substituição de importações, tendo ensejado a constituição de uma estrutura industrial mais complexa e integrada que aquela até então vigente. As seguintes medidas foram adotadas pelo Plano de Metas:

(0) Criação do Ministério do Planejamento, essencial para a coordenação do Plano, com Celso Furtado à frente.

(1) Direcionamento dos financiamentos do BNDE exclusivamente ao setor privado.

(2) Utilização do sistema de mérito na Administração Pública segundo proposta da Comissão de Estudos e Planejamento Administrativos.

(3) Criação dos “grupos executivos”, que, de forma decisiva, subsidiaram as decisões do Conselho de Desenvolvimento Econômico.

(4) Reforma cambial, que teve por objetivos a desvalorização da taxa de câmbio e a unificação do mercado cambial.

Resolução:

(0) Falso.

O Ministério do Planejamento seria criado em 1962, no Governo João Goulart. (1) Falso.

O BNDE também emprestou recursos a empresas do governo, nos setores elétrico, siderúrgico, de transportes etc.

(2) Falso.

De acordo com Lafer (2002), para pôr em prática o seu Programa de Metas, JK esteve diante de duas alternativas: uma reforma administrativa global (tal como proposto pela Cepa – Comissão de Estudos e Planejamento Administrativos) ou a criação de uma administração paralela (por meio dos Grupos Executivos). Ao nal, venceu a segunda opção e a proposta da Cepa, portanto, saiu derrotada.

(3) Verdadeiro. Ver item 2, acima. (4) Falso.

Somente no Governo Jânio Quadros, em 1961, haveria a tentativa de se uni car o câmbio e promover uma desvalorização da moeda.

A respeito das políticas cambial e de comércio exterior do Governo Dutra nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, é CORRETO afirmar que:

(0) O câmbio foi mantido fixo, no nível do pré-guerra.

(1) Coerente com sua orientação liberal, o Governo Dutra não autorizou controles seletivos de importações.

(2) Atribuem-se os dé cits da balança comercial, ao nal da década de 1940, à queda dos preços internacionais do café.

(3) Uma das consequências da política cambial foi a perda de competitividade das exportações de manufaturados.

(4) Um dos objetivos da política cambial foi a contenção da inflação.

Resolução:

(0) Verdadeiro.

A taxa oficial, comunicada ao FMI, era de Cr$ 18,50/US$. (1) Falso.

Os controles seletivos das importações tiveram que ser introduzidos em meados de 1947, após o malogro da liberalização comercial e nanceira tentada no início do Governo Dutra.

(2) Falso.

Os preços internacionais do café cresceram sem interrupção entre 1945 e 1954 (coincidindo com o m do Acordo Interamericano do Café, que mantivera o preço do produto xo ao longo da Segunda Guerra). Também não é verdade que o Brasil tenha incorrido em dé cits comerciais ao nal dos anos 1940. Ao contrário, houve superávits em todo o período 1945-1949.

(3) Verdadeiro.

As exportações de manufaturados do Brasil não conseguiram resistir à combinação de apreciação real do câmbio e o gradativo retorno dos fornecedores tradicionais ao mercado internacional, após a Guerra.

Esperava-se que a manutenção de uma taxa de câmbio real apreciada ajudasse na contenção dos preços domésticos.

Questão 4

Várias medidas adotadas durante o segundo Governo Vargas (1951-1954) favoreceram o avanço da industrialização na segunda metade da década de 1950. Entre essas incluem-se:

(0) A Instrução no 113 da Sumoc, que autorizou a emissão de licenças para importação de máquinas e equipamentos sem cobertura cambial.

(1) A reforma tributária, que instituiu a cobrança de impostos sobre valor adicionado. (2) A Instrução no 70 da Sumoc, que instituiu o regime de taxas múltiplas de câmbio.

(3) A criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e da Petróleo Brasileiro S. A. (PETROBRAS).

(4) O Plano Salte, que previa investimentos públicos nos setores de saúde, alimentação, transporte e energia.

Resolução:

(0) Falso.

A Instrução no 113 data de janeiro de 1955 – portanto, do Governo Café Filho. (1) Falso.

Dois importantes tributos federais cobrados sobre o valor adicionado, o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – e o ICM – Imposto sobre Circulação de Mercadorias –, foram criados no Governo Castello Branco (1964-1967), com o Paeg. (2) Falso.

Na realidade, a novidade da Instrução no 70 consistiu em instituir os leilões de câmbio. As taxas múltiplas de câmbio (O cial, Livre e Livre Especial) existiam desde os anos 1930.

(3) Verdadeiro. (4) Falso.

O Plano Salte foi lançado no Governo Dutra, vigorou durante o segundo governo Vargas e teve poucos efeitos práticos.

O período entre 1946 e 1964 é considerado como uma das experiências mais ricas de crescimento econômico com democracia da história brasileira. Nesse período:

(0) A política monetária, como a emissão de papel-moeda e a xação da taxa de redesconto, era integralmente formulada e executada pelo Banco do Brasil, já que inexistia Banco Central no país. (1) Eugênio Gudin foi um dos mais ferrenhos críticos do desenvolvimentismo e chegou a ser ministro da

Fazenda.

(2) O crescimento industrial não se restringiu ao setor de bens de consumo não duráveis e as taxas de crescimento da agricultura foram, em média, inferiores às da indústria.

(3) A legislação trabalhista colaborou para a relativa melhoria na distribuição de renda do país, o que pode ser verificado pelo crescimento do Índice de Gini.

(4) As políticas de substituição de importações implementadas implicaram modi cações importantes na estrutura das importações, em especial provocaram a elevação da participação das importações de bens de consumo manufaturados.

Resolução:

(0) Falso.

Na verdade, o Banco do Brasil dividia com a Sumoc (Superintendência da Moeda e do Crédito) o papel de um banco central à época.

(1) Verdadeiro.

Expoente do pensamento liberal no país, Gudin foi Ministro da Fazenda durante cerca de oito meses, no Governo Café Filho.

(2) Verdadeiro.

Assistiu-se, no período, à ampliação, também, da produção doméstica de bens de consumo duráveis, bens de capital e bens intermediários. A agricultura, por sua vez, cresceu a taxas quase sempre inferiores às da indústria.

(3) Falso.

Não existem séries históricas de evolução do Índice de Gini da distribuição de renda para o período anterior a 1970, o que impede uma avaliação precisa da evolução da desigualdade no Brasil à época. De todo modo, a a rmativa é falsa ao associar uma eventual melhora na distribuição de renda ao crescimento do Índice de