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1 (MPE/GO – 2010) A violência contra crianças e adolescentes no Brasil não é uma prática recente. Nas últimas décadas, esse fenômeno tem sido muito dis- cutido, sobretudo após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Entre as várias causas que mantêm essa prática, incluem-se:

a) As características do agressor e da vítima e questões culturais. b) As novas tecnologias da educação e da transmissão de valores.

c) Os avanços dos estudos em psicologia do desenvolvimento e da educação. d) A vida cotidiana e a transmissão de valores feita de pais para filhos.

e) O novo paradigma de vida pautado na Internet e as relações cristalizadas e profundas que ele traz.

COMENTÁRIO

Conforme Francischini e Souza Neto (2007), diversos fatores contribuem para que a prática de violência contra crianças e adolescentes seja observada e mantida no Bra- sil, dentre os quais se destacam:

[...] as relações de poder e de gênero predominantes nas sociedades, as ca- racterísticas do agressor e da vítima, questões culturais, ausência de mecanismos seguros e confiáveis, medo de denunciar, ineficiência dos órgãos de atendimento, certeza de impunidade, dentre outras (Francischi- ni e Souza NETO, 2007, p. 246).

Após leitura do trecho de referência, podemos identificar que a única alternativa que está de acordo com a literatura é a letra A. As demais assertivas não estão condizentes com o comando da questão e não são mencionadas como causas da violência contra crianças e adolescentes, por isso estão incorretas.

GABARITO: A) As características do agressor e da vítima e questões culturais.

2 (TJ/RJ – 2012) A entrevista investigativa possui sua fundamentação teórica baseada em pesquisas empíricas da área

a) da Psicologia Junguiana. b) da Psicologia Cognitiva. c) da Bioética.

d) do Psicodrama.

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COMENTÁRIO

De acordo com Rovinsky e Cruz (2009) a entrevista investigativa possui sua fun- damentação teórica com base em pesquisas empíricas da área da Psicologia Cognitiva, abarcando estudos sobre cognição geral e memória, bem como a dinâmi- ca da comunicação social. A técnica não é de uso exclusivo do profissional psicólogo e é indicada a todos os profissionais que precisem colher informações de interesse, ou não, da justiça como policiais e assistentes sociais, por exemplo.

GABARITO: B) da Psicologia Cognitiva.

3 (TJ/PE – 2012) O psicólogo depara-se com novas modalidades de família no Brasil atual, entre elas, a família monoparental, termo designado para denomi- nar a unidade familiar composta por

a) criança(s) que responde(m) à autoridade de um só elemento adulto. b) mãe, pai e filho do mesmo casamento.

c) indivíduos que possuem somente um parente, além de sua unidade de origem. d) mãe ou pai com seu(s) filho(s).

e) filho único.

COMENTÁRIO

Com base em Moura (2014, p. 52) família monoparental “é aquela em que apenas um dos pais de uma criança arca com as responsabilidades de criar o filho”. Ou seja, unidade familiar composta por uma mãe ou pai solteiro com seu (s) filho (s), letra D. As outras assertivas não condizem com o enunciado, portanto estão incorretas.

A título de conhecimento, vamos revisar algumas tipificações de família, comumente cobradas nos certames:

Famílias nucleares ou tradicionais: casais heterossexuais em casamento formal morando junto com seus filhos biológicos (Moura, 2014).

Famílias recompostas ou reconstituídas: Segundo Moura (2014, p. 52), “define-se pela presença, no lar, de filhos provenientes de uniões anteriores de um ou de outro cônjuge, ou seja, uma pessoa que já tem uma família leva seus filhos, oriundos desta família, para conviverem com a sua nova relação, que pode também já ter filhos”. Famílias homoafetivas/homoparentalidade: casais homoafetivos com a adoção de filhos (Moura, 2014).

4 (TJ/RJ – 2012) Uma conceituação teórica mais recente da relação entre Psico- logia e Direito é chamada de Jurisprudência Terapêutica conforme ensina Mat- thew T. Huss na obra Psicologia Forense (2011). NÃO corresponde ao conceito de Jurisprudência Terapêutica:

a) os psicólogos forenses devem se ater às consequências da lei e do sistema legal quando dão assistência aos tribunais.

b) a lei importa além das leis de uma sala de audiência e pode ter um impacto profundo na prática da psicologia forense.

c) inclui não só o impacto da lei codificada ou da jurisprudência, mas também o processo legal menos formal que pode focar as ações dos juízes ou advogados.

d) a lei nunca tem um impacto fora da rotina da culpa ou inocência de um acusado ou a negligência de um acusado em uma causa civil.

e) possibilita melhorias na administração e aplicação da lei.

COMENTÁRIO

Vamos identificar qual das alternativas NÃO corresponde ao conceito de Jurispru- dência Terapêutica – JT, com base em Huss (2011):

a) os psicólogos forenses devem se ater às consequências da lei e do sistema legal quando dão assistência aos tribunais.

A alternativa corresponde ao conceito de JT, pois de acordo com Huss (2011, p. 33) “Os psicólogos forenses devem estar conscientes das consequências da lei e do siste- ma legal quando dão assistência aos tribunais. A JT será usada como modo de desta- car o impacto da lei na prática da psicologia forense”.

b) a lei importa além das leis de uma sala de audiência e pode ter um impacto profun- do na prática da psicologia forense.

A alternativa corresponde ao conceito de JT, uma vez que segundo Huss (2011, p. 32) “a JT sugere que a lei importa além das leis de uma sala de audiências e pode ter um impacto profundo na prática da psicologia forense e em nossas vidas que vai muito além do que nós rotineiramente imaginamos”.

c) inclui não só o impacto da lei codificada ou da jurisprudência, mas também o pro- cesso legal menos formal que pode focar as ações dos juízes ou advogados.

A alternativa corresponde ao conceito de JT, haja vista que conforme Huss (2011, p. 32) “A jurisprudência terapêutica inclui não só o impacto da lei codificada ou da juris- prudência, mas também o processo legal menos formal que pode focar as ações dos

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d) a lei nunca tem um impacto fora da rotina da culpa ou inocência de um acu- sado ou a negligência de um acusado em uma causa civil. ASSERTIVA NÃO corresponde ao conceito ao conceito de JT.

A alternativa não corresponde ao conceito de JT, pois Huss (2011, p. 32) afirma que “a aplicação da JT não infere que uma ação particular deva ter algo a ver com psicoterapia ou mesmo a psicologia clínica em geral. Isso significa que a lei pode ter um impacto fora da rotina da culpa ou inocência de um acusado ou a negligência de um acusado em uma causa civil”.

e) possibilita melhorias na administração e aplicação da lei.

A alternativa corresponde ao conceito de JT. Huss (2011) menciona que a partir da perspectiva da Jurisprudência Terapêutica, espera-se melhorar a administração e aplicação das leis.

GABARITO: D) a lei nunca tem um impacto fora da rotina da culpa ou inocên- cia de um acusado ou a negligência de um acusado em uma causa civil.

5 (TJ/MG – 2010) Em relação à atuação da equipe interprofissional nas ques- tões relativas à adoção, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90 e alterações posteriores) e com a literatura especializada, assina- le a afirmativa INCORRETA.

a) O estágio de convivência que precede a adoção deve ser acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, pre- ferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da polí- tica de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.

b) Nos casos de adoção em que há a concordância dos titulares do poder familiar, esse consentimento dispensa as orientações ou esclarecimentos que pode- riam receber da equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude.

c) No caso de adoção internacional de adolescente, o adotando deve ser con- sultado, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e a equipe interprofissional deve elaborar parecer sobre a preparação do adolescente para a adoção.

d) A abordagem dos postulantes à adoção pela equipe interprofissional é ponto delicado, pois os técnicos devem estar atentos ao risco de burocratizar o tra- balho ao centralizá- lo em técnicas avaliativas padronizadas, que deixam de lado a atuação preventiva relacionada à orientação e preparação dos adultos para o papel de pais adotivos.

COMENTÁRIO

Atente-se para o enunciado da questão que pede para você assinalar a afirmativa IN- CORRETA sobre a atuação da equipe interprofissional nas questões relativas à ado- ção. Vamos identificá-la com base no ECA (Lei 8.069/90 e alterações posteriores): a) O estágio de convivência que precede a adoção deve ser acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. AFIRMATIVA CORRETA

De acordo com o ECA em seu artigo 46 § 4º “O estágio de convivência será acompa- nhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acer- ca da conveniência do deferimento da medida”. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009). b) Nos casos de adoção em que há a concordância dos titulares do poder fami- liar, esse consentimento dispensa as orientações ou esclarecimentos que pode- riam receber da equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude. AFIRMATIVA INCORRETA

Com base no ECA em seu artigo 166 § 2º “o consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida”. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) c) No caso de adoção internacional de adolescente, o adotando deve ser consultado, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implica- ções da medida, e a equipe interprofissional deve elaborar parecer sobre a preparação do adolescente para a adoção. AFIRMATIVA CORRETA.

Segundo o ECA em seu artigo 51 § 1º “A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequa- dos ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional [...]”

d) A abordagem dos postulantes à adoção pela equipe interprofissional é ponto de- licado, pois os técnicos devem estar atentos ao risco de burocratizar o trabalho ao centralizá- lo em técnicas avaliativas padronizadas, que deixam de lado a atuação

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preventiva relacionada à orientação e preparação dos adultos para o papel de pais adotivos. AFIRMATIVA CORRETA.

Weber (1999, p. 37) comenta que “nos processos de adoção os técnicos são funda- mentais não tanto para selecionar (que é o que fazem a maior parte das agências de adoção), mas para preparar: esclarecer, informar, instruir, educar, conscientizar, desmistificar preconceitos e estereótipos, modificar motivações, desvelar vocações, lapidar desejos... a maior parte das pessoas cadastradas nas agências de Adoção está ansiosa para participar deste espaço de reflexão, mas elas são somente cadastradas,  julgadas, examinadas, esquadrinhadas, investigadas e interpretadas nos deslizes de

seus relatos verbais”.

Destarte, temos a letra B como afirmativa INCORRETA.

GABARITO: B) Nos casos de adoção em que há a concordância dos titulares do poder familiar, esse consentimento dispensa as orientações ou esclare- cimentos que poderiam receber da equipe interprofissional da Justiça da In- fância e da Juventude.

6 (TJ/RS – 2016) O psicólogo que atua em Varas de Família deve trabalhar no paradigma da interdisciplinaridade quando as demandas atendidas no âmbito da Justiça são reconhecidas como complexas e precisam ser conhecidas em suas diversas dimensões (CFP, 2010). A intervenção de uma equipe interprofis- sional implica reconhecer

a) o indivíduo como um sujeito singular, conhecendo o conjunto de suas carac- terísticas pessoais e sociais, a partir da especificidade da atuação de cada profissão.

b) o indivíduo como um ser subjetivo, conhecendo o conjunto de suas caracte- rísticas psicológicas, a partir da especificidade da atuação exclusiva do psi- cólogo.

c) o indivíduo como sujeito social, determinado pelo meio em que vive e, por esse motivo, detentor de uma história jurídica pregressa que deve ser levada prioritariamente em conta.

d) os desejos do sujeito de modo que esse possa definir os critérios a serem utilizados na metodologia da intervenção.

e) a necessidade específica do caso, a partir da apreciação dos operadores do Direito, a fim de se consolidar a primazia da análise jurídica sobre as demais áreas que compõem a equipe.

COMENTÁRIO

Questão referenciada no documento elaborado pelo CFP (2010) “Referências técni- cas para atuação do psicólogo em Varas de Família”. Vamos ler o trecho que contém a resposta correta:

O psicólogo em Vara de Família trabalha no paradigma da interdiscipli- naridade, que pressupõe que as demandas atendidas no âmbito da Justi- ça são complexas e precisam ser conhecidas em suas diversas dimensões. A intervenção de uma equipe interprofissional implica reconhecero indi- víduo como um sujeito singular, conhecendo o conjunto de suas caracte- rísticas pessoais e sociais, a partir da especificidade da atuação de cada profissão (CFP, 2010, p. 23).

As demais alternativas não possuem relação com o comando da questão, por isso estão incorretas.

GABARITO: A) o indivíduo como um sujeito singular, conhecendo o conjunto de suas características pessoais e sociais, a partir da especificidade da atua- ção de cada profissão.

7 (TJ/RJ – 2012) Em relação aos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher criados pela Lei no 11.340/2006, tem-se que a participação do psicólogo está prevista:

a) apenas no momento em que decorre a audiência entre agressor e agredida. b) na equipe de atendimento multidisciplinar.

c) somente quando houver criança e/ou adolescente envolvidos na situação de violência doméstica.

d) nos Conselhos Tutelares.

e) nas Organizações Não Governamentais (ONGs).

COMENTÁRIO

A participação do psicólogo em Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher está implícita no Capítulo V da Lei nº 11.340/2006 – Lei Maria da Penha. Vamos visualizar:

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TÍTULO V

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe deatendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áre- as psicossocial, jurídica e de saúde.

Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsí- dios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, me- diante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofun- dada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissional especia- lizado, mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orça-