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QUADRO 12 PROFESSORAS E PROFESSORES QUE LECIONARAM NAS CADEIRAS ISOLADAS PÚBLICAS EM PRINCESA ENTRE 1931e

número de escolas primárias públicas em Princesa em 1938 de um total de 25 escolas

QUADRO 12 PROFESSORAS E PROFESSORES QUE LECIONARAM NAS CADEIRAS ISOLADAS PÚBLICAS EM PRINCESA ENTRE 1931e

José Nogueira de Carvalho 1932/1935

Josepha Costa 1937

Josefa Costa 1938

Josefa Tavares 1936

Maria Carmelita Pontual 1931/1932

Maria Carmelita Cavalcanti 1937/1938/1939

Maria Carmelita de Carvalho 1932/1936/1937/1938

Maria de Lourdes Bezerra 1933/1937/1938

Maria Dolores Lima 1933/1935/1938

Olindina Barbosa Cruz 1935

Olivina Olga de Carvalho 1935

ano: 1926; caixa nº 17, ano: 1927; caixa nº 24, ano 1926; Jornal “A União”, 1921, 1922, 1923, 1924, 1925, 1926, 1927, 1928, 1929, 1930.

FONTE:Elaboração própria, com base nos documentos avulsos do Arquivo Público do

Estado da Paraíba Waldemar Bispo Duarte e do JORNAL “A UNIÃO”,1931-1939.

A partir de 1935, mesmo com o retorno da antiga oligarquia local, não houve grandes modificações nas cadeiras isoladas mantidas pelo estado. E o que explica a permanência dessas professoras que não foram removidas ou demitidas, como era costume político na época, é o fato de o poder municipal dessa cidade, nesse ano, fazer oposição ao governo do estado. O prefeito da cidade de Princesa eleito para o biênio 1935/1936 era apoiado pela família Pereira, que chega ao poder por eleições e não mais por indicação do Presidente do Estado, como nos anos anteriores.

Durante o período analisado, encontramos quatro exonerações publicadas na imprensa oficial do estado da Paraíba: a da Professora Laura Cavalcanti Lopes

Machado- que abandonou a cadeira elementar do sexo feminino – e, depois

deregistros de chamadas para comparecer à Secretaria Estadual de Instrução Pública, nenhum documento foi encontrado que comprovasse seu retorno à referida cadeira43. No ano seguinte, essa cadeira foi ocupada por outra professora, o que nos levou a acreditar que a anterior fora exonerada; a da Professora Iracema Marques, que lecionava na cadeira rudimentar mista de Tavares, pediu exoneração

e foi desligada do estado em 28 de julho de 1935 (JORNAL “A UNIÃO”, 1935, p. 6);

a da Professora Olivina Olga Carvalho, que foi exonerada da cadeira rudimentar mista de Tavares (JORNAL “A UNIÃO”, 1936, p. 4),e a da professora Maria Carmelita de Carvalho, exonerada em 31 de agosto de 1938 (JORNAL “A UNIÃO”, 1938, p. 3), da cadeira rudimentar mista de Belém, em virtude do abandono de serviço. As exonerações que não aconteciam a pedido, segundo a legislação da época, seguiam critérios como abandono por mais de trinta dias consecutivos sem

justificativa44, entre outros (A UNIÃO. LIVRO DE DECRETO, 1915 a 1917, p.197).

43Arquivo Público do Estado da Paraíba Waldemar Bispo Duarte. Documentos avulsos, caixa nº 12, ano: 1923.

44O art. 157 do decreto 873, de 21 de dezembro de 1917, previa a penalidade de perda da

cadeira para os seguintes casos: “quando o professor, tendo sofrido sucessivamente as penas anteriores, mostrar-se incorrigível pela reprodução de faltas graves; quando tiver sido suspenso três vezes pela mesma infracção; quando abandonar a cadeira por mais de 30 dias, sem motivo justo ou força maior ou se aceitasse exercer empregos incompatíveis com o magistério, exceto os cargos eletivos ou de nomeação do governo” (A UNIÃO, 1917, p. 154).

Instrucção Publica Primaria

De ordem do Sr. director geral interino da instrucção publica, faço scientea professora primaria do sexo feminino da cidade de princesa, d. Laura Cavalcanti Lopes Machado, que se acha fora do exercício de seu cargo por mais de 30 dias, sem motivo justificado, que nos termos da letra C do art. 159 do actual regulamento da instrucção publica primaria se vae proceder a processo disciplinar para applicação a mencionada professor de cadeira de que trata os aludidos dispositivos reguladores.

Fica marcada á referida preceptora o prazo de 30 dias a contar dessa data, para se justificar, perante a mesma directoria pelo seu não comparecimento a citada escola.

Secretaria Geral da Instrucção Publica da Parahyba em 10 de outubro de 1923.

O Secretario

José Eugenio Lins de Albuquerque (JORNAL “ A UNIÃO”, 1923, p.

4).

O abandono das cadeiras isoladas do interior não nos pareceu um fenômeno específico da cidade de Princesa, já que o diretor geral da instrução pública fez um

apelo no Jornal “A União”, de 04 de fevereiro de 1927, aos professores e adjuntos

que foram gozar férias na capital e que ainda não haviam retornado às suas atividades.

Instrucçção Pública – nota

Tendo a Directoria Geral da Instrucção Publica conhecimentos de que alguns professores e adjuntos que vieram gosar as férias nessa capital ainda não seguiram a sede de suas escolas, faz-se sciente de que serão marcadas faltas corridas a partir do 1º dia corrente, a todos que se acharem nesse caso (JORNAL“ A UNIÃO”, 04 DE FEVEREIRO DE 1927, p. 4).

No que diz respeito à exoneração da Professora Maria Carmelita de Carvalho, por abandono, parece-nos um equívoco a acusação de que ela tivesse abandonado o trabalho e por isso foi exonerada, pois, durante o ano de 1938, encontramos algumas petições suas pedindo licença, e o então interventor federal, o Sr. Argemiro de Figueiredo, concedendo. O último pedido de licença datou do dia 5 de julho de 1938 (JORNAL “A UNIÃO”, 1938, p. 8). A referida professora solicitou 60 dias de

licença, que foi concedida. A licença anterior teve validade de 18 de abril a 18 de junho do referido ano (JORNAL “A UNIÃO”, 1938, p. 7). No período em que foi exonerada, estava de licença para tratamento de saúde, que iria até 05 de setembro de 1938 (JORNAL “A UNIÃO”,1938, p. 4), porém sua exoneração foi publicada cinco dias antes de acabar a licença, em 02 de setembro desse ano, por abandono de sua sala de aula (JORNAL “A UNIÃO”, 1938, p. 8). Infelizmente, não podemos afirmar se esse ato foi um equívoco da administração, pois não encontramos documentação que confirmasse tal fato. O que podemos afirmar é que essa professora estava em um longo período de licença, com petições endereçadas ao Presidente do estado e deferidas por ele. Mesmo assim, foi exonerada e acusada de abandonar sua sala de aula.

Expediente do Interventor Federal n a Paraíba Sr. Dr. O Argemiro de Figueiredo Dia 31

[...]

O interventor Federal no Estado da Paraíba resolve, exonerar por abandono do cargo, a professora de classe única, Maria Carmelita Carvalho, regente da cadeira rudimentar mista de Belem do Município de Princesa Isabel.

[...](JORNAL“ A UNIÃO”, 1938, p. 8).

Sobre a exoneração da Professora Olívia Olga Carvalho, em março de 1936, por abandono por mais de 30 dias, não encontramos nenhuma solicitação de licença. Para substituí-la, foi nomeada, nessa mesma data, a normalista diplomada Isaura Gama (JORNAL “A UNIÃO”, 1936, p. 6), que permaneceu menos de um ano lecionando nessa cadeira e foi removida para a cadeira rudimentar de Jaguaribe, na capital, no início do ano de 1937 (JORNAL “A UNIÃO”, 1937, p. 8).

Expediente do Interventor [...]

Do dia 18:

O Governador da Parahyba remove a normalista diplomada Isaura Gama da cadeira rudimentar de Tavares do municipio de Princesa,

para a cadeira rudimentar mista de Jaguaribe, do municipio da capital, devendo apresentar seu titulo á Secretaria do Interior e Justiça e InstrucçãoPublica a fim de ser apostilado (JORNAL “A

UNIÃO”, 1937, p. 8).

A cadeira isolada de Tavares era ocupada por Isaura Gama, que foi nomeada interinamente para o cargo de professora de 1ª entrância, no dia 01de março de 1936 (JORNAL “A UNIÃO”, 1936). Em menos de um ano, precisamente em 18 de fevereiro de 1937, ela foi transferida - a pedido - para outra cadeira de igual

categoria em Jaguaribe, na capital paraibana (JORNAL “A UNIÃO”, 1937).

A mobilidade das professoras era por exoneração ou remoção. Segundo a legislação da época, elas só poderiam ser removidas de uma escola para outra de igual categoria. Encontramos um único caso de uma professora, que foi removida para outra que não da mesma categoria para a qual foi nomeada.

A Professora diplomada, Rosita Augusta Carneiro, foi nomeada, segundo oficio nº 17 de 25 de janeiro de 1925, para a cadeira elementar feminina da cidade de Princesa45. Com o funcionamento do grupo escolar, passou a lecionar, nesse estabelecimento, em 192846. Salientamos que a cadeira isolada elementar que a professora lecionava foi agrupada com o funcionamento do grupo escolar. No período estudado, somente ela migrou das cadeiras isoladas para o grupo escolar, por ser a única diplomada. Não encontramos nenhum pedido seu de remoção ou exoneração. Mas, a partir do final do mês de abril de 1932, a professora não constava mais na relação de funcionários do Grupo Escolar Gama e Melo (LIVRO

DE PONTO DO GRUPO ESCOLAR GAMA E MELO – 1929-1934), o que pode

indicar que foi removida para outra localidade, já que não era natural da cidade de Princesa. Mesmo assim, das professoras diplomadas que lecionaram nesse município, foi a que permaneceu por mais tempo lecionando nessa localidade.

45Arquivo Público do Estado da Paraíba Waldemar Bispo Duarte. Documentos avulsos, caixa nº 15, ANO: 1925.

46 Arquivo Público do Estado da Paraíba Waldemar Bispo Duarte. Documentos avulsos,

Figura 10. Oficio nº 17 do Presidente do estado da Paraíba, com a designação da Professora normalista, Rosita Augusta Carneiro, habilitada em concurso para a cadeira elementar feminina da cidade de Princesa/ PB.

Fonte: Arquivo Público do Estado da Paraíba Bispo Waldemar Duarte. Documentos avulsos, caixa nº 15, ano: 1925.

Constatamos que a expansão da rede de escolarização na década de 1930 foi inferior à década anterior. Para agravar a situação, a cidade de Princesa recebeua menor parceladesses investimentos, em comparação com outras cidades. O estado continuava sendo o principal fornecedor de escolas públicas e, embora o município tenha voltado a ofertar ensino primário, essa ação não foi regular, já que a iniciativa começou e encerrou no governo municipal de José Cardoso, mas não continuou nos governos posteriores.

As escolas públicas estaduais eram mais constantes na oferta, ficavam em lugares estratégicos dos povoados, o que, muitas vezes, isolava as áreas rurais que não eram contempladas pelo estado, e a oferta dos municípios, apesar do crescimento, quepassaram de três, em 1930,para 16 escolas, em 1938, não tinha uma continuidade, o que dificultava a alfabetização da população rural do município.