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Composição da Câmara Municipal de Florianópolis 12ª Legislatura (1993-1996)

CF 1988 7 Qualquer cidadão pode

denunciar irregularidade à Câmara e ao Tribunal de

Contas

Art 63 - (...)

§ 10º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato de classe é parte legítima para denunciar irregularidade ou ilegalidade

perante à Câmara Municipal e o Tribunal de Contas do Estado.

Art. 62,

§2 Art. 74, §2.

8 Qualquer cidadão pode requerer a declaração de nulidade ou anulação de ato que considere lesivo ao

Município

Art. 149 - Todo e qualquer cidadão é parte legítima para pleitear a declaração de nulidade ou anulação de ato lesivo ao patrimônio

municipal Art.5º, inciso LXXIII 9 Os livros abertos a consultas de qualquer cidadão

Art. 22 - O Município terá os livros que forem necessários aos seus serviços e, obrigatoriamente, os de: (...)

§3º - Os livros, fichas ou outros sistemas estarão abertos a consultas de qualquer cidadão, bastando, para tanto apresentar requerimento. 10 Qualquer cidadão pode

solicitar certidão sobre documentos do Município

Art. 24 - A Prefeitura e a Câmara Municipal são obrigadas a fornecer a qualquer cidadão e gratuitamente, aos reconhecidamente pobres, no prazo máximo de 15 dias, informações, certidões, contratos e decisões

sobre assuntos referentes ao Município, sob pena de responsabilidade da autoridade que negar ou retardar sua expedição.

Parágrafo Único - As certidões relativas ao exercício do cargo de Prefeito serão fornecidas pela Câmara Municipal, através de sua

Presidência. Art. 16, parágrafo 2º Art. 5º, inciso XXXIII, XXXIV, letras "a" e "b"

Assunto Lei Orgânica do Município de Florianópolis de 1990 CE SC - 1989 CF - 1988 11 Participação popular na elaboração e implementação de planos e projetos urbanos

Art. 100 - A política municipal de desenvolvimento urbano atenderá ao pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e ao bem-estar

de seus habitantes, na forma da lei.

Art. 101 - No estabelecimento de norma e diretrizes relativas ao desenvolvimento urbano, o Município assegurará os seguintes

princípios: (...)

III - participação de entidades técnicas, comunitária e representativa de classe, na elaboração e implementação de planos, programas e projetos,

e no encaminhamento de solução para os problemas urbanos.

Art. 140 e art. 141, inciso III. Art. 182 e art. 183 12 Participação de representantes dos setores

interessados na definição da política social e econômica do município

Art. 116 - A definição das políticas, o planejamento, a execução e o controle das ações públicas municipais no campo social e econômico, respeitarão o princípio democrático, assegurada, em todas as fases, nos

termos da lei, a participação de representantes dos setores interessados.

13 Participação na Política

Cultural do Município Art. 124 - As ações governamentais na área da cultura, obedecerão aos seguintes princípios: (...) Parágrafo Único - A definição da política municipal de cultura contará com a participação de categorias envolvidas com a produção cultural.

Art.215 e 216 e seus parágrafos e

Assunto Lei Orgânica do Município de Florianópolis de 1990 CE SC - 1989 CF - 1988 14 Participação da população na defesa do meio ambiente

Art. 134 - Incumbe ao Poder Público Municipal: (...) VIII - garantir o amplo acesso dos interessados à informações sobre

fontes e causas da poluição e da degradação ambiental. IX - Informar sistematicamente a população sobre os níveis de

poluição. (...)

XI - buscar a integração das universidades, centros de pesquisa, associações civis, organizações sindicais nos esforços de garantir e aprimorar o controle da poluição, inclusive no ambiente de trabalho.

Art. 182,

VIII Art. 225

15 Participação de entidades beneficentes e comunitárias nos serviços municipais de assistência

social

Art. 140 - As ações e serviços municipais de assistência social serão realizadas diretamente pelo poder público e com a colaboração de

entidades beneficentes e comunitárias.

Art. 157, parágrafo único, inciso II Art. 194, parágrafo único, inciso VII 16 Participação popular na

escolha do local do futuro aterro sanitário do

Município

Art. 148 - O Município terá área reservada para "Aterro Sanitário" e/ou "Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos".

§ 1º - O local será escolhido através de consulta plebiscitária, com base em áreas previamente definidas por comissão técnica. § 2º - Lei ordinária definirá a realização de plebiscito, como também da

formação de comissão técnica. Fonte: tabela elaborada pelo autor, com base nas normas listadas (grifos nossos)

Estes princípios e normas inseridos na Lei Orgânica indicaram uma nova trajetória legal e institucional, a ser seguida pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo do município de Florianópolis, em direção a uma relação mais democrática com a população113. A fiscalização pelo cumprimento destas normas foi feita pelo Mistério Público, que após a Constituição Federal (BRASIL, 1988) teve as prerrogativas e atribuições amplias, resultando em importante atuação a partir da década de 1990 (ALEXANDRE 2003), inclusive em temas relacionados ao planejamento urbano114.

O novo ordenamento jurídico-constitucional apontou também para alterações na natureza dos conselhos municipais, que de “conselhos de notáveis”, segundo Gohn (2002, p. 22), que serviam de assessoramento não deliberativo para o poder público, passaram a se tornar, por exigência constitucional (BRASIL, 1988) conselhos gestores de políticas públicas:

Nos anos 90, a grande novidade foram os conselhos gestores, de caráter interinstitucional. Eles têm o papel de serem instrumentos 113 Em 1991 e 1992, dois Projetos de Lei foram propostos na Câmara Municipal de Florianópolis com o objetivo de democratizar o processo de planejamento urbano: o Projeto de Lei 4755/91 (FLORIANÓPOLIS – SC, 1991) do vereador João Ghizoni, do PCdoB, propondo a participação popular na elaboração de projetos que interferissem no meio ambiente e/ou em projetos turísticos, mas foi arquivado em 20 de agosto de 1991. A outra proposta foi o Projeto de Lei 5181/92 (FLORIANÓPOLIS – SC, 1992) da vereadora Clair Castilhos, do PSDB, propondo a participação da comunidade no processo de planejamento das Unidades Espaciais de Planejamento – UEP, mas foi arquivado em 01 de janeiro de 1993.

114 A partir da Constituição Federal (BRASIL, 1988), o Ministério Público - MP, tanto federal como estadual, passou a ser dotado de autonomia funcional e administrativa e teve ampliado suas prerrogativas e atribuições. Estas mudanças resultaram na iniciativa de muitas ações judiciais, principalmente a partir da década de 1990, muitas delas com objetivo, dentre outros, de buscar o cumprimento da legislação ambiental, de proteção do patrimônio público e social, da moralidade pública e outros interesses difusos e coletivos. O MP passou a ser um novo e importante ator nos conflitos sociais relacionados à questão urbana e ao planejamento urbano (CÂMARA... A Notícia, 1995), inclusive, muitas das ações judiciais promovidas pelo MP passaram a ser originárias de denúncias dos movimentos sociais.

mediadores na relação sociedade/Estado e estão inscritos na Constituição de 1988 e em outras leis de país. Sabemos que essa Constituição adotou como princípio geral a cidadania e previu instrumentos concretos para seu exercício, via a democracia participativa. Leis orgânicas específicas passaram a regulamentar o direito constitucional à participação por meio de conselhos deliberativos, de composição paritária entre representantes do poder executivo e de instituições da sociedade civil. Desde então um número crescente de estruturas colegiadas passou a ser exigência constitucional em diversos níveis da administração pública (federal, estadual e municipal). Muitas já foram criadas, a exemplo dos conselhos circunscritos às ações e aos serviços públicos (saúde, educação e cultura) e aos interesses gerais da comunidade (meio ambiente, defesa do consumidor, patrimônio histórico- cultural), assim como aos interesses de grupos e camadas sociais específicas como, crianças e adolescentes, idosos, mulheres etc. (GOHN, 2002)

Em Florianópolis ocorreu um aumento da criação de conselhos municipais como conselhos gestores de políticas públicas. Nos Gráficos 8 e 9 podemos observar o aumento da criação de conselhos municipais em Florianópolis a partir de 1987 (ver Anexos XI e XII, desta dissertação), ano em que estava em andamento a Assembleia Nacional Constituinte. Segundo Gohn (2002) a discussão sobre a finalidade dos conselhos tem sido vista de diferentes formas. Pelos setores liberais é vista como conselho de assessoria e pela esquerda é visto como forma de democratização das relações de poder:

O debate sobre os conselhos como instrumento de exercício da democracia esteve presente entre setores liberais e da esquerda (em seus diferentes matizes). A diferença é que eles são pensados como instrumentos ou mecanismos de colaboração, pelos liberais; e como vias ou possibilidades de mudanças sociais no sentido de democratização das relações de poder, pela esquerda. (GOHN, 2002)

Gráfico 8: Conselhos Municipais de Florianópolis (1950 a 2013)

Gráfico 9: Conselhos Municipais criados entre 1964 a 2013

Fonte: elaborado pelo autor, com base nas leis municipais

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Conselhos Municipais criados em Florianópolis