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Há quantos anos você está filiado(a) ao PT? anos Fonte: Questionário do survey construído pelo autor (2014).

PARTE III ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DE ALTA INTENSIDADE E DO MILITANTISMO ENTRE OS FILIADOS

CAPÍTULO 5 OS DETERMINANTES DA PARTICIPAÇÃO DE ALTA INTENSIDADE

4. Há quantos anos você está filiado(a) ao PT? anos Fonte: Questionário do survey construído pelo autor (2014).

Assim foi possível identificar o ano de entrada no PT, e, considerando que o ano-base do survey foi 2014, classificar aqueles que se filiaram nos últimos 12 anos como novos filiados e 13 anos ou mais como os velhos filiados. Do ponto de vista da codificação dessa variável, ela passou a ser binarizada com (0) novo filiado e (1) velho filiado39.

que corresponde aos filiados cuja aquela somatória se localiza no intervalo de 21 a 24 pontos.

39 Observando a literatura sobre a evolução histórico-organizativa do PT (P.

RIBEIRO, 2008; AMARAL, 2010), inicialmente foram testados três períodos de filiação: velhos filiados (1980 até 1995); intermediários (1995 até 2002); e novos filiados (2003 em diante). Porém, percebeu-se que estatisticamente a faixa intermediária que entrou no partido durante a chamada “Era Zé Dirceu”

As expectativas sobre o comportamento da variável já foram expostas acima na hipótese principal, ou seja, que o tempo de filiação apresente-se com uma preditora importante e tenha influência positiva em relação à intensidade de participação. Desse modo, quanto maior o tempo de filiação, espera-se que seja maior a intensidade de participação do filiado.

Idade

Da mesma forma que a anterior, a variável de idade foi apresentada no survey também como uma pergunta aberta indicando o tempo de vida de cada indivíduo, conforme quadro abaixo:

Quadro 5 - Pergunta sobre a idade dos filiados 3.Qual a sua idade? __________ anos

Fonte: Questionário do survey construído pelo autor (2014).

Assim, esta variável foi operacionalizada de duas formas distintas, ambas baseadas em critérios geracionais para o coorte de juventude e intervalos de 15 anos entre uma faixa etária e outra, o que resultou em uma modalidade com quatro faixas etárias e outra com apenas três faixas de idade.

Mannheim (1928) já problematizava as divisões geracionais simplesmente pelo critério cronológico ou biológico, separados do contexto socioeconômicos e de conexões culturais próprias que constituem um mesmo sentido de vida para grupos específicos. Na primeira modalidade de idade considerou-se o critério legal de coorte geracional da juventude brasileira expressa no Estatuto da Juventude (Lei número 12.852 de 5 de agosto de 2013), que corresponde a faixa etária de 16 a 29 anos (no caso dos filiados do PT os filiados passaram a ser considerados apenas a partir de 18 anos). A partir da definição da primeira geração, “é recorrente nos estudos sobre o tema que o intervalo entre uma geração e outra corresponda a quinze anos” (CASTILLO, 2008 Apud OKADO & E. RIBEIRO, 2014, p.9), assim, a primeira modalidade resultou num recorte de quatro faixas etárias: (1) até 29 anos; (2) 30 a 44 anos; (3) 45 a 59 anos; e (4) mais de 60 anos.

Em relação a segunda modalidade buscou-se um critério que correspondesse ao desenvolvimento do ciclo de vida dos petistas, daí que considerou o coorte da primeira faixa até 34 anos, ou seja, dos

(período em que ocorreram mudanças organizativas significativas no PT) não apresentava diferenças em relação aos velhos filiados e, então, optou-se por mantê-la como um único grupo e binarizar a variável.

filiados nascidos a partir de 1980 (ano de fundação do PT), com isso, mantendo o padrão médio de divisão de faixas etárias de 15 anos cada resultou em três faixas etárias: baixa idade entre 18 a 34 anos; média idade de 35 até 49 anos; e alta idade com mais de 50 anos.

Apesar da variável de idade ser considerada um recurso individual que pode potencializar a participação, e, ainda que haja interpretações teóricas divergentes sobre seu papel, seja na teoria do ciclo de vida, seja na teoria do voluntarismo cívico, para os propósitos desta tese é de se esperar que a idade apresente efeito negativo sobre a IP, porém, este efeito não deve ser linear, especialmente quando articulada ao tempo de filiação. Um exemplo são os novos filiados e com maior idade, que se filiaram ao PT num momento em que a matriz organizacional do partido é mais inclusiva e menos dependente do envolvimento político dos filiados (AMARAL, 2013).

Considerando que os novos filiados foram socializados politicamente em outros espaços com lógicas de militância e de engajamento distintas do PT, a tendência é que eles transfiram suas práticas para o partido. Além do mais, entende-se que os novos filiados já não são portadores de uma “identidade petista”, numa lógica de retribuição simbólica, mas seu vínculo e atuação se expressam através da ênfase em outras lógicas retributivas, como a vitória eleitoral, a carreira política, os cargos e os benefícios materiais.

Eficácia política subjetiva (EPS)

No caso do sentimento de eficácia subjetiva, trata-se de uma variável tributária tanto da cultura cívica (ALMOND & VERBA, 1989 [1963]), quanto do voluntarismo cívico. Acredita-se que aqueles que se percebem como relevantes em termos políticos tenderiam a manifestar maior propensão à militância partidária. Em Whiteley e Seyd (2002) a eficácia política40 é um indicador psicológico de engajamento que

mensura a predisposição individual de participação com base na percepção dos efeitos da sua atuação no campo político, ou seja, quanto mais o indivíduo percebe a sua capacidade de influência política, maior o seu engajamento.

40 As duas perguntas que compõem a variável de eficácia política em Whiteley

e Seyd (2002) são: Pessoas como eu podem ter uma influência real sobre a política se estiverem preparadas para se envolver? Quando os membros do partido trabalharem juntos eles podem realmente mudar a Grã-Bretanha?

Para a operacionalização da variável, utilizou-se a pergunta que questionava de forma mais direta a percepção dos indivíduos sobre os efeitos da sua participação na política em geral, conforme figura abaixo: Quadro 6 - Pergunta utilizada no survey sobre Eficácia Política Subjetiva