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O que já foi feito em termos de Responsabilidade Social Corporativa

Capítulo 3 Metodologia

3.4.2 O que já foi feito em termos de Responsabilidade Social Corporativa

Tabela 3 – Evolução do Rock In Rio em RSC;

Fonte: Rock In Rio (2019) Formação Interna em Produção e Engenharia. (p.4)

O Rock In Rio sempre investiu em projetos para o desenvolvimento social e ambiental, o projeto “Por Um Mundo Melhor” é o principal deles. Na edição de 2001 arrecadaram recursos para a construção de 70 salas de aula em comunidades do Rio de Janeiro, o que resultou em 3.200 jovens formados e 28 projetos financiados através da UNESCO (Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura); em 2004 concretizaram a construção do centro de saúde no Maranhão, Brasil; uma escola na Tanzânia; 28 projetos em 43 países através da Plan Internacional (Rock In Rio, 2016). Em 2006, para diminuir a emissão de CO2 na atmosfera, o Rock In Rio criou um projeto chamado compensação de Carbono Zero, que tem como principal objetivo nivelar a emissão de gases poluentes gerados pela construção e funcionamento da cidade do rock, através do deslocamento de bandas, públicos e mercadorias; da energia gasta na produção do evento que vai do consumo de energia para o tratamento de resíduos gerados durante o festival até à montagem e desmontagem da cidade.

Já em 2008 implementaram, pela primeira vez, o Manual de Boas Práticas para a Redução da Pegada Carbônica. Na edição de 2012, o festival criou o programa “Vá ao Rock In Rio de bicicleta” que tinha como finalidade diminuir a emissão de CO2 gerado pelos transportes públicos e fazer com que as pessoas fossem à cidade do rock de bicicleta, ou melhor, trocar um transporte poluente, por um meio alternativo que não faça mal ao meio ambiente; o programa também encorajou o público a deixar o carro

EVENTO DE QUALIDADE CAUSAS SOCIAIS CRITÉRIOS AMBIENTAIS SUSTENTABIIDADE

em casa.

Na edição de 2010 em Portugal, o Manual de Boas Práticas evoluiu para um Plano de Sustentabilidade que integra questões sociais e económicas em toda a estratégia do festival, ou seja, o objetivo do plano é tornar a cidade do rock mais sustentável e assim melhorar todos os setores do festival com uma forma responsável de utilização da água e energia, em stands, palcos e outros espaços; reciclagem e reaproveitamento dos resíduos; mobilidade e acessibilidade; comunicação; merchandising e brindes.

Em 2013, o Festival conquistou a certificação ISO 20121 - Eventos Sustentáveis, a norma tem como objetivo a melhoria contínua que exige uma manutenção da certificação a cada nova edição do Rock in Rio, independentemente da cidade onde o festival se realiza (Rock In Rio, 2016). Em 2014, o festival torna-se o primeiro evento em Portugal com a certificação em sustentabilidade, torna-se também estudo de caso nacional para a EE Music28 devido às boas práticas de eficiência energética e

sustentabilidade aproximando-se assim aos exemplos de festivais músicas sustentáveis como Glastonbury, the Melt! Festival e Wembley Stadium que também estão integrados no projeto da EE Music.

Vale ressaltar que para a manutenção da certificação ISO 20121 - Eventos Sustentáveis, o festival conta com auditorias externa e interna realizadas pelas empresas APCER e PwC (Pricewatercooperhouse) Portugal que acabam por auditar os processos de gestão de resíduos, quantificação da pegada carbónica, relatório de sustentabilidade e o prémio Rock in Rio Atitude Sustentável (Rock In Rio, 2014) com o intuito de garantir a qualidade de cada um dos processos.

A partir de 2015, todos os processos voltados para a sustentabilidade começam a ser documentados. Já o ano de 2016 é marcado pelo início do projeto de restauração da Amazónia, o Amazónia Live, e pela primeira vez na história do festival, o Rock In Rio consegue reciclar e valorizar todos os seus resíduos (Por Um Mundo Melhor, 2019). O Amazónia Live, sob o slogan “Mais que Árvores, Vamos Plantar Esperança”, é considerado um movimento global com foco na restauração florestal da Amazónia. Durante a realização do Rock in Rio Lisboa, em maio de 2016, foram vendidas ao público pulseiras por um euro com valor revertido para a doação de uma árvore para a floresta amazónica. A edição do festival também terminou com um leilão de guitarras autografadas por artistas como Bruce Springsteen, Bryan Adams, Ivete Sangalo, Queen

28 EE Music: é uma rede de entidades que visa promover a sustentabilidade de eventos de música em toda a Europa.

e Adam Lambert e Kaiser Chiefs, arrecadando o valor equivalente ao plantio de 40.000 árvores (Por Um Mundo Melhor, 2019).

De abril a novembro de 2016, o Rock In Rio juntamente com a Conservação Internacional, Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) e Ministério do Meio Ambiente do Brasil iniciaram o plantio do primeiro milhão de árvores na região da Bacia Xingu Araguaia. Para o plantio das árvores, foi utilizado um mix de sementes locais chamado de muvuca, técnica escolhida e aprimorada pelo Instituto Socioambiental (ISA) para reproduzir o processo natural da floresta. A técnica utiliza semeadura direta e a experiência de plantadores de árvores do Xingu-Araguaia prova que plantar as sementes diretamente no chão, no seu local definitivo, é o melhor método para a maioria dos tipos de árvores.

Já com os incêndios que ocorreram no ano de 2017 em Portugal, o festival se sensibilizou através de uma campanha pela importância das florestas do país. O Rock In Rio Lisboa em parceria com a Liga para a Proteção da Natureza, ONG responsável por toda a gestão das verbas, criou um projeto integrado não só de reflorestação mas também de criação de condições para a recuperação de espécies animais, com o objetivo de recuperar o ecossistema, através de leilões, de venda de pulseiras; uma canção criada por Agir, Carolina Deslandes e Diogo Piçarra foi comercializada e as verbas investidas no projeto de restauração florestal (Por Um Mundo Melhor, 2019).

Em resumo, o festival só em Portugal construiu 14 salas sensoriais que apoiam milhares de jovens com deficiências visuais e cognitivas; 760 painéis solares em escolas; 304.435 árvores plantadas em projetos de reflorestação em áreas incendiadas. “O Rock In Rio já reciclou mais de 470 toneladas de papel, o que é equivalente a uma economia de 1.175.000 litros de petróleo, 12.455.000 litros de água, 7.990 árvores (equivalente a 4 campos de futebol)” (Por Um Mundo Melhor, 2019). O desafio para o ano de 2019 é desenvolver os objetivos de desenvolvimento sustentáveis no seu plano de sustentabilidade, o ODS29 representam as prioridades globais para a Agenda 2030 assinada por mais de 190 países, incluindo Brasil e Portugal.