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3 Revisão Sistemática

3.3.4 Que tipo de material é produzido nas aulas? (QP4)

A maioria dos trabalhos produziam artefatos em sala de aula por lidarem com criação de projetos da disciplina. A Tabela 8 apresenta os trabalhos e seus respectivos artefatos.

Basicamente os documentos estavam relacionados ao sistema com requisitos, diagramas UML e casos de uso, relatórios técnicos para acompanhamento do projeto, relatórios referente a implementação do sistema e documento de design do sistema. O trabalho de Grbac, Car e Vukovi¢ (2015) diferenciou-se dos demais por tratar da padronização exigida pela IEEE, Committee e Board (1998) e Electrical e Engineers (1987), em suas documentações.

Tabela 8: Artefatos gerados ou usados na disciplina

ID Artigo Descrição

05 (MARSICANO et al., 2016) Relatórios técnicos

06 (DOLOG; THOMSEN; THOMSEN,

2016) Documentação de Sistemas

09 (SOWMYA; HIRIYANNAIAH; SRINI-

VASA, 2015) Documentação de Sistemas

10 (SEDELMAIER; LANDES, 2015) Relatório de Implementação

11 (GRBAC; CAR; VUKOVI‚, 2015) Documentação SRS (especicação) e SDD

(design do software) além de diagramas UML

12 (SCEPANOVIC; BEUS-DUKIC,

2015) Relatório de Análise de Requisitos, Modela-gem de Casos de Uso e do Projeto

15 (NAKAMURA; KAI; TACHIKAWA,

2014) Documentação de Sistemas

18 (ZOWGHI; PARYANI, 2003) Documentação de Sistemas

3.4 Discussão

Os artigos nos demonstraram um conjunto de elementos referentes ao ensino de En- genharia de Requisitos. Considerando o caráter de maturidade que a disciplina exige, foi percebido que a disciplina se encontra em semestres variados. Em alguns estudos em se- mestre mais iniciais como o terceiro, e em outros mais avançados como o sexto semestre. A disciplina exige do aluno conhecimentos, cognitivos e não técnicos, que vão além de implementação. Por exemplo, habilidades de percepção do aluno compreender se o que o cliente descreve é realmente aquilo que ele precisa, além de habilidades de comunica- ção para conseguir envolvê-lo na etapa de elicitação. Essas entre outras são habilidades importantes para a disciplina e que quando ela é colocada de maneira muito inicial no curso pode acabar sendo prejudicada pela imaturidade do aluno. Em casos como esse, ca evidente que a disciplina seja dada de forma interdisciplinar para ajudar o aluno a aplicar os conceitos da disciplina que costumam ser muito abstratos inicialmente.

complexidade e o tempo disposto para a disciplina, em muitos casos os docentes terão que optar por focar apenas em alguns pontos. Vimos nos trabalhos que os tópicos ensinados são diversos, uns focam em algumas técnicas, enquanto outros tentam passar uma visão geral do processo. O conteúdo pode variar de acordo com o foco da disciplina, se é voltada para a indústria ou se foi planejado de acordo com a percepção do docente na academia. De uma maneira geral, os estudos nos mostraram alguns focos bem especícos como modelos de maturidade, habilidades e ferramentas de mercado.

Existe uma preocupação nas pesquisas para tentar identicar a maneira mais prática e que consiga motivar os alunos a aprender sobre requisitos. O docente deve se sentir con- ante e motivado a implementá-las e não conar somente na aplicação das metodologias e técnicas. Vimos que muitos trabalhos usam projetos, porém aplicados de diversas manei- ras a depender dos docentes. Enquanto uns docentes envolviam pessoas externas, outros envolviam docentes externos à disciplina e ainda houve casos onde o envolvimento era dos alunos entre sí. O resultado visto nos trabalhos foi satisfatório em todas as abordagens utilizadas. Em abordagens orientadas a competências há uma forte ênfase em habilidades não técnicas e reete na melhora da consciência dos alunos frente aos problemas e na promoção das competências para lidar com tais situações. Os exercícios ainda se mostram bastante ecazes quando atrelados a projetos e aulas expositivas. Vimos nos trabalho que os alunos cavam motivados por conseguir atrelar teoria à prática. Os jogos sempre foram bem vistos por alunos e auxiliam muito no processo de aprendizagem por dinamizar o conteúdo.

A disciplina traz muitos conceitos que não podem ser ensinados de maneira isolada, vimos isso nos trabalhos. Usar da interdisciplinaridade na disciplina acaba fortalecendo-a e melhorando o ensino uma vez que os alunos conseguem enxergar melhor sua aplicabilidade a medida em que avançam no curso e realizam os projeto. A metodologia da aprendizagem baseada em problemas mostra-se ecaz mas, como visto nos artigos, existe a diculdade em conseguir trazer problemas diversicados e bem elaborados para sala de aula. Muitos autores demonstram certa diculdade em conseguir determinar esses problemas em níveis aceitáveis para aprendizagem. Um outro fator é que esses problemas devem envolver outras disciplinas para obter um nível de abstração recomendado e não estar restrito a apenas uma disciplina. Vemos aqui mais uma vez a necessidade da interdisciplinaridade.

O uso de aprendizagem indutiva e construtiva se mostrou ecaz nos trabalhos porque consegue deixar o aluno consciente do conteúdo e das técnicas. O fato de montar o ensino de trás para frente parece surtir um bom efeito porque estimula o aluno a pensar melhor.

Em alguns casos o uso de projetos se mostra bastante satisfatório e estava sempre associ- ado a aulas expositivas. Nesses trabalhos os alunos conseguiam altos níveis de abstração de raciocínio e havia uma maior motivação em estar na disciplina. Ainda nos projetos, poderia haver casos de grupos estruturados onde os alunos mudavam de equipe e se via frente a novas situações. Nos estudos online há uma dinâmica por detrás dessa metodolo- gia. O projeto criado era feito virtualmente e a comunicação do grupo via chat auxiliava na avaliação. Na disciplina os docentes costumam planejar trabalhos e deixar os alunos livres para realizá-los, sendo assim eles não têm um conhecimento do que realmente está acontecendo por detrás de tudo. Com o uso de chat o docente consegue analisar a com- preensão do aluno no projeto, o que os alunos não entendem, proposta de alternativas, argumentos para defender suas ideias além da própria elaboração dos requisitos.

Assim, todas as metodologias podem se complementar de forma satisfatórias, porém sua aplicação depende de muitos fatores como tempo para aula, motivação dos alunos e docentes. Independente de qual usar é possível trabalhar a documentação que é o principal artefato gerado. É importante que os alunos saiam sabendo documentar de forma clara e isso pode ser alcançado através do ensino e de atividades mais dinâmicas.