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1. (FGV – AL/RO 2018)

João, servidor público ocupante de cargo efetivo no Poder Executivo do Estado de Rondônia, requereu sua aposentadoria, por entender que preencheu os requisitos legais para tal.

Em matéria de controle da Administração Pública e com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal, o ato de concessão inicial de aposentadoria de João deve

a) passar pelo crivo do próprio Poder Executivo, em sede de controle interno, não tendo os Poderes Judiciário e Legislativo qualquer interferência na matéria, pelo princípio da separação dos poderes.

b) passar pelo indispensável crivo do Poder Judiciário, em sede de controle externo, para análise da legalidade e juridicidade do ato, mediante indispensável e prévio contraditório e ampla defesa.

c) ter sua legalidade e juridicidade apreciadas pelo Tribunal de Contas estadual, mediante indispensável e prévio contraditório e ampla defesa.

d) ter sua legalidade apreciada pelo Tribunal de Contas estadual, órgão auxiliar do Poder Legislativo, sem necessidade de prévio contraditório e ampla defesa.

e) passar pelo indispensável e formal crivo dos Poderes Judiciário e Legislativo, em sede de controle externo, para fins de registro, com análise da legalidade do ato.

Comentário: A questão exigiu do candidato conhecimentos sobre a Súmula Vinculante nº 3. Vejamos o seu teor:

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Ademais, por não haver dispositivo que regule o prazo que o TCU terá que apreciar a legalidade do ato de concessão de aposentadoria, o STF, considerando o princípio da boa-fé e da segurança jurídica, entendeu que o TCU terá um prazo de 5 anos para efetuar essa apreciação de legalidade sem conceder o contraditório e ampla defesa, sendo tal prazo contado a partir da chegada do processo à Corte de Contas. Se isso ocorrer após os 5 anos, o TCU estará obrigado a conceder o contraditório e ampla defesa, caso o tribunal declare ilegalidade do ato.

Assim, o ato de aposentadoria deve ter sua legalidade apreciada pelo Tribunal de Contas respectivo, sem necessidade de prévio contraditório e ampla defesa, exceto se o Tribunal de Contas apreciar essa legalidade após decorridos 5 anos, contados da chegada do processo ao Tribunal.

Gabarito: alternativa “d”

2. (FGV– TJ/SC 2018)

Em matéria de controle da Administração Pública, de acordo com o ordenamento jurídico e a doutrina de Direito Administrativo, o Poder Judiciário:

a) não se submete a controle por parte do Poder Executivo, em razão do princípio da soberania das decisões judiciais;

b) não se submete a controle por parte dos Poderes Legislativo e Executivo, em razão do princípio da separação dos Poderes;

c) não se submete a controle por parte do Poder Legislativo, que desempenha apenas atividade de elaboração de leis;

d) se submete a controle por parte dos Poderes Executivo e Legislativo, em razão do sistema de freios e contrapesos;

e) se submete a controle contábil, financeiro e orçamentário, por parte do Poder Executivo, por meio do Tribunal de Contas.

Comentário: Vamos comentar cada alternativa, buscando pela correta.

a) ERRADA. O Poder Judiciário se submete sim ao controle do Poder Executivo. Podemos dar como exemplo quando o Presidente da República indica nomes de pessoas para ocuparem cargos de Ministros e Desembargadores nos Tribunais Superiores.

b) ERRADA. Conforme já mencionado, o Poder Judiciário se submete sim ao controle dos Poderes Legislativo e Executivo. O Poder Legislativo é o titular do controle externo sobre a Administração Pública, controle que também se estende ao Poder Judiciário quando exerce funções administrativas.

c) ERRADA. Vide comentário à alternativa B.

d) CORRETA. A Constituição Federal de 1988 adota um sistema de freios e contrapesos entre os Poderes do Estado, no qual os Poderes se controlam mutuamente, com o objetivo de evitar abusos de poder.

e) ERRADA. Conforme o arts. 70 e 71 da Constituição Federal, o controle contábil, financeiro e orçamentário é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Assim, o correto seria Poder Legislativo, e não Poder Executivo.

Gabarito: alternativa “d”

3. (FGV– TJ/SC 2018)

O Governador do Estado de Santa Catarina determinou à Secretaria Estadual de Cultura que, no âmbito de sua competência, fomentasse ações tendentes à valorização do patrimônio imaterial cultural da região.

Inconformado com a política pública adotada e a situação de precariedade na saúde pública estadual, o cidadão João propôs ação popular requerendo ao Judiciário que transfira toda a verba pública que seria utilizada naquele ano na área de cultura para os hospitais estaduais, inclusive anulando todos os empenhos já realizados.

No caso em tela, em regra, ao Poder Judiciário Estadual:

a) não cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo apenas aferir a legalidade dos atos administrativos praticados e não revogá-los por motivo de oportunidade ou conveniência;

b) não cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo apenas valorar a discricionariedade dos atos administrativos praticados e revogá-los por motivo de oportunidade ou conveniência;

c) cabe se imiscuir no mérito administrativo, devendo anular os atos administrativos que se revelem ilegais, inoportunos ou inconvenientes, diante das provas produzidas no curso da instrução processual;

d) cabe se imiscuir na legalidade de cada ato administrativo, devendo revogar aqueles que se revelem inoportunos ou inconvenientes, diante das provas produzidas no curso da instrução processual;

e) cabe se imiscuir na legalidade e mérito de cada ato administrativo, devendo anular aqueles que se revelem ilegais, inoportunos ou inconvenientes, diante das provas produzidas no curso da instrução processual.

Comentário:

Inicialmente, cabe ressaltar que o controle judicial é realizado pelo Poder Judiciário, mediante provocação de qualquer interessado que esteja sofrendo lesão ou ameaça de lesão em virtude de conduta ou omissão administrativa que o atinja direta ou indiretamente. Nestes casos, o controle será exercido somente no que tange aos aspectos de legalidade dos atos administrativos, ainda que se trate de ato praticado no exercício da competência discricionária, haja vista a impossibilidade de substituição do mérito administrativo pela opção do julgador.

Assim, analisando o caso narrado na questão, o cidadão que propôs a ação popular não concorda com o mérito das políticas públicas adotadas pelo Estado, e deseja que o Judiciário resolva a questão, determinando que os recursos sejam destinados para as ações que o cidadão entende serem mais prioritárias. Entretanto, conforme explicado acima, o Poder Judiciário não realiza controle de mérito dos atos administrativos, mas apenas de legalidade, motivo pelo qual o gabarito é letra A.

Gabarito: alternativa “a”

4. (FGV – MPE/AL 2018)

João, tão logo tomou posse no cargo de Prefeito Municipal, foi informado pelo seu principal assessor que os atos da sua administração estariam sujeitos ao controle político e financeiro do Poder Legislativo.

Sobre a referida informação, considerando a ordem jurídica brasileira, assinale a afirmativa correta.

a) Está parcialmente certa, pois o Legislativo exerce o controle político e, o Tribunal de Contas, o financeiro.

b) Está errada, pois não existe controle político e o controle financeiro é exercido pelo Tribunal de Contas.

c) Está errada, pois a separação dos poderes impede que qualquer Poder controle os atos do Executivo.

d) Está certa, pois o Legislativo, por imperativo constitucional, exerce os referidos controles.

e) Está parcialmente certa, pois o Legislativo só exerce o controle político, não o financeiro.

Comentário:

O controle legislativo é realizado no âmbito do parlamento e dos órgãos auxiliares do poder Legislativo, sobre os atos praticados pela Administração Pública, nos limites definidos pela Constituição. Sua abrangência inclui o controle político sobre o próprio exercício da função administrativa e o controle financeiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três poderes.

A doutrina costuma explicar que o controle legislativo poderá ser exercido de ofício ou mediante provocação de particulares interessados, que terão o poder de representar aos órgãos controladores com denúncias de irregularidades. Ademais, este controle poderá ser prévio, concomitante ou posterior à prática do ato controlado e pode ser exercido no que tange aos aspectos de legalidade e de mérito.

Dessa forma, após a explicação e, analisando as assertivas, a única que se encontra correta é a letra D.

Gabarito: alternativa “d”

5. (FGV – TJ/AL 2018)

O controle da administração pública pode ser conceituado como o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder.

Nesse contexto, de acordo com a doutrina e o texto constitucional, o Poder:

a) Judiciário é controlado exclusivamente pelo Conselho Nacional de Justiça, não podendo ser alvo de qualquer ingerência dos Poderes Legislativo e Executivo;

b) Legislativo exerce controle externo financeiro sobre o Poder Judiciário no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos;

c) Legislativo exerce o controle interno sobre o Poder Executivo, no que tange à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Administração direta e indireta;

d) Judiciário exerce o controle externo sobre a legalidade e o mérito administrativo dos atos praticados pelos Poderes Executivo e Legislativo;

e) Executivo exerce o controle externo sobre a legalidade dos atos do Poder Legislativo, devendo declarar a inconstitucionalidade dos que violem a Constituição da República de 1988.

Comentário: Vamos comentar cada alternativa.

a) ERRADA. O Poder Judiciário não é controlado exclusivamente pelo Conselho Nacional de Justiça, podendo ser controlado também pelos Poderes Legislativo e Executivo.

b) CORRETA. O controle legislativo é realizado no âmbito do parlamento e dos órgãos auxiliares do poder Legislativo, sobre os atos praticados pela Administração Pública, nos limites definidos pela Constituição. Em verdade, sua abrangência inclui o controle político sobre o próprio exercício da função administrativa e o controle financeiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três poderes.

c) ERRADA. O controle feito pelo poder legislativo aos demais poderes é externo. Ademais, o controle interno do poder legislativo é limitado à sua estrutura orgânica.

d) ERRADA. O controle Judiciário será exercido somente no que tange aos aspectos de legalidade dos atos administrativos, ainda que se trate de ato praticado no exercício da competência discricionária, haja vista a impossibilidade de substituição do mérito administrativo pela opção do julgador.

e) ERRADA. O Poder que vai realizar o controle externo de legalidade e declarar a inconstitucionalidade é o Poder Judiciário e não o Poder Executivo.

Gabarito: alternativa “b”

6. (FGV – Câmara de Salvador/BA 2018)

Em matéria de controle da Administração Pública, o Poder Legislativo Municipal exerce, mediante controle externo, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas:

a) do Poder Executivo, incluindo administração direta e indireta, com o auxílio do Tribunal de Contas;

b) dos Poderes Executivo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Justiça;

c) dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Contas;

d) dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, com o auxílio do Tribunal de Justiça;

e) dos Poderes Executivo e Judiciário, com o auxílio da Controladoria do Município.

Comentário: Vamos comentar cada alternativa.

a) CORRETA. O art. 71 da CF estabelece que “o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União", sendo certo que os Municípios adotam o idêntico sistema de controle da Administração Pública, na forma do caput do art. 75 da CRFB.

b) ERRADA. O Tribunal de Justiça não é órgão de controle externo do Poder Executivo e nem poderia exercer controle externo do Poder Judiciário, por ser órgão dele integrante (art. 92, inciso VII, da CRFB).

c) ERRADA. Para se exercer o controle externo, no âmbito da Administração Pública, é imprescindível que o órgão com tal atribuição não integre a esfera do Poder a ser fiscalizado, pois, caso contrário, teremos verdadeiro controle interno. Assim, está incorreto afirmar que o Poder Legislativo exerce controle externo sobre o próprio Poder Legislativo.

d) ERRADA. Vide comentários alternativa “B” e “C”.

e) ERRADA. A Controladoria de um Município é órgão dedicado ao controle interno e não ao controle externo, como mencionado no enunciado da questão.

Gabarito: alternativa “a”

7. (FGV – Câmara de Salvador/BA 2018)

Em matéria de classificação do controle da Administração Pública quanto à natureza do órgão controlador, a doutrina de Direito Administrativo destaca o controle:

a) legislativo, em que a Câmara Municipal promove a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos Poderes Executivo e Judiciário municipais, com o auxílio do Tribunal de Contas, mediante controle externo;

b) legislativo, em que a Câmara Municipal analisa a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, do Poder Executivo municipal, incluindo as entidades da administração direta e indireta, mediante controle interno;

c) judicial, em que o Poder Judiciário realiza o controle da legalidade dos atos administrativos, sendo que a atividade política do Estado não se submete a controle judicial em abstrato, pela discricionariedade administrativa;

d) judicial, em que o Poder Judiciário realiza, em regra, o controle da legalidade e do mérito dos atos administrativos, em razão dos princípios da inafastabilidade da jurisdição e do acesso à justiça;

e) administrativo, em que o Poder Executivo, com o auxílio do Tribunal de Contas e da Controladoria, realiza a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos demais poderes do Estado.

Comentário: Vamos analisar cada alternativa na busca pela opção correta.

a) ERRADA. No âmbito municipal não existe Poder Judiciário; assim, a assertiva está incorreta por afirmar

“Poder Judiciário Municipal".

b) ERRADA. O controle legislativo mencionado nesta alternativa, exercido pela Câmara Municipal, se dá sobre o Poder Executivo municipal, ou seja, fora do Poder Legislativo de tal ente federativo. Assim, o controle é externo, e não interno.

c) CORRETA. O controle judicial sobre os atos administrativos não alcança a atividade estritamente política dos Poderes Executivo e Legislativo, em respeito ao princípio da separação dos Poderes.

d) ERRADA. Em regra, o Poder Judiciário não pode interferir no mérito administrativo, mas apenas nos aspectos de legalidade. No entanto, se os critérios de conveniência e oportunidade (mérito administrativo) afrontarem a legalidade ou quaisquer dos princípios constitucionalmente previstos, como moralidade, eficiência, razoabilidade dentre outros, sofrerão sim, o devido controle judicial, na forma do inciso XXXV do art. 5º da CRFB.

e) ERRADA. O controle descrito nesta opção é exercido, com auxílio do Tribunal de Contas, pelo Poder Legislativo e não pelo Poder Executivo, sendo denominado controle legislativo e não administrativo

Gabarito: alternativa “c”

8. (FGV – Câmara de Salvador/BA 2018)

Controle da administração pública é o conjunto de instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico, a fim de permitir a fiscalização da atuação estatal por órgãos e entidades do próprio poder público e também diretamente pelo povo. Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, na classificação do controle da administração pública quanto à natureza do órgão controlador, destaca-se o controle:

a) administrativo, que decorre da competência que o Poder Judiciário tem para controlar os demais poderes;

b) legislativo, que é executado pelo Poder Legislativo, diretamente ou mediante auxílio do Tribunal de Contas;

c) legislativo, que é executado pelo Ministério Público, como órgão de controle externo dos demais poderes;

d) judicial, que é promovido pelo Tribunal de Contas em âmbito orçamentário em face dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;

e) judicial, que é titularizado pelo Ministério Público, que controla a legalidade dos atos praticados pelos Poderes Executivo e Legislativo.

Comentário: Vamos comentar cada alternativa.

a) ERRADA. O tipo de controle descrito nesta assertiva é o Judicial, e não o administrativo.

b) CORRETA. De fato, o controle legislativo externo realizado sobre a Administração Pública obedece ao disposto no caput do art. 71 da CF. Vejamos:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete.

c) ERRADA. O controle exercido pelo Ministério Público sobre os demais poderes é considerado controle Administrativo, e não controle Legislativo; o controle Legislativo é exercido pelos parlamentos das três esferas, com o auxílio dosTribunais de Contas.

d) ERRADA. O controle exercido pelo Tribunal de Contas é Legislativo, e não Judicial.

e) ERRADA. Vide comentário alternativa “C”.

Gabarito: alternativa “b”

9. (FGV – IBGE 2016)

Em matéria de Controle da Administração Pública, é correto afirmar que sobre uma fundação pública federal com personalidade jurídica de direito público:

a) incide o controle externo do Poder Judiciário, mediante a atuação do Tribunal de Contas da União;

b) incide o controle externo por parte do Ministério a que estiver vinculada, por meio da supervisão ministerial;

c) incide o controle interno por parte do Ministério a que estiver vinculada e do Tribunal de Contas da União;

d) não incide o controle externo do Poder Legislativo, mas é controlada pelo Poder Judiciário no aspecto da legalidade;

e) não incide qualquer tipo de controle externo, seja por sua autonomia, seja pelo princípio da separação dos poderes.

Comentário: Vejamos cada opção, buscando pelo item correto.

a) ERRADA. Embora esteja correto afirmar que sobre a fundação pública federal incide o controle externo exercido pelo Poder Judiciário, não é correto afirmar que o Tribunal de Contas da União o integre, o que resulta no erro desta assertiva. O TCU é um órgão vinculado ao Poder Legislativo (CRFB/88, art. 71, caput), que presta auxílio no tocante ao controle externo da Administração Pública, principalmente em seu aspecto financeiro, sendo certo, ademais, que inexiste hierarquia entre a Corte de Contas e o Legislativo.

b) CORRETA. A banca considerou essa assertiva correta, abarcando a corrente defendida por Maria Sylvia Di Pietro, que considera se tratar de hipótese de controle externo, embora parte da doutrina entenda ser a supervisão ministerial controle interno. Vejamos a tese defendida por Maria Sylvia:

"O controle sobre as entidades da Administração Indireta, também chamado de tutela, é um controle externo que só pode ser exercido nos limites estabelecidos em lei, sob pena de ofender a autonomia que lhes é assegurada pela lei que as instituiu."

c) ERRADA. A assertiva está errada, tendo em vista que o controle exercido pelo Ministério, à luz da posição doutrinária adotada pela Banca, deve ser tido como espécie de controle externo.

d) ERRADA. Incide, sim, o controle externo a cargo do Poder Legislativo, porquanto referido Poder da República exerce controle sobre todos os atos da Administração Pública, o que se verifica, principalmente, pelo teor do art. 49, X, da CRFB/88. Vejamos:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.

e) ERRADA. A autonomia administrativa de que gozam as entidades da Administração Indireta não as torna imunes às modalidades de controle previstas em nosso ordenamento jurídico. Pelo contrário, são diversas as formas de controle estabelecidas em nossa legislação, tanto interno quanto externo.

Gabarito: alternativa “b”

10.(FGV – TJ/PI 2015)

Em matéria de controle da Administração Pública, o controle externo dos atos praticados pelo Poder Executivo por parte do Poder Judiciário:

a) se restringe à análise da legalidade dos atos, eis que ao Poder Judiciário, em regra, é vedada a análise do mérito dos atos administrativos;

b) abrange o controle de legalidade e de mérito dos atos administrativos, podendo o Judiciário, em regra, respectivamente, anular os ilegais e revogar os inoportunos ou inconvenientes;

c) abrange o controle de legalidade e de mérito dos atos administrativos, podendo o Judiciário, respectivamente, anular os inoportunos ou inconvenientes e revogar os ilegais;

d) se restringe à análise do mérito dos atos, eis que ao Poder Judiciário, em regra, é vedada a análise da legalidade formal dos atos administrativos;

e) é o mais amplo possível, cabendo ao Judiciário, em última instância, analisar o acerto da discricionariedade administrativa e da legalidade formal dos atos, em respeito ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.

Comentário:

Inicialmente, cumpre ressaltar que a discricionariedade e o poder de analisar oportunidade e conveniência na atuação do ente estatal é poder administrativo, e não jurisdicional. Assim, o Poder Judiciário não pode e não deve substituir a decisão do administrador, não pode fazer análise de interesse público, não pode, enfim, julgar o mérito de um ato administrativo discricionário. Isso porque o mérito é a área que coincide com o campo opinativo do administrador público, extrapolando aquela de atuação do Poder Judiciário.

Ademais, o Poder Judiciário somente pode analisar os atos administrativos no que se refere aos aspectos da legalidade. Por outro lado, ao Poder Judiciário não pode ser subtraída qualquer lesão ou ameaça a direito (artigo 5, XXXV, CF/88) e, por isso, ainda que o ato administrativo seja discricionário, ele fica sujeito a controle jurisdicional no que diz respeito à sua adequação com a lei, mas nunca na análise meritória.

Dessa forma, a única alternativa que se encontra com a explicação acima é a letra “A”.

Gabarito: alternativa “a”

11. (FGV – Procempa 2014)

Em relação ao controle dos atos administrativos, assinale a afirmativa correta.

a) O controle judiciário só pode recair sobre atos discricionários.

b) A Administração Pública está sujeita ao prazo de três anos para anular seus próprios atos administrativos c) O Poder Judiciário não pode anular atos administrativos por meros vícios de forma.

d) A Administração Pública pode revogar seus atos por motivo de conveniência e oportunidade ou anulá-los por motivo de ilegalidade.

e) O controle dos atos administrativos pela própria Administração Pública dispensa a observância do contraditório e da ampla defesa.

Comentário: Vamos analisar cada alternativa.

a) ERRADA. O Poder Judiciário somente pode analisar os atos administrativos no que se refere aos aspectos da legalidade. Assim, o Poder Judiciário não pode julgar o mérito de um ato administrativo discricionário.

b) ERRADA. A Administração Pública está sujeita ao prazo de cinco anos para anular seus próprios atos administrativos. Vejamos:

Art. 54 da Lei 8.784 - O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

c) ERRADA. O Poder Judiciário pode anular atos administrativos por vício de forma, caso tal forma seja requisito essencial para a validade do ato.

d) CORRETA. A assertiva diz o que está descrito na súmula 473 do STF. Vejamos:

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

e) ERRADA. O controle dos atos administrativos pela própria Administração Pública não dispensa a observância do contraditório e da ampla defesa:

Art. 5, LV da CF: " aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, são assegurados o contraditório e ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes".

Gabarito: alternativa “d”

12. (FGV – Câmara Municipal de Recife/PE 2014)

O Tribunal de Contas da União, quatro anos após a aposentadoria de um servidor público federal, ao apreciar a legalidade desse ato para fins de registro, constatou que a aposentadoria não poderia ter sido concedida, pois não fora preenchido o requisito do tempo mínimo de contribuição previdenciária. Negou-se, portanto, a registrá-la. A postura do Tribunal está:

a) incorreta, já que a aposentadoria previamente concedida ao servidor é um ato jurídico perfeito, devendo ser mantida;

b) incorreta, pois a concessão de aposentadoria ao servidor é ato privativo da autoridade máxima da hierarquia administrativa;

c) correta, pois o ato de aposentadoria somente estará definitivamente constituído após o seu registro no Tribunal de Contas, sendo desnecessário ouvir o servidor;

d) correta, desde que, em razão do tempo decorrido, antes de prolatar a sua decisão, observasse as garantias do contraditório e da ampla defesa;

e) incorreta, pois o registro do ato de aposentadoria busca, apenas, conferir-lhe publicidade, não avaliar a sua essência.

Comentário:

A recente jurisprudência consolidada do STF passou a se manifestar no sentido de exigir que o TCU assegure a ampla defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo de legalidade exercido pela Corte de Contas,

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