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QUESTÕES EXPLORATÓRIAS SOBRE O DIMENSIONAMENTO EM APARTAMENTOS Perguntados sobre o poder de influência do arquiteto no dimensionamento global de um apartamento,

RESULTADOS ENCONTRADOS

4.1.2 QUESTÕES EXPLORATÓRIAS SOBRE O DIMENSIONAMENTO EM APARTAMENTOS Perguntados sobre o poder de influência do arquiteto no dimensionamento global de um apartamento,

quatro dos construtores entrevistados consideraram que é grande (57,1%) e os outros três que é pouco (42,8%). Os comentários descritos abaixo, ilustram as opiniões obtidas sobre essa influência seguidas da ordem de grandeza proposta na entrevista para situar as considerações apresentadas:

• “[...], na hora que não tem um programa pré-definido é tão importante quanto os futuros

moradores. [...]” (Grande)

• “85% tá na mão do arquiteto. [...]” (Grande)

• “Eu acho que o arquiteto tem a influência na hora de racionalizar os espaços, evidentemente,

hoje, o dimensionamento de uma unidade é um problema técnico. [...], efetivamente, quem determina o dimensionamento é a capacidade de aquisição do mercado. Dentro dessas

dimensões, que hoje são as mínimas nas faixas de renda, o arquiteto é fundamental para racionalizar e otimizar estes espaços”. (Grande)

• “Antes era absoluto, hoje é muito relativo. Hoje, há vários construtores que já estão

trabalhando com um pequeno briefing. [...] Ele tem o espaço de criação, porém mais discutido com o executante, qualquer que seja este espaço” (Pouco)

• “Hoje, a viabilização de um empreendimento depende de um conjunto de fatores e o arquiteto

é um desses fatores, mas existem outros. Você hoje tem um engenheiro que faz a parte de compatibilização dos projetos, então ele une o projeto do arquiteto ao projeto de estrutura, ao projeto de estação hidráulica, elétrica, telefônica, antena. [...] a viabilização das garagens do prédio, [...]” (Pouco)

• “[...] acho muito falho o poder do arquiteto sobre o todo. [...] No projeto, ao meu ver, o arquiteto

deveria ter todo o controle dele, de todas as áreas possíveis, mas para isso eles deveriam ter o conhecimento. [...] todos esses conhecimentos, como a ergonomia, o apartamento focado para o idoso, para as pessoas especiais. Eu li numa reportagem que o nosso público é de quase 50% de pessoas especiais, os gordos, os baixos, os muito altos, os paraplégicos, os deficientes visuais, e não se projeta para isso”. (Grande)

• “Seria uns 40%. [...]” (Pouco)

É importante mencionar que, pelo menos em duas questões acima relacionadas, existem discrepâncias entre os argumentos apresentados e as respectivas grandezas propostas. No entanto, na análise aqui evidenciada, os dados foram tratados exatamente como coletados.

Os construtores entrevistados declaram que é o mercado, ou as construtoras baseadas nas pesquisas de mercado quem define a área privativa dos apartamentos. Sobre essa questão, alguns construtores forneceram os seguintes comentários considerados importantes para a pesquisa:

• “Nossa empresa trabalha com pesquisa de mercado. Então, quando vamos lançar um produto,

nós vamos antes ao mercado pesquisar o que, qual o público vamos atingir, o quanto ele pode pagar e o quanto ele quer de área. E, dentro dessa equação, a gente procura fazer a maior área possível dentro da capacidade de pagamento do cliente. Então, efetivamente, quem diz isso aí é a pesquisa e nós trabalhamos absolutamente dentro da pesquisa”.

• “Hoje, basicamente, é o executante, é o construtor”. • “[...] O mercado em função do achatamento da renda. [...]”

• “No nosso caso é a construtora. Você olha o mercado, vê o que está sendo ofertado, qual a

tendência. [...] os imóveis diminuíram muito em tamanho [...] por conta do bolso do cliente, que não tinha mais renda e cada vez os imóveis iam ficando menores”.

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A questão relacionada com o envolvimento dos construtores entrevistados no dimensionamento dos ambientes internos de um apartamento identificou que quatro deles (57,1%) se envolvem nessa atividade e três deles não (42,8%). Alguns comentários produzidos a esse respeito estão relacionados abaixo:

• “Me envolvo. Eu, como empresário, procuro muito me colocar no lugar da pessoa que vai

consumir [...]”

• “Sim. Com esse processo de certificação [...] a gente começa a projetar um pouco com o

arquiteto. Existe muito trabalho em cima do projeto e se discute com o construtor, os engenheiros da empresa e o próprio arquiteto. Existe, hoje, um profissional que faz a compatibilização dos projetos [...]. Toda a empresa organizada, hoje, trabalha dessa maneira”.

• “Pouco. A maior parte é o arquiteto, [...] a gente tem o costume de fazer reuniões inclusive com

o coordenador que gerencia essa parte do projeto [...] a gente faz essas reuniões para criticar e analisar os projetos”.

A maioria das empresas abordadas na pesquisa de campo (85,7%), através dos seus diretores/proprietários entrevistados, avalia a satisfação dos clientes que adquiriram seus produtos, através de pesquisa pós-ocupacional. Apenas uma delas não realiza esse tipo de pesquisa. Nesse âmbito, os seguintes comentários foram produzidos:

• “Fazemos pesquisas de pós-entrega nos primeiros seis meses e nos seis meses seguintes.

Duas pesquisas de satisfação do cliente com o objetivo de redirecionar os projetos futuros e confirmar os resultados das pesquisas anteriores para aquele empreendimento. [...]”

• “Sim. A gente utiliza, até porque a gente é certificado pela ISO há três anos e um dos requisitos

obriga a pesquisa pós-ocupação. Então a gente trabalha, até dá um incentivo ao porteiro do prédio para conseguir retorno. É muito difícil o retorno de pesquisas, muito difícil. Num prédio de 90 apartamentos conseguimos vinte e oito. Trinta já é recorde. Só conseguimos oferecendo um valor para o IMIP1, uma ação social para o cidadão responder a uma pesquisa que vai dar

um retorno a ele próprio. Mas dá para conseguir um número representativo. Efetivamente, ela serve de parâmetro para que a gente, para repensar no próximo empreendimento”.

• “Sim. Nós realizamos três pesquisas: uma antes de conceber o empreendimento, a gente faz

uma no stand de vendas [...]. Com o prédio pronto, a gente faz uma pesquisa na hora da entrega, junto com a vistoria do imóvel comprado. Depois de seis meses a gente faz uma outra e depois de um ano, uma outra”.

• “Sim. Nas últimas obras realizadas fizemos em função do próprio processo de certificação que

exige dentro dos requisitos da norma, que depois da obra acabada você faça periodicamente alguma pesquisa de satisfação. [...]”

• “Sim. A maior reclamação, só para adiantar, é vaga de garagem, nos ambientes internos, é

pouco. Até porque a pessoa tem noção do tamanho do quarto quando tá comprando. A gente tem uma planta ambientada que tem a posição dos móveis que cabem [...]”

Das empresas de construção que realizam pesquisas da satisfação dos clientes sobre os produtos adquiridos, cinco (71,4%) afirmam que repassam os resultados obtidos para os arquitetos que projetam os edifícios de apartamentos avaliados. Um dos construtores entrevistados descreve como as informações são repassadas aos interessados através do seguinte comentário:

• “[...] Quando vai sair o resultado da pesquisa, a economista que faz esta pesquisa para a

gente, ela vem aqui no escritório e, quando vai haver a apresentação, a gente convida o arquiteto, o corretor, os engenheiros da obra, o engenheiro que trabalhou na compatibilização do projeto e as pessoas aqui da nossa empresa”.

Entretanto, uma das empresas que realizam este tipo de pesquisa, não repassa diretamente as informações obtidas para os arquitetos, decisão justificada pelo seu diretor da seguinte forma:

• “[...] os resultados das pesquisas de pós-entrega se traduzem num padrão de projetos da

empresa. [...] vamos acumulando esses dados num banco de dados nosso. Então, a gente não passa estes índices diretamente para o arquiteto, mas através de briefing que é feito em cima desses índices e em cima das pesquisas de mercado para as condições do projeto. [...]”