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2.3 Estrutura Empresarial

2.3.4 Questões Legais Sobre Marca E Patentes

Dornelas (2001) alerta para a infelicidade dos empreendedores iniciantes não pensarem na proteção de sua ideia. Ou seja, não depositam a patente do seu invento e nem registram a marca de sua empresa ou produto. E essa é a maneira legal de se proteger da concorrência e ganhar espaço no mercado.

No Brasil, a entidade responsabilizada por marcas e patentes é o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) que foi criada em 1970, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com a Lei 9.279/96 (Lei da Propriedade Industrial), “o INPI tem por finalidade principal executar no âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade industrial, tendo em vista a sua função social, econômica, jurídica e técnica. É também sua atribuição pronunciar-se quanto à conveniência de assinatura, ratificação e denúncia de convocações, tratados, convênios e acordos sobre propriedade industrial” (BRASIL, 1996).

Acredita-se que quando o empreendedor decide colocar a sua ideia em prática, é porque este acredita na mesma. Então, é de suma importância que o empresário tenha conhecimentos de como proteger a sua ideia e marca.

2.3.4.1 Marcas

Neste tópico serão apresentadas questões legais a respeito das marcas. É essencial que o designer que pretende abrir seu próprio escritório de design tenha esses conhecimentos, pois eles são necessários para se fazer o registro da marca junto ao INPI.

“É todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços de outros análogos, de procedência diversa, bem como certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especificações técnicas.” (INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL, 2012)

O INPI (2012) classifica as marcas de acordo com alguns critérios.

Classificação das marcas quanto ao tipo:

o Brasileira: regularmente depositada no Brasil, por pessoa domiciliada no país.

o Estrangeira: regularmente depositada no Brasil, por pessoa não domiciliada no país. Ou, depositada regularmente em país vinculado a acordo ou tratado do qual o Brasil seja partícipe.

Classificação das marcas quanto ao uso:

o Produtos ou serviços: usadas para distinção de outros idênticos, semelhantes ou afins, de diversas origens (vide Figura 22).

Figura 22 - Exemplo de marca de produto ou serviço Fonte: Luisvuitton.eu, 2012.

o Coletivas: usadas para identificação de produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada identidade (vide Figura 23).

Figura 23 - Exemplo de marca coletiva Fonte: Apple.com, 2012.

o Certificação: destinadas a atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas quanto a qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada (vide Figura 24).

Figura 24 - Exemplo de marca de certificação Fonte: Inmetro.gov.br, 2012.

Classificação das marcas quanto à apresentação:

o Classificação das marcas quanto à apresentação

 Nominativa: constituída por uma ou mais palavras, compreendendo neologismos bem como combinações de letras e/ou algarismos romanos e/ou arábicos (vide Figura 25).

Figura 25 - Exemplo de marca nominativa Fonte: E-marcas.com.br, 2012.

Figurativa: constituída por desenho, imagem, figura ou qualquer

forma estilizada de letra e número (vide Figura 26).

Figura 26 - Exemplo de marca figurativa Fonte: E-marcas.com.br, 2012.

 Mista: constituída pela combinação de elementos nominativos e de elementos figurativos, ou de elementos nominativos cuja grafia se apresente de forma estilizada (vide Figura 27).

Figura 27 - Exemplo de marca mista Fonte: E-marcas.com.br, 2012.

 Tridimensional: constituída pela forma plástica de produto ou de embalagem (vide Figura 28).

Figura 28 - Exemplo de marca tridimensional Fonte: Os Autores, 2012.

Dornelas (2001) relembra que as marcas possuem um prazo de validade de 10 anos, contados a partir da data de concessão. Porém, esse prazo pode ser prorrogado por períodos iguais e sucessivos.

2.3.4.2Patentes

Como complemento às questões legais sobre “marcas”, este tópico apresentará as questões legais quanto a patentes. A abordagem desse tópico faz-se importante para que o empreendedor saiba proteger os itens produzidos pelo escritório da má fé de terceiros.

“Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direito sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente. Durante o prazo de vigência da patente, o titular tem o direito de excluir terceiros, sem sua prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, comercialização, importação, uso, venda etc.” (INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL, 2012)

Para o pedido de patente são necessárias o cumprimento de seis etapas, mas nem todas são obrigatórias, segundo Dornelas (2001) são elas:

Busca prévia: não é obrigatória, mas aconselhável que seja feita uma busca antes de efetuar o depósito de um pedido de patente.

Depósito e conteúdo do pedido de patente: o depósito de patente pode ser feito na sede do INPI no Rio de Janeiro ou nas Delegacias e Representações Regionais de outros estados.

Sigilo do pedido depositado: o pedido fica em segredo até a sua publicação, que ocorre após um ano e meio, contados da data do exame ou da prioridade mais antiga. Ao final desse prazo de dezoito meses, o pedido será publicado na RPI - Revista da Propriedade Industrial.

Exame do pedido: o requerente deve apresentar uma solicitação de exame para que o pedido seja estudado por um examinador. Isso deve ser feito, de maneira protocolada, dentro dos primeiros 36 meses do depósito do pedido.

Carta-patente: caso o pedido seja deferido pelo INPI, deve-se aguardar o prazo de sessenta dias, contados a partir da data de deferimento do pedido, para pagamento da retribuição e respectiva contribuição correspondente à expedição da carta-patente.

Recurso/nulidade: é possível recorrer das decisões do INPI. Se o pedido for indeferido cabe recurso no prazo de sessenta dias. Se a patente for concedida em desacordo com a lei poderá ser anulada pelo INPI ou por qualquer pessoa com legítimo interesse.

Cientes das questões abordadas no tópico de "Estrutura Empresarial", foi desenvolvida uma pesquisa específica sobre a concepção de um plano de negócios.

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